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RESUMO CONSTITUCIONAL III – P1 1. Federalismo Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. - Brasília é a Capital Federal, mas não se encaixa no conceito geral de cidade, por não ser sede de Município. É também sede do governo do Distrito Federal. (Art. 18, parágrafo 1º) - Os Territórios Federais não são mais considerados como componentes da federação, sendo, portanto, integrantes da União. (Art. 18, parágrafo 2º) - Os Estados podem incorporar-se entre si (significa fusão de Estados, ou seja, surge um novo Estado a partir da incorporação de um ao outro, perdendo os anteriores a sua personalidade primitiva), subdividir-se (consiste da separação de um Estados em outros, formando unidades independentes) ou desmembrar-se (uma parte se separa de um todo - sendo que este não perde sua identidade – para constituir um novo Estado, anexar-se a outro ou formar um território federal. É necessário, para cada um desses atos, a consulta prévia à população diretamente interessada e aprovação no CN, mediante lei complementar. (Art. 18, parágrafo 3º) - Municípios: não são considerados entes federativos, pois não atendem ao critério de possuir a tripartição de poderes (não há Poder Judiciário no âmbito municipal). Além disso, segundo José Afonso da Silva, o Municípios não possuem a mesma relevância que os Estados no conceito de federação, afinal, a federação é formada pela união de Estados e não de Municípios. Se essa última concepção fosse admitida, os Municípios se tornariam Estados-membros dentro dos Estados federados, contrapondo-se a ideia de autonomia, tendo em vista que seus territórios seriam compartilhados e não próprios. Sendo assim, o autor limita os Municípios a divisões dos Estados. - O artigo 19 da CF/88 estabelece vedações aos entes federativos, sendo estas em função da laicidade do Estado (inciso I), da credibilidade dos documentos públicos (inciso II) e, por último, da igualdade entre brasileiros (inciso III). 2. Competências - Associam-se à autonomia dos entes federados, sendo indispensável a repartição de competências entre estes para que o pleno exercício e desenvolvimento de suas atividades normativas dentro do Estado federal. Distribuição constitucional de poderes/matérias, que delimita uma esfera de atuação governamental - predominância do interesse - A CF adota um sistema complexo que busca realizar o equilíbrio federativo, fundamentando-se na técnica de enumeração de poderes da União (arts. 21 e 22), poderes remanescentes aos Estados (art. 25) e indicação de poderes dos Municípios (art. 30), incluindo ainda a possibilidade de delegação de poderes (art. 22, p. ú.), áreas comuns em que pode haver incidência de todos os entes paralelamente (art. 23), além de setores concorrentes entre União (normas gerais) e Estados (competência suplementar). 2.1. Classificação das competências: - A primeira grande distinção a ser feita é entre competência material e competência legislativa. - Ambas estas competências podem ser classificadas, quanto à forma, em: Enumeradas ou expressas: quando estão explícitas na Constituição para determinadas entidade (art. 21 → “Compete à União” e Art. 22 → “Compete privativamente à União legislar sobre”) Reservadas, remanescentes ou residuais: quando compreende-se que “sobra” a uma entidade o que não foi enumerado a outra (Art. 25, §1º: São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.) Implícitas, resultantes, inerente ou decorrentes: à prática de atos ou atividades razoavelmente necessários ao exercício de poderes expressos ou reservados; - Podem ser também distinguidas em econômica, social, político-administrativa, financeira e tributária e internacional, no que se refere ao seu conteúdo. - Quanto à extensão, as competências podem ser identificadas como: Exclusivas: quando são atribuídas a um único ente, excluindo os demais. (Art. 21 → “Compete à União”) Privativas: quando são próprias de uma entidade, mas admite-se delegação (Art. 22 e seu parágrafo único → “Compete privativamente à União legislar sobre” e “Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo”, respectivamente) ou suplementariedade (Art. 24 e seus parágrafos). Comuns, cumulativas ou paralelas: são designadas a várias entidades, simultaneamente, num campo único de atuação, no qual estas podem legislar ou praticar certos atos de forma igual. (Art. 23 → “É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.) Concorrentes: compreendem a possibilidade de mais de um ente dispor sobre determinada matéria, desde que haja a primazia da União no que tange às normas gerais. (Art. 24 → “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre” e seus parágrafos:) § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Suplementares: poder de formular normas que se desdobrem do conteúdo das normas gerais ou que supram sua ausência. Também são observadas nos parágrafos do art. 24, supracitado. - A última classificação a ser feita é quanto à origem, podendo ser: Originárias: quando desde o início são designadas a uma entidade. Delegadas: quando uma entidade recebe sua competência através da delegação de outra entidade que a adquiriu originariamente. 2.2. Sistema de execução de serviços públicos -sistema imediato, mediato ou misto - brasil: sistema imediato: União e os Estados mantêm, cada qual, sua própria administração, com funcionários próprios, independentes uns dos outros e subordinados aos respectivos governos, 37 e 39. A CF prevê cooperação por lei complementar, segundo artigo 28, pu, por consórcios e convênios. 