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FACULDADE SANTA TEREZINHA – CEST CURSO DE FISIOTERAPIA FRANCYELLEN ANDRESSA SANTOS DA SILVA RELAÇÃO E FATORES ASSOCIADOS A DIÁSTASE DO MÚSCULO RETO ABDOMINAL COM A LOMBALGIA GESTACIONAL E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO: uma revisão de literatura São Luís 2021 FRANCYELLEN ANDRESSA SANTOS DA SILVA RELAÇÃO E FATORES ASSOCIADOS A DIÁSTASE DO MÚSCULO RETO ABDOMINAL COM A LOMBALGIA GESTACIONAL E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO: uma revisão de literatura Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia da Faculdade Santa Terezinha – (CEST), para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Orientadora: Profa. Dra. Adriana Sousa Rêgo São Luís 2021 Silva, Francyellen Andressa Santos da Relação e fatores associados a diástase do músculo reto abdominal com a lombalgia gestacional e tratamento fisioterapêutico: uma revisão de literatura./ Francyellen Andressa Santos da Silva. - São Luís, 2021. 59 f. Orientador(a): Profa. Dra. Adriana Sousa Rêgo. Monografia (Graduação em Fisioterapia) – Faculdade Santa Terezinha, São Luís, 2021. 1. Diástase-músculo reto abdominal. 2. Lombalgia gestacional. 3. Tratamento fisioterapêutico. I. Título. CDU 616.741-055.26:615.8 CDU 347.628/.633 FRANCYELLEN ANDRESSA SANTOS DA SILVA RELAÇÃO E FATORES ASSOCIADOS A DIÁSTASE DO MÚSCULO RETO ABDOMINAL COM A LOMBALGIA GESTACIONAL E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO: uma revisão de literatura Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia da Faculdade Santa Terezinha – (CEST), para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Aprovada em / / 2021 Profa. Adriana Sousa Rêgo (Orientadora) Dra. em Saúde Coletiva - UFMA Faculdade Santa Terezinha - CEST 1º Examinador Titulação Instituição 2º Examinador Titulação Instituição São Luís 2021 A Deus, detentor de todo conhecimento. À minha família, e em especial a minha eterna fonte de inspiração, minha avó, Francisca Costa Ferreira. AGRADECIMENTOS À Deus, pelo dom da vida. Por permitir viver um momento tão sublime e memorável, por iluminar meus passos, me conceder forças e deixar que eu jamais desistisse do meu objetivo mesmo diante das dificuldades. A ele, toda honra e toda glória. À pessoa que jamais deixou de acreditar nos meus sonhos. Aquela que com sua palavra de bondade, força e coragem, sempre me incentivou a ser um ser humano melhor. Por mais que os dias se passem, os conselhos continuam vivos em meu coração, as lembranças e momentos de felicidades serão lembrados para sempre. Que eu seja como a senhora foi, mulher guerreira que nunca deixou de acreditar em seus sonhos, que nunca deixou se abater e que lutou bravamente pela vida. À minha melhor vó do mundo, Francisca Costa Ferreira. (in memória) A mulher que me deu à luz. Mãe, que sorte a minha de ser a sua filha, como tenho orgulho em dizer que sou filha de Ana Beatriz Ferreira dos Santos, uma mulher sinônimo de luta e força. Me espelho todo dia na senhora, agradeço pelas palavras de conselho, pela atenção, pelas orações, palavras de carinho e conforto, por prezar pela minha educação e jamais medir esforços para me proporcionar o melhor. À minha base e fonte de inspiração, o meu amor incondicional e muita gratidão. Pai, é aquele que cuida, protege e ensina seus filhos a trilhar o melhor caminho. Obrigada por ser um homem presente em minha vida, pelas broncas, assistência prestada e por me ensinar a ser uma pessoa melhor, mais justa e profissional, obrigada Alcides Nunes da Silva. Quem tem irmãos tem mais companheirismo e mais histórias para contar. Sou grata pela vida das minhas irmãs Francyanne A. Santos da Silva e Cleicyanne A. Santos da Silva, com suas presenças pude desabafar e rir durante a minha trajetória até aqui. Que a nossa união permaneça e que o nosso laço de companheirismo, solidariedade, compaixão e amor jamais se desfaça. Que possamos contar, sempre, uma com a outra. Agradeço a minha madrinha, Ana Célia Costa Ferreira, por jamais deixar de acreditar no meu potencial. Mesmo com a sua partida, os conselhos jamais serão esquecidos. Gratidão por fazer parte da minha história. (in memória) Aos meus familiares e amigos pelo incentivo durante a caminhada. Pelas palavras de conforto, pelos momentos vivenciados e pelas experiências adquiridas com todos. A minha orientadora, Adriana Sousa Rêgo, agradeço toda orientação e engrandecimento desse estudo. Profissional de responsabilidade e exemplo, obrigada pela disponibilidade e compromisso com esse trabalho. A instituição de ensino, pela união e parceria. Jamais questionei a qualidade da Faculdade Santa Terezinha – Cest, sempre proporcionando suporte e atendimento humanizado. Aos professores que eu tive a honra de conhecer, agradeço imensamente tudo que foi discutido em sala de aula e pelos ensinamentos durantes os 5 anos. RESUMO A gravidez é um processo natural que resulta em alterações físicas, psíquicas e sociais. Desordens musculoesqueléticas e hormonais promovem mudanças no posicionamento anatômico da pelve e, associado ao crescimento uterino, podem causar estiramento nos feixes da parede abdominal, favorecendo o surgimento da diástase do músculo reto do abdome (DMRA). Este estudo teve por objetivo investigar a relação e fatores associados da diástase do músculo reto abdominal com a lombalgia gestacional e tratamento fisioterapêutico. A presente pesquisa reporta-se a uma revisão de literatura de caráter descritiva, exploratória e de cunho qualitativo. Realizada entre os meses de janeiro a maio de 2021, buscou-se embasamento científico através da coleta nas bases de dados LILACS, SCIELO, MEDLINE e de outros estudos que se alinhavam com a temática em questão. Sendo utilizado os seguintes descritores: diástase, reto do abdome, fisioterapia, lombalgia e gestação, de artigos publicados nos últimos dez anos na língua estrangeira e portuguesa. Como resultado, foram encontradas 40 obras dos quais 12 atenderam as características para serem inclusas no trabalho. A prevalência da diástase do músculo reto do abdome é em torno de 60%. Os fatores associados foram: idade, ganho de peso e aumento da circunferência abdominal. E como conduta terapêutica foram exercícios de fortalecimento muscular, exercício de propriocepção do assoalho pélvico, exercícios respiratórios, reeducação postural, relaxamento, alongamento global. Como conclusão, observou-se que fatores como IMC, sedentarismo, idade e o tipo de parto podem influenciar no surgimento da diástase abdominal e no comprometimento da região lombar e que exercícios físicos com orientações adequadas podem aliviar esses sintomas. Palavras-chave: Reto do Abdome. Diástase Abdominal. Lombalgia Gestacional. Fisioterapia. ABSTRACT Pregnancy is a natural process that results in physical, psychological, and social changes. Musculoskeletal and hormonal disorders promote changes in the anatomical position of the pelvis and along with uterine growth can cause stretching of the bundles in the abdominal wall, favoring the appearance of rectus abdominis diastasis (RMA). This study aimed to investigate the relationship and associated factors of rectus abdominis diastasis with gestational low back pain and physical therapy treatment. The current research refers to a descriptive, exploratory, and qualitative literature review. Such research was performed from January2021 to May 2021. A scientific basis was sought through data collection in LILACS, SCIELO, MEDLINE databases, and other studies aligned with the theme under question. The following descriptors were used diastasis, rectus abdominis, physiotherapy, low back pain, and pregnancy to find published papers in the last ten years both in foreign and Portuguese. As a result, 40 works were found, and 12 of them met the characteristics to be included in this work. The prevalence of rectus abdominis diastasis as compared to the other descriptors is at around 60%. On the other hand, the associated factors used were age, weight gain, and waist circumference increase. Finally, as therapeutic approach, the keywords used were muscle strengthening exercises, proprioception exercise of the pelvic floor, breathing exercises, postural re-education, relaxation, global stretching. In conclusion, it was observed that factors such as BMI, sedentary lifestyle, age, and type of delivery can influence the onset of abdominal diastasis and the involvement of the lumbar region, and that physical exercises with appropriate guidance can relieve such symptoms. Keywords: Rectus abdominis. Abdominal Diastasis. Gestational low back pain. Physiotherapy. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Músculo oblíquo externo do abdome.............................................. 16 Figura 2 - Músculo oblíquo interno do abdome............................................... 17 Figura 3 - Músculo transverso do abdome...................................................... 18 Figura 4 - Intersecções tendíneas do músculo reto do abdome..................... 19 Figura 5 - Músculos do assoalho pélvico........................................................ 20 Figura 6 - Involução uterina pós-parto............................................................ 29 Figura 7 - Separação do músculo reto abdominal da linha alba..................... 31 Figura 8 - Paquímetro..................................................................................... 34 Figura 9 - Teste para Diástase do músculo Reto Abdominal.......................... 34 Figura 10 - Fluxograma de busca dos estudos................................................. 