Buscar

MONOGRAFIA - DIÁSTASE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE SANTA TEREZINHA – CEST 
CURSO DE FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
FRANCYELLEN ANDRESSA SANTOS DA SILVA 
 
 
 
 
 
RELAÇÃO E FATORES ASSOCIADOS A DIÁSTASE DO MÚSCULO RETO 
ABDOMINAL COM A LOMBALGIA GESTACIONAL E TRATAMENTO 
FISIOTERAPÊUTICO: uma revisão de literatura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís 
2021 
 
 
FRANCYELLEN ANDRESSA SANTOS DA SILVA 
 
 
 
RELAÇÃO E FATORES ASSOCIADOS A DIÁSTASE DO MÚSCULO RETO 
ABDOMINAL COM A LOMBALGIA GESTACIONAL E TRATAMENTO 
FISIOTERAPÊUTICO: uma revisão de literatura 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia da 
Faculdade Santa Terezinha – (CEST), para obtenção 
do grau de Bacharel em Fisioterapia. 
 
 
Orientadora: Profa. Dra. Adriana Sousa Rêgo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Silva, Francyellen Andressa Santos da 
 
Relação e fatores associados a diástase do músculo reto abdominal com 
a lombalgia gestacional e tratamento fisioterapêutico: uma revisão de 
literatura./ Francyellen Andressa Santos da Silva. - São Luís, 2021. 
 
59 f. 
 
Orientador(a): Profa. Dra. Adriana Sousa Rêgo. 
 
Monografia (Graduação em Fisioterapia) – Faculdade Santa Terezinha, 
São Luís, 2021. 
 
1. Diástase-músculo reto abdominal. 2. Lombalgia gestacional. 3. 
Tratamento fisioterapêutico. I. Título. 
 
CDU 616.741-055.26:615.8 
 
CDU 347.628/.633 
 
FRANCYELLEN ANDRESSA SANTOS DA SILVA 
 
 
RELAÇÃO E FATORES ASSOCIADOS A DIÁSTASE DO MÚSCULO RETO 
ABDOMINAL COM A LOMBALGIA GESTACIONAL E TRATAMENTO 
FISIOTERAPÊUTICO: uma revisão de literatura 
 
Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia da 
Faculdade Santa Terezinha – (CEST), para obtenção 
do grau de Bacharel em Fisioterapia. 
 
 
Aprovada em / / 2021 
 
 
Profa. Adriana Sousa Rêgo (Orientadora) 
Dra. em Saúde Coletiva - UFMA 
Faculdade Santa Terezinha - CEST 
 
 
1º Examinador 
Titulação 
Instituição 
 
 
2º Examinador 
Titulação 
Instituição 
 
São Luís 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus, detentor de todo conhecimento. 
 À minha família, e em especial a minha 
eterna fonte de inspiração, minha avó, 
Francisca Costa Ferreira. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
À Deus, pelo dom da vida. Por permitir viver um momento tão sublime e 
memorável, por iluminar meus passos, me conceder forças e deixar que eu jamais 
desistisse do meu objetivo mesmo diante das dificuldades. A ele, toda honra e toda 
glória. 
À pessoa que jamais deixou de acreditar nos meus sonhos. Aquela que com 
sua palavra de bondade, força e coragem, sempre me incentivou a ser um ser humano 
melhor. Por mais que os dias se passem, os conselhos continuam vivos em meu 
coração, as lembranças e momentos de felicidades serão lembrados para sempre. 
Que eu seja como a senhora foi, mulher guerreira que nunca deixou de acreditar em 
seus sonhos, que nunca deixou se abater e que lutou bravamente pela vida. À minha 
melhor vó do mundo, Francisca Costa Ferreira. (in memória) 
A mulher que me deu à luz. Mãe, que sorte a minha de ser a sua filha, como 
tenho orgulho em dizer que sou filha de Ana Beatriz Ferreira dos Santos, uma mulher 
sinônimo de luta e força. Me espelho todo dia na senhora, agradeço pelas palavras 
de conselho, pela atenção, pelas orações, palavras de carinho e conforto, por prezar 
pela minha educação e jamais medir esforços para me proporcionar o melhor. À minha 
base e fonte de inspiração, o meu amor incondicional e muita gratidão. 
Pai, é aquele que cuida, protege e ensina seus filhos a trilhar o melhor caminho. 
Obrigada por ser um homem presente em minha vida, pelas broncas, assistência 
prestada e por me ensinar a ser uma pessoa melhor, mais justa e profissional, 
obrigada Alcides Nunes da Silva. 
Quem tem irmãos tem mais companheirismo e mais histórias para contar. Sou 
grata pela vida das minhas irmãs Francyanne A. Santos da Silva e Cleicyanne A. 
Santos da Silva, com suas presenças pude desabafar e rir durante a minha trajetória 
até aqui. Que a nossa união permaneça e que o nosso laço de companheirismo, 
solidariedade, compaixão e amor jamais se desfaça. Que possamos contar, sempre, 
uma com a outra. 
Agradeço a minha madrinha, Ana Célia Costa Ferreira, por jamais deixar de 
acreditar no meu potencial. Mesmo com a sua partida, os conselhos jamais serão 
esquecidos. Gratidão por fazer parte da minha história. (in memória) 
Aos meus familiares e amigos pelo incentivo durante a caminhada. Pelas 
palavras de conforto, pelos momentos vivenciados e pelas experiências adquiridas 
com todos. 
A minha orientadora, Adriana Sousa Rêgo, agradeço toda orientação e 
engrandecimento desse estudo. Profissional de responsabilidade e exemplo, obrigada 
pela disponibilidade e compromisso com esse trabalho. 
A instituição de ensino, pela união e parceria. Jamais questionei a qualidade da 
Faculdade Santa Terezinha – Cest, sempre proporcionando suporte e atendimento 
humanizado. Aos professores que eu tive a honra de conhecer, agradeço 
imensamente tudo que foi discutido em sala de aula e pelos ensinamentos durantes 
os 5 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A gravidez é um processo natural que resulta em alterações físicas, psíquicas e 
sociais. Desordens musculoesqueléticas e hormonais promovem mudanças no 
posicionamento anatômico da pelve e, associado ao crescimento uterino, podem 
causar estiramento nos feixes da parede abdominal, favorecendo o surgimento da 
diástase do músculo reto do abdome (DMRA). Este estudo teve por objetivo investigar 
a relação e fatores associados da diástase do músculo reto abdominal com a 
lombalgia gestacional e tratamento fisioterapêutico. A presente pesquisa reporta-se a 
uma revisão de literatura de caráter descritiva, exploratória e de cunho qualitativo. 
Realizada entre os meses de janeiro a maio de 2021, buscou-se embasamento 
científico através da coleta nas bases de dados LILACS, SCIELO, MEDLINE e de 
outros estudos que se alinhavam com a temática em questão. Sendo utilizado os 
seguintes descritores: diástase, reto do abdome, fisioterapia, lombalgia e gestação, 
de artigos publicados nos últimos dez anos na língua estrangeira e portuguesa. Como 
resultado, foram encontradas 40 obras dos quais 12 atenderam as características para 
serem inclusas no trabalho. A prevalência da diástase do músculo reto do abdome é 
em torno de 60%. Os fatores associados foram: idade, ganho de peso e aumento da 
circunferência abdominal. E como conduta terapêutica foram exercícios de 
fortalecimento muscular, exercício de propriocepção do assoalho pélvico, exercícios 
respiratórios, reeducação postural, relaxamento, alongamento global. Como 
conclusão, observou-se que fatores como IMC, sedentarismo, idade e o tipo de parto 
podem influenciar no surgimento da diástase abdominal e no comprometimento da 
região lombar e que exercícios físicos com orientações adequadas podem aliviar 
esses sintomas. 
 
Palavras-chave: Reto do Abdome. Diástase Abdominal. Lombalgia Gestacional. 
Fisioterapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Pregnancy is a natural process that results in physical, psychological, and social 
changes. Musculoskeletal and hormonal disorders promote changes in the anatomical 
position of the pelvis and along with uterine growth can cause stretching of the bundles 
in the abdominal wall, favoring the appearance of rectus abdominis diastasis (RMA). 
This study aimed to investigate the relationship and associated factors of rectus 
abdominis diastasis with gestational low back pain and physical therapy treatment. The 
current research refers to a descriptive, exploratory, and qualitative literature review. 
Such research was performed from January2021 to May 2021. A scientific basis was 
sought through data collection in LILACS, SCIELO, MEDLINE databases, and other 
studies aligned with the theme under question. The following descriptors were used 
diastasis, rectus abdominis, physiotherapy, low back pain, and pregnancy to find 
published papers in the last ten years both in foreign and Portuguese. As a result, 40 
works were found, and 12 of them met the characteristics to be included in this work. 
The prevalence of rectus abdominis diastasis as compared to the other descriptors is 
at around 60%. On the other hand, the associated factors used were age, weight gain, 
and waist circumference increase. Finally, as therapeutic approach, the keywords used 
were muscle strengthening exercises, proprioception exercise of the pelvic floor, 
breathing exercises, postural re-education, relaxation, global stretching. In conclusion, 
it was observed that factors such as BMI, sedentary lifestyle, age, and type of delivery 
can influence the onset of abdominal diastasis and the involvement of the lumbar 
region, and that physical exercises with appropriate guidance can relieve such 
symptoms. 
 
Keywords: Rectus abdominis. Abdominal Diastasis. Gestational low back pain. 
Physiotherapy. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Músculo oblíquo externo do abdome.............................................. 16 
Figura 2 - Músculo oblíquo interno do abdome............................................... 17 
Figura 3 - Músculo transverso do abdome...................................................... 18 
Figura 4 - Intersecções tendíneas do músculo reto do abdome..................... 19 
Figura 5 - Músculos do assoalho pélvico........................................................ 20 
Figura 6 - Involução uterina pós-parto............................................................ 29 
Figura 7 - Separação do músculo reto abdominal da linha alba..................... 31 
Figura 8 - Paquímetro..................................................................................... 34 
Figura 9 - Teste para Diástase do músculo Reto Abdominal.......................... 34 
Figura 10 - Fluxograma de busca dos estudos................................................. 38 
Quadro 1 - Fatores contribuintes para surgimento da diástase e sua 
 prevalência, quanto à sua localização............................................ 
 
