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Aula 06 (2)

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Responsabilidade pelo 
fato do produto ou serviço
Considerações acerca do dever 
de segurança imposto aos fornecedores
De acordo com teor dos artigos 8.º e 9.º do Código de Defesa do Consumidor (CDC), os produtos 
e serviços em oferta não poderão acarretar riscos à saúde ou segurança dos consumidores, salvo se 
tais riscos possam ser considerados normais e previsíveis em decorrência da natureza e do modo de 
utilização daqueles bens econômicos, lembrando que o fornecedor se encontra obrigado a informar, de 
modo claro e ostensivo, principalmente nesses casos, acerca do adequado uso do produto ou serviço, e 
ainda, sobre os potenciais riscos que os mesmos possam oferecer à coletividade.
O fiel cumprimento desses preceitos legais pode ser observado, no plano concreto, na aferição da 
publicidade feita pelas empresas de cigarro, atualmente, bastante limitada por conta dos efeitos nocivos 
desses produtos; nas embalagens de produtos perigosos como álcool líquido, pesticidas e agrotóxicos, 
que advertem o consumidor sobre as necessárias cautelas que deve-se adotar; nas bulas que orientam 
acerca do uso adequado dos medicamentos, seus efeitos colaterais potenciais e sobre as pessoas a 
quem não se aconselha consumi-los; nas embalagens de alimentos, que devem conter o prazo máximo 
em que o consumo é recomendado.
Não se pode negar que existe um dever geral de segurança, cumprindo informar ainda, que é 
em caráter excepcional que se admite a inserção de produtos perigosos no mercado, pois em regra, o 
fornecedor não pode comercializá-los. 
Por sua vez, se o fornecedor descobrir posteriormente que o produto inserido no mercado de 
consumo oferece riscos à saúde ou à segurança dos potenciais usuários, deverá promover sua retirada 
da exposição pública ao comércio, comunicando à coletividade ostensivamente, de modo a minimizar 
as prováveis vítimas. Nesses casos, na hipótese de danos causados a algum consumidor em razão do 
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60 | Responsabilidade pelo fato do produto ou serviço
defeito do produto, mesmo que desconhecido pelo fornecedor, este está obrigado a reparar os prejuízos 
suportados pela vítima, mesmo que tenha realizado todos os testes possíveis de periculosidade. Eis que 
assume as consequências de sua atividade, não podendo invocar a teoria do risco do desenvolvimento 
para eximir-se do dever de indenizar. Ao contrário do que ocorre na Europa, onde tal tese prevalece em 
favor da empresa.
Caso típico de conhecimento posterior do problema é notado no ramo de comércio de automóveis 
novos, cuja solução é dada normalmente mediante a prática de recall, procedimento que consiste em 
anúncios públicos e ostensivos visando à convocação dos consumidores para que compareçam à 
empresa a fim de sanar os defeitos aferidos nos produtos ou serviços que colocara no mercado. Salienta-
-se que nesses casos, todas as despesas devem correr por conta do fornecedor.
Imagine ainda, como exemplo dessa assertiva, a comercialização de apartamentos construídos 
sob solo infectado por produtos químicos enterrados há muitos anos ou erguidos sob solo em que há 
risco de desmoronamento, quando tais fatos venham a ser conhecido pelo vendedor ou pelo comprador 
após a entrega das chaves. Parece claro que, nesse caso, o fornecedor se obriga a informar de imediato 
os compradores das unidades imobiliárias para que desocupem o imóvel, responsabilizando-se, no 
mínimo, pelas despesas com a mudança e com o pagamento dos aluguéis até que o defeito, se possível, 
seja reparado. A ideia que aqui impera é que para além de ser obrigado a reparar os prejuízos suportados 
pelo consumidor, o fornecedor deve ainda evitá-los, agindo de modo a evitar o ilícito.
Responsabilidade pelo fato do produto ou serviço
A teoria da responsabilidade pelo fato do produto ou serviço implica a análise dos acidentes de 
consumo, ou seja, o estudo das situações em que o consumidor sofre danos ao seu patrimônio, e espe-
cialmente, a sua integridade psicofísica, bem como das consequências oriundas de tal lesão, principal-
mente, o dever de repará-los. Teoria essa que surge em razão da preocupação do legislador com o grau 
de segurança oferecido pelos bens colocados no mercado de consumo (BESSA, 2006, p. 87).
Para ilustrar essa situação, pode-se lembrar o caso da garrafa que explode nas mãos do consumidor 
e causa lesões no rosto ou nos olhos da vítima, ou ainda, o caso do avião que cai e fere os passageiros. 
