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Direito Penal II | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 1 ¨ Conceito Corresponde às etapas percorridas pelo agente para a prática de um crime. Diz respeito ao itinerário do crime, às fases do crime, ao caminho. As fases são: 1- Cogitação 2- Atos Preparatórios 3- Execução 4- Consumação ¨ Exaurimento não integra o iter criminis, pois é aquilo que acontece após a consumação. ¨ O iter criminis só se aplica aos crimes dolosos 1. Fase interna A cogitação repousa na mente do agente, nela se formando a ideia de enveredar pela empreitada criminosa. ® Sempre interna Não é punível: inexiste crime, ainda que na forma tentada. A conduta será penalmente relevante se for praticada no mundo exterior. 2. Fase externa ¨ Atos preparatórios: Atos indispensáveis para a prática do crime, etapa de preparação ou atos preparatórios. Isto é, quando o agente recebe os elementos necessários para a prática do crime. Exemplo: No homicídio é a aquisição de um revólver. Então, cria-se as condições adequadas para a realização do resultado. Geralmente não são punidos, já que não se iniciou a realização da conduta criminosa. Entretanto, pode acontecer de algum ato preparatório ser considerado por si só, algum crime. Exemplo: compra de uma arma para cometer um homicídio. ¨ Execução Etapa de execução ou atos executórios. Ocorre quando inicia a agressão ao bem jurídico por meio da realização da conduta. Exemplo: No homicídio, efetuar disparo contra a pessoa que deseja matar (Haverá o crime tentado). ® Quando começa a conduta. O ato de execução deve ser idôneo e inequívoco. Iter Criminis Fase Interna Fase Externa Direito Penal II | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 2 ® ATO IDÔNEO: Aquele que se reveste de capacidade suficiente para lesar o bem jurídico. Deve ser avaliado no caso concreto. ® ATO INEQUÍVOCO: Aquele direcionado ao ataque do bem. Não deixa dúvida sobre a vontade do agente. Observação: Atos executórios TEM que possuir essas duas condições ao mesmo tempo. Uma só não é suficiente para se falar em início de execução. ® Nem sempre que se COGITA, PREPARA e EXECUTA, haverá a consumação. Situações em que há a execução do crime, mas não há a consumação: 1- Tentativa; 2- Crime impossível; 3- Desistência voluntaria; 4- Arrependimento eficaz; Importante: onde existir um destes institutos NÃO PODE existir outro. OU é um OU é outro. Transição dos atos preparatórios para os atos executórios. Teorias: 1. SUBJETIVA: Não há transição dos atos preparatórios para os executórios. O que importa é vontade do autor. Deliberado e iniciada a fase externa haverá sempre a punição do autor. 2. OBJETIVA: Os atos executórios dão início a realização do tipo penal. Antes pode não haver crime algum. Subdivide-se em: TEORIA DA HOSTILIDADE AO BEM JURÍDICO: Atos executórios são aqueles que atacam o bem jurídico, enquanto que os preparatórios não. TEORIA OBJETIVO-FORMAL OU LÓGICO- FORMAL: Atos executórios são aqueles que iniciam a realização do verbo contido na conduta criminosa – é a preferida pela maioria dos doutrinadores. TEORIA OBJETIVO-MATERIAL: Aquela em que atos executórios são os que começam a prática do núcleo do tipo e também os imediatamente anteriores ao início da conduta típica, de acordo com a visão de terceira pessoa, alheia aos fatos. TEORIA OBJETIVO-INDIVIDUAL: Atos executórios são os relacionados ao início da conduta típica e também os que são imediatamente anteriores conforme o plano concreto da conduta do autor. ¨ Consumação: Crime pleno ou Summatum opus ou crime perfeito. Ocorre quando nele se reúnem todos os elementos da definição legal. Exemplo: Art. 121, CP- Crime de homicídio; ocorre quando todos os elementos estiverem presentes. O crime é consumado com a morte da pessoa humana. Direito Penal II | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 3 Pode ocorrer da pessoa se arrepender, depois da consumação, ou seja, depois de já ter esgotado todas as condutas e o crime se consumado. Nesse caso, houve o Arrependimento Posterior. Exaurimento Crime exaurido ou crime esgotado. Realizado posterior a consumação. Exemplo: Recebimento do resgate no crime de extorsão mediante sequestro. Para esse crime configurar não é necessário recebimento porque ele se consuma com a privação da liberdade. ® Não faz parte do iter criminis ® Influência na dosagem da pena Em alguns casos o exaurimento pode funcionar como qualificador. Exemplo: Delito de resistência- Art. 329, § 1, CP. Em alguns casos como causa de aumento de pena. Exemplo: Corrupção passiva- Art. 317, § 1, CP.
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