40 
Quadro 2 - A correlação da diástase do músculo reto abdominal com a dor 
 lombar gestacional.......................................................................... 
 
44 
Quadro 3 - Intervenções fisioterapêuticas no tratamento da diástase do 
 músculo reto abdominal e lombalgia gestacional........................... 
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
AP Assoalho pélvico 
AVD´s Atividades da Vida Diária 
CA Circunferência Abdominal 
DMRA Diástase do Músculo Reto Abdominal 
EVA Escala Visual Analógica 
hCG Gonadotrofina Coriônica Humana 
IMC Índice de Massa Corpórea 
IU Infraumbilical 
LILACS Latin American Literature in Health Sciences 
MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online 
Mm Músculo 
MMII Membros Inferiores 
RPG Reeducação Postural Global 
RN Recém-nascido 
SCIELO Scientific Eletronic Library Online 
SU Supraumbilical 
TC Tomografia Computadorizada 
US Ultrassonografia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
pág. 
1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 12 
2 ANATOMIA DOS MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMINAL................ 15 
2.1 Músculo oblíquo externo do abdome................................................ 16 
2.2 Músculo oblíquo interno do abdome................................................. 17 
2.3 Músculo transverso do abdome......................................................... 18 
2.4 Músculo reto abdominal..................................................................... 19 
2.5 Assoalho pélvico................................................................................. 20 
3 GRAVIDEZ............................................................................................ 21 
3.1 Alterações na gravidez........................................................................ 22 
3.1.1 Alterações hormonais na gravidez.................................................... 24 
3.1.2 Alterações musculoesqueléticas na gravidez.................................. 26 
3.1.2.1 Lombalgia gestacional........................................................................... 27 
4 PUERPÉRIO.......................................................................................... 29 
5 DIÁSTASE DO MÚSCULO RETO ABDOMINAL................................. 30 
5.1 Diagnóstico para diástase do músculo reto abdominal.................. 33 
5.2 Tratamento para diástase do músculo reto abdominal................... 35 
6 METODOLOGIA.................................................................................... 37 
6.1 Tipo de pesquisa................................................................................. 37 
6.2 Coleta de dados e amostra................................................................. 37 
6.3 Análise dos dados............................................................................... 38 
6.4 Aspectos éticos................................................................................... 39 
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................... 40 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................. 51 
 REFERÊNCIAS..................................................................................... 53 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Durante a gestação e parto, alterações fisiológicas promovem transformações 
físicas, psíquicas e sociais, com o objetivo de proporcionar maior acomodação e 
desenvolvimento fetal. Tais alterações são resultados de quatro fatores: mudanças 
hormonais medidas no colágeno e no músculo involuntário; fluxo sanguíneo 
aumentado para útero e rins; ampliação e deslocamento do útero em decorrência do 
crescimento fetal; aumento do peso corporal e mudanças adaptativas no centro de 
gravidade e postura. (LEITE; ARAUJO, 2012; HERPICH; MARTINS; FERNANDES, 
2018). 
Na gravidez as modificações hormonais, principalmente ocasionada pela 
progesterona, estrogênio e relaxina, promovem maior extensibilidade e flexibilidade 
articular, o que permite maior frouxidão e maior afastamento de fibras musculares na 
região abdominal, que associada ao crescimento uterino pode influenciar em seu 
centro gravitacional cuja função muscular é dar apoio a coluna, permitir maior flexão, 
além do auxílio na expiração forçada e sustento de massa visceral. (FIRMENTO et al., 
2012; FLOYD, 2016). 
 Com mudanças biomecânicas e consequente alteração na estabilidade pélvica 
e da coluna vertebral, a musculatura abdominal sofrerá maior tensão articular. Durante 
o processo gravídico, o afastamento de fibras da musculatura reto abdominal é 
definido como diástase do músculo reto abdominal - DMRA. (LEITE; ARAUJO, 2012). 
O processo de diástase pode ocorrer por fatores como obesidade, flacidez na 
musculatura abdominal, inúmeras gestações, anatomia pélvica, casos de polidrâmnio 
e macrossomia fetal. Seu processo fisiológico é de mais ou menos 3 cm com sua 
regressão ou progressão. A evolução da diástase inicia-se no segundo trimestre 
gestacional com maior evolução nos últimos meses. (VASCONCELOS et al., 2017; 
ZAVANELLI et al., 2012; DERMATINI et al., 2016). 
Para Santos et al (2016), a literatura ainda é controversa quanto aos valores de 
referência da DMRA, quando considerá-la fisiológica ou patológica, além de 
questionamentos sobre utilização durante o período gestacional oupuerperal. 
Segundo Wagner et al (2017) o comprimento da musculatura reto abdominal 
pode aumentar até 115% em razão do progressivo e contínuo processo gestacional, 
levando ao enfraquecimento da musculatura. Logo, quanto maior o comprometimento 
muscular, maior sua instabilidade. 
13 
 
Em virtude do aumento abdominal e procedente DMRA, seu estiramento 
excessivo influencia na estabilização dinâmica de tronco e sobrecarga de estruturas 
osteomioarticulares favorecendo o desenvolvimento de dor lombar. (LEITE; ARAUJO, 
2012; CASTRO, 2015). 
 O aumento ponderal das mamas e crescimento uterino compromete o centro 
gravitacional, em razão da frouxidão articular o corpo tende a se descolar para frente 
e em compensação a mulher tende a projetar seu corpo para trás, evidenciando uma 
lordose acentuada. Em consequência, podem surgir processos álgicos decorrente da 
sobrecarga de músculos lombares e posteriores da coxa por tal postura adotada. 
(BARACHO, 2018; HERPICH; MARTINS; FERNANDES, 2018). 
Por ser queixa muito recorrente entre as gestantes, a lombalgia gestacional 
ainda é menosprezada pelos profissionais da saúde. Por outro lado, a depender da 
sua intensidade, pode repercutir em incapacidade motora e/ou psíquica afetando a 
saúde materna no período gravídico-puerperal. (RODRIGUES et al., 2021) 
Dessa forma, é necessária uma maior atuação preventiva e curativa do 
profissional de saúde na promoção do bem-estar e diminuição das alterações do 
processo gravídico. No que se refere a alterações biomecânicas e musculares, o 
fisioterapeuta é o profissional com maior respaldo técnico e científico para 
conscientizar a mulher sobre a importância de tonificar a musculatura abdominal e 
pélvica e diminuir os efeitos da diástase do músculo abdominal e lombalgia 
gestacional. (SOUSA; OLIVEIRA; LIMA, 2009). 
Logo, é de fundamental importância ser investigado sobre o tema em questão, 
que por ser um problema e queixa tão comum durante a gestação, trará conhecimento 
não somente para profissionais da saúde, mas para a sociedade como um todo, que 
terá um olhar mais cauteloso a essas mulheres. 
Visto que tais mudanças em curto tempo podem afastar a mulher do seu meio 
social, provocar prejuízos físicos, afastamento do trabalho, além de prejuízos 
econômicos para os serviços de saúde com cirurgias reparadoras. O presente estudo 
decidiu ser conduzido a partir da relação da diástase do músculo reto abdominal com 
a lombalgia gestacional, a fim de diminuir problemas e reforçar a importância do 
exercício físico durante e após todo processo gravídico. 
Este estudo trata-se de uma revisão de literatura, que adotou como objetivo 
geral: investigar a relação e fatores associados da diástase do músculo reto abdominal 
com a lombalgia gestacional e tratamento fisioterapêutico, assim como os objetivos 
14 
 
específicos: Identificar os fatores contribuintes para o surgimento da diástase e sua 
prevalência; a correlação da diástase do músculo reto abdominal com dor lombar; 
identificar quais as intervenções fisioterapêuticas utilizadas no tratamento da diástase 
do músculo reto abdominal e lombalgia gestacional. Realizado entre os meses de 
janeiro a maio de 2021, o trabalho buscou fundamentos em livros, capítulos de livros, 
artigos científicos, dissertações, revistas, anais de eventos, guias. 
Neste estudo será destacado em primeiro momento sobre a anatomia e 
constituição da parede abdominal, por seguinte será discutido sobre a gravidez e suas 
alterações no corpo feminino. Posteriormente, será enfatizado as alterações 
hormonais que influenciam diretamente no surgimento da DMRA e alterações 
musculoesqueléticas que influenciam no surgimento da lombalgia gestacional. O 
puerpério, momento que o corpo materno volta às suas normalidades também será 
destacado, assim como o surgimento da diástase, seu diagnóstico e tratamento. 
Por seguinte, será abordado sobre a metodologia e passo a passo para 
construção do trabalho, bem como o tipo de pesquisa, a coleta de dados e amostra, 
análise dos dados e aspectos éticos. 
Os resultados e discussões que subsidiaram este trabalho, contará com 
quadros com o intuito de uma melhor explanação acerca do assunto e de acordo com 
dados obtidos quanto ao desenvolvimento do mesmo. Por fim, o desfecho se dará de 
forma sucinta, dispondo de forma conclusiva e breve o que foi explanado nos capítulos 
anteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2 ANATOMIA DOS MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMINAL 
 
As paredes do abdome não possuem partes ósseas e são formadas por grupos 
de camadas musculares. Em sua subdivisão, a parede do abdome é formada por 
paredes anterior, laterais direita e esquerda e posterior. A delimitação entre a parede 
anterior e lateral é caracterizada como uma parede ântero-lateral, que se estende da 
caixa torácica até a pelve. Formada por pele e camada subcutânea, é composta 
especialmente por gordura, gordura extraperitoneal, peritônio, músculos com suas 
aponeuroses e fáscias. (MOORE, 2019). 
Os três conjuntos de músculos laminares da região ântero-lateral do abdome, 
são: oblíquo externo, oblíquo interno e transverso. Tais músculos se findam 
anteriormente em amplas aponeuroses que confinam em um quarto par de músculo 
na região medial, o reto do abdome. (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014). 
De modo geral, a parede do abdome tem como função: 
As paredes do abdome, musculoaponeuróticas, dinâmicas e formadas por 
diversas camadas não apenas se contraem para aumentar a pressão intra-
abdominal como também se distendem de modo considerável, acomodando 
expansões causadas pela ingestão de alimentos, gravidez, deposição de 
gordura ou doenças. (MOORE, 2019, p. 652, grifo do autor). 
 