38 Quadro 1 - Fatores contribuintes para surgimento da diástase e sua prevalência, quanto à sua localização............................................ 40 Quadro 2 - A correlação da diástase do músculo reto abdominal com a dor lombar gestacional.......................................................................... 44 Quadro 3 - Intervenções fisioterapêuticas no tratamento da diástase do músculo reto abdominal e lombalgia gestacional........................... 46 LISTA DE SIGLAS AP Assoalho pélvico AVD´s Atividades da Vida Diária CA Circunferência Abdominal DMRA Diástase do Músculo Reto Abdominal EVA Escala Visual Analógica hCG Gonadotrofina Coriônica Humana IMC Índice de Massa Corpórea IU Infraumbilical LILACS Latin American Literature in Health Sciences MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Mm Músculo MMII Membros Inferiores RPG Reeducação Postural Global RN Recém-nascido SCIELO Scientific Eletronic Library Online SU Supraumbilical TC Tomografia Computadorizada US Ultrassonografia SUMÁRIO pág. 1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 12 2 ANATOMIA DOS MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMINAL................ 15 2.1 Músculo oblíquo externo do abdome................................................ 16 2.2 Músculo oblíquo interno do abdome................................................. 17 2.3 Músculo transverso do abdome......................................................... 18 2.4 Músculo reto abdominal..................................................................... 19 2.5 Assoalho pélvico................................................................................. 20 3 GRAVIDEZ............................................................................................ 21 3.1 Alterações na gravidez........................................................................ 22 3.1.1 Alterações hormonais na gravidez.................................................... 24 3.1.2 Alterações musculoesqueléticas na gravidez.................................. 26 3.1.2.1 Lombalgia gestacional........................................................................... 27 4 PUERPÉRIO.......................................................................................... 29 5 DIÁSTASE DO MÚSCULO RETO ABDOMINAL................................. 30 5.1 Diagnóstico para diástase do músculo reto abdominal.................. 33 5.2 Tratamento para diástase do músculo reto abdominal................... 35 6 METODOLOGIA.................................................................................... 37 6.1 Tipo de pesquisa................................................................................. 37 6.2 Coleta de dados e amostra................................................................. 37 6.3 Análise dos dados............................................................................... 38 6.4 Aspectos éticos................................................................................... 39 7. RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................... 40 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................. 51 REFERÊNCIAS..................................................................................... 53 12 1 INTRODUÇÃO Durante a gestação e parto, alterações fisiológicas promovem transformações físicas, psíquicas e sociais, com o objetivo de proporcionar maior acomodação e desenvolvimento fetal. Tais alterações são resultados de quatro fatores: mudanças hormonais medidas no colágeno e no músculo involuntário; fluxo sanguíneo aumentado para útero e rins; ampliação e deslocamento do útero em decorrência do crescimento fetal; aumento do peso corporal e mudanças adaptativas no centro de gravidade e postura. (LEITE; ARAUJO, 2012; HERPICH; MARTINS; FERNANDES, 2018). Na gravidez as modificações hormonais, principalmente ocasionada pela progesterona, estrogênio e relaxina, promovem maior extensibilidade e flexibilidade articular, o que permite maior frouxidão e maior afastamento de fibras musculares na região abdominal, que associada ao crescimento uterino pode influenciar em seu centro gravitacional cuja função muscular é dar apoio a coluna, permitir maior flexão, além do auxílio na expiração forçada e sustento de massa visceral. (FIRMENTO et al., 2012; FLOYD, 2016). Com mudanças biomecânicas e consequente alteração na estabilidade pélvica e da coluna vertebral, a musculatura abdominal sofrerá maior tensão articular. Durante o processo gravídico, o afastamento de fibras da musculatura reto abdominal é definido como diástase do músculo reto abdominal - DMRA. (LEITE; ARAUJO, 2012). O processo de diástase pode ocorrer por fatores como obesidade, flacidez na musculatura abdominal, inúmeras gestações, anatomia pélvica, casos de polidrâmnio e macrossomia fetal. Seu processo fisiológico é de mais ou menos 3 cm com sua regressão ou progressão. A evolução da diástase inicia-se no segundo trimestre gestacional com maior evolução nos últimos meses. (VASCONCELOS et al., 2017; ZAVANELLI et al., 2012; DERMATINI et al., 2016). Para Santos et al (2016), a literatura ainda é controversa quanto aos valores de referência da DMRA, quando considerá-la fisiológica ou patológica, além de questionamentos sobre utilização durante o período gestacional oupuerperal. Segundo Wagner et al (2017) o comprimento da musculatura reto abdominal pode aumentar até 115% em razão do progressivo e contínuo processo gestacional, levando ao enfraquecimento da musculatura. Logo, quanto maior o comprometimento muscular, maior sua instabilidade. 13 Em virtude do aumento abdominal e procedente DMRA, seu estiramento excessivo influencia na estabilização dinâmica de tronco e sobrecarga de estruturas osteomioarticulares favorecendo o desenvolvimento de dor lombar. (LEITE; ARAUJO, 2012; CASTRO, 2015). O aumento ponderal das mamas e crescimento uterino compromete o centro gravitacional, em razão da frouxidão articular o corpo tende a se descolar para frente e em compensação a mulher tende a projetar seu corpo para trás, evidenciando uma lordose acentuada. Em consequência, podem surgir processos álgicos decorrente da sobrecarga de músculos lombares e posteriores da coxa por tal postura adotada. (BARACHO, 2018; HERPICH; MARTINS; FERNANDES, 2018). Por ser queixa muito recorrente entre as gestantes, a lombalgia gestacional ainda é menosprezada pelos profissionais da saúde. Por outro lado, a depender da sua intensidade, pode repercutir em incapacidade motora e/ou psíquica afetando a saúde materna no período gravídico-puerperal. (RODRIGUES et al., 2021) Dessa forma, é necessária uma maior atuação preventiva e curativa do profissional de saúde na promoção do bem-estar e diminuição das alterações do processo gravídico. No que se refere a alterações biomecânicas e musculares, o fisioterapeuta é o profissional com maior respaldo técnico e científico para conscientizar a mulher sobre a importância de tonificar a musculatura abdominal e pélvica e diminuir os efeitos da diástase do músculo abdominal e lombalgia gestacional. (SOUSA; OLIVEIRA; LIMA, 2009). Logo, é de fundamental importância ser investigado sobre o tema em questão, que por ser um problema e queixa tão comum durante a gestação, trará conhecimento não somente para profissionais da saúde, mas para a sociedade como um todo, que terá um olhar mais cauteloso a essas mulheres. Visto que tais mudanças em curto tempo podem afastar a mulher do seu meio social, provocar prejuízos físicos, afastamento do trabalho, além de prejuízos econômicos para os serviços de saúde com cirurgias reparadoras. O presente estudo decidiu ser conduzido a partir da relação da diástase do músculo reto abdominal com a lombalgia gestacional, a fim de diminuir problemas e reforçar a importância do exercício físico durante e após todo processo gravídico. Este estudo trata-se de uma revisão de literatura, que adotou como objetivo geral: investigar a relação e fatores associados da diástase do músculo reto abdominal com a lombalgia gestacional e tratamento fisioterapêutico, assim como os objetivos 14 específicos: Identificar os fatores contribuintes para o surgimento da diástase e sua prevalência; a correlação da diástase do músculo reto abdominal com dor lombar; identificar quais as intervenções fisioterapêuticas utilizadas no tratamento da diástase do músculo reto abdominal e lombalgia gestacional. Realizado entre os meses de janeiro a maio de 2021, o trabalho buscou fundamentos em livros, capítulos de livros, artigos científicos, dissertações, revistas, anais de eventos, guias. Neste estudo será destacado em primeiro momento sobre a anatomia e constituição da parede abdominal, por seguinte será discutido sobre a gravidez e suas alterações no corpo feminino. Posteriormente, será enfatizado as alterações hormonais que influenciam diretamente no surgimento da DMRA e alterações musculoesqueléticas que influenciam no surgimento da lombalgia gestacional. O puerpério, momento que o corpo materno volta às suas normalidades também será destacado, assim como o surgimento da diástase, seu diagnóstico e tratamento. Por seguinte, será abordado sobre a metodologia e passo a passo para construção do trabalho, bem como o tipo de pesquisa, a coleta de dados e amostra, análise dos dados e aspectos éticos. Os resultados e discussões que subsidiaram este trabalho, contará com quadros com o intuito de uma melhor explanação acerca do assunto e de acordo com dados obtidos quanto ao desenvolvimento do mesmo. Por fim, o desfecho se dará de forma sucinta, dispondo de forma conclusiva e breve o que foi explanado nos capítulos anteriores. 