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Validação de Método Analítico AAS

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ARTIGO 4 | p. 25-32
Validação de Método Analítico 
de Identificação e Quantificação dos 
Contaminantes Emergentes Ácido Acetilsalicílico, 
Diclofenaco e Paracetamol Utilizando Análise 
de LC/MS–IT-TOF1
Validation of an Analytical Method to the Identification and 
Quantification of Emerging Contaminants Aspirin, Diclofenac and 
Paracetamol Using LC/MS-IT-TOF
Daniella Carla Napoleão2, Rogério Ferreira da Silva3, Danielle Pires de Souza1, 
Paula Tereza de Souza e Silva4, Marta Maria Menezes Bezerra Duarte1, 
Mohand Benachour1 e Valdinete Lins da Silva1 
Resumo: A validação de método analítico é importante para identificação e quantificação de 
contaminantes emergentes (CE) como: AAS, diclofenaco e paracetamol utilizando LC/MS-IT-TOF. Um 
interesse crescente na comunidade científica se dá no estudo de micropoluentes que causam alterações 
ambientais, sendo encontrados em efluentes e rios. Classificadas como CE, dentre essas substâncias 
estão os fármacos, os quais acima citados foram quantificados e qualificados de forma eficiente via LC/
MS-IT-TOF. A confiabilidade desta metodologia de validação, seguiu normas da ANVISA. Parâmetros 
como linearidade, precisão, repetibilidade, limites de quantificação e detecção foram utilizados nas 
curvas com concentrações entre 0,01 e 1 mg.L-1.
Palavras-chave: Método analítico; Aspirina; Paracetamol; Diclofenaco; LC/MS-IT-TOF.
Abstract: Validation of analytical method is important for identification and quantification of emerging 
contaminants (EC) as: aspirin, diclofenac and paracetamol using LC/MS-IT-TOF. A growing interest 
in the scientific community is given in the study of micro-environmental changes that cause, being 
1. Os autores agradecem à Farmácia Escola/UFPE e ao LAFEPE por ceder os princípios ativos dos fármacos 
estudados. À CAPES e ao Professor Célio Pasquini coordenador do Projeto CNPq/INCTAA/UNICAMP-UFPE, 
pelo aporte financeiro.
2. Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal de Pernambuco.
3. Departamento de Química Fundamental, Universidade Federal de Pernambuco.
4. Embrapa Semi-Árido.
QUÍMICA NO BRASIL | Volume 07 | Número 01 e 02 | Jan.-Dez. de 2013
1. Introdução
A Revolução Industrial levou a um aumento sig-
nificativo na produção de bens de consumo gerando 
resíduos, que têm sido descartados de maneira desor-
denada durante vários anos na atmosfera, no solo e 
na água [1]. 
A comunidade científica de todo mundo tem se 
preocupado com estes descartes tendo em vista que 
cada vez mais têm surgido no meio ambiente micro-
poluentes capazes de provocar alterações importan-
tes à saúde de organismos vivos e interferir no meio 
ambiente [2]. Dentre esses micropoluentes, cerca 
de 11 milhões de substâncias estão registradas no 
Chemical Abstracts Service (CAS) dentre os quais 
3.000 são produzidos em grande quantidade atin-
gindo valores superiores a 500.000 kg por ano [1].
Entre essas substâncias um grupo passou a ser 
denominado Contaminantes Emergentes (CE) den-
tre as quais estão os fármacos, com destaque para 
os analgésicos e os antiinflamatórios, que são lar-
gamente utilizados nos sistemas de saúde públicos 
ou particulares assim como no consumo domés-
tico [2-3]. Dentre os vinte compostos mais utiliza-
dos em todo mundo encontram-se o Diclofenaco e o 
Ácido Acetilsalicílico (AAS).
Produtos farmacêuticos como Paracetamol, Ácido 
Acetilsalicílico (AAS), Diclofenaco e Ibuprofeno, 
também têm sido encontrados em diversos compar-
timentos ambientais; já existindo alguns estudos em 
torno dessas substâncias. A grande descoberta destes 
contaminantes no meio ambiente tem sido possível 
devido a utilização de técnicas analíticas bastante 
sensíveis com detecção de concentrações em nível de 
ng.L-1 [2, 4].
