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Puberdade e Andropausa A puberdade é descrita como processo de crescimento fisiológico, relacionada às alterações físicas, e mentais do indivíduo, decorrente de ações hormonais. A puberdade é marcada pela estimulação do hipotálamo sobre a hipófise e consequentemente com ação gonodal, induzindo a produção de hormônios sexuais que agem no crescimento e amadurecimento do adolescente. De acordo com Rappaport em 1997, a puberdade marca o início da adolescência com o surgimento das características de corpo adulto, capacidade reprodutiva e sua expressão quanto a sua sexualidade, que geralmente começa em torno dos 9 aos 10 anos de idade nas meninas, e nos meninas em torno dos 11 aos 12 anos de idade. Alterações corporais durante a puberdade masculina As alterações corporais são decorrentes da secreção dos esteroides sexuais, que ocorrem nos testículos dos meninos, produzindo o hormônio testosterona. A testosterona é um hormônio que irá atuar na produção de espermatozoides, aumento do impulso sexual ou libido, age na geração da força física, agressividade, e impulsiona o crescimento, relacionado a altura. (TIBA, 1986). Durante esta fase também ocorre o que chamamos de estirão de crescimento, que seria uma aceleração dessa fase de maturação, modificações na massa corporal e há fusão das epífises ósseas, as chamadas epífises de crescimento. A puberdade nos meninos tem início geralmente aos 11, 12 anos de idade, seguida das alterações: Aumento testicular que normalmente não é muito percebido pelo adolescente; Aparecimento dos pelos pubianos; Crescimento do pênis em comprimento, seguido do diâmetro; Crescimento dos braços e pernas antes do crescimento do tronco e da altura, o que causa desproporção temporária do corpo, ocorrendo geralmente aos 14 anos; Desenvolvimento de massa muscular; Aquisição da capacidade de reprodução, onde há o aumento do volume de sêmen nos testículos, que modifica de 3 à 4ml para até 25ml até o fim da puberdade. Polução noturna, que seria a ejaculação involuntária durante o sono; Aumento da produção de sebo e sudorese resultando na oleosidade da pele e nos cabelos, seguido do aparecimento de acnes. Alteração do tom de voz através do engrossamento das cordas vocais. A puberdade quando desenvolvida antes dos 9 anos é considerada precoce. Quando desenvolvida após os 14 anos de idade, é caracterizada como um retardo puberal. Os dois diagnósticos devem ser feitos e acompanhados junto ao médico. HIPOGONADISMO Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, o hipogonadismo é uma condição que consiste na diminuição dos níveis de testosterona. É o hipogonadismo o principal causador da andropausa, entendido como primário quando ocorre nos testículos, e quando originado na hipófise é entendido como hipogonadismo secundário. Suas causas são descritas através da má formação dos testículos ou da hipófise, infecções como a caxumba, trauma nos testículos, doenças genéticas, abuso de medicamentos ou drogas. Seus principais sintomas são caracterizados por: Diminuição da massa corporal seguida de aumento da gordura abdominal ; Retardo ou diminuição da ereção matinal; Disfunção erétil; Alterações de humor e da memória; Diminuição dos pelos ao longo do corpo; Redução da disposição da atividade física. De acordo com o Dr. Antônio Mendes Fontanelli, médico da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional de São Paulo, SBEM-SP, o aumento da gordura abdominal e a resistência à insulina levam a um maior risco de desenvolvimento de diabetes mellitus e doenças cardiovasculares. Além disso, pode contribuir para a obesidade, insuficiência renal, hipotireoidismo e artrose. Informações adicionais: O hipogonadismo quando atinge fetos, pode provocar má formações na genitália da criança. Em adolescentes, pode atrapalhar o início da puberdade, pois não