15 2 ANATOMIA DOS MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMINAL As paredes do abdome não possuem partes ósseas e são formadas por grupos de camadas musculares. Em sua subdivisão, a parede do abdome é formada por paredes anterior, laterais direita e esquerda e posterior. A delimitação entre a parede anterior e lateral é caracterizada como uma parede ântero-lateral, que se estende da caixa torácica até a pelve. Formada por pele e camada subcutânea, é composta especialmente por gordura, gordura extraperitoneal, peritônio, músculos com suas aponeuroses e fáscias. (MOORE, 2019). Os três conjuntos de músculos laminares da região ântero-lateral do abdome, são: oblíquo externo, oblíquo interno e transverso. Tais músculos se findam anteriormente em amplas aponeuroses que confinam em um quarto par de músculo na região medial, o reto do abdome. (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014). De modo geral, a parede do abdome tem como função: As paredes do abdome, musculoaponeuróticas, dinâmicas e formadas por diversas camadas não apenas se contraem para aumentar a pressão intra- abdominal como também se distendem de modo considerável, acomodando expansões causadas pela ingestão de alimentos, gravidez, deposição de gordura ou doenças. (MOORE, 2019, p. 652, grifo do autor). Além da proteção de órgãos situados na caixa torácica e outras funções, a musculatura da parede do abdome contribui para realização dos movimentos de tronco e manutenção da posição ortostática e estabilização da pelve, quando em decúbito dorsal ou ventral se movem os membros inferiores. (DANGELO; FATTINI, 2007). Quando contraem simultaneamente, os músculos da parede abdominal tendem a tracionar as costelas inferiormente e assim permitem a compressão do conteúdo abdominal. Tal ação empurra o diafragma para cima e dá assistência na expiração forçada. Quando os músculos contraem simultaneamente com o diafragma, e é realizada a manobra de Valsava, a maior pressão intra-abdominal auxilia na promoção da micção, tosse, espirro, defecação, grito, soluço, vômito, risada, assoada do nariz e parto. (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; LIPPERT, 2013). 16 2.1 Músculo oblíquo externo do abdome O músculo oblíquo externo (figura 1) do abdome é considerado largo, o maior e mais superficial dos três músculos laterais. Se origina através de faixas musculares a começar das superfícies externas das oitos costelas inferiores e suas fibras se inserem na linha alba, via aponeurose ampla, além de inserções na crista ilíaca, crista púbica e tubérculo púbico. Unidas, as fibras do lado direito e esquerdo possui o formato de V. (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014) Sua inervação se dá a partir dos ramos anteriores dos seis últimos nervos intercostais (T7-T12). A contração bilateral do músculo oblíquo externo realiza flexão da coluna vertebral e compressão da cavidade abdominopélvica. Quando agindo individualmente, contração unilateral, o músculo realiza flexão lateral de tronco para o mesmo lado e rotação de coluna vertebral para o lado oposto. (LIPPERT, 2013). Figura 1 – Músculo oblíquo externo Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014 17 2.2 Músculo oblíquo interno do abdome De posicionamento mais profundo que o Mm. Oblíquo externo, o músculo oblíquo interno (figura 2) do abdome é considerado o músculo intermediário da parede ântero-lateral, tem seu direcionamento perpendicular ao músculo oblíquo externo. Em forma de leque,a maioria das fibras seguem na direção superior e medial, e juntas, fibras do lado esquerdo e direito, têm o formato de V invertido. (LIPPERT, 2013; FILHO; PEREIRA, 2015). Possui como ponto de origem a metade lateral do ligamento inguinal, a fáscia ou aponeurose toracolombar e três quartos anteriores da crista ilíaca. Insere-se na margem inferior das três últimas costelas, crista púbica e bainha do músculo reto do abdome. (DANGELO; FATTINI, 2007). O músculo oblíquo interno do abdome é inervado tanto pelos nervos intercostais (T6-T12) quanto pelo primeiro nervo lombar (ramos ílio-hipogástrico e ilioinguinal). Da mesma ação que o músculo oblíquo externo, na contração bilateral o músculo oblíquo interno do abdome realiza flexão de tronco e compressão da parede abdominal. Na contração unilateral também é realizada a flexão lateral de tronco, contudo, o músculo tem ação inversa na rotação e roda o tronco para o mesmo lado. (DANGELO; FATTINI, 2007; LIPPERT, 2013). Figura 2: Músculo oblíquo interno Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014 18 2.3 Músculo transverso do abdome Considerado o músculo mais profundo, o Mm. Transverso (figura 3) do abdome é composto em sua maioria de fascículos que se direcionam transversalmente em torno da parede abdominal. Tem como pontos de origem a porção lateral do ligamento inguinal, a crista ilíaca, aponeurose toracolombar e as seis últimas cartilagens costais. Insere-se na linha alba, processo xifóide e púbis. (TORTORA, 2017). Inervado pelos seis últimos nervos torácicos espinais, tem como ação o auxílio na inspiração e expiração. Sua contração eleva as costelas e aumenta o diâmetro anteroposterior e lateral, originando a inspiração. De modo contrário, seu relaxamento deprecia as costelas, diminui o diâmetro anteroposterior e lateral da cavidade torácica, resultando na expiração. (FILHO; PEREIRA, 2015; TORTORA, 2017). Figura 3 – Músculo transverso do abdome Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014 19 Em razão de suas fibras musculares serem horizontal, o músculo transverso do abdome não tem participação direta nos movimentos de tronco. Entretanto, assim como os outros músculos da parede abdominal também é recrutado na compressão e sustentação do conteúdo da cavidade abdominal. (LIPPERT, 2013) 2.4 Músculo reto abdominal O músculo reto do abdome localiza-se no sentido vertical da parede abdominal anterior. Tem como origem a região pubiana e trajeto final o processo xifóide e cartilagens costais da quinta a sétima costelas. Sua principal atribuição é a estabilização do tronco e mobilidade da coluna vertebral, seja para atividades cotidianas ou atléticas. Tem o encargo de manutenção postural e do equilíbrio, proteção de vísceras, estabilização pélvica e outros. (FILHO; PEREIRA, 2015). O músculo é caracterizado como poligástrico, ou seja, apresenta três ou quatro intersecções tendíneas (figura 4). Seu corpo muscular é interrompido por uma interseção a nível da cicatriz umbilical, outra na extremidade livre do apêndice xifóide, e a terceira entre o umbigo e o apêndice xifóide. (CASTRO, 2015; MARCHETTI, 2005). Figura 4 – Intersecções tendíneas do músculo reto do abdome Fonte: WWW.bioesphera3d.com.br http://www.bioesphera3d.com.br/ 20 Sua limitação lateral é encerrada por uma bainha, linha semilunar, formada por lâminas anterior e posteriormente. A borda medial - linha alba, é fixada à parede anterior da bainha. (MARCHETTI, 2005). 2.5 Assoalho pélvico Em formato de funil ou cone suspenso, o assoalho pélvico (AP) é demarcado inferiormente pelo diafragma da pelve que é formado pelos músculos ísquiococcígeo e levantador do ânus e fáscias que envolvem suas faces superior e inferior. Tais músculos (figura 5) desempenham papel fundamental na sustentação de vísceras abdominopélvicas e manutenção da continência urinária e fecal. (MOORE, 2014.). O diafragma da pelve auxilia na separação da cavidade pélvica acima e abaixo do períneo. Se estende da região anterior do púbis até a região posterior do cóccix e de uma parede lateral da pelve até a outra. (TORTORA, 2017). Figura 5: Músculos do assoalho pélvico Fonte: TORTORA, 2017 Considerado o maior e mais importante músculo do assoalho pélvico, o músculo levantador do ânus está fixado anteriormente ao corpo do púbis e posteriormente às espinhas isquiáticas. É inervado por nervos dos ramos de S4. Sua 21 estrutura é composta por três partes denominadas: puborretal; pubococcígeo; iliococcígeo. Juntos, mantêm uma contração tônica que atuam na manutenção da continência fecal e urinária, assim como viabilizam uma contração ativa em situações como tosse, espirro e outros. (SOBOTTA, 2000; BARACHO, 2018). O músculo ísquiococcígeo ou coccígeo se localiza na borda lateral da porção inferior do sacro e do cóccix, e se fixa no ligamento sacroespinal. Sua inervação se dá a partir de ramos dos nervos espinais S4 e S5. Semelhante a função que o Mm. levantador de ânus desempenha, o coccígeo também participa no tracionamento do cóccix anteriormente após a defecação ou parto. (BARACHO, 2018; TORTORA, 2017). O comprometimento de musculaturas e ligamentos do AP podem suceder em distúrbios mecânicos de estruturas de sustentação. As alterações de níveis hormonais e o aumento do peso uterino durante a gestação podem ocasionar sobrecarga no assoalho pélvico e comprometer um bom equilíbrio pélvico e de cavidade abdominal resultando em más condições posturais. (BARACHO, 2018; OLIVEIRA, 2006). 