A metodologia utilizada para a identificação e 
quantificação dos CE é de extrema importância. Deste 
modo a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência 
(CLAE) surgiu para auxiliar a avaliação da qualidade 
e da quantidade de espécies presentes tanto durante 
a produção de bens de consumo e medicamentos 
bem como para determinar sua presença em águas de 
consumo, já que estes são resistentes à maioria dos 
processos de tratamento utilizados [5-6]. A quantifi-
cação desses compostos tem sido realizada através de 
análises cromatográficas acoplado a espectrometria 
de massas.
A compatibilidade existente entre a Cromatografia 
Líquida Moderna e a Espectrometria de Massa tem 
demonstrado que estas técnicas trabalhando de forma 
aliada identificam informações importantes a níveis 
estruturais. Dessa forma surgiu a Cromatografia 
Líquida Acoplada à Espectrometria de Massas (LC/
MS) com capacidade de realizar análises qualitativas 
e quantitativas de maneira eficiente com alta sensibi-
lidade e seletividade [7].
Diversos tipos de analisadores de massas como 
tripolo, quadrupolo, triplo-quadrupolo, “Ion Trap”, 
“Time-of-Flight”, têm sido muito usados com ênfase 
nestes dois últimos. Os analisadores do tipo “ion trap” 
que funcionam como um eletrodo, apresentando neste 
caso alta sensibilidade e seletividade tanto para a iden-
tificação como para quantificação das substâncias ana-
lisadas [8]. Nos analisadores do tipo “Time-of-Flight” 
found in effluents and rivers. Classified as EC among these substances are drugs, which above were quantified and qualified 
to efficiently LC/MS-IT-TOF. The reliability f this validation methodology, followed by ANVISA standards. Parameters such as 
linearity, accuracy, repeatability, limits of quantification and detection were used in the curves with concentrations between 
0.01 and 1 mg.L-1.
Key-words: Emerging contaminants; LC/MS; Validation.
 Validação de Método Analítico de Identificação e Quantificação dos Contaminantes Emergentes Ácido Acetilsalicílico... 27
QUÍMICA NO BRASIL | Volume 07 | Número 01 e 02 | Jan.-Dez. de 2013
Tabela 1. Gradiente de concentração do metanol.
tempo (min) concentração de metanol (mg.l-1)
0,01 50
10 50
13 100
16 50
20 Parada do Equipamento
(Tempo de Vôo), os íons formados na fonte de ioni-
zação são levados a alta velocidade, a qual é inversa-
mente proporcional à raiz quadrada da massa do íon, 
para um longo tubo atingindo em seguida o detector. 
Esse tipo de analisador recebe esse nome, pois seu 
processo operacional encontra-se baseado na medida 
do “tempo de vôo” do íon a ser analisado dentro do 
espectrômetro de massa. Esse tempo está relacionado 
com a razão m/z de cada íon [7].
Para garantir a confiabilidade de resultados apre-
sentados através das mais variadas técnicas analíticas, 
é de suma importância a validação das metodologias 
empregadas [9], uma vez que esta objetiva diminuir e 
controlar os fatores que geram imprecisão ou inexati-
dão dos dados, sendo importante cumprir as exigên-
cias analíticas para um eficaz desempenho do método 
[10-11]. Dentre os diversos parâmetros utilizados no 
processo de validação podem ser citados: linearidade, 
precisão, repetitividade, exatidão, limite de quantifi-
cação (LQ) e limite de detecção (LD) [9].
A linearidade garante que os resultados obtidos 
são proporcionais à concentração da substância estu-
dada e/ou analisada [9, 12]; e pode ser testada de 
duas maneiras: a priori e a posteriori [13]. A preci-
são pode ser expressa de três formas: repetitividade, 
reprodutibilidade e precisão intermediária; sendo as 
duas primeiras mais utilizadas [9]. A exatidão, por sua 
vez, representa o grau de concordância dos resultados 
individuais encontrados com um valor de referência 
considerado como verdadeiro [14]. Por fim, LQ e 
o LD representam a menor concentração do analito 
possível de ser determinada com precisão e veraci-
dade [9, 14]; e a menor quantidade ou concentração 
do analito que pode ser detectada devendo ser dife-
renciada de maneira confiável do zero, respectiva-
mente [9, 15].
Os CE são substâncias de difícil degradação, 
sendo necessário empregar técnicas capazes de 
degradá-los por completo. É nesse sentido que os 
Processos Oxidativos Avançados (POA) vêm sendoutilizados, pois conseguem degradar o contaminante 
frente à realização de reações químicas oxidando 
compostos orgânicos complexos. Uma vantagem do 
POA é sua capacidade de poder ser aplicado no tra-
tamento de águas contaminadas com poluentes em 
escala de micro e nanogramas, tornando as mesmas 
potáveis [16].
