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Iter Criminis e Consumação

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Iter Criminis e Consumação
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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ITER CRIMINIS E CONSUMAÇÃO
A consumação ocorre quando o resultado do delito é alcançado. Já na tentativa o agente 
busca determinado resultado, mas não o alcança por razões alheias à sua vontade.
Iter criminis é uma expressão em latim que significa “caminho do crime”. De maneira geral, 
os crimes seguem um caminho desde a fase da cogitação até o momento da consumação.
ITER CRIMINIS
Iter Criminis – Caminho do crime
É composto de duas fases:
1. Fase interna:
• Cogitação.
2. Fase externa:
• Preparação (atos preparatórios):
• Execução (atos executórios):
• Consumação:
• O exaurimento não é uma etapa do iter criminis. Na verdade, é uma situação que 
ocorre após o iter criminis. A consumação finaliza o iter criminis.
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Iter Criminis e Consumação
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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• Na cogitação, o agente pensa a respeito da prática de um delito, analisa os prós e 
contras da sua prática e decide praticá-lo. É a fase interno: a fase que está na mente 
do agente. O direito penal nunca pode alcançar a cogitação, pouco importando o quão 
hediondo seja o delito que o agente pretendia cometer.
Cogitação (fase interna)
Surge a ideia de praticar a conduta delituosa.
Em nenhuma hipótese é punível – ninguém pode ser punido por seus pensamentos.
Não se confunde com a premeditação.
• A premeditação alcança a fase interna e também os atos preparatórios. A fase interna 
não envolve necessariamente a premeditação.
A cogitação pode ser dividida em 3 etapas: 
1. Idealização: surge a ideia de cometer o delito.
2. Deliberação: análise dos pontos favoráveis e contrários à prática do delito.
• Corre o risco de ser preso?
• Vale a pena matar e correr o risco de ser preso?
3. Resolução: decisão pelo cometimento ou não do delito.
• Nenhuma dessas três etapas pode ser alcançada pelo direito penal.
Preparação (fase externa)
• Os atos preparatórios envolvem a preparação do crime.
• Suponha que o professor Érico, após cogitar furtar uma residência, decida comprar 
uma escada no supermercado para facilitar a subida no muro da residência. A polícia 
descobre o plano e prende Érico pelo fato de comprar uma escada com a finalidade de 
praticar um furto. A prisão não é lícita porque o direito penal não pune atos preparató-
rios, salvo em algumas exceções. A regra é a não punição de atos preparatórios.
– São exceções:
- Crime obstáculo: tipos penais que vão punir atos preparatórios.
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DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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- O delito previsto no art. 291, por exemplo, é um ato preparatório para o crime de 
moeda falsa previsto no art. 289 do CP. Por ser um ato preparatório previsto em 
lei como um crime isolado, pode ser punido.
Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, 
aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
- Em regra, os crimes obstáculos são absorvidos quando o agente consegue pra-
ticar o crime fim. Pense no delito do art. 291 do CP: se o agente viesse a adquirir 
maquinismo destinado à falsificação e, posteriormente, falsificasse a moeda, res-
ponderia apenas pelo crime de falsificação de moeda falsa, de modo a evitar o 
bis in idem. O crime fim absorve o crime meio em razão da aplicação do princípio 
da consunção.
- Os atos preparatórios configuram crime por si só.
- Se o agente comprar uma arma de fogo calibre 38 com o objetivo de matar 
alguém e sair portando a arma até a sua residência, poderá ser preso pela polí-
cia pelo crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 14 da Lei n. 
10.826/2003). Nessa situação, apesar de o ato praticado pelo agente ser prepa-
ratório, a sua prisão foi lícita, uma vez que esse ato configura um crime por si só.
Criação prévia das condições necessárias à prática do delito.
Em regra, os atos preparatórios não são puníveis, mas há duas exceções:
1. Quando o próprio ato preparatório configura uma infração penal.
• Exemplo: porte de arma de fogo.
2. Por meio dos chamados crimes-obstáculo. Exemplos:
• Art. 288, CP – associação criminosa.
• Art. 291, CP – petrecho para falsificação de moeda.
• Art. 286, CP – incitação ao crime.
• Art. 5º, Lei n. 13.260/2016 – atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequí-
voco de consumar tal delito.
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– Se alguém começar a fabricar uma bomba e todos os indícios levarem a crer que 
sua utilização se dará em um ato terrorista, o agente poderá ser punido pela fabrica-
ção da bomba, porque a Lei n. 13.260/2016 prever um tipo penal que pune os atos 
preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco de consumar tal delito.
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/2016/TCE-PR/AUDITOR) No direito brasileiro, os atos preparatórios não são 
puníveis em nenhuma circunstância, nem mesmo como tipo penal autônomo.
COMENTÁRIO
Os atos preparatórios podem ser punidos se configurarem um tipo penal autônomo.
ITER CRIMINIS
Execução (fase externa) 
• Os atos executórios representam o momento em que o agente inicia a conduta bus-
cando a consumação do delito.
– Exemplo: O agente leva a escada até a casa do indivíduo e começa a prática do 
furto; o agente compra a arma de fogo e vai até a casa da vítima e inicia os atos exe-
cutórios para matá-la.
• A execução pressupõe a prática de verbos, isto é, a prática de condutas com finalidade 
de consumar o delito.
Exteriorização da conduta, por meio de atos idôneos e inequívocos para alcançar o resul-
tado criminoso almejado.
É na fase de execução que o Direito Penal passa a incidir sobre a conduta do agente.
• Os atos de cogitação nunca são alcançados pelo direito penal.
• Os atos preparatórios, em regra, não são alcançados pelo direito penal.
• Os atos executórios sempre são alcançados pelo direito penal.
