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PROCESSO PENAL ATIVIDADE I ASSINALE E JUSTIFIQUE/FUNDAMENTE 1 - Analise as seguintes assertivas. 1) A queixa apresentada contra apenas um dos autores do crime não impõe qualquer efeito jurídico sobre os demais participantes do delito. 2) A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subsequentes do processo. 3) Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de oficio. 4) O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. 5) O Ministério Público poderá desistir da ação penal, desde que apresente os fundamentos para tal providência. Estão corretas, apenas: A) 1, 2 e 4. B) 1, 3 e 5. C) 2, 3 e 4. D) 2, 3 e 5. E) 1, 4 e 5. RESPOSTA COMENTADA: Letra “C”. 1) A queixa apresentada contra apenas um dos autores do crime não impõe qualquer efeito jurídico sobre os demais participantes do delito. AÇÃO PENAL PRIVADA É INDIVISÍVEL. (ERRADO) 2) A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subsequentes do processo. (CERTO) 3) Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará- lo de ofício. (CERTO) 4) O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. (CERTO) 5) O Ministério Público poderá desistir da ação penal, desde que apresente os fundamentos para tal providência. A AÇÃO PENAL PÚBLICA É INDISPONÍVEL, NÃO PODENDO O MP DESISTIR. (ERRADO) 2 - Paulo praticou determinada conduta prevista como crime, prevendo a legislação então vigente que a ação respectiva ostenta a natureza privada. Três meses depois do ocorrido, em razão de mudança legislativa, o crime praticado por Paulo passou a ser de ação penal pública incondicionada. Um ano após os fatos criminosos, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Paulo em razão daquele comportamento, tendo em vista que o ofendido não havia proposto queixa em momento anterior. De acordo com a situação acima exposta, é correto afirmar que o juiz deve: a) receber a denúncia, sendo o Ministério Público parte legítima, eis que a nova lei deve ser imediatamente aplicada; b) rejeitar a denúncia, eis que o Ministério Público não deflagrou a ação penal no prazo de seis meses; c) rejeitar a denúncia, porque especificamente o delito praticado por Paulo, apesar da alteração legislativa, continua sendo de ação penal privada, reconhecendo a prescrição; d) rejeitar a denúncia, porque especificamente o delito praticado por Paulo, apesar da alteração legislativa, continua sendo de ação penal privada, reconhecendo a decadência; e) receber a denúncia, porquanto, com a mudança legislativa, tanto o ofendido como o Ministério Público poderiam deflagrar a ação penal respectiva. RESPOSTA COMENTADA: Letra “d”. a) Não deve receber a denúncia, pois a nova lei é uma novatio legis in pejus (LEI NOVA QUE AGRAVA). (Alternativa ERRADA) OBS: Certamente você deve pensar ou lembrar vagamente de que às normas de caráter processual aplica-se o princípio do "tempus regit actum". Entretanto essa norma que veio mudar de o delito de ação penal privada para ação pública é uma norma de CARÁTER PENAL, tendo em vista que mexe com o direito de punir do estado etc. Portanto NÃO RETROAGE. Ficando aquele crime que Paulo cometeu sob a égide da norma que pregava ser de ação penal privada, sem mais. b) O motivo não é esse. O MP não tem legitimidade para oferecer denúncia contra o crime de Paulo, tendo em vista que a época dos fatos a ação era de ação penal privada, e continuará sendo para aqueles delitos que foram cometidos naquele tempo antes da entrada da lei nova que agrava. (Alternativa ERRADA) (Vide OBS da letra “a”). c) Prescrição não. DECADÊNCIA. (Alternativa ERRADA) d) Trata-se de norma heterotópica (de natureza mista processual/material) que incide sobre o poder punitivo do Estado. Uma ação pública incondicionada torna possível a atuação de ofício do Ministério Público, o que não ocorre com a ação privada condicionada à representação da vítima. Ou seja, é evidente que, no caso, a lei nova incidiu sobre o poder punitivo do Estado, aumentando-o, razão pela qual se conclui pela natureza heterotópica da norma (se aumenta ou diminui o poder punitivo do Estado, a norma é heterotópica). Com efeito, sendo uma norma ao mesmo tempo de caráter processual E material, deve-se