3 GRAVIDEZ No que tange ao aspecto conceitual, a gravidez é um evento decorrente da fecundação do óvulo pelo espermatozoide. O novo estilo de vida materno dura aproximadamente 40 semanas, com alterações profundas não somente na mulher como em todo seio familiar. (BRASIL, 2019; COUTINHO et al., 2014). É um acontecimento morfológico e fisiológico que promove transformações físicas, psíquicas e sociais a fim de contribuir para um bom crescimento e desenvolvimento fetal. Por ser considerado um momento ímpar na vida de uma mulher, a gravidez traz consigo momentos jamais vivenciados por outros eventos. (SILVA; SILVA, 2009). Segundo Montenegro e Rezende (2017) o processo gestacional é calculado a partir do primeiro dia do último período menstrual. Tem como divisão: período pré- termo (inferior a 37 semanas); termo (37 semanas completas há 42 semanas incompletas) e pós termo (42 semanas ou mais). A gestação pode ser dividida por trimestre. O primeiro consiste na concepção do óvulo até a décima segunda semana. O segundo trimestre é estabelecido da décima terceira até a vigésima quarta semana. Por fim, o terceiro e último trimestre é 22 definido da vigésima quinta a aproximadamente quadragésima semana, momento do parto. (OLIVEIRA et al., 2010; KISNER; COBY, 2005). 3.5 Alterações na gravidez Desde que não tenha nenhuma contraindicação e perante os dias atuais, a mulher durante seu período gestacional pode realizar suas atividades do cotidiano normalmente. Visto que seu corpo passa por uma série de modificações e adaptações, sejam sutis ou marcantes, hormonais ou mecânicas, se faz necessário um acompanhamento pré e pós-natal e auxílio de uma equipe multiprofissional, com o objetivo de reduzir os efeitos deletérios do processo gestacional. (OLIVEIRA et al, 2010; COSTA et al., 2010). Segundo Leite e Araújo (2012), as alterações durante o processo gravídico são provenientes de quatro fatores: alterações hormonais, localizadas no colágeno e no músculo involuntário; aumento do fluxo sanguíneo para útero e rins; deslocamento e aumento do útero em decorrência do crescimento fetal; elevação do peso corporal e mudanças adaptativas no centro de gravidade e postura. As principais alterações do corpo feminino transcorrem no sistema reprodutor, renal, neurológico, cardiovascular, gastrintestinal,respiratório, endócrino e dermatológico. (OLIVEIRA et al., 2010). O útero, órgão pequeno e quase sólido sofre transformações significativas durante a gestação para permitir o crescimento fetal. Apesar de não pertencer ao sistema musculoesquelético, é a principal causa das alterações estáticas e dinâmicas do esqueleto da gestante. Durante o processo gestacional pode causar estiramento da musculatura abdominal resultando na DMRA- diástase do músculo reto abdominal. (LEITE; ARAUJO, 2012). As alterações na parede torácica e do diafragma são notórias na gravidez. O relaxamento dos ligamentos das costelas permite aumento de 2 a 3 cm da região ântero-posterior e média total de 6 cm. Com aumento do útero e elevação diafragmática a respiração adota um padrão respiratório costal, a parte central do diafragma se achata e é exigido maior adaptação do corpo às alterações da gravidez. (ZUGAIB, 2012; MONTENEGRO; REZENDE, 2017). A partir do primeiro trimestre já é observado um aumento do consumo de oxigênio e metabolismo basal. A frequência respiratória em repouso aumenta de 14 23 para 18 ciclos por minuto. O aumento da ventilação minuto repercuti em dispneia, que é observado em 60% das gestantes e atinge seu ápice entre a 28º e 31º semana. (BURTI et al., 2006; ZUGAIB, 2012). Segundo Gayton e Hall (2011), o débito cardíaco e o volume de sangue materno aumentam durante a gravidez. Com o aumento do metabolismo materno, o débito cardíaco aumenta de 30% a 40% acima do normal na 27º semana gestacional. O volume sanguíneo pouco antes do parto aumenta cerca de 30% acima da normalidade, ocorrendo principalmente durante na última metade da gravidez, tal evento pode ser explicado pelo aumento no nível de aldosterona e estrogênio, por propiciar maior retenção de líquido nos rins, ou pela ativação da medula óssea que produz hemácias extras que resulta em cerca de 1 a 2 litros de sangue no sistema circulatório na época do nascimento do bebê. A constipação durante a gravidez é oriunda do relaxamento de fibras musculares lisa, do aumento de absorção de água e sódio na região do cólon sob a influência do hormônio progesterona. Por outro lado, o estrogênio induz os efeitos progestogênicos promovendo um relaxamento de esfíncter esofágico inferior e redução do seu peristaltismo, o que dificulta a passagem de fezes tornando-a endurecida e contribuindo para formação de hemorroidas. (ZUGAIB, 2012; QUEIROZ, 2012). As desordens no sistema gastrintestinal também são dadas pela elevação nos níveis hormonais, que podem causar excesso de saliva ou sialorreia, e sangramento gengival, este último caracterizado por um aumento da sensibilidade da mucosa bucal, hiperemia e hipertrofia gengival. (QUEIROZ, 2012). O inchaço nas pernas e surgimento de varizes é bastante evidente durante a gestação. A compressão da veia cava através do útero dificulta o retorno venoso ao coração, assim como a compressão de veias pélvicas tendem um aumento de até três vezes na pressão venosa de membros inferiores gerando edemas. Antes do segundo trimestre, o trabalho cardíaco aumenta cerca de 40%. O aumento da volemia, aumento da relação volume-minuto e o aumento do peso corporal materno contribui de forma direta ou indireta para tal ação. (BURITI et al., 2006; REIS, 1993). Com crescimento uterino, logo no primeiro trimestre, é percebido a compressão da bexiga. Ao longo do processo, já no terceiro trimestre a cabeça do feto se encaixa na pelve restringindo ainda mais sua funcionalidade e ampliando sintomas e sinais como polaciúria, urgência para urinar e incontinência urinária de esforço, tornando-se 24 queixa comum entre as puérperas e causando constrangimentos e comprometimento na qualidade de vida materna. (QUEIROZ, 2010; TORTORA, 2016). Nos dois últimos trimestres gestacionais o ganho de peso materno torna-se mais perceptível. A gestante engorda aproximadamente de 11 kg a 15 kg durante o período gestacional, boa parte advinda do peso fetal, líquido amniótico da placenta e membranas fetais. O aumento do útero, das mamas e líquidos extracelular e no sangue e acúmulo de gordura também são fatores que contribuem para o aumento de peso materno. Tal ganho pode ultrapassar os 34 kg, visto que aumento na vontade de comer é proveniente da remoção de substratos alimentares do sangue materno para o feto e devido a fatores hormonais. (GUYTON; HALL, 2017). Convém esclarecer que perante esse contexto cabe frisar a atuação do sistema hormonal e alterações do sistema musculoesquelético, uma vez que suas influências contribuem diretamente para o surgimento da diástase do músculo reto abdominal. 3.5.1 Alterações hormonais na gravidez Após a concepção, quando um óvulo é fertilizado por um espermatozoide dando início a uma gravidez, o corpo feminino sofre constantes modificações fisiológicas em um curto espaço de tempo com significativas alterações hormonais. Uma expressiva mudança no sistema endócrino, mais especificamente nos hormônios sexuais femininos, estrogênio e progesterona, além dos hormônios gonadotropina coriônica e somatomamotropina coriônica humana, desempenham um papel fundamental tanto para a mãe quanto para o feto. (GAUYTON; HALL, 2011; SILVA, 2010). A gonadotropina coriônica humana (hCG), hormônio que evita a menstruação e mantém ativo o corpo lúteo, utilizado para detecção da gravidez é encontrado pela primeira vez entre 8 a 9 dias após a ovulação e atinge seu nível máximo em torno da 10º a 12º semana gestacional. Sem a persistência do corpo lúteo, a progesterona e estrogênio teriam sua funcionalidade comprometida, resultando no término do desenvolvimento fetal e culminando para sua eliminação em poucos dias. (GAUYTON; HALL, 2011; SILVA, 2010). Em estudos analisados por Cole (2012), o receptor hCG/LH é encontrado no miométrio do útero. O crescimento uterino em linha e o crescimento fetal é controlado pelo hormônio glicoproteico, além da sua atuação sobre o relaxamento do miométrio e prevenção de contrações durante a gravidez. Os níveis de hCG pendem nas últimas 25 semanas de gravidez, no qual observa-se uma redução significativa nas primeiras 24- 32 horas, até sua regularização entre 1 a 3 semanas. A somatomamotropina coriônica humana ou hormônio lactogeno-placentário humano, é produzido após a implantação do óvulo fecundado. É responsável pela nutrição fetal, ou seja, permite uma maior quantidade de glicose e nutrientes (proveniente da mãe) para o feto em desenvolvimento. (SILVA, 2010). Durante o período gravídico, a progesterona desempenha a função de preservação da gravidez, ou seja, inibe a contratilidade uterina e impossibilita a expulsão fetal. Formado em grande quantidade pela placenta, a progesterona tem como efeito a redução do tônus muscular uterino, relaxamento da musculatura lisa, desenvolvimento das células alveolares e glandular produtora de leite, além de proporcionar um aumento de depósito de gordura. (GAUYTON; HALL, 2011). O estrogênio, hormônio responsável pelo desenvolvimento e características sexuais femininas, origina-se sua produção através do corpo lúteo que é posterior e gradualmente substituído pela placenta. A flexibilidade das articulações pélvicas, o aumento da camada intermediária da mucosa, a preparação para lactação, homeostase do cálcio no sistema músculo esquelético são algumas das funções desempenhadas pelo estrogênio durante a gravidez. (BARACHO, 2018). Para Gauyton e Hall (2017) a grande quantidade de estrogênio durante a gestação, causam: aumento do útero materno; aumento das mamas e crescimento de estruturas dos ductos das mamas e aumento da genitália externa feminina da mãe. Além da facilitação da passagem do feto pelo canal de parto, uma vez que articulações e ligamentos se tornam mais maleáveis. Assim como a progesterona, o estrogênio também é produzido em grande quantidade pela placentae é secretado em quantidade progressiva durante boa parte da gestação. A função que ambos desempenham é vital para o íntegro desenvolvimento gestacional, retornando às condições pré-gravídicas durante o período puerperal. (CASTRO, 2015). Além dos hormônios supracitados, o hormônio peptídico relaxina, observado somente em mulheres grávidas é produzido pelo corpo lúteo e secretado pelos tecidos placentários com maior concentração no primeiro trimestre gestacional. Ainda não há estudos claros quanto a sua função durante a gravidez. Em ratos e cobaias, o hormônio injetado causa relaxamento dos ligamentos da sínfise púbica, além da inibição de contrações uterinas. Após o parto, sua produção é interrompida podendo 26 persistir até cinco meses. (BARACHO, 2018; CASTRO, 2015; GAUYTON; HALL, 2011). 