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DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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– Se o agente iniciar os atos executórios, mas o crime não se consumar por circuns-
tâncias alheias à sua vontade, configura-se o crime tentado. Na tentativa, o iter cri-
minis não se completa.
Obs.: Nem todo crime exige atos preparatórios; o agente pode decidir e já praticar o crime; 
a cogitação pode muitas vezes ser simultânea aos atos executórios.
A tentativa será punível ainda que o resultado naturalístico almejado não seja alcançado.
• Se o agente alcançar o resultado naturalístico, o crime se consuma; do contrário, o 
agente será punido pela tentativa.
ITER CRIMINIS
• Imagine a situação do agente que coloca uma escada no muro da residência. Se 
entendermos que a colocação da escada é um ato preparatório, não há que se falar 
em crime. Porém, se entendermos que se trata de um ato executório, o agente pode 
ser punido pela tentativa. O mesmo raciocínio se aplica à situação do agente que 
aponta uma arma de fogo para a vítima: é um ato preparatório ou executório? 
Em que momento o agente deixa de praticar atos preparatórios e passa a praticar atos 
executórios?
• Teoria subjetiva: não há transição dos atos preparatórios para os atos executórios. 
Leva-se em consideração o plano interno do agente.
– De acordo com a teoria subjetiva, não há que se falar na divisão entre atos prepa-
ratórios e executórios. Como o agente tem a intenção de praticar o crime, a simples 
compra da escadajá seria um ato executório. Leva-se em consideração o dolo do 
agente: a vontade de comprar a escada com a finalidade de praticar o crime.
– A teoria subjetiva não é adotada no Brasil. Tanto é que o direito penal, em regra, não 
pune os atos preparatórios.
• Teoria objetiva: deve haver a exteriorização de atos idôneos e inequívocos para a rea-
lização do tipo penal.
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– A teoria objetiva é o gênero que se subdivide em quatro teorias.
Teorias objetivas
Teoria da hostilidade ao bem jurídico: atos executórios são aqueles que atacam o bem 
jurídico, cria-se situação concreta de perigo.
• Não é adotada no Brasil.
• De acordo com a teoria da hostilidade ao bem jurídico, somente poderiam ser consi-
derados atos executórios se houvesse um efetivo perigo ao bem jurídico tutelado pela 
norma penal. Essa teoria limita, portanto, o âmbito dos atos executórios.
– O agente que efetue vários disparos contra a vítima e erre todos os tiros não tentou 
matar, uma vez que a vítima não sofrera um perigo concreto (os tiros passaram a 
três metros de distância).
Teoria objetivo-material: são considerados atos executórios os imediatamente anterio-
res à prática do núcleo do tipo, da perspectiva do terceiro observador. 
• A teoria objetivo-material e a objetivo-individual são adotadas no Brasil, a depender do 
doutrinador e do julgador. Há um consenso nas duas teorias: a transição entre os atos 
preparatórios e os atos executórios pode ser visualizada no momento imediatamente 
anterior à pratica do núcleo do tipo. Então, o agente não precisa praticar o núcleo do 
tipo nem precisa existir o perigo ao bem jurídico tutelado. Quando o agente pratica atos 
imediatamente anteriores ao verbo nuclear do tipo, há atos executórios e, por isso, o 
agente já pode ser punido pela tentativa.
• No furto mediante escalada, configura-se o ato executório no momento em que se 
inicia a escalada.
– A colocação da escada no muro pelo agente consiste em um ato preparatório. O ato 
executório somente se inicia com a subida no primeiro degrau.
– O agente que fica preso na chaminé de uma residência responde pela tentativa de 
furto qualificado mediante escalada. Lembre-se de que a escalada é configurada em 
qualquer meio anormal de se chegar ao objeto material.
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Iter Criminis e Consumação
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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• No homicídio, o momento imediatamente anterior à prática do verbo do tipo penal pode 
ser visualizado na conduta de apontar a arma para a vítima. O simples porte da arma 
não é ato executório.
– O agente responde por tentativa de homicídio se, após a apontar a arma para a 
vítima, alguém segurar a sua mão e impedir a realização do disparo.
Teoria objetivo-individual (ou objetivo-subjetiva): são considerados atos executórios os 
imediatamente anteriores à prática do núcleo do tipo, da perspectiva do próprio autor. 
• Não é possível afirmar a iniciação dos atos executórios na situação do agente que, 
após apontar a arma para a vítima, ainda tem dúvida da realização do disparo, pois, 
da perspectiva do próprio autor, o agente não está praticando um ato imediatamente 
anterior à execução do crime. Entretanto, olhando da perspectiva do terceiro observa-
dor, há a configuração do ato executório.
Teoria objetivo-formal (ou lógico-formal): compreendem-se atos executórios somente a 
partir do momento que o agente realiza o verbo núcleo do tipo penal.
• Não é adotada no Brasil.
– Cuidado: já foi adotada pelo direito penal brasileiro e ainda é adotada por alguns 
doutrinadores.
• De acordo com a teoria objetivo-formal, somente no momento em que o agente efe-
tuar o disparo é que haverá o início dos atos executórios. Sendo assim, não são atos 
executórios as condutas de colocar a escada no muro da residência e de arrombar a 
porta da entrada. Somente no momento em que o agente subtrair ou tentar subtrair 
um objeto da residência é que haveria atos executórios. Isso porque os atos imediata-
mente anteriores não são considerados atos executórios.
Obs.: Embora os nomes das teorias não sejam muito cobrados, é importante o aluno tê-los 
em mente. O ponto mais cobrado em prova são as situações fáticas do furto e do 
homicídio.
GABARITO
 1. E
30m
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Érico de Barros Palazzo. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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