aplicar o princípio do favor rei, de maneira que a norma, nesse caso, deve ultra-agir para beneficiar o réu, extinguindo a punibilidade. Em suma, o examinador queria identificar se o candidato sabia a exceção ao princípio tempus regit actum na norma processual penal (o tempo rege o ato, logo, em regra a norma processual penal não retroage nem ultra-age, nem mesmo para beneficiar o réu), sendo que, justamente por se tratar de norma heterotópica (natureza mista) é que, no caso em apreço, a lei processual, de caráter material e processual, deve retroagir. (Alternativa CERTA) e) Não pode receber pois lei nova que agrava (penal - que mexe com o direito de punir do estado) não retroage, e, a legitimidade passaria apenas para o MP e não também para o ofendido. (Alternativa ERRADA) 3 - Segundo as normas do código de Processo Penal e Jurisprudência dominante, assinale a afirmativa INCORRETA: A) É possível o trancamento de inquérito policial através de habeas corpus em caso de atipicidade do fato investigado B) É obrigatória a citação do réu, como litisconsorte passivo, nos mandados de segurança interpostos pelo Ministério Público. C) É possível o oferecimento de nova denúncia pelos mesmos fatos narrados em denúncia rejeitada pela inépcia. D) É efeito da sentença condenatória o lançamento do nome do réu no rol dos culpados. RESPOSTA COMENTADA: Letra “d”. a) Em respeito às atividades desenvolvidas no âmbito da persecução penal, em regra, o Inquérito Policial (mero procedimento investigatório) não pode ser trancado por Habeas Corpus, para que se não incorra no risco de engessar as atividades próprias da polícia judiciária e do Ministério Público. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal sedimentou o entendimento de que se admite o trancamento do Inquérito Policial pela via do Habeas Corpus, em casos excepcionais, como no caso da atipicidade, em que a ausência da justa causa seja explícita. Seguindo-se a análise, o caso concreto deverá vir acompanhando de prova pré-constituída, visto que qualquer dilação probatória resulta incompatível com a estreita via do writ. (Alternativa CERTA) b) Literalidade da Súmula n. 701 do STF: "no mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo". Inclusive, ainda que o réu esteja revel a citação, na qualidade de litisconsorte,deve ser observada em sede de mandado de segurança, processo autônomo em relação ao principal. (Alternativa CERTA) c) Não haveria ofensa à coisa julgada ou ao princípio do ne bis in idem. A sentença que rejeita a denúncia em razão de inépcia faz, tão somente, coisa julgada formal, como reflexo da indisponibilidade do interesse ínsito a este tipo de ação. Assim não fosse, a inépcia da denúncia não estaria inclusa no rol de decisões terminativas, taxativamente elencadas no art. 581 do Código de Processo Penal, e que são combatidas pelo RESE. (Alternativa CERTA) d) Não é mais, desde o advento da Lei 12.403/11, que revogou o art. 393 do CPP. Referido efeito continua prevalecendo, contudo, para após o trânsito em julgado da sentença, em homenagem à presunção de inocência. (Alternativa ERRADA) 4 - Em se tratando de ação penal privada subsidiária da pública, assinale a afirmativa incorreta. A) Após iniciada a ação, caberá ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la ou oferecer denúncia substitutiva. B) Não caberá ao ofendido intentá-la, mesmo transcorrido o prazo legal para o oferecimento da denúncia, se o Ministério Público tiver requerido arquivamento. C) Poderá ser interposta pelo ofendido nos crimes de ação pública, se esta não tiver sido intentada no prazo legal e ainda ficar comprovada a total inércia do Ministério Público. D) Tal ação, também conhecida como queixa substitutiva, outorga ao ofendido uma legitimação extraordinária para exercer ação penal em um crime de iniciativa pública incondicionada ou condicionada. E) A inércia do Ministério Público se configura, assim que se verificar não ter esse órgão oferecido denúncia crime e nem requerido arquivamento do inquérito policial. RESPOSTA COMENTADA: Letra “e”. a) Art. 29 do CPP. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. - minha dúvida ficou por conta da questão falar em "após iniciada a ação". (Alternativa CERTA) b) Somente cabe ação penal privada subsidiária se o MP se mantiver inerte, o requerimento de arquivamento é hipótese de atuação, logo, não cabe. (Alternativa CERTA) c) Similar à justificativa anterior, para que caiba ação penal privada subsidiária deve ficar demonstrado que o MP não agiu. Se o Parquet opina pelo arquivamento, requerer novas diligências, etc., não há que se falar em abertura da legitimidade extraordinária para intentar ação penal privada subsidiária. (Alternativa CERTA) d) Essa alternativa é autoexplicativa. (Alternativa CERTA) e) A inércia do MP depende que, literalmente, este órgão nada faça quando já tem o necessário para denunciar o autor da infração, ou seja, além de não oferecer a denúncia ou opinar pelo arquivamento, o MP também não devolveu o IP à Autoridade Policial para novas diligências, só assim caberá ação penal privada subsidiária. (Alternativa Errada) 5 - Sobre ação penal, assinale a correta. A) No crime de lesão corporal culposa no trânsito, a representação é uma condição específica de prosseguibilidade. B) Para a doutrina tradicional são condições da ação penal a legitimidade, o interesse de agir e a causa de pedir. C) Na ação penal privada podemos observar a hipótese de legitimidade extraordinária que dá azo à ocorrência da sucessão processual. D) Parte da doutrina sustenta, quanto a ação penal condenatória, a existência de 05 (cinco) condições para o regular exercício do direito de ação, a saber: legitimidade, interesse de agir, possibilidade jurídica da demanda, justa causa e originalidade. E) Não existe no processo penal a figura do assistente litisconsorcial. RESPOSTA COMENTADA: Letra “D”. a) Art. 303 e 291, par. Ú, do CTB e Art. 88, lei 9.099. A representação é uma condição de procedibilidade. O Art. 152, "caput", do CPP prevê uma condição de prosseguibilidade. Ou seja, a representação é condição para o procedibilidade do processo, e não para a sua prosseguibilidade. - prosseguibilidade: condição para o processo prosseguir. - procedibilidade: condição para o processo se iniciar. (Alternativa Errada) b) Art. 395 do CPP: Legitimidade, interesse de agir, possibilidade jurídica do pedido (ou da demanda) e justa causa. (Alternativa Errada) c) A legitimidade é extraordinário, mas não dá azo à sucessão processual. Há uma substituição processual. Assim temos que, na ação penal privada observa-se a legitimidade extraordinária, quando o Estado transfere ao particular o direito de ação. Contudo, essa legitimidade não tem como característica a sucessão processual, mas sim a substituição processual. Ou seja, o MP transfere ao particular o direito de ação. (Alternativa Errada) d) Art. 395 do CPP. Originalidade: inexistência de coisa julgada e litispendência. (Alternativa CERTA) e) O assistente litisconsorcial é o assistente de acusação, e há essa figura nas ações penais públicas. Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31. (Alternativa Errada) 6 - A respeito da notitia criminis, assinale a alternativa correta. A) A notitia criminis deverá conter, sempre que possível, a narração do fato, com todas as suas circunstâncias, a individualização do indiciado, as razões de convicção sobre ser ele o autor do fato e a indicação de testemunhas, com indicação de sua profissão e residência e, necessariamente, a capitulação correta dos crimes sobre os quais versa. B) Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal de qualquer natureza poderá comunicá-la à autoridade policial, e, esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. C) Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, a notitia criminis não poderá ser encaminhada ao membro do Ministério Público, salvo nos casos em que a autoridade policial indeferir a instauração de inquérito. D) A notitia criminis deverá conter, sempre que possível, a narração do fato, com todas as suas circunstâncias, a individualização do indiciado e as razões de convicção sobre ser ele o autor do fato e a indicação de testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. E) Quando versar sobre crime de ação penal privada e o lesado possuir todos os elementos informativos necessários à elucidação do caso, a notitia criminis poderá ser ofertada diretamente ao