Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Inter criminis (CAMINHO DO CRIME) O Inter criminis é composto por duas fases: 1) Fase interna: • Cogitação (não é alcançada pelo direito penal). 2) Fase externa: • Preparação (atos preparatórios). • Execução (atos executórios). • Consumação. OBS: O exaurimento não faz parte do inter criminis, porque quando há a consumação eu finalizo o delito. (exaurimento é uma fase posterior). COGITAÇÃO (FASE INTERNA) Com toda certeza do mundo, um dia você já deve ter pensado “ai que vontade de matar essa pessoa” que bom que esse pensamento não é alcançado pela tutela do direito penal né? Rs. Pois bem, a cogitação é quando surge essa ideia de praticar uma conduta delituosa (matar alguém, roubar). Essa conduta será sempre interna aqui, pertencendo exclusivamente a mente do agente. • Em nenhuma hipótese a cogitação é punível – ninguém poderá ser punido por seus pensamentos. • Aqui não se confunde com premeditação – Premeditar é decidir com antecedência, arquitetar o crime. A cogitação pode ser dividida em 3 etapas: 1) Idealizando – Surge a ideia de cometer o delito. 2) Deliberação – analise dos postos favoráveis e contrários. 3) Resolução – Decisão pelo cometimento ou não do crime. PREPARAÇÃO (FASE EXTERNA) Aqui vamos para criação prévia das condições necessárias para pratica do delito (ex.: escada, aqui é preciso para escalar o muro). • Em regra, os atos preparatórios não são puníveis, mas há duas exceções: 1) Quando o próprio ato preparatório, configure um crime de mera conduta – adquirir arma de fogo (porte ilegal de arma de fogo). 2) Por meio dos chamados crimes obstáculos – como por exemplo a associação criminosa, artigo 288 CP; Petrecho para falsificação de moeda, artigo 291 CP. EXECUÇÃO (FASE EXTERNA) Na execução haverá a exteriorização da conduta, por meio de atos idôneos e inequívocos, ou seja, aptos para alcançar o resultado almejado, é aqui que o direito penal passa a incidir sobre a conduta do agente, a tentativa será punível ainda que o resultado naturalístico almejado não seja alcançado. • Em que momento o agente deixa de praticar atos preparatórios e passa a praticar atos executórios? Seguiremos com algumas teorias para explicar essa questão supracitada: 1) Teoria subjetiva → não há transição dos atos preparatórios, para os atos executórios, leva-se em consideração o plano interno do agente (essa teoria não é adotada no direito penal brasileiro, minha intenção foi trazer para caso ocorra uma possivél cobrança para confundir). 2) Teoria objetiva → deve haver a exteriorização de atos idôneos e inequívocos para a realização do tipo penal: a) Teoria da hostilidade do bem jurídico: atos executórios são aqueles que atacam o bem jurídico, criando uma situação concreta de perigo (ex.: Esperar A atrás de uma arvore e armado para mata-lo). b) Teoria objetiva-material: são considerados atos executórios os imediatamente anteriores á pratica do núcleo do tipo da perspectiva do terceiro observador. c) Teoria objetivo-individual: são considerados atos executórios os imediatamente anteriores a pratica do núcleo do tipo, da perspectiva do próprio autor. d) Teoria objetivo-formal: compreende-se atos executórios somente a partir do momento que o agente realiza o verbo núcleo do tipo penal. CONSUMAÇÃO (FASE EXTERNA) Vemos o art. 14, inc. I do CP: “Consumado o crime, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal”. Dito isso elencarei algumas classificações de crimes e o modo de suas consumações: 1) Crimes materiais (culposos, omissão imprópria). → produção do resultado naturalístico. 2) Crimes formais e de mera conduta → basta a pratica da conduta. 3) Crimes qualificados pelo resultado → produção do resultado agravador. 4) Crimes de perigo concreto → quando há efetiva exposição do bem jurídico ao dano, 5) Crimes de perigo abstrato → quando há a pratica da conduta descrita como perigosa. 6) Crime permanente → consumação se arrasta, prolonga pelo tempo. 7) Crimes habituais → consumação se da com a reiteração de atos criminosos. OBS: não fiquem tensos em razão a classificação de crimes, tratarei em outro resumo de forma bem detalhada. Como dito acima o inter criminis se inicia com a cogitação e encerra com a consumação, o exaurimento não faz parte do caminho do crime, contudo farei umas pontuações sobre ele ok? Vamos lá! EXAURIMENTO (NÃO FAZ PARTE DO INTER CRIMINIS) O exaurimento do crime, ocorre quando, o crime é plenamente esgotado, como por exemplo no crime de concussão art. 316, a consumação do crime se dá com o ato de exigir para si ou para outrem vantagem indevida, portanto se o particular cede para o funcionário publico o dinheiro exigido pelo mesmo, estamos falando então do exaurimento do crime. (lembre-se disso, já caiu varias questões com pegadinhas como estas). • Aqui refere-se a acontecimentos posteriores a consumação do delito (como dito no exemplo acima). • O exaurimento influencia na dosimetria da pena – art. 59 CP “consequência do crime”. • Eventualmente, o exaurimento pode atuar como: a) Qualificadora (ex.: art. 329, §1º CP – “se o ato, em razão da resistência, não se executa”). b) Causa de aumento de pena (ex.: art. 317, §1º CP – “A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional”). Esse resumo foi feito por Rafael Luiz Trigo Trovão, tal resumo tem o cunho de relembrar pontos importantes para sua prova, o resumo em tese é somente para suplementar seus estudos, reforço e sugiro fortemente que sempre use os meios de retroalimentação, ao qual irá bombar seus resumos, como faço essa retroalimentação? Simples, o uso de questões direcionadas (adicione questões em seus resumos sempre que resolverem). Dicas, mnemônicos, leis e jurisprudências sempre são de extrema importância para reforçar seus resumos e estudos, dito isso encerro esse resumo com essa dica preciosa que adquiri com o tempo de estudos. Me ajude a melhorar diga-me como estou indo nos comentários, desde já agradeço. Bons Estudos. REFERENCIAS CÓDIGO PENAL < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- lei/Del2848compilado.htm > https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm
Compartilhar