O objetivo deste trabalho foi validar a metodologia 
para a avaliação da presença de três fármacos (Ácido 
Acetilsalicílico (AAS), Diclofenaco e Paracetamol) 
em solução aquosa, simulando um efluente de uma 
indústria de fármacos do Estado de Pernambuco. A 
metodologia analítica aqui avaliada foi baseada em 
trabalho apresentado na literatura [17]. Para uma 
avaliação inicial da degradação desses fármacos utili-
zando POA, foram realizados estudos com fotólise e 
processo Foto-Fenton para verificar a eficiência des-
tes processos frente a cada um dos fármacos.
2. ProcedImento eXPerImental
2.1. análise por lc/ms–It-toF
A quantificação dos compostos foi realizada 
através de análise cromatográfica líquida acoplada 
a espectrometria de massas utilizando um LC/MS–
IT-TOF, coluna ODS com 50 mm (comprimento) × 
2 mm (diâmetro interno) × 3 µm (espessura da fase 
estacionária). Utilizou-se a fase móvel composta por 
metanol e acetato de amônio (2 mol.L-1); o fluxo 
utilizado foi igual a 0,2 mL.min-1. A temperatura do 
forno foi mantida entre 40 ºC e 85 ºC; a fonte de 
ionização usada foi de Electrospray e as massas ana-
lisadas no intervalo entre 100 e 400. O gradiente de 
concentração do solvente seguiu os valores descritos 
na Tabela 1.
Para a validação da metodologia, foram utiliza-
das as amostras dos fármacos (Ácido Acetilsalicílico 
28 Validação de Método Analítico de Identificação e Quantificação dos Contaminantes Emergentes Ácido Acetilsalicílico...
QUÍMICA NO BRASIL | Volume 07 | Número 01 e 02 | Jan.-Dez. de 2013
Tabela 2. Valores da média das áreas, Desvio Padrão e Coeficientes de Variância para os três Fármacos: AAS (A), Diclofenaco 
(B) e Paracetamol (C).
conc.
(mg.l-1)
médias das Áreas desvio Padrão coeficiente de Variância (cV)
A
(x106)
B
(x106)
C
(x105)
A
(x105)
B
(x105)
C
(x104)
A B C
0,01 2,6 2,1 3,6 4,71 4,2 3,1 18,4 19,5 8,8
0,05 7,6 7,9 26,6 13,8 9,4 29,0 18,1 11,9 10,9
0,1 15,6 17,1 52,0 22,3 16,6 76,1 14,3 9,8 14,6
0,2 29,2 35,0 97,6 40,0 32,9 20,0 13,7 9,4 2,1
0,5 70,9 87,8 269,0 109,0 42,9 27,0 15,4 4,9 10,0
0,7 102,0 134,0 446,0 105,0 144,0 72,6 10,2 10,8 16,3
1,0 158,0 174,0 585,0 247,0 105,0 86,0 15,7 6,1 14,7
(AAS), Diclofenaco e Paracetamol) em solução 
aquosa e estocadas em recipiente escuro para evitar a 
degradação dos mesmos decorrentes do efeito da luz.
Inicialmente foram pesados 1 mg do princípio 
ativo de cada fármaco em balança analítica com preci-
são de 5 casas decimais (Shimadzu, modelo AY 220). 
O princípio ativo do AAS (Lote 16169), bem como 
do Diclofenaco (Lote 16302) foram cedidos pelo 
Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco 
(LAFEPE) e o princípio do Paracetamol (Lote 
09112008*3) foi oferecido pela Farmácia Escola/
UFPE. Estes foram transferidos para balão volumé-
trico com capacidade para 100 mL e aferido com 
metanol (Merck), sendo preparada a solução estoque. 
A partir desta solução foram realizadas diluições para 
obtenção das diversas concentrações utilizadas para 
construção da curva analítica.
As curvas analíticas foram construídas com uma 
faixa de concentração entre 0,01 e 1 mg.L-1 e para 
validação foram analisados os seguintes parâmetros 
de validação: Linearidade, Precisão, Repetitividade, 
Exatidão e Limites de Quantificação e Detecção (LQ 
e LD).