Como hipótese de aplicação dessa teoria aos consumidores by stander, ou seja, aos terceiros que são 
vítimas de um acidente de consumo, é esclarecedora a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no 
Recurso Especial 540.235/TO, que impôs à empresa proprietária de aeronave que realiza o transporte 
de malotes o dever de reparar os prejuízos suportados pelas vítimas que perderam suas casas em razão 
de acidente aéreo.
Quando efetivamente o fornecedor será responsabilizado pelos acidentes de consumo? A 
resposta está localizada no artigo 12 da Lei 8.078/90, ditando que o fornecedor deverá reparar os danos 
surgidos em razão de defeitos decorrentes do projeto, da fabricação, da construção, da montagem, das 
fórmulas e de sua manipulação, da apresentação ou do acondicionamento de seus produtos, e ainda, 
em razão de informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. 
Em síntese, pode-se afirmar que haverá responsabilidade quando houver um defeito de concepção, 
de produção ou de informação (GRASSI NETO, 2007, p. 56-58), levando em conta que um produto será 
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61|Responsabilidade pelo fato do produto ou serviço
considerado defeituoso quando não oferecer a segurança dele legitimamente esperada, respeitando 
circunstâncias como sua apresentação, uso e riscos, que razoavelmente dele se esperam, e ainda, a época 
em que foi colocado em circulação.
Há o dever de indenizar quando a casa comprada junto à empresa do ramo imobiliário vem a 
desabar e ferir a família do consumidor, quando tal fato ocorreu porque o projeto estrutural foi elaborado 
sem considerar aspectos específicos do solo naquela região, ou foi desenvolvido pelo engenheiro 
responsável sem observar, de modo escorreito, a construção. Também há o dever de indenizar quando 
o consumidor não for informado adequadamente sobre o uso do bem, por exemplo, quando o elevador 
não possui uma placa indicativa do peso máximo que pode transportar e despenca da cobertura porque 
o comprador do imóvel não teve acesso a essa informação e excedeu a lotação do mesmo.
É evidente que nessas hipóteses o consumidor que compra uma casa ou um apartamento não 
espera que o mesmo venha abaixo – como descrito no exemplo anterior – e dessa forma, a noção de 
defeito “está essencialmente ligada à expectativa do consumidor [e assim] um produto é defeituoso 
quando ele é mais perigoso para o consumidor ou usuário do que legitimamente ou razoavelmente se 
podia esperar” (ROCHA, 2000, p. 95). 
É importante discorrer também sobre quem será o responsável pela indenização dos prejuízos, 
destacando-se que a Lei 8.078/90 prevê em seu artigo 12 que o fabricante, o produtor, o construtor e 
o importador “responderão pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decor-
rentes do produto”, obrigando, nos casos previstos, mesmo quem não seja parte no contrato, a reparar 
a vítima, o que se dá em razão das vantagens indiretamente auferidas. Como se denota, no caso de 
acidente de consumo, terá dever de indenizar não apenas quem entregou o produto ao consumidor 
por ocasião da compra e venda, mas, sim em regra, qualquer responsável pela circulação do produto no 
mercado. Observa-se que o comerciante foi propositalmente excluído do rol dos responsáveis citados, 
pois deverá indenizar apenas em situações peculiares, que serão abordadas logo à frente.
Salienta-se ainda que, visando à proteçãodos vulneráveis, houve a criação de um sistema de 
responsabilidade objetiva, ou seja, que dispensa a presença de culpa na conduta do fornecedor, tese 
essa que surge, entre outros fatores, da necessidade de “substituição da ideia de responsabilidade 
pela reparação, mediante a socialização dos riscos” (COSTA, 2002, p. 218), bem como, de um maior 
estudo da teoria econômica, que impõe a quem lucra com certa atividade o dever de assumir os 
riscos inerentes à mesma (CAVALIERI FILHO, 2000). Dessa forma, basta ao consumidor demonstrar 
que sofreu o dano e que esse dano teve origem em razão de defeito do produto adquirido ou serviço 
contratado junto ao fornecedor.
Em verdade, a responsabilidade subjetiva, ou seja, aquela lastreada na culpa, há algum tempo não 
consegue resolver inúmeros problemas surgidos nas relações cotidianas, tendo sido gradativamente 
substituída pela responsabilidade objetiva, ou seja, por aquela que impõe o dever de indenizar sem 
a necessidade da presença de culpa, evitando assim que vítimas de danos injustos pereçam sem 
indenização por conta da dificuldade de demonstração de que certa conduta é permeada pelo elemento 
subjetivo (HIRONAKA, 2005).