3.5.2 Alterações musculoesqueléticas na gravidez O desenvolvimento gestacional, além de alterações hormonais e hemodinâmicas, também passa por modificações biomecânicas que influenciarão na qualidade de vida materna. O aumento de peso corporal, frouxidão, flexibilidade ligamentar e presença de edemas, são fatores que contribuem para o aparecimento de complicações musculoesqueléticas e consequente participação na alteração postural, o que predispõe a gestante possíveis risco de quedas e lesões. (MOREIRA et al., 2011). Modificações proveniente do sistema endócrino podem provocar estiramentos na musculatura abdominal, atingindo principalmente os músculos reto abdominais, provocando mudanças no ângulo de inserção muscular e pélvico, além de promover uma diminuição na contração do mesmo. (FERREIRA, 2014; RETT et al., 2012). A marcha adotada durante a gestação, anserina, é caracterizada por passos curtos, base de sustentação alargada e falta de dissociação da cintura pélvico- escapular. A mobilidade de trabalhadoras gestantes, que em seu cotidiano podem aumentar a fragilidade da musculatura compensatória lombar e cervical, favorecem o surgimento de lombalgias e cervicalgias com maior frequência. (BARACHO, 2018). Baracho (2018), ainda salienta para as dormências, dores e fraquezas em membros superiores que podem ser resultados da lordose acentuada a flexão anterior do pescoço. Por outro lado, Castro (2015) ressalta a presença de fraqueza e formigamento em membros inferiores, ocasionada pela compressão do sistema nervoso, referente a dor na região lombar podendo perdurar após o pós-parto. Para Oliveira et al (2010), as articulações dos pés e tornozelos também são comprometidas em razão da retenção de líquidos e formação de edemas que acontece principalmente no terceiro trimestre. A sobrecarga que a região do calcanhar sofre para suportar toda compensação corporal provoca maior queixa de dores nessa articulação. Como forma de neutralizar o desequilíbrio articular, oriunda da desordem do centro gravitacional e oscilação no centro de força, muitas grávidas adotam uma elevação e intensificação da coluna cervical e lombar, aumento da extensão do joelho 27 afim de manter o equilíbrio postural e diminuir risco de quedas, prevalente em 25% durante a gestação (CESTÁRI et al., 2017; MOREIRA et al., 2011). O comprometimento musculoesquelético durante a gestação promove processos álgicos frequentes que interferem de modo negativo na qualidade de vida materna, assim como na qualidade do sono, acometimento em atividades domésticas, disposição física e desempenho no trabalho. (OLIVEIRA et al., 2010). Logo, diante do exposto se faz necessário um adentro sobre a lombalgia gestacional e sua influência sobre a gravidez e demais considerações para melhor compreensão a respeito do assunto. 3.5.2.1 Lombalgia gestacional Quanto a sua definição, segundo Carvalho et al (2017) e Brito et al (2014) a lombalgia é definida como uma condição dolorosa na região axial ou parassagital na região inferior do dorso, pontualmente na área entre o último arco costal e a prega glútea. A lombalgia é tida como uma sintomatologia de queixa comum entre as grávidas, é concebido que aproximadamente 50% das gestantes em algum momento da gravidez já relataram episódios álgicos na lombar. Com incidência no segundo trimestre gestacional, a lombalgia quando limitante, a depender da sua repercussão, pode interferir nas atividades de vida diária é consequente qualidade de vida materna. (BARBOSA; SILVA; MOURA, 2011; CARVALHO et al., 2017; GOMES et al., 2013). Sua etiologia ainda é desconhecida, todavia, de caráter multifatorial, acredita-se que a associação de fatores vasculares, hormonais, mecânicos e psicossociais podem colaborar para tal surgimento. (BRITO et al., 2014). Do ponto de vista hormonal, a hipermobilidade decorrente da frouxidão e relaxamento ligamentar propicia instabilidade e sobrecarga no sistema músculo esquelético que tracionam a coluna anteriormente permitindo o aparecimento de dor lombar. (BISHOP et al., 2015). No que concerne ao ponto de vista biomecânico, “Na gravidez, a coluna é um dos segmentos do corpo que mais sofre adaptações biomecânicas devido à perturbação das suas curvas fisiológicas [...].” (MOREIRA et al., 2011, p. 242). Para Baracho (2018), a alteração no centro gravitacional tende ao deslocamento corporal para frente em razão do aumento ponderal das mamas e crescimento uterino 28 abdominal. Para suprir tal deslocamento, o corpo projeta-se para trás (adotando postura em lordose), com aumento da base de sustentação e projeção das espáduas para trás. Segundo Moreira et al (2011) as alterações biomecânicas da postura no processo gestacional são respostas adaptativas à soma de fatores inerentes a esse período. Porém com o aumento progressivo da sobrecarga, os músculos flexores e extensores da coluna e extensores do quadril podem ser incapazes de realizar a estabilização das articulações lombar e sacroilícas. No tocante a relação entre retenção hídrica e lombalgia, entende-se que o estímulo progesterônico atua na promoção de edemas em partes moles que favorecem a diminuição de espaços entre as estruturas anatômicas contribuindo para manifestações sindrômicas de compressões nervosas e aparição da lombalgia. (SILVA; CARVALHO, 2011). No que alude sobre outros fatores de risco, tem-se que quanto mais nova a gestante, maior a probabilidade de progredir para uma lombalgia gestacional. Outra condição que contribui para o desenvolvimento e intensidade de dor lombar em gestantes é o seu ganho ponderal, número de gestações e peso fetal. (BARBOSA; SILVA; MOURA, 2011; CARVALHO et al., 2017) Em estudo de Gomes et al. (2013) chegou-se à conclusão que o agravo da dor lombar se dá principalmente no período noturno, seja pela sobrecarga no sistema musculoesquelético, manutenção da postura ortostática ou por atividades realizadas durante todo dia que resultam em maior cansaço e fadiga. De intensidade frequentemente moderada o efeito “em pontada” é o mais descrito por gestantes. O estudo de Madeira et al (2013) ainda reforça que a irradiação da lombalgia ocorre com maior prevalência nas pernas, seguida da coxa, abdome e nádegas. O repouso foi o fator de melhora mais adotado para o alívio da dor entre o grupo de mulheres analisadas. Com intuito de avaliar a prevalência e repercussões na qualidade de vida de gestantes diante a lombalgia, Brito e seus colaboradores (2014) obtiveram uma prevalência de dor lombar de 87,1% da amostra, na qual 72,1% descreveram uma duração de quadro álgico prolongada e superior a 60 minutos. Para os autores, a lombalgia durante a gestação trás significativas repercussões físicas e mentais, chegando a um comprometimento do sono, depressão e limitações funcionais. 29 4 PUERPÉRIO Segundo Souza et al (2013), o puerpério é a nomenclatura utilizada para classificar o período que consiste no pós parto. Momento que a mulher se torna mais vulnerável e insegura perante estigmas sociais,uma vez que mudanças intra e interpessoais são desencadeadas pelo parto. Para Castro (2015) após a gestação, o corpo feminino já não é mais o mesmo, visto que já passou por um processo gravídico e parturiente. O puerpério é considerado uma etapa variável temporariamente, é nele que as alterações sistêmicas e locais retomam seu estado pré-gravídico. Inicia-se após expulsão da placenta e de membranas ovulares, estendendo-se até o período que todos os órgãos retornam à sua normalidade. (LEITE; ARAUJO, 2012; CASTRO, 2015). A involução e recuperação da musculatura uterina e da mucosa vaginal são as principais ações do puerpério, tempo que pode levar em média de seis a oito semanas (figura 6). É classificado em pós-parto imediato (1º ao 10º dia), tardio (11º ao 45º dia) e remoto, retorno às condições pré-gravídicas que vai além dos 45 dias. (RETT et al., 2012; FREITAS, 2008). Figura 6 – Involução uterina pós-parto Fonte: REZENDE, 2000 A retomada das modificações durante o puerpério ocorre de forma rápida se levar em consideração todo processo gestacional. Com início de duas horas após a 30 saída da placenta, o corpo feminino ainda estará sofrendo transformações da gestação, principalmente perante a amamentação que tem seu ápice durante o puerpério com a liberação de colostro e formação da apojadura. (CASTRO, 2015). Quanto aos aspectos genitais durante o puerpério: O útero atinge a cicatriz umbilical após o parto e posteriormente regride em torno de um centímetro ao dia, de forma irregular. A recuperação do endométrio inicia-se a partir do 25º dia pós-parto. O colo do útero apresenta- se edemaciado e pode apresentar lacerações, e se fechará em torno do 10º dia. A vagina apresenta-se edemaciada, congesta e atrófica, iniciando-se sua recuperação no 