Além da proteção de órgãos situados na caixa torácica e outras funções, a 
musculatura da parede do abdome contribui para realização dos movimentos de 
tronco e manutenção da posição ortostática e estabilização da pelve, quando em 
decúbito dorsal ou ventral se movem os membros inferiores. (DANGELO; FATTINI, 
2007). 
Quando contraem simultaneamente, os músculos da parede abdominal tendem 
a tracionar as costelas inferiormente e assim permitem a compressão do conteúdo 
abdominal. Tal ação empurra o diafragma para cima e dá assistência na expiração 
forçada. Quando os músculos contraem simultaneamente com o diafragma, e é 
realizada a manobra de Valsava, a maior pressão intra-abdominal auxilia na promoção 
da micção, tosse, espirro, defecação, grito, soluço, vômito, risada, assoada do nariz e 
parto. (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; LIPPERT, 2013). 
 
 
 
 
16 
 
2.1 Músculo oblíquo externo do abdome 
 
O músculo oblíquo externo (figura 1) do abdome é considerado largo, o maior 
e mais superficial dos três músculos laterais. Se origina através de faixas musculares 
a começar das superfícies externas das oitos costelas inferiores e suas fibras se 
inserem na linha alba, via aponeurose ampla, além de inserções na crista ilíaca, crista 
púbica e tubérculo púbico. Unidas, as fibras do lado direito e esquerdo possui o 
formato de V. (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014) 
Sua inervação se dá a partir dos ramos anteriores dos seis últimos nervos 
intercostais (T7-T12). A contração bilateral do músculo oblíquo externo realiza flexão 
da coluna vertebral e compressão da cavidade abdominopélvica. Quando agindo 
individualmente, contração unilateral, o músculo realiza flexão lateral de tronco para o 
mesmo lado e rotação de coluna vertebral para o lado oposto. (LIPPERT, 2013). 
 
Figura 1 – Músculo oblíquo externo 
 
Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014 
 
 
 
17 
 
2.2 Músculo oblíquo interno do abdome 
 
De posicionamento mais profundo que o Mm. Oblíquo externo, o músculo 
oblíquo interno (figura 2) do abdome é considerado o músculo intermediário da parede 
ântero-lateral, tem seu direcionamento perpendicular ao músculo oblíquo externo. Em 
forma de leque,a maioria das fibras seguem na direção superior e medial, e juntas, 
fibras do lado esquerdo e direito, têm o formato de V invertido. (LIPPERT, 2013; 
FILHO; PEREIRA, 2015). 
Possui como ponto de origem a metade lateral do ligamento inguinal, a fáscia 
ou aponeurose toracolombar e três quartos anteriores da crista ilíaca. Insere-se na 
margem inferior das três últimas costelas, crista púbica e bainha do músculo reto do 
abdome. (DANGELO; FATTINI, 2007). 
O músculo oblíquo interno do abdome é inervado tanto pelos nervos 
intercostais (T6-T12) quanto pelo primeiro nervo lombar (ramos ílio-hipogástrico e 
ilioinguinal). Da mesma ação que o músculo oblíquo externo, na contração bilateral o 
músculo oblíquo interno do abdome realiza flexão de tronco e compressão da parede 
abdominal. Na contração unilateral também é realizada a flexão lateral de tronco, 
contudo, o músculo tem ação inversa na rotação e roda o tronco para o mesmo lado. 
(DANGELO; FATTINI, 2007; LIPPERT, 2013). 
 
Figura 2: Músculo oblíquo interno 
 
 
Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014 
18 
 
2.3 Músculo transverso do abdome 
 
Considerado o músculo mais profundo, o Mm. Transverso (figura 3) do 
abdome é composto em sua maioria de fascículos que se direcionam 
transversalmente em torno da parede abdominal. Tem como pontos de origem a 
porção lateral do ligamento inguinal, a crista ilíaca, aponeurose toracolombar e as seis 
últimas cartilagens costais. Insere-se na linha alba, processo xifóide e púbis. 
(TORTORA, 2017). 
Inervado pelos seis últimos nervos torácicos espinais, tem como ação o auxílio 
na inspiração e expiração. Sua contração eleva as costelas e aumenta o diâmetro 
anteroposterior e lateral, originando a inspiração. De modo contrário, seu relaxamento 
deprecia as costelas, diminui o diâmetro anteroposterior e lateral da cavidade torácica, 
resultando na expiração. (FILHO; PEREIRA, 2015; TORTORA, 2017). 
 
Figura 3 – Músculo transverso do abdome 
 
Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014 
 
19 
 
Em razão de suas fibras musculares serem horizontal, o músculo transverso do 
abdome não tem participação direta nos movimentos de tronco. Entretanto, assim 
como os outros músculos da parede abdominal também é recrutado na compressão 
e sustentação do conteúdo da cavidade abdominal. (LIPPERT, 2013) 
 
2.4 Músculo reto abdominal 
 
O músculo reto do abdome localiza-se no sentido vertical da parede abdominal 
anterior. Tem como origem a região pubiana e trajeto final o processo xifóide e 
cartilagens costais da quinta a sétima costelas. Sua principal atribuição é a 
estabilização do tronco e mobilidade da coluna vertebral, seja para atividades 
cotidianas ou atléticas. Tem o encargo de manutenção postural e do equilíbrio, 
proteção de vísceras, estabilização pélvica e outros. (FILHO; PEREIRA, 2015). 
O músculo é caracterizado como poligástrico, ou seja, apresenta três ou quatro 
intersecções tendíneas (figura 4). Seu corpo muscular é interrompido por uma 
interseção a nível da cicatriz umbilical, outra na extremidade livre do apêndice xifóide, 
e a terceira entre o umbigo e o apêndice xifóide. (CASTRO, 2015; MARCHETTI, 
2005). 
 
Figura 4 – Intersecções tendíneas do músculo reto do abdome 
 
Fonte: WWW.bioesphera3d.com.br 
 
http://www.bioesphera3d.com.br/
20 
 
Sua limitação lateral é encerrada por uma bainha, linha semilunar, formada por 
lâminas anterior e posteriormente. A borda medial - linha alba, é fixada à parede 
anterior da bainha. (MARCHETTI, 2005). 
 
2.5 Assoalho pélvico 
 
 Em formato de funil ou cone suspenso, o assoalho pélvico (AP) é demarcado 
inferiormente pelo diafragma da pelve que é formado pelos músculos ísquiococcígeo 
e levantador do ânus e fáscias que envolvem suas faces superior e inferior. Tais 
músculos (figura 5) desempenham papel fundamental na sustentação de vísceras 
abdominopélvicas e manutenção da continência urinária e fecal. (MOORE, 2014.). 
O diafragma da pelve auxilia na separação da cavidade pélvica acima e abaixo 
do períneo. Se estende da região anterior do púbis até a região posterior do cóccix e 
de uma parede lateral da pelve até a outra. (TORTORA, 2017). 
 
Figura 5: Músculos do assoalho pélvico 
 
Fonte: TORTORA, 2017 
 
Considerado o maior e mais importante músculo do assoalho pélvico, o 
músculo levantador do ânus está fixado anteriormente ao corpo do púbis e 
posteriormente às espinhas isquiáticas. É inervado por nervos dos ramos de S4. Sua 
21 
 
estrutura é composta por três partes denominadas: puborretal; pubococcígeo; 
iliococcígeo. Juntos, mantêm uma contração tônica que atuam na manutenção da 
continência fecal e urinária, assim como viabilizam uma contração ativa em situações 
como tosse, espirro e outros. (SOBOTTA, 2000; BARACHO, 2018). 
O músculo ísquiococcígeo ou coccígeo se localiza na borda lateral da porção 
inferior do sacro e do cóccix, e se fixa no ligamento sacroespinal. Sua inervação se 
dá a partir de ramos dos nervos espinais S4 e S5. Semelhante a função que o Mm. 
levantador de ânus desempenha, o coccígeo também participa no tracionamento do 
cóccix anteriormente após a defecação ou parto. (BARACHO, 2018; TORTORA, 
2017). 
O comprometimento de musculaturas e ligamentos do AP podem suceder em 
distúrbios mecânicos de estruturas de sustentação. As alterações de níveis hormonais 
e o aumento do peso uterino durante a gestação podem ocasionar sobrecarga no 
assoalho pélvico e comprometer um bom equilíbrio pélvico e de cavidade abdominal 
resultando em más condições posturais. (BARACHO, 2018; OLIVEIRA, 2006). 
 
3 GRAVIDEZ 
 
No que tange ao aspecto conceitual, a gravidez é um evento decorrente da 
fecundação do óvulo pelo espermatozoide. O novo estilo de vida materno dura 
aproximadamente 40 semanas, com alterações profundas não somente na mulher 
como em todo seio familiar. (BRASIL, 2019; COUTINHO et al., 2014). 
 É um acontecimento morfológico e fisiológico que promove transformações 
físicas, psíquicas e sociais a fim de contribuir para um bom crescimento e 
desenvolvimento fetal. Por ser considerado um momento ímpar na vida de uma 
mulher, a gravidez traz consigo momentos jamais vivenciados por outros eventos. 
(SILVA; SILVA, 2009). 
Segundo Montenegro e Rezende (2017) o processo gestacional é calculado a 
partir do primeiro dia do último período menstrual. Tem como divisão: período pré-
termo (inferior a 37 semanas); termo (37 semanas completas há 42 semanas 
incompletas) e pós termo (42 semanas ou mais). 
A gestação pode ser dividida por trimestre. O primeiro consiste na concepção 
do óvulo até a décima segunda semana. O segundo trimestre é estabelecido da 
décima terceira até a vigésima quarta semana. Por fim, o terceiro e último trimestre é 
22 
 
definido da vigésima quinta a aproximadamente quadragésima semana, momento do 
parto. (OLIVEIRA et al., 2010; KISNER; COBY, 2005). 
 