Apenas a título de informação, cumpre destacar que existem diversos fatores de atribuição de 
responsabilidade que poderão ser utilizados para substituir a culpa, entre eles: o risco criado, a garantia, 
o abuso de direito, a equidade etc. (LORENZETTI, 2004, p. 612). Aliás, não só podem como devem, pois, 
como anteriormente explicado, a responsabilidade civil lastreada “na imputação culposa se assemelha 
a um edifício dotado de portas difíceis de serem abertas” (LORENZETTI, 1998, p. 96), pensamento que 
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62 | Responsabilidade pelo fato do produto ou serviço
se justifica na dificuldade da demonstração do desvio da conduta de quem provocara o dano, ou seja, 
na complexidade da produção de prova de negligência, imprudência ou imperícia de quem causou o 
prejuízo à vítima.
Deveras importante destacar ainda que a observância do dever de informar pelo fornecedor 
detém relevante papel na solução dos problemas surgidos no âmbito da teoria da responsabilidade, 
do produto ou serviço. De fato, a apresentação dos bens colocados no mercado de consumo assume 
especial relevância, por exemplo, se for realizada a publicidade de determinado brinquedo, sem a 
advertência de que este não é recomendado para crianças que ainda não têm certa idade, o fornecedor 
poderá ser responsabilizado se o infante for lesado por ter engolido um pedaço do brinquedo. Por outro 
lado, desde que exista prévia informação, há de se ter em conta quando da análise da responsabilidade 
do fornecedor, se o produto foi utilizado para o fim a que se destina, posto que se o consumidor der 
ao produto comprado destinação diversa da esperada ou recomendada, em regra, deverá suportar os 
prejuízos que venha a sofrer.
Dessa forma, se o consumidor utilizar uma lâmina de barbear para cortar as unhas, não poderá 
depois, por ter cortado o dedo, imputar tal responsabilidade ao fabricante daquela; também estando 
impedido de alegar que em razão do surgimento de nova tecnologia no sistema de freios ou por conta 
dos air bags instalados em veículos mais novos, que o carro antigo que possui, fabricado na década de 
1980, é defeituoso, porque oferece maior risco a sua segurança que os produzidos atualmente.
Analisados os pressupostos anteriores, se houver um acidente de consumo, de acordo com o 
CDC o fabricante e os demais responsáveis só não serão responsabilizados se demonstrarem que não 
colocaram o produto no mercado, que o defeito inexiste ou que o acidente ocorreu por fato exclusivo 
do consumidor ou de terceiro, e ainda, promovendo-se uma vez mais o diálogo das fontes, se houver 
caso fortuito ou força maior.
Acerca do tema, José Reinaldo de Lima Lopes (2005, p. 110) afirma que a responsabilidade do 
fornecedor é macrossocial, sendo a ele imputado o risco de sua atividade de modo a internalizá-lo, só 
se exonerando do dever de reparar os danos suportados pelo consumidor em razão de acidente de 
consumo se demonstrar a inexistência de vínculo com o produto, a inexistência de defeito, ou, fato 
exclusivo da vítima, hipótese essa que acaba sendo redundante, pois se o acidente ocorreu em razão 
do uso inadequado, desde que cumprido o dever de informar, o bem não poderá ser considerado 
defeituoso.
Assim, na hipótese de um medicamento, que ainda está em teste, ser colocado à disposição do 
consumidor em farmácias por ter sido furtado nas instalações do fornecedor, este último, em princípio, 
não terá o dever de indenizar. 
Também no caso do uso indevido do produto, não há dever de indenizar, como no caso do 
automóvel de passeio que tem um pneu estourado e que por isso encontra uma árvore a sua frente, 
porque o condutor o dirigia a mais de 200km/h, quando o pneu não foi projetado para essa velocidade 
(fato exclusivo da vítima), ou, na mesma hipótese, porque o pneu estourou por conta de um buraco na 
rodovia (fato de terceiro). Nesse último caso, se a estrada tiver sido concedida à iniciativa privada, esta 
responde pelo dano, caso contrário, a responsabilidade será do Estado.
Como antes adiantado, é importante destacar que os danos causados em razão de acidente de 
consumo, em princípio, não serão de responsabilidade do comerciante, entretanto, este atrairá o dever 
de repará-los, quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puder ser identificado 
e ainda, quando não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
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63|Responsabilidade pelo fato do produto ou serviço
Como exemplo da primeira hipótese, tem-se a situação de comercialização de produtos importados 
sem que o rótulo ou as informações sobre quem seja o fabricante ou o importador sejam traduzidas 
para o português, e da segunda, os casos em que os produtos espalhados nos balcões frigoríficos 
dos supermercados se deterioram porque o fornecedor, no período noturno, desliga aqueles visando 
economizar energia elétrica.