3. ValIdação da metodologIa
Uma vez detectados os compostos é necessário 
que o método de medição seja confiável, sendo neces-
sário sua validação. Sendo assim, foram preparadas 
sete curvas para cada um dos compostos, com sete 
diferentes concentrações, e a dispersão dos valores 
analisada com base no Teste de Grubb’s [16]. Uma 
vez obtidos valores em concordância com o Teste 
de Grubb’s, ou seja, com valores inferiores a 2,020 
(valor de referência para um total de sete medições 
e com um nível de confiança de 95%) foi possível 
calcular a média das áreas e os respectivos desvios 
padrões (Tabela 2).
Linearidade: este parâmetro foi, portanto ava-
liado com base no coeficiente de correlação (r), o 
qual foi obtido após construção da curva da média 
da área versus a concentração (mg.L-1). A ANVISA 
recomenda um coeficiente de correlação igual a 0,99, 
enquanto que o INMETRO considera uma boa curva 
para valores de r > 0,90 [7, 9].
Precisão: esta foi avaliada com base na estima-
tiva do desvio padrão absoluto (s), sobre as condições 
de repetitividade [9].
Outra análise realizada para garantir a precisão do 
método baseou-se no Coeficiente de Variância (CV), 
cujo cálculo foi realizado com base na equação 1. 
%CV x
s
100#=
r
^ h (1)
É importante frisar que métodos adotados para 
quantificação de compostos requerem um valor de 
CV(%) inferior a 2%. Contudo, para métodos de aná-
lise de traços e amostras complexas, como fármacos, 
são aceitos valores de até 20% [9, 19].
Exatidão: a forma utilizada para obter esse parâ-
metro foi através do método da recuperação. Para 
recuperação foi realizado o processo de Extração 
Líquido-Líquido (ELL).
 Validação de Método Analítico de Identificação e Quantificação dos Contaminantes Emergentes Ácido Acetilsalicílico... 29
QUÍMICA NO BRASIL | Volume 07 | Número 01 e 02 | Jan.-Dez. de 2013
ELL: um volume igual a 1L de água destilada 
foi contaminado com 1 mg de cada um dos fárma-
cos (AAS, Diclofenaco e Paracetamol); alíquotas de 
50mL dessa solução foram extraídas pelo processo de 
Extração Líquido-Líquido conforme o método 3510C 
da USEPA (1996) [2]. Após a extração o volume 
obtido foi concentrado utilizando rota-evaporador, a 
40 ± 1ºC. Os cálculos para a recuperação foram feitos 
com base na equação 2 [2]. O mesmo procedimento 
foi repetido para um volume igual a 1L de água des-
tilada e contaminação com 0,5 mg de cada composto, 
de modo a garantir a exatidão em diferentes pontos da 
curva analítica.
çã (%) 100Recupera o C
C
2
1
#= c m (2)
sendo, 
C1 = concentração obtida após a ELL;
C2 = concentração da solução aquosa.
Limite de Quantificação (LQ) e Limite de 
Detecção (LD): ambos foram obtidos pela relação 
entre a estimativa do desvio padrão da resposta e a 
inclinação da curva analítica [9, 19-20]. O LQ foi cal-
culado com base na equação 3, enquanto que o LD foi 
obtido através da equação 4.
LQ S
s
10 #= (3)
,LD S
s
3 3 #= (4)
sendo, 
s = estimativa do desvio padrão;
S = inclinação da curva analítica.
3.2. degradação dos fármacos via fotólise 
e processo foto-fenton
Soluções sintéticas foram preparadas com concen-
tração de 1 mg.L-1 de cada um dos fármacos (AAS, 
Diclofenaco e Paracetamol) e submetidas a radia-
ção em reatores de bancada com 3 lâmpadas UV-C 
(Philips) de 30 W cada e emissão de fótons igual a 
1,48 mW.cm-2. Para tal foram utilizados béqueres com 
capacidade para 100 mL, onde alíquotas de 50 mL da 
solução foram colocadas.
As amostras foram submetidas à radiação por 
um período de 2h, em seguidas foram submetidas à 
ELL e concentradas em rota-evaporador a 40 ± 1ºC, 
para posterior quantificação dos compostos no LC/
MS-IT-TOF. Os experimentos foram realizados em 
duplicata.
O mesmo procedimento foi repetido para o Processo 
Foto-Fenton, que foi realizado sob as seguintes condi-
ções: adição de 3 µL de H202, adição de 10,8 mg de 
FeSO4.7H2O e controle de pH entre 4 e 5.