3.5 Alterações na gravidez 
 
Desde que não tenha nenhuma contraindicação e perante os dias atuais, a 
mulher durante seu período gestacional pode realizar suas atividades do cotidiano 
normalmente. Visto que seu corpo passa por uma série de modificações e 
adaptações, sejam sutis ou marcantes, hormonais ou mecânicas, se faz necessário 
um acompanhamento pré e pós-natal e auxílio de uma equipe multiprofissional, com 
o objetivo de reduzir os efeitos deletérios do processo gestacional. (OLIVEIRA et al, 
2010; COSTA et al., 2010). 
Segundo Leite e Araújo (2012), as alterações durante o processo gravídico são 
provenientes de quatro fatores: alterações hormonais, localizadas no colágeno e no 
músculo involuntário; aumento do fluxo sanguíneo para útero e rins; deslocamento e 
aumento do útero em decorrência do crescimento fetal; elevação do peso corporal e 
mudanças adaptativas no centro de gravidade e postura. 
As principais alterações do corpo feminino transcorrem no sistema reprodutor, 
renal, neurológico, cardiovascular, gastrintestinal,respiratório, endócrino e 
dermatológico. (OLIVEIRA et al., 2010). 
O útero, órgão pequeno e quase sólido sofre transformações significativas 
durante a gestação para permitir o crescimento fetal. Apesar de não pertencer ao 
sistema musculoesquelético, é a principal causa das alterações estáticas e dinâmicas 
do esqueleto da gestante. Durante o processo gestacional pode causar estiramento 
da musculatura abdominal resultando na DMRA- diástase do músculo reto abdominal. 
(LEITE; ARAUJO, 2012). 
As alterações na parede torácica e do diafragma são notórias na gravidez. O 
relaxamento dos ligamentos das costelas permite aumento de 2 a 3 cm da região 
ântero-posterior e média total de 6 cm. Com aumento do útero e elevação 
diafragmática a respiração adota um padrão respiratório costal, a parte central do 
diafragma se achata e é exigido maior adaptação do corpo às alterações da gravidez. 
(ZUGAIB, 2012; MONTENEGRO; REZENDE, 2017). 
A partir do primeiro trimestre já é observado um aumento do consumo de 
oxigênio e metabolismo basal. A frequência respiratória em repouso aumenta de 14 
23 
 
para 18 ciclos por minuto. O aumento da ventilação minuto repercuti em dispneia, que 
é observado em 60% das gestantes e atinge seu ápice entre a 28º e 31º semana. 
(BURTI et al., 2006; ZUGAIB, 2012). 
Segundo Gayton e Hall (2011), o débito cardíaco e o volume de sangue 
materno aumentam durante a gravidez. Com o aumento do metabolismo materno, o 
débito cardíaco aumenta de 30% a 40% acima do normal na 27º semana gestacional. 
O volume sanguíneo pouco antes do parto aumenta cerca de 30% acima da 
normalidade, ocorrendo principalmente durante na última metade da gravidez, tal 
evento pode ser explicado pelo aumento no nível de aldosterona e estrogênio, por 
propiciar maior retenção de líquido nos rins, ou pela ativação da medula óssea que 
produz hemácias extras que resulta em cerca de 1 a 2 litros de sangue no sistema 
circulatório na época do nascimento do bebê. 
A constipação durante a gravidez é oriunda do relaxamento de fibras 
musculares lisa, do aumento de absorção de água e sódio na região do cólon sob a 
influência do hormônio progesterona. Por outro lado, o estrogênio induz os efeitos 
progestogênicos promovendo um relaxamento de esfíncter esofágico inferior e 
redução do seu peristaltismo, o que dificulta a passagem de fezes tornando-a 
endurecida e contribuindo para formação de hemorroidas. (ZUGAIB, 2012; QUEIROZ, 
2012). 
As desordens no sistema gastrintestinal também são dadas pela elevação nos 
níveis hormonais, que podem causar excesso de saliva ou sialorreia, e sangramento 
gengival, este último caracterizado por um aumento da sensibilidade da mucosa bucal, 
hiperemia e hipertrofia gengival. (QUEIROZ, 2012). 
O inchaço nas pernas e surgimento de varizes é bastante evidente durante a 
gestação. A compressão da veia cava através do útero dificulta o retorno venoso ao 
coração, assim como a compressão de veias pélvicas tendem um aumento de até três 
vezes na pressão venosa de membros inferiores gerando edemas. Antes do segundo 
trimestre, o trabalho cardíaco aumenta cerca de 40%. O aumento da volemia, 
aumento da relação volume-minuto e o aumento do peso corporal materno contribui 
de forma direta ou indireta para tal ação. (BURITI et al., 2006; REIS, 1993). 
Com crescimento uterino, logo no primeiro trimestre, é percebido a compressão 
da bexiga. Ao longo do processo, já no terceiro trimestre a cabeça do feto se encaixa 
na pelve restringindo ainda mais sua funcionalidade e ampliando sintomas e sinais 
como polaciúria, urgência para urinar e incontinência urinária de esforço, tornando-se 
24 
 
queixa comum entre as puérperas e causando constrangimentos e comprometimento 
na qualidade de vida materna. (QUEIROZ, 2010; TORTORA, 2016). 
Nos dois últimos trimestres gestacionais o ganho de peso materno torna-se 
mais perceptível. A gestante engorda aproximadamente de 11 kg a 15 kg durante o 
período gestacional, boa parte advinda do peso fetal, líquido amniótico da placenta e 
membranas fetais. O aumento do útero, das mamas e líquidos extracelular e no 
sangue e acúmulo de gordura também são fatores que contribuem para o aumento de 
peso materno. Tal ganho pode ultrapassar os 34 kg, visto que aumento na vontade de 
comer é proveniente da remoção de substratos alimentares do sangue materno para 
o feto e devido a fatores hormonais. (GUYTON; HALL, 2017). 
Convém esclarecer que perante esse contexto cabe frisar a atuação do sistema 
hormonal e alterações do sistema musculoesquelético, uma vez que suas influências 
contribuem diretamente para o surgimento da diástase do músculo reto abdominal. 
 
3.5.1 Alterações hormonais na gravidez 
 
Após a concepção, quando um óvulo é fertilizado por um espermatozoide 
dando início a uma gravidez, o corpo feminino sofre constantes modificações 
fisiológicas em um curto espaço de tempo com significativas alterações hormonais. 
Uma expressiva mudança no sistema endócrino, mais especificamente nos hormônios 
sexuais femininos, estrogênio e progesterona, além dos hormônios gonadotropina 
coriônica e somatomamotropina coriônica humana, desempenham um papel 
fundamental tanto para a mãe quanto para o feto. (GAUYTON; HALL, 2011; SILVA, 
2010). 
 A gonadotropina coriônica humana (hCG), hormônio que evita a menstruação 
e mantém ativo o corpo lúteo, utilizado para detecção da gravidez é encontrado pela 
primeira vez entre 8 a 9 dias após a ovulação e atinge seu nível máximo em torno da 
10º a 12º semana gestacional. Sem a persistência do corpo lúteo, a progesterona e 
estrogênio teriam sua funcionalidade comprometida, resultando no término do 
desenvolvimento fetal e culminando para sua eliminação em poucos dias. 
(GAUYTON; HALL, 2011; SILVA, 2010). 
 Em estudos analisados por Cole (2012), o receptor hCG/LH é encontrado no 
miométrio do útero. O crescimento uterino em linha e o crescimento fetal é controlado 
pelo hormônio glicoproteico, além da sua atuação sobre o relaxamento do miométrio 
e prevenção de contrações durante a gravidez. Os níveis de hCG pendem nas últimas 
25 
 
semanas de gravidez, no qual observa-se uma redução significativa nas primeiras 24-
32 horas, até sua regularização entre 1 a 3 semanas. 
A somatomamotropina coriônica humana ou hormônio lactogeno-placentário 
humano, é produzido após a implantação do óvulo fecundado. É responsável pela 
nutrição fetal, ou seja, permite uma maior quantidade de glicose e nutrientes 
(proveniente da mãe) para o feto em desenvolvimento. (SILVA, 2010). 
Durante o período gravídico, a progesterona desempenha a função de 
preservação da gravidez, ou seja, inibe a contratilidade uterina e impossibilita a 
expulsão fetal. Formado em grande quantidade pela placenta, a progesterona tem 
como efeito a redução do tônus muscular uterino, relaxamento da musculatura lisa, 
desenvolvimento das células alveolares e glandular produtora de leite, além de 
proporcionar um aumento de depósito de gordura. (GAUYTON; HALL, 2011). 
O estrogênio, hormônio responsável pelo desenvolvimento e características 
sexuais femininas, origina-se sua produção através do corpo lúteo que é posterior e 
gradualmente substituído pela placenta. A flexibilidade das articulações pélvicas, o 
aumento da camada intermediária da mucosa, a preparação para lactação, 
homeostase do cálcio no sistema músculo esquelético são algumas das funções 
desempenhadas pelo estrogênio durante a gravidez. (BARACHO, 2018). 
Para Gauyton e Hall (2017) a grande quantidade de estrogênio durante a 
gestação, causam: aumento do útero materno; aumento das mamas e crescimento de 
estruturas dos ductos das mamas e aumento da genitália externa feminina da mãe. 
Além da facilitação da passagem do feto pelo canal de parto, uma vez que articulações 
e ligamentos se tornam mais maleáveis. 
Assim como a progesterona, o estrogênio também é produzido em grande 
quantidade pela placentae é secretado em quantidade progressiva durante boa parte 
da gestação. A função que ambos desempenham é vital para o íntegro 
desenvolvimento gestacional, retornando às condições pré-gravídicas durante o 
período puerperal. (CASTRO, 2015). 
Além dos hormônios supracitados, o hormônio peptídico relaxina, observado 
somente em mulheres grávidas é produzido pelo corpo lúteo e secretado pelos tecidos 
placentários com maior concentração no primeiro trimestre gestacional. Ainda não há 
estudos claros quanto a sua função durante a gravidez. Em ratos e cobaias, o 
hormônio injetado causa relaxamento dos ligamentos da sínfise púbica, além da 
inibição de contrações uterinas. Após o parto, sua produção é interrompida podendo 
26 
 
persistir até cinco meses. (BARACHO, 2018; CASTRO, 2015; GAUYTON; HALL, 
2011). 
 