Por sua vez, merece destacar que os prestadores de serviços respondem da mesma forma antes 
delineada, consoante dispõe o artigo 14 do CDC, desde que o defeito esteja contido no serviço prestado 
ou haja informação insuficiente ou inadequada sobre a adequada fruição daquele, e desse modo, caso a 
imobiliária não informe que a casa que está comercializando é antiga e precisa de reformas, na hipótese 
do comprador suportar alguma lesão porque a escada caiu ou o piso cedeu com o morador sobre ele, 
poderá ser responsabilizada.
Por fim, de acordo com o parágrafo 4.º do artigo 14 do CDC, “a responsabilidade pessoal dos 
profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa”, regra essa que há de ser lida com 
bastante cautela, principalmente, quando o profissional assumir dever qualificado pela doutrina como 
de resultado, como é o caso do engenheiro na empreitada e do médico nas cirurgias plásticas de 
resultado. Salienta-se, enfim, que o papel da culpa no incumprimento das obrigações merece ser relido 
(CATALAN, 2005).
Considerações sobre o prazo 
para exercício da pretensão à indenização
Em princípio, o prazo para exercício da pretensão visando à reparação dos danos oriundos de aci-
dentes de consumo será de cinco anos, como expressamente prevê o artigo 27 do CDC, prazo esse que 
se inicia a partir do conhecimento do dano e de sua autoria, momento que em regra, coincide quando 
a lesão ocorre.
Entretanto, excepcionalmente, na hipótese dos danos ofenderem a algum direito da persona- 
lidade, principalmente se a lesão violar a integridade psicofísica da vítima, como ocorre quando há a 
perda de membros ou órgãos vitais, como um olho, um dedo ou um braço, é possível admitir que aquele 
prazo não se aplica, podendo ser ajuizada a ação visando à reparação de taisdanos a qualquer tempo 
(TARTUCE, 2006, p. 146-147), desde que a vítima o faça em vida, pois quanto mais a vítima demora para 
recorrer ao Judiciário, em regra, menor será o valor da indenização a que terá direito, ante a incidência 
da figura da supressio1.
Nesses casos, a ausência de prazo se dá por conta da violação de direito da personalidade, que 
entre outras características, é tido como absoluto, perpétuo, intransmissível e irrenunciável, e que uma 
vez desrespeitado, é fonte dos chamados danos extrapatrimoniais ou morais e tem como principal 
sustentáculo o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (MORAES, 2006).
Muito embora essa tese ainda esteja em fase de desenvolvimento, a partir da leitura constitucional 
do direito privado, parece que o caminho é irreversível, como se denota do seguinte julgado:
1 A supressio pode ser identificada como a situação de um direito que, não tendo sido exercido por seu titular ao longo do tempo, não possa 
mais sê-lo, em razão da confiança depositada por aquele “contra” quem se pretende exercê-lo na não utilização daquele mesmo direito.
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64 | Responsabilidade pelo fato do produto ou serviço
9. À luz das cláusulas pétreas constitucionais, é juridicamente sustentável assentar que a proteção da dignidade da 
pessoa humana perdura enquanto subsiste a República Federativa, posto seu fundamento. Consectariamente, não 
há falar em prescrição da ação que visa implementar um dos pilares da República, máxime porque a Constituição não 
estipulou lapso prescricional ao direito de agir, correspondente ao direito inalienável à dignidade. [...] 13. A dignidade 
humana violentada, in casu, decorreu do sepultamento do irmão da parte, realizado sem qualquer comunicação à 
família ou assentamento do óbito, gerando aflição ao autor e demais familiares, os quais desconheciam o paradeiro 
e destino do irmão e filho, gerando suspeitas de que, por motivos políticos, poderia estar sendo torturado revelando 
flagrante atentado ao mais elementar dos direitos humanos, os quais, segundo os tratadistas, são inatos, universais, 
absolutos, inalienáveis e imprescritíveis. Inequívoco que a morte do irmão do autor não foi oficialmente informada à 
família, nem houve qualquer tipo de registro ou identificação da sepultura. [...]. (REsp 612.108/PR)
Atividades
1. Qual a função da teoria da responsabilidade pelo fato do produto ou serviço?
2. Qual a amplitude do dever de segurança imposto aos fornecedores de produtos e serviços?
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