25º dia (esta recuperação é mais tardia nas mulheres que amamentam). (MESTIERI; MENEGUETTE; MENEGUETTE, 2005, p.6). Além de restabelecer aspectos genitais, com o puerpério outras alterações sistêmicas são restauradas. O padrão respiratório é restabelecido facilitando a função do diafragma uma vez que foi limitada pelo aumento do volume abdominal. Proporciona a retomada de um melhor esvaziamento gástrico, através da recuperação de vísceras abdominais à sua originalidade. (MESTIERI; MENEGUETTE; MENEGUETTE, 2005; CESTÁRI et al., 2017). A parede abdominal torna-se flácida e em seu primeiro momento pode ser evidenciado a diástase do músculo reto abdominal formado por pele, tecido subcutâneo, fáscias e peritônio. Sua tonicidade ocorre de forma lenta, sendo recuperada aproximadamente em seis semanas. (CASTRO, 2015). A restauração do sistema renal também é retomada durante o puerpério: Traumas podem ocorrer à uretra, ocasionando desconforto à micção e até mesmo retenção urinária, situação atenuada pelo aumento da capacidade vesical que ocorre normalmente neste período. A puérpera pode experimentar nos primeiros dias pós-parto um aumento do volume urinário, pela redistribuição dos líquidos corporais. (MESTIERI; MENEGUETTE; MENEGUETTE, 2005, p.6). A recuperação do sistema endócrino à sua normalidade se dá a partir do rápido desaparecimento dos níveis de gonadotrofina corônica. A queda de estrogênio ocorre de forma súbita, ligada ao término da atividade placentária. (MESTIERI; MENEGUETTE; MENEGUETTE, 2005). 5 DIÁSTASE DO RETO ABDOMINAL As alterações sofridas principalmente na região abdominal, seja pelo crescimento do útero, ganho de peso materno ou aumento da concentração de líquido amniótico, permite uma frouxidão na linha alba e de retos abdominais que deixam 31 espaços de maios ou menos 1 a 3 cm entre o ventre muscular, caracterizando assim a diástase (figura 7). (CASTRO, 2015; SANTOS, 2016). Figura 7 – Separação do músculo reto abdominal da linha alba Fonte: www.revistapilates.com.br A diástase fisiológica, até 3 cm, do músculo reto abdominal (DMRA) não provoca dor ou desconforto. Porém, seu estiramento excessivo pode levar a complicações na capacidade da musculatura abdominal, interferindo na estabilização do tronco e propiciando o aparecimento de dor lombar, além de favoráveis disfunções urogineológicas e hérnias viscerais. (CASTRO, 2015; DEMARTINI et al., 2016; URBANO et al., 2019). Vale destacar que “Em grande parte das gestantes acometidas, a separação dos músculos é nítida, podendo variar entre 2 a 10 centímetros.” (FEITOSA, G. Z.; SOUZA, V. R L.; LOURENZI, V. G. C. M., 2017, p. 241). Para Alvarenga e Ferreira (2014) e Baracho (2018), problemas significativos podem advir quando for ultrapassado o limite de até 3 cm (fisiológica). Tal distúrbio muscular pode apresentar uma regressão no puerpério tardio ou pode não desaparecer completamente em um ano pós-parto. Após a expulsão da placenta, tanto a diástase fisiológica quanto órgãos que sofreram alterações na gravidez retornam à sua normalidade entre seis a oito semanas. (LEITE; ARAÚJO, 2011) http://www.revistapilates.com.br/ 32 A DMRA é observada inicialmente no segundo trimestre de gestação, exacerbando-se nos três últimos meses em razão do maior volume abdominal, assim como no pós parto. (FERREIRA, 2014) O afastamento dos feixes musculares do reto abdominal ocorre aproximadamente em 66% das gestantes no terceiro trimestre, podendo se estender de 30 a 60% no período de pós-parto. (RETT, 2012). Quanto à sua localização, evidenciam-se tanto abaixo quanto acima da região umbilical. Apresentando também incompatibilidade na literatura quanto sua prevalente localização, levando em consideração sua diferente forma de avaliação. (CASTRO, 2015; LEITE; ARAÚJO, 2011). A terminologia da DMRA depende da sua localização, podem ser divididas em: supraumbilical (SU) – acima do umbigo, umbilical, infraumbilical (IU) – abaixo do umbigo. (CASTRO, 2015; LEITE; ARAUJO, 2012). Em estudo realizado por Rett et al. (2012), com objetivo de avaliar a DMRA em primíparas e multíparas submetidas exclusivamente a partos vaginas, constatou-se uma maior prevalência de DMRA na região supraumbilical (SU) comparada com a região infraumbilical (IU), independente da paridade. Em evidências disponíveis por Herpich, Martins e Fernandes (2018), com 202 puérperas submetidas ao parto normal e cesárea, foi observado uma maior localização da diástase em toda extensão muscular, ou seja, em ambas diástases, com 81,34% além de um maior limiar de dor lombar de 6,3 (±2,3) graus na escala EVA. A região SU contou com 21,43% e IU com 6,21%. Em seu estudo também foi constatado que quanto mais filhos, maior a DMRA e quanto maior o peso do feto, maior um comprometimento dos retos abdominais. Por outro lado, em pesquisa realizada por Feitosa (2017) com 24 mulheres de idade gestacional de 38º a 40º semanas, foi percebido que a região com maior implicação foi a região umbilical (52%), comparado com a região SU (36%) e IU (11%). Embora não haja consenso sobre sua prevalência, diversos fatores podem ser associados ao surgimento da DMRA, seja pela anatomia da pelve, peso do bebê, multíparas gestações, gravidez múltipla, tipo de parto, idade materna, presença de flacidez da musculatura abdominal pré-gravídica, polidrâmnio, obesidade, macrossomia fetal e outros. (RETT et al., 2012; VASCONCELOS et al., 2017). Mulheres com maior número de gestações e com idade mais avançada, apresentam uma DMRA mais elevada. Sucessivas gestações e partos podem 33 contribuir para o estresse mecânico cumulativo de tecido conectivo da parede abdominal. (RETT et al., 2012). Conforme o resultado do trabalho de Sousa et al (2009), em estudo realizado com 30 puérperas na fase hospitalar com objetivo de mensurar a DMRA quanto a paridade, peso do recém-nascido (RN) e sedentarismo materno, na Maternidade do Hospital do Satélite em Teresina, comprova que o peso do RN tem influência (11,17%) sobre o aumento da DMRA, ou seja, quando maioro peso do recém-nascido maior a probabilidade de apresentar aumento da diástase abdominal. O estudo concluiu ainda que mulheres multigestas tem maior propensão de adquirir a DMRA comparada com primigestas e secundigesta, visto que o aumento da elasticidade do tecido conjuntivo e flacidez da musculatura se renova a cada novo parto. Quanto a inatividade física, foi constatado que puérperas que realizavam regularmente atividade física apresentaram menor média da DMRA (2,8cm) comparada com aquelas faziam pouco exercício, com média de (3,7cm). Quando a DMRA começa a manifestar diversas sintomatologias prejudiciais à saúde da mulher na pós gestação, deve-se iniciar seu tratamento o quanto antes. A fim de promover uma recuperação das alterações provocada em seu corpo, e diminuir grandes desconfortos que em sua maioria afeta o estado físico e emocional. (URBANO et al., 2019). 5.1 Diagnóstico para diástase do músculo reto abdominal A tomografia computadorizada (TC) é apontada como padrão-ouro para avaliar a parede abdominal, porém a mesma expõe a paciente a radiações e possui um custo elevado. Outra técnica não invasiva para detecção da DMRA é ultrassonografia (US), com custo relativo que pode ter a qualidade da imagem interferida pelo depósito de gordura e fibrose, além de depender de um profissional habilidoso. (RETT et al., 2012). Por isso, tem sido sugerido a utilização de paquímetro, fita métrica e/ou palpação. A técnica de palpação, mais empregada e de fácil aplicação, consiste em inserir os dedos horizontalmente na linha alba, para estabelecer o espaçamento dos músculos reto abdominais. A utilização do paquímetro determina medidas mais exatas e objetivas, sendo considerado um instrumento de avaliação fidedigno (figura 8). (PITANGUI et al., 2016). 34 Figura 8 – Paquímetro, instrumento utilizado para mensuração da DMRA Fonte: www.lojadomecanico.com.br Para a avaliação da DMRA é solicitado que a mulher, em decúbito dorsal, fique com os joelhos e quadris fletidos, com os pés apoiados na cama e braços estendidos ao longo do corpo. Por seguinte, é requerido que a mesma realize flexão anterior de tronco até que o ângulo inferior da escápula não tenha mais contato com a cama. Posteriormente o examinador deve apalpar os limites das bordas mediais do MRA e então realizar a mensuração. (figura 09). (URBANO et al., 2019; LEITE; ARAUJO, 2012). Figura 09 – Teste para Diástase do músculo Reto Abdominal Fonte: BARACHO, 2018 35 5.2 Tratamento para diástase do músculo reto abdominal Convém destacar que “Os exercícios de fortalecimento na DMRA são os mais indicados após o período de puerpério.” (URBANO et al., 2019, p.15). Para isso, o auxílio de um profissional capacitado se faz necessário a fim de reduzir o quadro de separação do músculo reto abdominal e proporcionar ativação na função de sustentação de toda musculatura abdominal. (URBANO et al., 2019). O tratamento conservador atua na focalização do fortalecimento muscular. Entre as técnicas de fisioterapia, encontra-se a ginástica abdominal hipopressiva (GHH) com intuito da promoção do fortalecimento muscular abdominal e pélvico durante o período puerperal. Vale destacar que tais exercícios devem obedecer a subjetividade de cada paciente, iniciando no primeiro ou segundo dia após o parto. (FRANCHI; RAHMEIER, 2016). Em pesquisa realizada por Vasconcelos et al. (2017), o Pilates mostrou-se bastante eficiente na prevenção e redução da DMRA devido sua suavidade e leveza dos movimentos, o que por consequência promoveu um aumento na abertura da caixa torácica, fortalecimento dos músculos abdominais e de assoalho pélvico. O fortalecimento muscular abdominal é fundamental tanto no período pré quanto no período pós-natal. A associação com atividades aeróbicas e exercícios resistidos para membros superiores e inferiores é de suma relevância para sustentação do bebê, além de reduzir uma má postura da coluna e pescoço, e dificuldade na amamentação no período pós gestacional. (URBANO et al., 2019). Outro método de tratamento é a eletroestimulação, corrente russa, propiciando uma recuperação mais rápida do que a fisiológica e com objetivo de correção da flacidez muscular. A radiofrequência, técnica não invasiva, trabalha com a diminuição do colágeno e aumento de fibroblastos que culmina, através do calor na melhora da flacidez cutânea. (URBANO et al., 2019). Com o passar dos anos, novas técnicas têm sido empregadas no mercado com a intenção de reduzir maiores danos e melhorar a qualidade de vida materna. A bandagem elástica tem por objetivo proporcionar maior estabilidade muscular através da contenção da distensão abdominal. O objetivo é corrigir a função motora dos músculos debilitados além de proporcionar relaxamento e melhor execução nas atividades de vida diária. (VASCONCELOS et al., 2019). 