há o aparecimento dos sinais usuais como mudança do tom de voz, demora muito a surgir os pelos pubianos e ao longo do corpo e demais alterações. No adulto pode causar infertilidade, queda dos pelos, e diminuição da libido, e já no idoso, é conhecido como andropausa. ANDROPAUSA Andropausa ou climatério vinil são decorrentes da diminuição hormonal da testosterona com o passar do tempo em homens, assim como ocorre na menopausa no caso das mulheres. Por muitos anos foi muito negada a existência da andropausa, por haver muitos homens que não apresentavam sintomas e se sentiam saudáveis a ponto de não serem confirmados dados da andropausa, porém depois de muitos estudos, foi comprovada a presença da andropausa e explicada a discordância dos autores por apenas utilizarem idosos que estavam completamente saudáveis para os estudos. Bonaccorsi diz que a partir dos quarenta anos à uma diminuição de pelo menos 1,2% por ano de testosterona livre, 1,0% relacionada a testosterona ligada a albumina, e um aumento de pelo menos 1,2% de globulina de ligação dos hormônios sexuais. Quanto a testosterona total permanece estabilizada até os 50 à 55 anos de idade, onde a partir destas idades, começa a regredir ao menos 0,4%, 0,85% por ano. Todos estes números podem ajudar o endocrinologista, através de exames de sangue a chegar ao diagnóstico da andropausa. A andropausa pode ter o aparecimento dos sintomas por volta dos 40 aos 55 anos de idade, porém um dos fatores que mais interfere na vida do homem, seria a baixa auto estima por não ter a mesma disposição sexual que haviam anteriormente. Seus sintomas diferem pouco das mulheres, tendo mudanças graduais com o aumento da idade. Estudos afirmam que a além de causar efeitos na vida do homem como fadiga, seguida da diminuição da agilidade física ou perda total ou parcial da libido, também podem causar problemas de saúde como doenças cardíacas. Diagnóstico O diagnóstico é feito através do relato do paciente que sugerem andropausa, combinados de exames de sangue para avaliar os níveis hormonais, devendo ser realizados pela manhã, devendo ser repetido duas vezes ao menos para confirmar para confirmar quando o índice dos níveis de testosterona estão realmente baixos. Após o resultado, é de praxe que o médico faça a distinção do hipogonadismo, se é primário ou secundário através da dosagem de LH e FSH no sangue. Seguindo os valores de cada laboratório para diagnóstico, devem constar: Hipogonadismo primário: Testosterona baixa, FSH e LH elevados. Hipogonadismo secundário: Testosterona baixa, FSH e LH também baixos. TRATAMENTOS De início, não há estudos conclusivos de que a reposição hormonal em idosos seja realmente efetiva, sendo descrita como “resultados desconhecidos.” ----7 As sociedades internacionais de Endocrinologia atualmente indicam a terapia com testosterona apenas nos pacientes idosos com níveis baixos de testosterona – menor que 200 ng/dL, medidos em pelos duas ou três oportunidades diferentes durante o período da manhã – e sintomas importantes de deficiência de testosterona. Não se indica testosterona para idosos com sintomas vagos e inespecíficos. A reposição pode ser feita por via oral, injetável ou através de adesivos ou cremes para a pele. https://blog.paulatostes.com.br/andropausa-a-menopausa-masculina/ https://planetabiologia.com/puberdade-masculina-desenvolvimento-ginecomastia-e- comportamento/ BIOMECANICA DA PELVE A cintura pélvica é o nome dado à união do esqueleto axial ao esqueleto apendicular nos membros inferiores, ela forma a base do tronco, ou seja, constitui suporte do abdome e faz união entre os membros inferiores e o tronco. É composta por três peças ósseas e três articulações. Quanto às peças ósseas temos: os dois ossos ilíacos; o sacro, que é formado pela união de 5 vértebras sacrais. As articulaçõessão: as duas articulações sacroilíacas que unem o