3.5.2 Alterações musculoesqueléticas na gravidez 
 
O desenvolvimento gestacional, além de alterações hormonais e 
hemodinâmicas, também passa por modificações biomecânicas que influenciarão na 
qualidade de vida materna. O aumento de peso corporal, frouxidão, flexibilidade 
ligamentar e presença de edemas, são fatores que contribuem para o aparecimento 
de complicações musculoesqueléticas e consequente participação na alteração 
postural, o que predispõe a gestante possíveis risco de quedas e lesões. (MOREIRA 
et al., 2011). 
Modificações proveniente do sistema endócrino podem provocar estiramentos 
na musculatura abdominal, atingindo principalmente os músculos reto abdominais, 
provocando mudanças no ângulo de inserção muscular e pélvico, além de promover 
uma diminuição na contração do mesmo. (FERREIRA, 2014; RETT et al., 2012). 
A marcha adotada durante a gestação, anserina, é caracterizada por passos 
curtos, base de sustentação alargada e falta de dissociação da cintura pélvico-
escapular. A mobilidade de trabalhadoras gestantes, que em seu cotidiano podem 
aumentar a fragilidade da musculatura compensatória lombar e cervical, favorecem o 
surgimento de lombalgias e cervicalgias com maior frequência. (BARACHO, 2018). 
Baracho (2018), ainda salienta para as dormências, dores e fraquezas em 
membros superiores que podem ser resultados da lordose acentuada a flexão anterior 
do pescoço. Por outro lado, Castro (2015) ressalta a presença de fraqueza e 
formigamento em membros inferiores, ocasionada pela compressão do sistema 
nervoso, referente a dor na região lombar podendo perdurar após o pós-parto. 
Para Oliveira et al (2010), as articulações dos pés e tornozelos também são 
comprometidas em razão da retenção de líquidos e formação de edemas que 
acontece principalmente no terceiro trimestre. A sobrecarga que a região do calcanhar 
sofre para suportar toda compensação corporal provoca maior queixa de dores nessa 
articulação. 
Como forma de neutralizar o desequilíbrio articular, oriunda da desordem do 
centro gravitacional e oscilação no centro de força, muitas grávidas adotam uma 
elevação e intensificação da coluna cervical e lombar, aumento da extensão do joelho 
27 
 
afim de manter o equilíbrio postural e diminuir risco de quedas, prevalente em 25% 
durante a gestação (CESTÁRI et al., 2017; MOREIRA et al., 2011). 
O comprometimento musculoesquelético durante a gestação promove 
processos álgicos frequentes que interferem de modo negativo na qualidade de vida 
materna, assim como na qualidade do sono, acometimento em atividades domésticas, 
disposição física e desempenho no trabalho. (OLIVEIRA et al., 2010). 
Logo, diante do exposto se faz necessário um adentro sobre a lombalgia 
gestacional e sua influência sobre a gravidez e demais considerações para melhor 
compreensão a respeito do assunto. 
 
3.5.2.1 Lombalgia gestacional 
 
Quanto a sua definição, segundo Carvalho et al (2017) e Brito et al (2014) a 
lombalgia é definida como uma condição dolorosa na região axial ou parassagital na 
região inferior do dorso, pontualmente na área entre o último arco costal e a prega 
glútea. 
A lombalgia é tida como uma sintomatologia de queixa comum entre as grávidas, 
é concebido que aproximadamente 50% das gestantes em algum momento da gravidez 
já relataram episódios álgicos na lombar. Com incidência no segundo trimestre 
gestacional, a lombalgia quando limitante, a depender da sua repercussão, pode 
interferir nas atividades de vida diária é consequente qualidade de vida materna. 
(BARBOSA; SILVA; MOURA, 2011; CARVALHO et al., 2017; GOMES et al., 2013). 
Sua etiologia ainda é desconhecida, todavia, de caráter multifatorial, acredita-se 
que a associação de fatores vasculares, hormonais, mecânicos e psicossociais podem 
colaborar para tal surgimento. (BRITO et al., 2014). 
Do ponto de vista hormonal, a hipermobilidade decorrente da frouxidão e 
relaxamento ligamentar propicia instabilidade e sobrecarga no sistema músculo 
esquelético que tracionam a coluna anteriormente permitindo o aparecimento de dor 
lombar. (BISHOP et al., 2015). 
No que concerne ao ponto de vista biomecânico, “Na gravidez, a coluna é um 
dos segmentos do corpo que mais sofre adaptações biomecânicas devido à 
perturbação das suas curvas fisiológicas [...].” (MOREIRA et al., 2011, p. 242). Para 
Baracho (2018), a alteração no centro gravitacional tende ao deslocamento corporal 
para frente em razão do aumento ponderal das mamas e crescimento uterino 
28 
 
abdominal. Para suprir tal deslocamento, o corpo projeta-se para trás (adotando 
postura em lordose), com aumento da base de sustentação e projeção das espáduas 
para trás. 
Segundo Moreira et al (2011) as alterações biomecânicas da postura no 
processo gestacional são respostas adaptativas à soma de fatores inerentes a esse 
período. Porém com o aumento progressivo da sobrecarga, os músculos flexores e 
extensores da coluna e extensores do quadril podem ser incapazes de realizar a 
estabilização das articulações lombar e sacroilícas. 
No tocante a relação entre retenção hídrica e lombalgia, entende-se que o 
estímulo progesterônico atua na promoção de edemas em partes moles que 
favorecem a diminuição de espaços entre as estruturas anatômicas contribuindo para 
manifestações sindrômicas de compressões nervosas e aparição da lombalgia. 
(SILVA; CARVALHO, 2011). 
No que alude sobre outros fatores de risco, tem-se que quanto mais nova a 
gestante, maior a probabilidade de progredir para uma lombalgia gestacional. Outra 
condição que contribui para o desenvolvimento e intensidade de dor lombar em 
gestantes é o seu ganho ponderal, número de gestações e peso fetal. (BARBOSA; 
SILVA; MOURA, 2011; CARVALHO et al., 2017) 
Em estudo de Gomes et al. (2013) chegou-se à conclusão que o agravo da dor 
lombar se dá principalmente no período noturno, seja pela sobrecarga no sistema 
musculoesquelético, manutenção da postura ortostática ou por atividades realizadas 
durante todo dia que resultam em maior cansaço e fadiga. 
De intensidade frequentemente moderada o efeito “em pontada” é o mais 
descrito por gestantes. O estudo de Madeira et al (2013) ainda reforça que a irradiação 
da lombalgia ocorre com maior prevalência nas pernas, seguida da coxa, abdome e 
nádegas. O repouso foi o fator de melhora mais adotado para o alívio da dor entre o 
grupo de mulheres analisadas. 
Com intuito de avaliar a prevalência e repercussões na qualidade de vida de 
gestantes diante a lombalgia, Brito e seus colaboradores (2014) obtiveram uma 
prevalência de dor lombar de 87,1% da amostra, na qual 72,1% descreveram uma 
duração de quadro álgico prolongada e superior a 60 minutos. Para os autores, a 
lombalgia durante a gestação trás significativas repercussões físicas e mentais, 
chegando a um comprometimento do sono, depressão e limitações funcionais. 
 
29 
 
4 PUERPÉRIO 
 
Segundo Souza et al (2013), o puerpério é a nomenclatura utilizada para 
classificar o período que consiste no pós parto. Momento que a mulher se torna mais 
vulnerável e insegura perante estigmas sociais,uma vez que mudanças intra e 
interpessoais são desencadeadas pelo parto. Para Castro (2015) após a gestação, o 
corpo feminino já não é mais o mesmo, visto que já passou por um processo gravídico 
e parturiente. 
O puerpério é considerado uma etapa variável temporariamente, é nele que as 
alterações sistêmicas e locais retomam seu estado pré-gravídico. Inicia-se após 
expulsão da placenta e de membranas ovulares, estendendo-se até o período que 
todos os órgãos retornam à sua normalidade. (LEITE; ARAUJO, 2012; CASTRO, 
2015). 
A involução e recuperação da musculatura uterina e da mucosa vaginal são as 
principais ações do puerpério, tempo que pode levar em média de seis a oito semanas 
(figura 6). É classificado em pós-parto imediato (1º ao 10º dia), tardio (11º ao 45º dia) 
e remoto, retorno às condições pré-gravídicas que vai além dos 45 dias. (RETT et al., 
2012; FREITAS, 2008). 
Figura 6 – Involução uterina pós-parto 
 
Fonte: REZENDE, 2000 
 
A retomada das modificações durante o puerpério ocorre de forma rápida se 
levar em consideração todo processo gestacional. Com início de duas horas após a 
30 
 
saída da placenta, o corpo feminino ainda estará sofrendo transformações da 
gestação, principalmente perante a amamentação que tem seu ápice durante o 
puerpério com a liberação de colostro e formação da apojadura. (CASTRO, 2015). 
Quanto aos aspectos genitais durante o puerpério: 
O útero atinge a cicatriz umbilical após o parto e posteriormente regride em 
torno de um centímetro ao dia, de forma irregular. A recuperação do 
endométrio inicia-se a partir do 25º dia pós-parto. O colo do útero apresenta-
se edemaciado e pode apresentar lacerações, e se fechará em torno do 10º 
dia. A vagina apresenta-se edemaciada, congesta e atrófica, iniciando-se sua 
recuperação no 25º dia (esta recuperação é mais tardia nas mulheres que 
amamentam). (MESTIERI; MENEGUETTE; MENEGUETTE, 2005, p.6). 
 
Além de restabelecer aspectos genitais, com o puerpério outras alterações 
sistêmicas são restauradas. O padrão respiratório é restabelecido facilitando a função 
do diafragma uma vez que foi limitada pelo aumento do volume abdominal. 
Proporciona a retomada de um melhor esvaziamento gástrico, através da recuperação 
de vísceras abdominais à sua originalidade. (MESTIERI; MENEGUETTE; 
MENEGUETTE, 2005; CESTÁRI et al., 2017). 
A parede abdominal torna-se flácida e em seu primeiro momento pode ser 
evidenciado a diástase do músculo reto abdominal formado por pele, tecido 
subcutâneo, fáscias e peritônio. Sua tonicidade ocorre de forma lenta, sendo 
recuperada aproximadamente em seis semanas. (CASTRO, 2015). 
A restauração do sistema renal também é retomada durante o puerpério: 
Traumas podem ocorrer à uretra, ocasionando desconforto à micção e até 
mesmo retenção urinária, situação atenuada pelo aumento da capacidade 
vesical que ocorre normalmente neste período. A puérpera pode 
experimentar nos primeiros dias pós-parto um aumento do volume urinário, 
pela redistribuição dos líquidos corporais. (MESTIERI; MENEGUETTE; 
MENEGUETTE, 2005, p.6). 
 
A recuperação do sistema endócrino à sua normalidade se dá a partir do rápido 
desaparecimento dos níveis de gonadotrofina corônica. A queda de estrogênio ocorre 
de forma súbita, ligada ao término da atividade placentária. (MESTIERI; 
MENEGUETTE; MENEGUETTE, 2005). 
 