juízo competente. RESPOSTA COMENTADA: Letra “D”. a) A notitia criminis deverá conter, sempre que possível, a narração do fato, com todas as suas circunstâncias, a individualização do indiciado, as razões de convicção sobre ser ele o autor do fato e a indicação de testemunhas, com indicação de sua profissão e residência e, necessariamente, a capitulação correta dos crimes sobre osquais versa. (Alternativa Errada) b) Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal de qualquer natureza poderá comunicá-la à autoridade policial, e, esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. O certo seria Art. 5 § 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. (Alternativa Errada) c) Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, a notitia criminis não poderá ser encaminhada ao membro do Ministério Público, salvo nos casos em que a autoridade policial indeferir a instauração de inquérito. (Alternativa Errada) d) Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - de ofício; II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. § 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. (Alternativa CERTA) e) Queixa é o nome da petição inicial da ação penal de iniciativa privada. Se um cidadão tem sua honra ofendida, por exemplo, cabe a ele próprio contratar advogado para promover ação penal contra o ofensor. Por isso a ação é denominada de privada (para diferenciar da ação penal pública, ajuizada pelo Ministério Público). Deve fazer isso, portanto, por meio de uma petição inicial denominada queixa. (Alternativa Errada) 7 - Júlio foi agredido por sua vizinha, Jéssica, e fraturou, em decorrência dessa agressão, um braço e uma costela. Essas lesões impossibilitaram-no de ir à escola por mais de trinta dias. A partir dessa situação hipotética, assinale a alternativa correta, considerando que Jéssica seja imputável. A) Caso a única testemunha seja criança, com seis anos de idade, não haverá o depoimento da testemunha no processo criminal instaurado contra Jéssica. B) Jéssica deverá ser processada junto ao tribunal do júri, visto que, como a agressão, dolosa ou culposa, foi grave, caracteriza crime contra a vida, ainda que não tenha sido consumado. C) Jéssica deverá ser citada pessoalmente para responder à ação penal, sendo que, caso não seja encontrada no endereço constante nos autos, a citação ocorrerá por edital, nomeará defensor dativo e dará seguimento ao processo à sua revelia. D) O crime praticado por Jéssica é de ação penal pública condicionada à representação, razão pela qual o inquérito somente poderá ser instaurado e a denúncia somente poderá ser oferecida se houver manifestação do representante legal de Júlio. E) O Ministério Público poderá, ao oferecer a denúncia, propor a suspensão do processo para Jéssica, de dois a quatro anos, desde que estejam presentes os requisitos legais e ela não esteja sendo processada ou condenada por outro crime. RESPOSTA COMENTADA: Letra “e”. a) menor de 14 anos pode depor, e possui a prerrogativa de não precisar dizer a verdade. Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade. Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206. (Alternativa Errada) b) Lesão corporal não caracteriza crime contra a vida, e sim crime contra a integridade física, não sendo competente o Tribunal do Júri. (Alternativa Errada) c) Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Alternativa Errada) d) A agente praticou o crime lesão corporal de natureza grave (art. 129, § 1º, I). A ação penal é pública incondicionada. (Alternativa Errada) e) A agente incorreu no crime de lesão corporal de natureza grave (art. 129, § 1º, I), sendo que a pena aplicada é de 1 a 5 anos de reclusão. Cabe a suspensão do processo por 2 a 4 anos. Conforme a Lei nº 9.099/95, em seu Art. 89, in verbis: Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena. (Alternativa CERTA) 8 - Ação processual penal e ação civil ex delicto. a) No âmbito do procedimento comum, e tendo em vista o princípio da disponibilidade da ação penal de iniciativa privada, o recebimento de indenização por danos causados pelo crime implica em renúncia à propositura da ação penal. b) A norma que altera a natureza da ação penal não retroage, salvo para