sacro a cada um dos ossos ilíacos; Sínfise púbica, que une ambos os ossos ilíacos pela frente. A cintura pélvica suporta o peso do corpo, serve como local de inserção para numerosos músculos, contribui para a eficiência dos movimentos do membro inferior e ajuda a manter o equilíbrio. A cintura consiste em dois ossos coxais, cada um criado pela união fibrosa dos ossos ílio, ísquio e púbis. Os ossos coxais direito e esquerdo são unidos anteriormente pela sínfise púbica e ligados posteriormente pelo sacro e as duas articulações sacroilíacas. A articulação sacroilíaca transmite o peso do corpo para o quadril e fica sujeita a cargas provenientes da região lombar ou do solo. É também uma absorvedora de energia das forças de atrito durante o andar. O peso que a quinta vértebra lombar suporta vai se repartir em duas partes iguais em direção às asas do sacro para depois, através das espinhas ciáticas, dirigir-se até a cavidade cotiloide. Neste ponto, a resistência do chão é recebida ao peso do corpo transmitido pelo colo do fêmur e pela cabeça femoral. Uma parte da resistência fica anulada pela resistência oposta, no nível da sínfise púbica. O conjunto dessas linhas de força constitui um anel completo representado pela abertura superior da pelve. Quando se produz um deslocamento da sínfise púbica, a diástese dos dois púbis permite a separação das superfícies ilíacas das articulações sacroilíacas e, como neste caso o sacro não está fixo, pode deslocar-se para a frente. Há uma total interdependência dos diferentes elementos do anel pélvico, onde, qualquer ruptura de continuidade num ponto repercute em todo o anel, comprometendo a sua resistência mecânica. Na posição em pé, o peso corporal força o sacro para baixo, tensionando os ligamentos posteriores e forçando o sacro contra o ílio, dando estabilidade para a articulação. Os movimentos na articulação sacroilíaca podem ser melhor descritos pelos movimentos do sacro: Nutação e Contranutação: Durante o movimento de nutação, o sacro gira em torno do eixo constituído pelo ligamento axial, de tal modo que o promontório se desloca para baixo e para frente e o vértice do sacro e a extremidade do cóccix se deslocam para trás. Sendo assim, o diâmetro Anteroposterior da abertura superior da pelve diminui, enquanto o diâmetro Anteroposterior da abertura inferior da pelve aumenta. Ao mesmo tempo, as asas ilíacas se aproximam enquanto as tuberosidades isquiáticas se separam. O movimento de nutação é limitado pela tensão dos ligamentos sacrociáticos maior e menor e dos freios de nutação (os fascículos Anterossuperior e Anteroinferior do ligamento sacroilíaco anterior). Já o movimento de contranutação, o sacro se endireita de modo que o promontório se desloca para cima e para trás e a extremidade inferior do sacro e o vértice inferior do cóccix se deslocam para baixo e para frente. O diâmetro Anteroposterior da abertura superior da pelve aumenta, enquanto o diâmetro Anteroposterior da abertura inferior da pelve diminui. Por outro lado, as asas ilíacas se separam e as tuberosidades isquiáticas se aproximam. O movimento de contranutação é limitado pela tensão dos ligamentos sacroilíacos, distribuídos no plano superficial e no plano profundo. O sacro acompanha aos movimentos da coxa e do tronco. O topo do sacro, a parte mais larga, é a base do sacro, e quando essa base se move anteriormente dá-se o nome de flexão sacral. Quando o tronco se estende ou a coxa se flete, o sacro também flexiona. Durante a flexão do tronco ou extensão da coxa, o sacro se estende na medida em que a base se move posteriormente. O sacro também gira para direita ou esquerda com flexão lateral do tronco. Além do movimento entre o sacro e o ílio existe também o movimento da cintura pélvica como um todo. A pelve move-se em seis direções diferentes em resposta ao movimento do tronco ou da coxa. Os movimentos