5 DIÁSTASE DO RETO ABDOMINAL 
 
As alterações sofridas principalmente na região abdominal, seja pelo 
crescimento do útero, ganho de peso materno ou aumento da concentração de líquido 
amniótico, permite uma frouxidão na linha alba e de retos abdominais que deixam 
31 
 
espaços de maios ou menos 1 a 3 cm entre o ventre muscular, caracterizando assim 
a diástase (figura 7). (CASTRO, 2015; SANTOS, 2016). 
 
Figura 7 – Separação do músculo reto abdominal da linha alba 
 
Fonte: www.revistapilates.com.br 
 
A diástase fisiológica, até 3 cm, do músculo reto abdominal (DMRA) não 
provoca dor ou desconforto. Porém, seu estiramento excessivo pode levar a 
complicações na capacidade da musculatura abdominal, interferindo na estabilização 
do tronco e propiciando o aparecimento de dor lombar, além de favoráveis disfunções 
urogineológicas e hérnias viscerais. (CASTRO, 2015; DEMARTINI et al., 2016; 
URBANO et al., 2019). 
Vale destacar que “Em grande parte das gestantes acometidas, a separação 
dos músculos é nítida, podendo variar entre 2 a 10 centímetros.” (FEITOSA, G. Z.; 
SOUZA, V. R L.; LOURENZI, V. G. C. M., 2017, p. 241). Para Alvarenga e Ferreira 
(2014) e Baracho (2018), problemas significativos podem advir quando for 
ultrapassado o limite de até 3 cm (fisiológica). Tal distúrbio muscular pode apresentar 
uma regressão no puerpério tardio ou pode não desaparecer completamente em um 
ano pós-parto. 
Após a expulsão da placenta, tanto a diástase fisiológica quanto órgãos que 
sofreram alterações na gravidez retornam à sua normalidade entre seis a oito 
semanas. (LEITE; ARAÚJO, 2011) 
http://www.revistapilates.com.br/
32 
 
A DMRA é observada inicialmente no segundo trimestre de gestação, 
exacerbando-se nos três últimos meses em razão do maior volume abdominal, assim 
como no pós parto. (FERREIRA, 2014) 
O afastamento dos feixes musculares do reto abdominal ocorre 
aproximadamente em 66% das gestantes no terceiro trimestre, podendo se estender 
de 30 a 60% no período de pós-parto. (RETT, 2012). 
Quanto à sua localização, evidenciam-se tanto abaixo quanto acima da região 
umbilical. Apresentando também incompatibilidade na literatura quanto sua prevalente 
localização, levando em consideração sua diferente forma de avaliação. (CASTRO, 
2015; LEITE; ARAÚJO, 2011). 
A terminologia da DMRA depende da sua localização, podem ser divididas em: 
supraumbilical (SU) – acima do umbigo, umbilical, infraumbilical (IU) – abaixo do 
umbigo. (CASTRO, 2015; LEITE; ARAUJO, 2012). 
Em estudo realizado por Rett et al. (2012), com objetivo de avaliar a DMRA em 
primíparas e multíparas submetidas exclusivamente a partos vaginas, constatou-se 
uma maior prevalência de DMRA na região supraumbilical (SU) comparada com a 
região infraumbilical (IU), independente da paridade. 
Em evidências disponíveis por Herpich, Martins e Fernandes (2018), com 202 
puérperas submetidas ao parto normal e cesárea, foi observado uma maior 
localização da diástase em toda extensão muscular, ou seja, em ambas diástases, 
com 81,34% além de um maior limiar de dor lombar de 6,3 (±2,3) graus na escala 
EVA. A região SU contou com 21,43% e IU com 6,21%. Em seu estudo também foi 
constatado que quanto mais filhos, maior a DMRA e quanto maior o peso do feto, 
maior um comprometimento dos retos abdominais. 
Por outro lado, em pesquisa realizada por Feitosa (2017) com 24 mulheres de 
idade gestacional de 38º a 40º semanas, foi percebido que a região com maior 
implicação foi a região umbilical (52%), comparado com a região SU (36%) e IU (11%). 
 Embora não haja consenso sobre sua prevalência, diversos fatores podem ser 
associados ao surgimento da DMRA, seja pela anatomia da pelve, peso do bebê, 
multíparas gestações, gravidez múltipla, tipo de parto, idade materna, presença de 
flacidez da musculatura abdominal pré-gravídica, polidrâmnio, obesidade, 
macrossomia fetal e outros. (RETT et al., 2012; VASCONCELOS et al., 2017). 
Mulheres com maior número de gestações e com idade mais avançada, 
apresentam uma DMRA mais elevada. Sucessivas gestações e partos podem 
33 
 
contribuir para o estresse mecânico cumulativo de tecido conectivo da parede 
abdominal. (RETT et al., 2012). 
Conforme o resultado do trabalho de Sousa et al (2009), em estudo realizado 
com 30 puérperas na fase hospitalar com objetivo de mensurar a DMRA quanto a 
paridade, peso do recém-nascido (RN) e sedentarismo materno, na Maternidade do 
Hospital do Satélite em Teresina, comprova que o peso do RN tem influência (11,17%) 
sobre o aumento da DMRA, ou seja, quando maioro peso do recém-nascido maior a 
probabilidade de apresentar aumento da diástase abdominal. O estudo concluiu ainda 
que mulheres multigestas tem maior propensão de adquirir a DMRA comparada com 
primigestas e secundigesta, visto que o aumento da elasticidade do tecido conjuntivo 
e flacidez da musculatura se renova a cada novo parto. Quanto a inatividade física, foi 
constatado que puérperas que realizavam regularmente atividade física apresentaram 
menor média da DMRA (2,8cm) comparada com aquelas faziam pouco exercício, com 
média de (3,7cm). 
Quando a DMRA começa a manifestar diversas sintomatologias prejudiciais à 
saúde da mulher na pós gestação, deve-se iniciar seu tratamento o quanto antes. A 
fim de promover uma recuperação das alterações provocada em seu corpo, e diminuir 
grandes desconfortos que em sua maioria afeta o estado físico e emocional. 
(URBANO et al., 2019). 
 
5.1 Diagnóstico para diástase do músculo reto abdominal 
 
A tomografia computadorizada (TC) é apontada como padrão-ouro para avaliar 
a parede abdominal, porém a mesma expõe a paciente a radiações e possui um custo 
elevado. Outra técnica não invasiva para detecção da DMRA é ultrassonografia (US), 
com custo relativo que pode ter a qualidade da imagem interferida pelo depósito de 
gordura e fibrose, além de depender de um profissional habilidoso. (RETT et al., 2012). 
Por isso, tem sido sugerido a utilização de paquímetro, fita métrica e/ou 
palpação. A técnica de palpação, mais empregada e de fácil aplicação, consiste em 
inserir os dedos horizontalmente na linha alba, para estabelecer o espaçamento dos 
músculos reto abdominais. A utilização do paquímetro determina medidas mais exatas 
e objetivas, sendo considerado um instrumento de avaliação fidedigno (figura 8). 
(PITANGUI et al., 2016). 
 
34 
 
Figura 8 – Paquímetro, instrumento utilizado para mensuração da DMRA 
 
Fonte: www.lojadomecanico.com.br 
 
Para a avaliação da DMRA é solicitado que a mulher, em decúbito dorsal, fique com 
os joelhos e quadris fletidos, com os pés apoiados na cama e braços estendidos ao 
longo do corpo. Por seguinte, é requerido que a mesma realize flexão anterior de 
tronco até que o ângulo inferior da escápula não tenha mais contato com a cama. 
Posteriormente o examinador deve apalpar os limites das bordas mediais do MRA e 
então realizar a mensuração. (figura 09). (URBANO et al., 2019; LEITE; ARAUJO, 
2012). 
 
Figura 09 – Teste para Diástase do músculo Reto Abdominal 
 
Fonte: BARACHO, 2018 
 
 
 
35 
 
5.2 Tratamento para diástase do músculo reto abdominal 
 
Convém destacar que “Os exercícios de fortalecimento na DMRA são os mais 
indicados após o período de puerpério.” (URBANO et al., 2019, p.15). Para isso, o 
auxílio de um profissional capacitado se faz necessário a fim de reduzir o quadro de 
separação do músculo reto abdominal e proporcionar ativação na função de 
sustentação de toda musculatura abdominal. (URBANO et al., 2019). 
O tratamento conservador atua na focalização do fortalecimento muscular. 
Entre as técnicas de fisioterapia, encontra-se a ginástica abdominal hipopressiva 
(GHH) com intuito da promoção do fortalecimento muscular abdominal e pélvico 
durante o período puerperal. Vale destacar que tais exercícios devem obedecer a 
subjetividade de cada paciente, iniciando no primeiro ou segundo dia após o parto. 
(FRANCHI; RAHMEIER, 2016). 
Em pesquisa realizada por Vasconcelos et al. (2017), o Pilates mostrou-se 
bastante eficiente na prevenção e redução da DMRA devido sua suavidade e leveza 
dos movimentos, o que por consequência promoveu um aumento na abertura da caixa 
torácica, fortalecimento dos músculos abdominais e de assoalho pélvico. 
O fortalecimento muscular abdominal é fundamental tanto no período pré 
quanto no período pós-natal. A associação com atividades aeróbicas e exercícios 
resistidos para membros superiores e inferiores é de suma relevância para 
sustentação do bebê, além de reduzir uma má postura da coluna e pescoço, e 
dificuldade na amamentação no período pós gestacional. (URBANO et al., 2019). 
Outro método de tratamento é a eletroestimulação, corrente russa, propiciando 
uma recuperação mais rápida do que a fisiológica e com objetivo de correção da 
flacidez muscular. A radiofrequência, técnica não invasiva, trabalha com a diminuição 
do colágeno e aumento de fibroblastos que culmina, através do calor na melhora da 
flacidez cutânea. (URBANO et al., 2019). 
Com o passar dos anos, novas técnicas têm sido empregadas no mercado com 
a intenção de reduzir maiores danos e melhorar a qualidade de vida materna. A 
bandagem elástica tem por objetivo proporcionar maior estabilidade muscular através 
da contenção da distensão abdominal. O objetivo é corrigir a função motora dos 
músculos debilitados além de proporcionar relaxamento e melhor execução nas 
atividades de vida diária. (VASCONCELOS et al., 2019). 
36 
 