4. resultados 
4.3. detecção dos fármacos: 
análise por lc/ms–It-toF
A detecção de cada composto foi realizada através 
da análise do tempo de retenção e da massa. O AAS 
apresentou uma massa igual a 137,03 g.mol-1. Este 
composto apresenta uma massa molar (MM) igual 
a 180,16 g.mol-1; contudo estudos já realizados pela 
comunidade científica mostram que o AAS (MM = 
180 g.mol-1) quando em solução degrada rapidamente 
a ácido salicílico (MM = 138 g.mol-1), o que corro-
bora os dados obtidosno presente trabalho [18]. O 
AAS foi observado no modo de ionização negativo e 
apresentou um tempo de retenção médio igual a 2,114 
min, estando em concordância com estudos já realiza-
dos que indicam o tempo de retenção deste composto 
entre 0 e 8 min [15].
Para o analgésico/antipirético Diclofenaco, a 
massa encontrada foi igual a 294,01 g.mol-1, valor 
este muito próximo ao encontrado por outros pesqui-
sadores (MM= 294,1322 g.mol-1) [21]. O composto 
foi observado no modo de ionização negativo e apre-
sentou um tempo de retenção médio igual a 14,698 
min, o que está de acordo com dados da literatura 
que mostra que este fármaco apresenta um tempo de 
retenção entre 11,2 e 15,0 min [17].
30 Validação de Método Analítico de Identificação e Quantificação dos Contaminantes Emergentes Ácido Acetilsalicílico...
QUÍMICA NO BRASIL | Volume 07 | Número 01 e 02 | Jan.-Dez. de 2013
Tabela 3. Resultados do Teste de Grubb’s realizados para 95% de confiança, nos quais para sete medições os valores de G< e 
G> devem ser inferior ao valor de 2,020.
g< g>
AAS Diclofenaco Paracetamol AAS Diclofenaco Paracetamol
1,546 1,458 1,349 0,281 1,099 1,290
1,781 1,731 1,633 1,001 0,949 1,600
1,833 1,408 1,190 1,005 1,193 1,077
1,586 1,445 0,738 1,487 0,935 1,461
2,019 1,457 1,401 0,702 1,097 1,192
1,864 1,309 1,575 0,571 1,028 1,796
2,019 1,551 1,561 0,896 0,992 1,825
Assim como os outros dois fármacos, o 
Paracetamol foi observado no modo de ionização 
negativo (MM = 150,06 g.mol-1), e apresentou um 
tempo de retenção médio para este fármaco igual a 
1,240 min, o que é corroborado por estudos que evi-
denciam o tempo de retenção entre 0 e 3,4 min [17].
4.4. Validação da metodologia
Com os resultados da construção das sete curvas 
com sete diferentes concentrações para cada um dos 
compostos foram obtidas as médias das áreas conti-
das e calculados os respectivos desvios padrões, cujos 
valores estão dispostos na Tabela 2. 
A análise da dispersão dos resultados foi reali-
zada com base no Teste de Grubb’s e esses valores 
encontram-se dispostos na Tabela 3. A análise desta 
Tabela permite verificar que os valores obtidos estão 
em conformidade com o Teste realizado para 95% de 
confiança, isto é, todos os valores obtidos apresenta-
ram-se inferior a 2,020 (valor de referência para sete 
medições).
Uma vez detectados os fármacos e analisadas as 
curvas foi possível estudar os parâmetros de valida-
ção da metodologia. A análise da linearidade se deu 
através do cálculo do coeficiente de correlação (r), 
adotando os parâmetros da ANVISA, que considera 
uma curva linear para valores de r iguais a 0,99.
As curvas analíticas dos três fármacos; AAS, 
Diclofenaco e Paracetamol; foram construídas e 
deste obteve-se os valores de r em conformidade com 
os padrões exigidos pelo órgão supracitado, sendo 
eles: 0,9962; 0,9963 e 0,9928, respectivamente. As 
equações 5, 6 e 7 representam as linearizações das 
curvas analíticas obtidas para os três compostos, na 
ordem: AAS, Diclofenaco e Paracetamol.
Y = 2 × 107 X – 100103 (5)
Y = 2 × 107 X – 4007,5 (6)
Y = 6 × 106 X – 92202 (7)
Após linearização das curvas, foi determinada a 
precisão, baseando-se na quantificação do coeficiente 
de variância (CV), a Tabela 2 apresenta os valores 
de CV obtidos para os três fármacos. A análise dessa 
Tabela permite verificar que todos os pontos apresen-
taram-se em concordância com os valores exigidos 
(menores que 20%), indicando a precisão do método.