beneficiar o réu, nos termos do artigo 5º , inciso XL, da Constituição Federal, não tendo pronta aplicabilidade nos moldes do artigo 2º , do Código de Processo Penal. c) Tratando-se de ação penal de iniciativa pública incondicionada, a denúncia deverá ser oferecida no prazo de dez dias se o acusado estiver preso cautelarmente, ou no prazo de quinze dias se estiver solto. O prazo deverá ser contado da data em que o Ministério Público receber o instrumento de investigação preliminar. d) Nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é lícito ao magistrado, quando do recebimento da denúncia, em juízo de admissibilidade da acusação, conferir definição jurídica aos fatos narrados na peça acusatória, corrigindo a capitulação jurídica da inicial acusatória. e) Não cabe ação civil ex delicto quando houver o arquivamento do inquérito policial por manifesta atipicidade do fato praticado. RESPOSTA COMENTADA: Letra “b”. a) No âmbito do procedimento comum, e tendo em vista o princípio da disponibilidade da ação penal de iniciativa privada, o recebimento de indenização por danos causados pelo crime implica em renúncia à propositura da ação penal. ITEM ERRADO, pois no procedimento comum o recebimento de indenização por danos causados pelo crime implica em renúncia à propositura daação penal (regra). Exceção – LEI 9.099 – composição civil de danos na audiência preliminar (IMPORTANTE) – art. 74 – implica na renúncia. (Alternativa Errada) b) A norma que altera a natureza da ação penal não retroage, salvo para beneficiar o réu, nos termos do artigo 5º, inciso XL, da Constituição Federal, não tendo pronta aplicabilidade nos moldes do artigo 2º, do Código de Processo Penal. ITEM CORRETO - Norma que altera a natureza da ação penal – NORMA DE NATUREZA HÍBRIDA – SEGUE A REGRA DO CÓDIGO PENAL E NÃO O PRINCÍPIO DO TEMPO REGE O ATO DA APLICAÇÃO IMEDIATA DO CPP. (Alternativa CERTA) c) Tratando-se de ação penal de iniciativa pública incondicionada, a denúncia deverá ser oferecida no prazo de dez dias (CORRETO É 5 DIAS) se o acusado estiver preso cautelarmente, ou no prazo de quinze dias se estiver solto. O prazo deverá ser contado da data em que o Ministério Público receber o instrumento de investigação preliminar. (Alternativa Errada) d) Nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é lícito ao magistrado, quando do recebimento da denúncia, em juízo de admissibilidade da acusação, conferir definição jurídica aos fatos narrados na peça acusatória, corrigindo a capitulação jurídica da inicial acusatória. ITEM ERRADO. EMENDATIO LIBELLI – O ARTIGO 383 CPP, SEGUNDO A JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE, SÓ PODE SER APLICADA QUANDO DA PROLAÇÃO DA SENTENÇA E NÃO QUANDO DO RECEBIMENTO DA INICIAL ACUSATÓRIA. (Alternativa Errada) e) Não cabe ação civil ex delicto quando houver o arquivamento do inquérito policial por manifesta atipicidade do fato praticado. CABE SIM. (Alternativa Errada) 9 - Aponte a afirmativa correta. a) A ação penal privada subsidiária da pública deve ser ajuizada no prazo máximo de seis meses, contados do término do prazo destinado ao Ministério Público para ajuizar sua ação penal, e apresenta, como legitimados ativos, somente o ofendido, seu representante, seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. b) As entidades e órgãos da Administração Pública, direta e indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos do consumidor, são legitimadas para o ajuizamento de ação penal privada subsidiária, nos crimes e nas contravenções que envolvam relação de consumo. c) As associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam, entre seus fins institucionais, a defesa dos interesses e direitos dos consumidores, são legitimadas para o ajuizamento de ação penal privada subsidiária, nos crimes e contravenções que envolvam relação de consumo, desde que ocorra a autorização assemblear. d) Todas as entidades e todos órgãos da Administração Pública, direta e indireta, ainda que sem personalidade jurídica, são legitimadas para o ajuizamento de ação penal privada subsidiária. RESPOSTA COMENTADA: Letra “b”. a) Legitimado para o ajuizamento da queixa supletiva é tão somente o ofendido ou seu representante legal. O Art. 