36 Conforme Pinto e Pinto (2011), em seu estudo de caráter experimental e relato de caso com puérpera de 32 anos, realizado no Hospital Universitário São Francisco (HUSF) e na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade São Francisco (CEF-USF) em Bragança Paulista/SP, foi conduzido através de processo intervencionista com uso de bandagem elástica logo no primeiro dia de pós parto vaginal. Após avaliação, constatou-se uma DMRA a nível infraumbilical e supraumbilical de 5,4cm e 6,00cm, respectivamente. Com a permanência da kanesiotape por 5 dias e reavaliação, contatou-se diminuição da DMRA a nível de IU de 3,8cm e SU de 3,6cm, o que ratifica a eficiência da bandagem elástica funcional na involução da DMRA no puerpério imediato. Além de atividades realizadas em solo, os efeitos fisiológicos da água também podem ajudar a diminuir as repercussões negativas do processo gestacional. O alívio da dor e de espasmos musculares, a melhora do retorno venoso, manutenção e melhora da amplitude de movimento, melhora da força e resistência muscular e melhora da marcha são alguns dos benefícios que a hidroterapia pode proporcionar. (VASCONCELOS et al., 2019; SEBBEN, V, 2011). Além do tratamento conservador, outro método bastante utilizado para reparação da DMRA é a cirurgia plástica, utilizada quando ocorre um expressivo afastamento muscular que esteja comprometendo da qualidade de vida da mulher. Com objetivo de corrigir alterações de toda região abdominal, seja para região cutânea com melhora de flacidez, cicatriz ou estrias, quanto para região subcutânea com correção da diástase patológica, tecido celular frouxo, abaulamento e hérnias. (HERPICH; MARTINS; FERNANDES, 2018; URBANO et al., 2019). 37 6 METODOLOGIA 6.1 Tipo de pesquisa O presente estudo é de natureza exploratória, descritiva e bibliográfica que alude à cerca das produções já existentes sobre o tema em questão. 6.2 Coleta de dados e amostra Este estudo trata-se de uma revisão da literatura, exploratória, descritiva e de cunho qualitativo. Para sua construção, foi realizado um levantamento bibliográfico entre o período de janeiro a maio de 2020, por meio de busca eletrônica nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Latin American Literature in Health Sciences (LILACS), compreendendo literatura dos últimos dez anos, além de outros estudos que se alinham com a temática em questão. Inicialmente foram encontrados 40 artigos utilizando os seguintes descritores: Diástase; Reto do abdome; Fisioterapia; Lombalgia; Gestação. Perante a definição dos objetivos, entre os artigos pesquisados, o presente estudo buscou literaturas que contemplavam melhor o tema proposto. Nessa revisão foram utilizados como critério de inclusão: artigos com resumos e obra completa na íntegra; todos os segmentos de artigo (estudo clínico, atualização, revisão integrativade literatura e outros); publicações de língua portuguesa e estrangeira entre os anos de 2010 a 2020; estudos que em seu título conciliaram com o tema em questão. No que tange aos critérios de exclusão: artigos anteriores ao ano de 2010; obras que não foram possíveis o acesso completo; estudos que não adentraram sobre o assunto da presente pesquisa. Após seleção criteriosa, optou-se por 12 artigos que foram dispostos de acordo com seus respectivos pontos de abordagem (prevalência de diástase do músculo reto abdominal no puerpério, lombalgia gestacional e tratamento fisioterapêutico na DMRA e lombalgia gestacional), para construção do estudo. A seguir, o fluxograma detalha de forma progressiva a seleção dos mesmos (figura 05). 38 Figura 10 – Fluxograma de busca dos estudos Fonte: A autora (2021) A eleição dos 12 artigos para melhor explanar os resultados e discussões se deu a partir da enfatização que foi dada pelos autores acerca da temática em questão, de modo que aspirasse um maior embasamento teórico para esse estudo. 6.3 Análise de dados Foi realizada leitura cautelosa das obras selecionadas, nos quais foram elaborados fichamentos e resumos através do programa Software Microsoft Word 2012. Os dados obtidos, tais como: objetivo, ano da literatura, tipo de pesquisa, palavra-chave e nome do autor, foram organizados e discutidos perante os objetivos da presente pesquisa. Por seguinte, os artigos foram identificados e distinguidos a partir do contexto dos objetivos definidos. Seleção prévia de 40 artigos por meio eletrônico Excluído 7 artigos por não apresentar texto completo Excluído 10 artigos anteriores ao ano de 2010 Sobraram 23 artigos para análise criteriosa Das 23 obras, 12 foram selecionadas para constituição das discussões e resultados. 39 6.4 Aspectos éticos Levando em consideração que o vigente estudo se refere a uma revisão de literatura e por não conter em sua elaboração o envolvimento direto com seres humanos, não foi necessário atender as normas do Conselho Nacional de Saúde (CNS), sob a Resolução nº 466/1, e Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) que preconizam a participação dos mesmos. 40 7 RESULTADOS E DISCUSSÕES Após levantamento bibliográfico, inicialmente foram encontrados 40 artigos. Destes, após leitura de resumos, cruzamentos de palavras-chave e atendendo os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 12 estudos para melhor explanar acerca do assunto. A seguir encontram-se quadros elaborados abrangendo informações cruciais para o desenvolvimento do objetivo proposto. Os mesmos, contam com esclarecimentos como: sobrenome do autor, em sequência alfabética, e ano da publicação; título da obra; tipo de estudo; objetivos e seus resultados. Nesse contexto, é exposto em seu primeiro momento fatores que podem contribuir para o surgimento da diástase do músculo reto abdominal (DMRA), assim como a sua prevalência quanto à localização, seja no período gestacional ou puerperal. O quadro abaixo determina os melhores resultados sobre a temática em pauta. Quadro 1 – Fatores contribuintes para surgimento da diástase e sua prevalência, quanto à sua localização Autor/ Ano Título Tipo de estudo Objetivo Resultados Demartini, E. et al. 2016. Prevalência de diástase do músculo reto abdominal em puérperas. Corte transversal Determinar a prevalência de DMRA em primíparas e multíparas no puerpério imediato e investigar suas relações com nº de gestações, tipo de parto e ganho de peso durante a gestação. Prevalência da DMRA de 61,36% na amostra estudada, com maior incidência na região umbilical, seguida da região supraumbilical e infraumbilical. 41 Leite, A. C.; Araújo, k. k. 2012 Diástase dos retos abdominais em puérperas e sua relação com variáveis obstétricas. Corte transversal Confrontar a relação entre o valor das medidas da DMRA com variáveis obstétricas, como peso, altura, IMC, nº de gestações e outros, em puérperas de maternidades públicas de João Pessoa. Maior incidência da diástase supraumbilical associada à separação umbilical. Grupo com maior presença da diástase eram jovens multigestas, multíparas, de partos normais e com intervalo curto entre uma gestação e outra. Luna, D. C. B. et al. 2012 Frequência da diástase abdominal em puérperas e fatores de risco associados. Corte transversal Avaliar a frequência e as medidas da diástase abdominal no puerpério imediato e identificar fatores de risco associados, tais como diabetes, tipo de parto, peso do neonato e entre outros. Maior prevalência da DMRA em mulheres submetidas a parto cesário. Correlação positiva com o peso materno, peso do neonato, IMC e hipertensão arterial. Pitangui A. C. R. et al. 2015 Prevalência da diástase do músculo reto abdominal no puerpério imediato. Corte transversal Determinar a prevalência da diástase do músculo reto abdominal em primíparas e multíparas no puerpério imediato. Maiores valores da DMRA em multíparas. Maior prevalência da diástase em nível supraumbilical, umbilical e infraumbilical, respectivamente. Rett, M. T. et al. 2012 Diástase dos músculos reto abdominais no puerpério imediato de primíparas e multíparas Corte transversal Comparar a DMRA supra- umbilical e infra- umbilical entre multíparas e primíparas, correlacionando com a paridade, Maior significância da DMRA supraumbilical comparada com a infraumbilical em primíparas e multíparas. Não houve correlação da 42 após parto vaginal. idade materna, IMC e tempo de trabalho de parto. DMRA supraumbilical com o