3. Intervenção Federal A intervenção, como consta na doutrina de José Afonso da Silva, é um ato político que consiste na incursão da entidade interventora nos negócios da entidade que a suporta. Em outras palavras, ocorre quando uma entidade afasta outra de suas atividades, afetando sua autonomia- agir dentro do círculo presta elucidou segundo os artigos 25, 29 e 32. Por isso, é considerada uma medida excepcional, justamente por atingir o princípio da autonomia, que é base do federalismo. Só deve ocorrer, portanto, nas hipóteses taxativas enumeradas na CF. Admite-se exceção ao princípio da não-intervenção quando tiver por finalidade: Defesa do Estado: casos do Art. 34, I e II, que autorizam a intervenção para manter a integridade nacional e repelir invasão estrangeira, respectivamente; Defesa do princípio federativo: casos do Art. 34, II, III e IV, que facultam a intervenção para repelir invasão de uma unidade da Federação em outra, pôr termo a grave comprometimento da ordem pública ou garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação. Defesa das finanças estaduais: casos do Art. 34, V, que permite a intervenção para reorganizar as finanças da unidade da Federação que a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; Defesa da ordem constitucional: casos do Art. 34, VI e VII, que possibilitam a intervenção para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial e assegurar a observância de princípios constitucionais. A IF efetiva-se por decreto do Presidente da República, que especificará a sua amplitude, prazoe condições de execução e, se couber, nomeará o interventor (Art. 36, parágrafo 1º). O decreto será submetido então à apreciação do Congresso Nacional no prazo de 24 horas. Se estiver em recesso, deverá ser convocado extraordinariamente. O CN deverá tomar ciência do decreto assim como aprová-lo ou rejeitá-lo. O CN também tem competência para suspender a IF, tornando-a inconstitucional. Como se trata de um ato de natureza política, é insuscetível de controle jurisdicional, salvo se for manifestamente infringente às normas constitucionais ou no caso de o CN declarar sua inconstitucionalidade por meio da suspensão. O interventor é uma figura constitucional e autoridade federal, cujas atribuições dependem do ato interventivo e das instruções da autoridade interventora. Suas funções são federais. A responsabilidade civil por atos executados ou decisões proferidas que prejudiquem terceiros é da União. A intervenção do Município basicamente é a mesma coisa, tendo como diferença de somente o Estado do qual faz parte poder intervir, de acordo com as hipóteses previstas no artigo 35, por meio de decreto do respectivo Governador. A intervenção em Território Federal só poderá ser realizada pela União, por meio do decreto do Presidente, assim como nos Estados. 4. UNIÃO - pode haver confusão entre art 1 e 18: União é a entidade federal formada pela reunião das partes componentes, constituindo pessoa jurídica de Direito Público interno, art 41, I, CC, autônoma em relação às unidades federadas (ela é unidade federativa, mas não é unidade federada) e a que cabe exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro. Estado federal, ou seja, o complexo constituído da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, dotado de personalidade jurídica de Direito Público internacional. - O Estado federal é, assim, caracterizado por essas duas tendências: a unitária representada pela; União e a disjuntiva (federativa) representada pelos Estados federados. - união não tem personalidade jurídica de direito internacional. Isso se confunde pq a união representa a república federativa nas relações internacionais - art 21, 1 ao 5- e estados não tem competências de matéria internacional - titular de direito real (art 98, 99 CC + 20 CF) e pessoal - competências: olhar na cf - a União possui seus órgãos próprios, seus Poderes Públicos, seu sistema de governo e sua organização política fundada no princípio da divisão de poderes nos termos do art. 2º, segundo o qual são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. - Sistemas de governo são técnicas que regem as relações entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das funções governamentais: Presidencialismo. É um sistema de governo que tem as seguintes características: (a) é típico das Repúblicas; (b) o Presidente da República exerce o Poder Executivo em toda a sua inteireza; acumula as funções de Chefe do Estado, Chefe do Governo e Chefe da Administração Pública; cumpre um mandato por tempo fixo; não depende da confiança do órgão do Poder Legislativo nem para a sua investidura, nem para o exercício do governo; (c) o órgão do Poder Legislativo (Congresso, Assembleia, Câmara) não é Parlamento; seus membros são eleitos por período fixo de mandato; não está sujeito a dissolução; (d) as relações entre ambos os poderes são mais rígidas, prevalecendo o princípio da divisão de poderes independentes e autônomos, em-bora possam ser harmônicos; (e) os Ministros de Estado são simples auxiliares do Presidente o (j) eventual plano de governo, mesmo quando aprovado por lei, depende exclusivamente da coordenação do Presidente da República, que o executará ou não, bem ou mal, sem dar satisfação jurídica a outro poder (a não ser em prestações de contas financeiras e orçamentárias anuais, a posteriori); Só se deve ter como sistema presidencialista aquele que tenha tais características e mais a investidura democrática das autoridades governamentais políticas: Presidente e Parlamentares.
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