38 do CPP é claro nesse sentido. (Alternativa Errada) b) Redação explícita do Código de Defesa do Consumidor, em que se faz necessária sua transcrição completa: “Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: I - o Ministério Público, II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código; IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear”. (Alternativa CERTA) c) Conforme redação legal acima, dispensa-se autorização assemblear. (Alternativa Errada) d) Como abordado nas combinações dos Arts. 29 e 38 do CPP, legitimados para queixa supletiva são o ofendido e seu representante legal. (Alternativa Errada) 10 - Sobre denúncia e queixa, é incorreto afirmar: a) O rol de testemunhas não é indispensável; b) A apuração prévia do crime por meio de inquérito policial não é obrigatória; c) Devem conter a narrativa do fato criminoso e a respectiva classificação jurídica; d) O recebimento das duas iniciais acusatórias sempre interrompe o prazo prescricional; e) Consideradas as duas ações penais, a decadência obsta apenas o ajuizamento da queixa. RESPOSTA COMENTADA: Letra “e”. a) Art.41 CPP. A denúncia ou queixa conterá a EXPOSIÇÃO DO FATO CRIMINOSO, com todas a suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, A CLASSIFICAÇÃO DO CRIME e QUANDO NECESSÁRIO, O ROL DE TESTEMUNHAS. (Alternativa CERTA) b) Cumpre destacar que, o inquérito policial é meramente facultativo e plenamente dispensável. (Alternativa CERTA) c) Art.41 CPP. A denúncia ou queixa conterá a EXPOSIÇÃO DO FATO CRIMINOSO, com todas a suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, A CLASSIFICAÇÃO DO CRIME e QUANDO NECESSÁRIO, O ROL DE TESTEMUNHAS. (Alternativa CERTA) d) De acordo com o Código Penal, em seu Art. 117. O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Alternativa CERTA) e) Existe a possibilidade de haver decadência de ação penal pública condicionada (queixa). (Alternativa ERRADA) 11 - As ações penais tradicionalmente são classificadas como públicas incondicionadas, públicas condicionadas à representação e privadas. Sobre a representação, analise as afirmativas a seguir. I. A ação penal pública condicionada à representação é de titularidade do ofendido. Nada impede, contudo, que a representação seja oferecida por procurador. II. O Supremo Tribunal Federal entende que a representação é peça sem rigor formal, que pode ser apresentada oralmente ou por escrito, tanto na delegacia, quanto perante o magistrado ou membro do Ministério Público. III. A representação é condição de procedibilidade para que se possa instaurar persecução penal em crime de ação penal pública condicionada. De acordo com o Código de Processo Penal, ela pode ser oferecida pessoalmente ou por procurador com poderes gerais. Assinale: A) Se somente a afirmativa II estiver correta b) se somente a afirmativa III estiver correta. c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas RESPOSTA COMENTADA: Letra “a”. I - O Estado permanece com jus puniendi, sendo a representação mera condição de procedibilidade, para que o MP ingresse com a Ação Penal. A segunda parte está correta, pode ser apresentada por procurador, desde que portando procuração com poderes especiais. (Item ERRADO) II - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO. CRIME DE AMEAÇA. ART. 147 DO CÓDIGO PENAL. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE SOB O ARGUMENTO DA AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO. INADMISSIBILIDADE. VÍTIMA QUE COMPARECEU PERANTEA AUTORIDADE POLICIAL RELATANDO OS FATOS E INDIGITANDO A AUTORIA AO RECORRIDO. CIRCUNSTÂNCIA QUE REVELA O INEQUÍVOCO ÂNIMO DO OFENDIDO EM VER PROCESSADO O RÉU SENDO SUFICIENTE PARA LEGITIMAR A INICIATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO. A REPRESENTAÇÃO PRESCINDE DE RIGOR FORMAL HAVENDO DE SER VISTA COMO TAL AS DECLARAÇÕES PRESTADAS PELO OFENDIDO NA FASE INQUISITIVA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARA SE DECLARAR A NULIDADE DA DECISÃO MONOCRÁTICA OBJURGADA. DECISÃO UNÂNIME. A representação não se reveste de forma especial. Nos crimes em que se faz necessária, é suficiente qualquer ato praticado pelo ofendido destinado a levar à autoridade pública um fato punível a ser apurado. (TJ-SE - RSE: 2007310189 SE , Relator: DESA. CÉLIA PINHEIRO SILVA MENEZES, Data de Julgamento: 16/10/2007, CÂMARA CRIMINAL) Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. (Item CORRETO) III - Conforme mencionado trata-se de condição de procedibilidade, assim como a requisição do Ministro da Justiça, ou a entrada do agente no território nacional no caso de extraterritorialidade. TODAVIA, a mesma só poderá ser apresentada por procurador, se este possuir PROCURAÇÃO COM PODERES ESPECIAIS. (Item ERRADO) 12 - Acerca dos princípios processuais penais e das regras aplicáveis à ação penal, assinale a opção correta. a) Dado o princípio da ampla defesa, em se tratando de crimes funcionais, constitui nulidade absoluta a ausência de intimação do denunciado para oferecimento de resposta preliminar, independentemente de instrução por inquérito policial. b) O fato de o juiz, quando do interrogatório judicial, não advertir o réu de seu direito constitucional ao silêncio importa nulidade absoluta, por violação aos princípios da não autoincriminação e da ampla defesa. c) Dados os princípios do contraditório e da ampla defesa, constitui nulidade a ausência de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto à rejeição da denúncia, ainda que lhe seja nomeado defensor dativo. d) O princípio da indisponibilidade da ação penal aplica-se tanto a ações penais privadas quanto a públicas. e) A aceitação do perdão fora do âmbito do processo deve constar de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou por procurador com poderes especiais, com firma reconhecida ou lavrada por instrumento público. RESPOSTA COMENTADA: Letra “c”. a) Depende sim da instrução (ou não) por inquérito policial, conforme matéria sumulada abaixo: Súmula 330 do STJ: "É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514, do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial". (Alternativa ERRADA) b) Não é absoluta, é necessário analisar o caso concreto e se houve prejuízo. INQUÉRITO - DIREITO DE PERMANECER EM SILÊNCIO- ADVERTÊNCIA. "A necessidade de a autoridade policial advertir o envolvido sobre o direito de permanecer em silêncio há de ser considerada no contexto do caso concreto. Sobressaindo o envolvimento de cidadão com razoável escolaridade - 2º Tenente da Aeronáutica-, que, alertado quanto ao direito à presença de advogado, manifesta, no inquérito, o desejo de seguir com o interrogatório, buscando apenas gravá-lo, sendo o pleito observado, e, na ação penal, oportunidade na qual ressaltada a franquia constitucional do silêncio, confirma o que responderá, inclusive relativamente à negativa de autoria, não cabe concluir por vício, no que a ação penal fora ajuizada a partir do que contido nos autos do inquérito." STF - HABEAS CORPUS HC88950 RS (Alternativa ERRADA) c) Súmula 707 do STF: "Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo." (Alternativa CERTA) d) Apenas as ações penais privadas são disponíveis. As ações penais públicas, condicionadas ou incondicionadas, são assim consideradas em razão do bem jurídico tutelado ser envolto de um forte componente de interesse da coletividade. São bem jurídicos mais"sensíveis", tanto para a sociedade como, consectariamente, para o Poder Público. Por tal raciocínio, entende-se o motivo de serem também indisponíveis, sob pena de não se tutelar adequadamente tais bens jurídicos. Já as ações penais privadas levam em conta um maior interesse privado na proteção ao bem jurídico, e um menor interesse da coletividade. Por essa razão, são disponíveis, por previsão legal. Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa,em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. (Alternativa ERRADA) e) A primeira parte está correta. Todavia, não é necessária a formalidade de firma reconhecida ou instrumento público. A título complementar, também não é necessária tal formalidade para a renúncia expressa ao exercício do direito de queixa, nem para conceder o perdão extraprocessual. Basta nestes casos, de maneira análoga, declaração assinada pelo ofendido, representante ou procurador com poderes especiais. Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais (Alternativa ERRADA)
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