Conforme Pinto e Pinto (2011), em seu estudo de caráter experimental e relato 
de caso com puérpera de 32 anos, realizado no Hospital Universitário São Francisco 
(HUSF) e na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade São Francisco (CEF-USF) 
em Bragança Paulista/SP, foi conduzido através de processo intervencionista com uso 
de bandagem elástica logo no primeiro dia de pós parto vaginal. Após avaliação, 
constatou-se uma DMRA a nível infraumbilical e supraumbilical de 5,4cm e 6,00cm, 
respectivamente. Com a permanência da kanesiotape por 5 dias e reavaliação, 
contatou-se diminuição da DMRA a nível de IU de 3,8cm e SU de 3,6cm, o que ratifica 
a eficiência da bandagem elástica funcional na involução da DMRA no puerpério 
imediato. 
Além de atividades realizadas em solo, os efeitos fisiológicos da água também 
podem ajudar a diminuir as repercussões negativas do processo gestacional. O alívio 
da dor e de espasmos musculares, a melhora do retorno venoso, manutenção e 
melhora da amplitude de movimento, melhora da força e resistência muscular e 
melhora da marcha são alguns dos benefícios que a hidroterapia pode proporcionar. 
(VASCONCELOS et al., 2019; SEBBEN, V, 2011). 
Além do tratamento conservador, outro método bastante utilizado para 
reparação da DMRA é a cirurgia plástica, utilizada quando ocorre um expressivo 
afastamento muscular que esteja comprometendo da qualidade de vida da mulher. 
Com objetivo de corrigir alterações de toda região abdominal, seja para região cutânea 
com melhora de flacidez, cicatriz ou estrias, quanto para região subcutânea com 
correção da diástase patológica, tecido celular frouxo, abaulamento e hérnias. 
(HERPICH; MARTINS; FERNANDES, 2018; URBANO et al., 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
6 METODOLOGIA 
 
6.1 Tipo de pesquisa 
 
O presente estudo é de natureza exploratória, descritiva e bibliográfica que 
alude à cerca das produções já existentes sobre o tema em questão. 
 
6.2 Coleta de dados e amostra 
 
Este estudo trata-se de uma revisão da literatura, exploratória, descritiva e de 
cunho qualitativo. Para sua construção, foi realizado um levantamento bibliográfico 
entre o período de janeiro a maio de 2020, por meio de busca eletrônica nas bases de 
dados Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Medical Literature Analysis and 
Retrieval System Online (MEDLINE) e Latin American Literature in Health Sciences 
(LILACS), compreendendo literatura dos últimos dez anos, além de outros estudos 
que se alinham com a temática em questão. 
Inicialmente foram encontrados 40 artigos utilizando os seguintes descritores: 
Diástase; Reto do abdome; Fisioterapia; Lombalgia; Gestação. Perante a definição 
dos objetivos, entre os artigos pesquisados, o presente estudo buscou literaturas que 
contemplavam melhor o tema proposto. 
Nessa revisão foram utilizados como critério de inclusão: artigos com resumos 
e obra completa na íntegra; todos os segmentos de artigo (estudo clínico, atualização, 
revisão integrativade literatura e outros); publicações de língua portuguesa e 
estrangeira entre os anos de 2010 a 2020; estudos que em seu título conciliaram com 
o tema em questão. 
No que tange aos critérios de exclusão: artigos anteriores ao ano de 2010; 
obras que não foram possíveis o acesso completo; estudos que não adentraram sobre 
o assunto da presente pesquisa. 
Após seleção criteriosa, optou-se por 12 artigos que foram dispostos de acordo 
com seus respectivos pontos de abordagem (prevalência de diástase do músculo reto 
abdominal no puerpério, lombalgia gestacional e tratamento fisioterapêutico na DMRA 
e lombalgia gestacional), para construção do estudo. A seguir, o fluxograma detalha 
de forma progressiva a seleção dos mesmos (figura 05). 
 
 
38 
 
 
Figura 10 – Fluxograma de busca dos estudos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: A autora (2021) 
 
A eleição dos 12 artigos para melhor explanar os resultados e discussões se 
deu a partir da enfatização que foi dada pelos autores acerca da temática em questão, 
de modo que aspirasse um maior embasamento teórico para esse estudo. 
 
6.3 Análise de dados 
 
Foi realizada leitura cautelosa das obras selecionadas, nos quais foram 
elaborados fichamentos e resumos através do programa Software Microsoft Word 
2012. Os dados obtidos, tais como: objetivo, ano da literatura, tipo de pesquisa, 
palavra-chave e nome do autor, foram organizados e discutidos perante os objetivos 
da presente pesquisa. Por seguinte, os artigos foram identificados e distinguidos a 
partir do contexto dos objetivos definidos. 
 
 
 
Seleção prévia de 40 artigos por meio 
eletrônico 
 Excluído 7 artigos 
por não apresentar 
texto completo 
Excluído 10 artigos 
anteriores ao ano 
de 2010 
Sobraram 23 
artigos para 
análise criteriosa 
Das 23 obras, 
12 foram 
selecionadas 
para 
constituição das 
discussões e 
resultados. 
39 
 
6.4 Aspectos éticos 
 
Levando em consideração que o vigente estudo se refere a uma revisão de 
literatura e por não conter em sua elaboração o envolvimento direto com seres 
humanos, não foi necessário atender as normas do Conselho Nacional de Saúde 
(CNS), sob a Resolução nº 466/1, e Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) que 
preconizam a participação dos mesmos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
7 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Após levantamento bibliográfico, inicialmente foram encontrados 40 artigos. 
Destes, após leitura de resumos, cruzamentos de palavras-chave e atendendo os 
critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 12 estudos para melhor explanar 
acerca do assunto. A seguir encontram-se quadros elaborados abrangendo 
informações cruciais para o desenvolvimento do objetivo proposto. Os mesmos, 
contam com esclarecimentos como: sobrenome do autor, em sequência alfabética, e 
ano da publicação; título da obra; tipo de estudo; objetivos e seus resultados. 
Nesse contexto, é exposto em seu primeiro momento fatores que podem 
contribuir para o surgimento da diástase do músculo reto abdominal (DMRA), assim 
como a sua prevalência quanto à localização, seja no período gestacional ou 
puerperal. O quadro abaixo determina os melhores resultados sobre a temática em 
pauta. 
 
Quadro 1 – Fatores contribuintes para surgimento da diástase e sua prevalência, quanto à sua 
localização 
 
 
Autor/ 
Ano 
 
 
Título 
 
Tipo de 
estudo 
 
Objetivo 
 
Resultados 
 
Demartini, 
E. et al. 
2016. 
 
 
Prevalência 
de diástase 
do músculo 
reto 
abdominal em 
puérperas. 
 
 
Corte 
transversal 
 
Determinar a 
prevalência de 
DMRA em 
primíparas e 
multíparas no 
puerpério 
imediato e 
investigar suas 
relações com nº 
de gestações, 
tipo de parto e 
ganho de peso 
durante a 
gestação. 
 
Prevalência da 
DMRA de 61,36% na 
amostra estudada, 
com maior incidência 
na região umbilical, 
seguida da região 
supraumbilical e 
infraumbilical. 
41 
 
 
Leite, A. 
C.; 
Araújo, k. 
k. 2012 
 
 
Diástase dos 
retos 
abdominais 
em puérperas 
e sua relação 
com variáveis 
obstétricas. 
 
Corte 
transversal 
 
Confrontar a 
relação entre o 
valor das 
medidas da 
DMRA com 
variáveis 
obstétricas, 
como peso, 
altura, IMC, nº 
de gestações e 
outros, em 
puérperas de 
maternidades 
públicas de João 
Pessoa. 
 
Maior incidência da 
diástase 
supraumbilical 
associada à 
separação umbilical. 
Grupo com maior 
presença da diástase 
eram jovens 
multigestas, 
multíparas, de partos 
normais e com 
intervalo curto entre 
uma gestação e 
outra. 
 
Luna, D. 
C. B. et 
al. 2012 
 
 
Frequência da 
diástase 
abdominal em 
puérperas e 
fatores de 
risco 
associados. 
 
Corte 
transversal 
 
Avaliar a 
frequência e as 
medidas da 
diástase 
abdominal no 
puerpério 
imediato e 
identificar fatores 
de risco 
associados, tais 
como diabetes, 
tipo de parto, 
peso do neonato 
e entre outros. 
 
Maior prevalência da 
DMRA em mulheres 
submetidas a parto 
cesário. Correlação 
positiva com o peso 
materno, peso do 
neonato, IMC e 
hipertensão arterial. 
 
Pitangui 
A. C. R. 
et al. 
2015 
 
 
 
 
 
 
Prevalência 
da diástase 
do músculo 
reto 
abdominal no 
puerpério 
imediato. 
 
Corte 
transversal 
 
Determinar a 
prevalência da 
diástase do 
músculo reto 
abdominal em 
primíparas e 
multíparas no 
puerpério 
imediato. 
 
Maiores valores da 
DMRA em 
multíparas. Maior 
prevalência da 
diástase em nível 
supraumbilical, 
umbilical e 
infraumbilical, 
respectivamente. 
 