IMC e tempo de trabalho de parto. Fonte: A autora (2021) Durante o processo gestacional, é imprescindível o recrutamento da musculatura abdominal para permitir o crescimento uterino. Frente a tal acontecimento, o comprometimento na integridade da linha alba e separação dos feixes dos músculos retos abdominais permitem o surgimento da diástase do músculo reto abdominal (DMRA), mais frequente no terceiro trimestre gestacional e puerpério imediato. (LEMOS, A. et al., 2005; MESQUITA; MACHADO; ANDRADE, 1999.). A literatura ainda é controversa quando aos valores de afastamento da DMRA, ou seja, não há comprovações científicas que determinem um valor exato para ser considerada fisiológica ou patológica. Logo, autores fazem uso de distintos métodos e critérios em suas avaliações, o que por consequência culminam em diferentes resultados. (SILVA, et al., 2009). Das obras analisadas, apenas uma - Pitangui et al., 2016, utilizaram a palpação ou uso de polpas digitais para realização da mensuração da diástase abdominal, os demais fizeram uso de paquímetro digital analógico. Das literaturas selecionadas para discussão, notou-se uma maior prevalência de DMRA na região umbilical e supra umbilical, associada ou isoladamente. Fato que é explicado por Kisner e Colb (2005) e Borges e Valentin (2002) devido a região do músculo reto abdominal ser separado por três inserções tendíneas, apresentar mais de um ventre muscular e sofrer alongamento para permitir um pleno crescimento uterino. De acordo com Silva et al (2009), o fato da região infraumbilical não ser tão agredida, ou seja, apresentar menor incidência de diástase abdominal está relacionada com a sua morfologia. Anatomicamente, a Linha Alba é mais forte abaixo da cicatriz umbilical em detrimento da aponeurose de todos os quatros músculos da parede abdominal, isso significa uma maior disposição de fáscias recobrindo a regiãoinfraumbilical e consequentemente uma maior consistência na porção final nessa região, evitando maior rompimento de fibras e/ou feixes o que também pode dificultar uma mensuração mais precisa. Demartini et al (2016), Leite e Araújo (2012), Pitangui et al (2016) e Rett et al (2012) chegaram à conclusão de que a paridade tem influência no surgimento da DMRA. Segundo os autores a multiparidade é um fator que apresenta grande 43 probabilidade no desenvolvimento da distensão da parede abdominal. Corroborando com esses achados, Baracho (2018) e Freitas (2008) salientam que em uma gestante multípara a abertura dos retos abdominais é proporcionalmente maior, visto que a musculatura da parede abdominal já tenha sofrido estresses mecânicos no tecido conectivo em gestações posteriores. Ainda, os mesmos autores supracitados acreditam que a idade é um fator contribuinte para o desenvolvimento da DMRA. Acredita-se que quanto maior o número de gestações, partos anteriores e idade avançada, maior a probabilidade de a mulher vir a desenvolver a DMRA. Em estudo realizado com 100 puérperas, Leite e Araújo (2012) obtiveram como resultado uma prevalência de DMRA em 58,9% de mulheres submetidas ao parto normal, em comparação com 48,1% de mulheres que realizaram o parto cesário. Entretanto, Luna et al. (2012) que utilizaram de metodologia parecida com a de Leite e Araújo (2012), uso de paquímetro analógico e referência para aferição na cicatriz umbilical com 4,5 cm acima e abaixo, obtiveram resultado controverso, mulheres com parto cesário apresentaram valores da DMRA estatisticamente maiores que as puérperas que tiveram parto normal. O parto cesariano foi um critério de exclusão no estudo de Rett et al (2012) e Pitangui et al (2016). Infelizmente a literatura ainda é escassa sobre estudos que comparam a presença e incidência da DMRA em mulheres submetidas ao parto normal e cesariana, o que por consequência dificulta a discussão sobre o mesmo. O Índice de Massa Corpórea ou IMC também foi uma variável obstétrica analisada por todos os autos selecionados para discussão. Deles, Luna et al (2012) foram os únicos que encontraram relação entre a diástase, circunferência abdominal e peso materno. Em estudo com 89 puérperas, Luna e seus colaboradores obtiveram em seu estudo aproximadamente 50% das mulheres acima do seu peso. Tal resultado pode ser em detrimento da avaliação do estado nutricional das gestantes, o método utilizado na pesquisa- Atalah (1997), proporciona maior especificidade e sensibilidade em seus resultados. Luna et al (2012) ainda ressalta que essa relação pode está diretamente ligada ao aumento do número de células de tecido adiposo, perda em tamanho e quantidade de fibras musculares, além da retenção de líquido e o próprio excesso de ganho de peso durante a gestação, esses últimos podendo influenciar no desenvolvimento de hipertensão arterial e no aumento da DMRA. 44 Quanto a associação da DMRA com o peso do neonato, Luna et al (2012) ressaltaram que ação hormonal da progesterona, durante a gravidez, atua na oferta de nutrientes para o feto. O excesso de peso pré-gravídico mais o ganho de peso exagerado durante a gestação, resulta em uma relação linear com a mudança do ângulo de inserção dos músculos abdominais e pélvicos contribuindo para uma distensão excessiva e favorecendo a diástase do músculo reto abdominal. Dando prosseguimento a discussão, o quadro a seguir abordará temas referente a correlação da diástase do músculo reto abdominal com a dor lombar gestacional, quanto a sua intensidade, aspectos físicos e comprometimento na qualidade de vida materna. Quadro 2 – A correlação da diástase do músculo reto abdominal com dor lombar gestacional Autor/ Ano Título Tipo de estudo Objetivo Resultados Rodrigues L. S. et al. 2021 Aspectos físicos, dor lombar e diástase abdominal em gestantes. Corte transversal, observacional. Verificar a associação de aspectos físicos, dor lombar com a diástase do músculo reto abdominal Prevalência de 63,3% de DMRA na amostra analisada. Correlação significativa entre IMC e DMRA, CA e DMRA, CA e dor lombar e DMRA e dor lombar gestacional. Santos M. D. et al. 2016 A dimensão da diástase abdominal tem influência sobre a dor lombar durante a gestação? Corte transversal, observacional. Avaliar e comparar o surgimento e dimensão da DMRA no segundo e terceiro trimestre gestacional e correlacioná- la com presença e intensidade da lombalgia. Mulheres no terceiro trimestre gestacional apresentaram maior prevalência de diástase, maiores queixas de dor lombar intensa e maior comprometimento nas atividades de vida diária. 45 Santos T. B. et al. 2019 Existe relação entre dor lombar, diástase abdominal e capacidade funcional em gestantes? Análise qualiquantitativa Verificar a relação da DMRA, com dor lombar e capacidade funcional de primíparas saudáveis do município de Bauru/SP. Prevalência da DMRA em 62,8% das gestantes analisadas. Incidência moderada de dor lombar em primíparas, 89,74%. Associação entre a duração e ocorrência de lombalgia com a incapacidade funcional das gestantes. Fonte: A autora (2021) Na pesquisa de Rodrigues et al (2021) é validado o entendimento de que, em detrimento da pressão abdominal durante a gestação, a liberação de hormônios promove uma frouxidão ligamentar que como repercussão gera uma lordose acentuada, e que por consequência permite sobrecarga dos músculos lombares acarretando processo álgico nessa região. O intuito de Rodrigues et al (2021) em seu estudo foi verificar a associação de aspectos físicos (IMC e ganho de peso materno) e relatos de dor lombar com a diástase abdominal em primigestas no último trimestre gestacional. Após avaliação com trinta puérperas, com uso de questionários Oswestry, Rolland Morris, Escala Visual Analógica (EVA) e mensuração da diástase, chegou-se à conclusão de que 63,3% da amostra apresentavam DMRA, das quais 90% das gestantes reportaram dor lombar e 53,3% referiram uma duração dos sintomas de até três meses, a intensidade da dor através da escala EVA foi considerada moderada (5,83 pontos). Quanto ao aspecto físico, o estudo pontua que gestantes com sobrepeso possuem maior distanciamento de feixes na musculatura abdominal, favorecendo a DMRA e agravando a coluna lombar. Esses resultados reiteram a associação da tríade DMRA, aspectos físicos e dor lombar com a correlação positiva do IMC e DMRA, CA (circunferência abdominal) e DMRA, DMRA e dor lombar, CA e dor lombar. Assim como o estudo discutido anteriormente, Santos et al (2016) analisou a dimensão da DMRA no segundo e terceiro trimestre gestacional com a presença e intensidade de dor lombar. Contando com 128 gestantes, e após divisão dos grupos 2T e 3T, foi realizada aplicação de questionário Rolland Morris e escala EVA, e mensuração da DMRA com uso de paquímetro. Como resultado, a lombalgia gestacional esteve presente em 74% das mulheres analisadas referindo ao quadro 46 álgico diferentes intensidades. A dimensão da diástase foi maior no terceiro trimestre gestacional, ponto que valida as literaturas de Ferreira (2014) e Rett (2012) na medida que ocorre um maior volume uterino e maior afastamento de feixes musculares no final da gravidez. Em Santos et al (2019), houve a constatação de que a maioria das gestantes apresentam DMRA e dor lombar. A pesquisa realizada no período de agosto de 2017 a março de 2018, obteve como quociente valores de prevalência da diástase abdominal e lombalgia gestacional de 62,8% e 89,74%, respectivamente, dados que testificam os resultados de Leite e Araújo (2012) e Rett et al (2012), quando a prevalência de diástase acima da normalidade. 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