da pelve são descritos monitorando o ílio e, especificamente as espinhas ilíacas anterior, superior e inferior na frente do ílio. A inclinação anterior da pelve acompanha a flexão do tronco ou extensão da coxa e é definida como uma inclinação para frente e para baixo do movimento da pelve. Essa inclinação anterior pode ser criada pela protrusão do abdome criando um posicionamento para trás na coluna lombar. A inclinação posterior é criada pela extensão do tronco, achatamento da coluna lombar ou flexão da coxa, e ocorre na medida em que a pelve se move posteriormente. A pelve também pode inclinar-se lateralmente, a inclinação lateral esquerda e direta acompanha o apoio de peso nos membros direito e esquerdo, respectivamente, ou os movimentos laterais da coxa ou tronco. Esse movimento é controlado por músculos e não é muito pronunciado a menos que os músculos controladores estejam fracos. Finalmente, a cintura pélvica gira para a esquerda e direita à medida que ocorrem movimentos unilaterais esquerdos e direitos da pelve. À medida que o membro direito é balançado para frente na caminhada, corrida ou chute, a pelve gira para a esquerda. Em cada passo durante a marcha, a reação do chão, transmitida pelo membro que suporta o peso, levanta a articulação coxofemoral correspondente, enquanto do outro lado, o peso do membro em suspensão tem a tendência de fazer descer a coxofemoral oposta. Isto provoca uma compressão em cisalhamento da sínfise púbica que apresenta a tendência de levantar o púbis do lado que suporta o peso e a descer o púbis do lado em suspensão. Normalmente, a solidez da sínfise púbica impede qualquer deslocamento nesta articulação, porém quando está deslocada, se pode ver como aparece um desnível na margem superior de cada um dos púbis durante a marcha. Do mesmo modo, se pode entender que as articulações sacroilíacas se solicitem de forma oposta em cada passo. Quando os quadris estão estendidos, a tração sobre os músculos flexores báscula a pelve em anteroversão, ao mesmo tempo em que o vértice do sacro está impulsado para frente. Terá sentido da contranutação. Quando os quadris estão flexionados, a tração dos músculos isquiotibiais tem a tendência de bascular a pelve em retroversão com relação ao sacro. Isto constitui então um movimento de nutação. Diferenças da pelve feminina e da masculina: Pelve feminina é mais inclinada anterior que a masculina; Abertura superior(masculina)- oval e da feminina arredondada; Cavidade pélvica (homem)- afunilada, mulher- cilíndrica; Ângulo subpúbico (união ramo ísquio e púbis dos 2 lados): homem-60º e mulher- 90º. ESSA DIFERENÇAS FAZ COM QUE OS MOVIMENTOS DESCRITOS ACIMA SEJAM MAIS RÍGIDOS E QUE TENHAM UM ÂNGULO MENOR NA PELVE MASCULINA, ALÉM DISSO É UMA PELVE MAIS PESADA. https://www.passeidireto.com/arquivo/3960074/aula-i-biomecanica ___ REFERÊNCIAS BARBOSA, Kiriaque Barra Ferreira; FRANCESCHINI, Sylvia do Carmo Castro; PRIORE, Silvia Eloiza. Influência dos estágios de maturação sexual no estado nutricional, antropometria e composição corporal de adolescentes. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. vol.6 no.4. Recife, 2006. FERRIANI, Maria das Graças Carvalho; DOS SANTOS, Graziela Vieira Bassan. Adolescência: Puberdade e Nutrição. Revista Online Adolescer. Associação Brasileira de Enfermagem. Brasília, DF. Disponível em: http://www.abennacional.org.br/revista/cap3.2.html ROHDEN, Fabíola. O homem é mesmo a sua testosterona": promoção da andropausa e representações sobre sexualidade e envelhecimento no cenário brasileiro. Horiz. antropol. vol.17 no.35 Porto Alegre Jan./June 2011 TIBA, I. Adolescência: o despertar do sexo: um guia para entender o desenvolvimento sexual e afetivo nas novas gerações. São Paulo: Gente, 1994. 130p. https://www.passeidireto.com/arquivo/3960074/aula-i-biomecanica
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