Para obtenção da exatidão foram realizados 
experimentos em triplicata para as duas diferentes 
concentrações. O percentual de recuperação médio 
para 1 mg.L-1 obtido para o AAS foi igual a 90,00%, 
com um desvio padrão de 2,00; para o Diclofenaco 
foi obtido 94,00%, com um desvio padrão de 1,00; e 
o Paracetamol obteve 92,33% de recuperação, com 
desvio padrão de 3,51. Para uma concentração igual 
a 0,5 1 mg.L-1 os resultados obtidos foram: 90,00% 
para o AAS; 92,40% para o Diclofenaco e 91,00% 
para o Paracetamol com desvio padrões de 3,45; 
1,50 e 2,00, respectivamente.
Na avaliação dos Limites de Quantificação 
(LQ) dos fármacos estudados foram obtidos os 
seguintes valores: 0,02 mg.L-1 (AAS); 0,02 mg.L-1 
(Diclofenaco); 0,005 mg.L-1 (Paracetamol). Para 
o Limite de Detecção (LD) foram observados os 
 Validação de Método Analítico de Identificação e Quantificação dos Contaminantes Emergentes Ácido Acetilsalicílico... 31
QUÍMICA NO BRASIL | Volume 07 | Número 01 e 02 | Jan.-Dez. de 2013
seguintes valores: 0,008 mg.L-1 (AAS); 0,007 mg.L-1 
(Diclofenaco); 0,002 mg.L-1 (Paracetamol).
4.5. degradação dos fármacos 
via fotólise e processo foto-fenton
Os experimentos em reator de bancada utilizando 
fotólise conseguiram obter um percentual médio de 
degradação igual a 37,20% para o AAS; 32,85% para 
o Diclofenaco e 78,50% para o Paracetamol, sendo os 
desvios padrões iguais a 2,69; 1,63 e 0,28 respectiva-
mente. O processo Foto-Fenton conseguiu obter um 
percentual médio de degradação de 88,03% com des-
vio padrão de 0,59 para o AAS, para o Diclofenaco a 
média de degradação foi igual a 80,10% com desvio 
padrão de 1,67; enquanto que o Paracetamol conseguiu 
ser degradado em 92,00%, e desvio padrão de 0,53.
Sendo assim, é possível verificar que o Processo 
Foto-Fenton é mais eficiente que o processo de 
Fotólise para os fármacos estudados, obtendo percen-
tuais de degradação acima de 80,00% para todos os 
CE analisados.
5. conclusão
O presente trabalho conseguiu com base nas 
exigências da ANVISA validar a metodologia para 
identificação e quantificação dos fármacos Ácido 
Acetilsalicílico (AAS), Diclofenaco e Paracetamol por 
LC/MS–IT-TOF estudados a níveis de Contaminantes 
Emergentes. Foram encontrados os valores das mas-
sas para os três compostos, os quais se apresentaram 
de acordo com dados da literatura, bem como o tempo 
de retenção de cada um deles. As curvas analíticas 
apresentaram valores de coeficiente de correlação 
superiores 0,99; conforme exigido pela ANVISA, 
indicando a linearidade do método. A exatidão do 
mesmo foi observada através da recuperação dos fár-
macos, apresentando um percentual igual ou superior 
a 90%. Com relação ao LQ dos fármacos, foram obti-
dos: 0,02 mg.L-1 (AAS); 0,02 mg.L-1 (Diclofenaco); 
0,005 mg.L-1 (Paracetamol). Enquanto que no LD 
foram observados: 0,008 mg.L-1 (AAS); 0,007 mg.L-1 
(Diclofenaco); 0,002 mg.L-1 (Paracetamol). Sendo 
assim, os dados obtidos através desse método são 
confiáveis, podendo portanto ser utilizados com segu-
rança. Um estudo prévio sobre a degradação destes 
compostos utilizando os POA Fotólise e Foto-Fenton 
demonstrou que o segundo processo foi mais eficiente, 
conseguindo degradar em média 88,03% de AAS, 
80,10% de Diclofenaco e 92,00% de Paracetamol. 
Desse modo, pode-se realizar novos testes mediante 
variações nas variáveis empregadas (pH, adição de 
H2O2 e adição de sulfato ferroso heptahidratado) para 
que se obtenha uma degradação ainda mais satisfató-
ria desses CE.
6. reFerêncIas
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32 Validação de Método Analítico de Identificação e Quantificação dos Contaminantes Emergentes Ácido Acetilsalicílico...
QUÍMICA NO BRASIL | Volume 07 | Número 01 e 02 | Jan.-Dez. de 2013
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