Rett, M. 
T. et al. 
2012 
 
 
 
 
Diástase dos 
músculos reto 
abdominais 
no puerpério 
imediato de 
primíparas e 
multíparas 
 
Corte 
transversal 
 
Comparar a 
DMRA supra-
umbilical e infra-
umbilical entre 
multíparas e 
primíparas, 
correlacionando 
com a paridade, 
 
Maior significância 
da DMRA 
supraumbilical 
comparada com a 
infraumbilical em 
primíparas e 
multíparas. Não 
houve correlação da 
42 
 
após parto 
vaginal. 
 
idade materna, 
IMC e tempo de 
trabalho de 
parto. 
DMRA 
supraumbilical com o 
IMC e tempo de 
trabalho de parto. 
Fonte: A autora (2021) 
 
Durante o processo gestacional, é imprescindível o recrutamento da 
musculatura abdominal para permitir o crescimento uterino. Frente a tal 
acontecimento, o comprometimento na integridade da linha alba e separação dos 
feixes dos músculos retos abdominais permitem o surgimento da diástase do músculo 
reto abdominal (DMRA), mais frequente no terceiro trimestre gestacional e puerpério 
imediato. (LEMOS, A. et al., 2005; MESQUITA; MACHADO; ANDRADE, 1999.). 
A literatura ainda é controversa quando aos valores de afastamento da DMRA, 
ou seja, não há comprovações científicas que determinem um valor exato para ser 
considerada fisiológica ou patológica. Logo, autores fazem uso de distintos métodos 
e critérios em suas avaliações, o que por consequência culminam em diferentes 
resultados. (SILVA, et al., 2009). Das obras analisadas, apenas uma - Pitangui et al., 
2016, utilizaram a palpação ou uso de polpas digitais para realização da mensuração 
da diástase abdominal, os demais fizeram uso de paquímetro digital analógico. 
Das literaturas selecionadas para discussão, notou-se uma maior prevalência 
de DMRA na região umbilical e supra umbilical, associada ou isoladamente. Fato que 
é explicado por Kisner e Colb (2005) e Borges e Valentin (2002) devido a região do 
músculo reto abdominal ser separado por três inserções tendíneas, apresentar mais 
de um ventre muscular e sofrer alongamento para permitir um pleno crescimento 
uterino. 
De acordo com Silva et al (2009), o fato da região infraumbilical não ser tão 
agredida, ou seja, apresentar menor incidência de diástase abdominal está 
relacionada com a sua morfologia. Anatomicamente, a Linha Alba é mais forte abaixo 
da cicatriz umbilical em detrimento da aponeurose de todos os quatros músculos da 
parede abdominal, isso significa uma maior disposição de fáscias recobrindo a regiãoinfraumbilical e consequentemente uma maior consistência na porção final nessa 
região, evitando maior rompimento de fibras e/ou feixes o que também pode dificultar 
uma mensuração mais precisa. 
Demartini et al (2016), Leite e Araújo (2012), Pitangui et al (2016) e Rett et al 
(2012) chegaram à conclusão de que a paridade tem influência no surgimento da 
DMRA. Segundo os autores a multiparidade é um fator que apresenta grande 
43 
 
probabilidade no desenvolvimento da distensão da parede abdominal. Corroborando 
com esses achados, Baracho (2018) e Freitas (2008) salientam que em uma gestante 
multípara a abertura dos retos abdominais é proporcionalmente maior, visto que a 
musculatura da parede abdominal já tenha sofrido estresses mecânicos no tecido 
conectivo em gestações posteriores. 
Ainda, os mesmos autores supracitados acreditam que a idade é um fator 
contribuinte para o desenvolvimento da DMRA. Acredita-se que quanto maior o 
número de gestações, partos anteriores e idade avançada, maior a probabilidade de 
a mulher vir a desenvolver a DMRA. 
Em estudo realizado com 100 puérperas, Leite e Araújo (2012) obtiveram como 
resultado uma prevalência de DMRA em 58,9% de mulheres submetidas ao parto 
normal, em comparação com 48,1% de mulheres que realizaram o parto cesário. 
Entretanto, Luna et al. (2012) que utilizaram de metodologia parecida com a de Leite 
e Araújo (2012), uso de paquímetro analógico e referência para aferição na cicatriz 
umbilical com 4,5 cm acima e abaixo, obtiveram resultado controverso, mulheres com 
parto cesário apresentaram valores da DMRA estatisticamente maiores que as 
puérperas que tiveram parto normal. O parto cesariano foi um critério de exclusão no 
estudo de Rett et al (2012) e Pitangui et al (2016). Infelizmente a literatura ainda é 
escassa sobre estudos que comparam a presença e incidência da DMRA em 
mulheres submetidas ao parto normal e cesariana, o que por consequência dificulta a 
discussão sobre o mesmo. 
O Índice de Massa Corpórea ou IMC também foi uma variável obstétrica 
analisada por todos os autos selecionados para discussão. Deles, Luna et al (2012) 
foram os únicos que encontraram relação entre a diástase, circunferência abdominal 
e peso materno. Em estudo com 89 puérperas, Luna e seus colaboradores obtiveram 
em seu estudo aproximadamente 50% das mulheres acima do seu peso. Tal resultado 
pode ser em detrimento da avaliação do estado nutricional das gestantes, o método 
utilizado na pesquisa- Atalah (1997), proporciona maior especificidade e sensibilidade 
em seus resultados. 
Luna et al (2012) ainda ressalta que essa relação pode está diretamente ligada 
ao aumento do número de células de tecido adiposo, perda em tamanho e quantidade 
de fibras musculares, além da retenção de líquido e o próprio excesso de ganho de 
peso durante a gestação, esses últimos podendo influenciar no desenvolvimento de 
hipertensão arterial e no aumento da DMRA. 
44 
 
Quanto a associação da DMRA com o peso do neonato, Luna et al (2012) 
ressaltaram que ação hormonal da progesterona, durante a gravidez, atua na oferta 
de nutrientes para o feto. O excesso de peso pré-gravídico mais o ganho de peso 
exagerado durante a gestação, resulta em uma relação linear com a mudança do 
ângulo de inserção dos músculos abdominais e pélvicos contribuindo para uma 
distensão excessiva e favorecendo a diástase do músculo reto abdominal. 
Dando prosseguimento a discussão, o quadro a seguir abordará temas 
referente a correlação da diástase do músculo reto abdominal com a dor lombar 
gestacional, quanto a sua intensidade, aspectos físicos e comprometimento na 
qualidade de vida materna. 
 
Quadro 2 – A correlação da diástase do músculo reto abdominal com dor lombar gestacional 
 
 
Autor/ 
Ano 
 
 
Título 
 
Tipo de estudo 
 
Objetivo 
 
Resultados 
 
Rodrigues 
L. S. et al. 
2021 
 
 
 
Aspectos 
físicos, dor 
lombar e 
diástase 
abdominal 
em 
gestantes. 
 
Corte 
transversal, 
observacional. 
 
Verificar a 
associação 
de aspectos 
físicos, dor 
lombar com a 
diástase do 
músculo reto 
abdominal 
 
Prevalência de 63,3% 
de DMRA na amostra 
analisada. Correlação 
significativa entre IMC 
e DMRA, CA e DMRA, 
CA e dor lombar e 
DMRA e dor lombar 
gestacional. 
 
Santos M. 
D. et al. 
2016 
 
 
 
A dimensão 
da diástase 
abdominal 
tem 
influência 
sobre a dor 
lombar 
durante a 
gestação? 
 
Corte 
transversal, 
observacional. 
 
Avaliar e 
comparar o 
surgimento e 
dimensão da 
DMRA no 
segundo e 
terceiro 
trimestre 
gestacional e 
correlacioná-
la com 
presença e 
intensidade 
da lombalgia. 
 
Mulheres no terceiro 
trimestre gestacional 
apresentaram maior 
prevalência de 
diástase, maiores 
queixas de dor lombar 
intensa e maior 
comprometimento nas 
atividades de vida 
diária. 
45 
 
 
Santos T. 
B. et al. 
2019 
 
Existe 
relação 
entre dor 
lombar, 
diástase 
abdominal 
e 
capacidade 
funcional 
em 
gestantes? 
 
Análise 
qualiquantitativa 
 
Verificar a 
relação da 
DMRA, com 
dor lombar e 
capacidade 
funcional de 
primíparas 
saudáveis do 
município de 
Bauru/SP. 
 
Prevalência da DMRA 
em 62,8% das 
gestantes analisadas. 
Incidência moderada 
de dor lombar em 
primíparas, 89,74%. 
Associação entre a 
duração e ocorrência 
de lombalgia com a 
incapacidade funcional 
das gestantes. 
Fonte: A autora (2021) 
 
 
Na pesquisa de Rodrigues et al (2021) é validado o entendimento de que, em 
detrimento da pressão abdominal durante a gestação, a liberação de hormônios 
promove uma frouxidão ligamentar que como repercussão gera uma lordose 
acentuada, e que por consequência permite sobrecarga dos músculos lombares 
acarretando processo álgico nessa região. 
O intuito de Rodrigues et al (2021) em seu estudo foi verificar a associação de 
aspectos físicos (IMC e ganho de peso materno) e relatos de dor lombar com a 
diástase abdominal em primigestas no último trimestre gestacional. Após avaliação 
com trinta puérperas, com uso de questionários Oswestry, Rolland Morris, Escala 
Visual Analógica (EVA) e mensuração da diástase, chegou-se à conclusão de que 
63,3% da amostra apresentavam DMRA, das quais 90% das gestantes reportaram 
dor lombar e 53,3% referiram uma duração dos sintomas de até três meses, a 
intensidade da dor através da escala EVA foi considerada moderada (5,83 pontos). 
Quanto ao aspecto físico, o estudo pontua que gestantes com sobrepeso possuem 
maior distanciamento de feixes na musculatura abdominal, favorecendo a DMRA e 
agravando a coluna lombar. Esses resultados reiteram a associação da tríade DMRA, 
aspectos físicos e dor lombar com a correlação positiva do IMC e DMRA, CA 
(circunferência abdominal) e DMRA, DMRA e dor lombar, CA e dor lombar. 
Assim como o estudo discutido anteriormente, Santos et al (2016) analisou a 
dimensão da DMRA no segundo e terceiro trimestre gestacional com a presença e 
intensidade de dor lombar. Contando com 128 gestantes, e após divisão dos grupos 
2T e 3T, foi realizada aplicação de questionário Rolland Morris e escala EVA, e 
mensuração da DMRA com uso de paquímetro. Como resultado, a lombalgia 
gestacional esteve presente em 74% das mulheres analisadas referindo ao quadro 
46 
 
álgico diferentes intensidades. A dimensão da diástase foi maior no terceiro trimestre 
gestacional, ponto que valida as literaturas de Ferreira (2014) e Rett (2012) na medida 
que ocorre um maior volume uterino e maior afastamento de feixes musculares no 
final da gravidez. 
Em Santos et al (2019), houve a constatação de que a maioria das gestantes 
apresentam DMRA e dor lombar. A pesquisa realizada no período de agosto de 2017 
a março de 2018, obteve como quociente valores de prevalência da diástase 
abdominal e lombalgia gestacional de 62,8% e 89,74%, respectivamente, dados que 
testificam os resultados de Leite e Araújo (2012) e Rett et al (2012), quando a 
prevalência de diástase acima da normalidade. 
Respondendo

Continue navegando