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Genética BCTD Introdução Genética e genômica na medicina: • A genética ao longo dos anos deixou de ser uma subespecialidade e se tornou uma especialidade médica reconhecida, e quando isso aconteceu, elas passaram a ser utilizadas em outras doenças = aprimoramento do diagnostico e tratamento de muitas doenças • Isso ficou mais notório no início do século XXI, onde começou o projeto genoma humano, que tinha como objetivo se conhecer todos os genes da espécie • A genética médica passou para a genômica médica, que passa a buscar uma variedade maior de diagnostico e tratamento; a partir do projeto genoma humano, houve maior controle da expressão gênica, variação gênica humana, interações entre os genes e o ambiente = com esses fatores, houve um aprimoramento no tratamento médico • Abordar a família é fundamental: crucial no diagnóstico, pode demonstrar que um determinado transtorno é hereditário; fornece informações sobre a HND e variações de sua expressão; pode esclarecer o padrão de herança; estimativa do risco em outros membros da família • Projeto Genoma Humano foi capaz de detalhar o DNA da espécie humana; existem cargas genéticas envolvidas nesse processo a partir do momento que o genoma é traçado; isso traz o desenvolvimento de melhores ferramentas de diagnóstico, medidas preventivas e métodos terapêuticos • Aplicações da genética e da genômica na medicina atualmente: • Criança que tenha múltiplas malformações congênitas e uma análise cromossômica de rotina normal é submetida a um exame genômico de alta resolução em busca de deleções ou duplicações cromossômicas submicroscópicas – as vezes na cariotipagem habitual o indivíduo não apresente uma alteração • Uma mulher jovem com história familiar de câncer de mama recebe educação, interpretação de exames e apoio de um especialista em câncer de mama hereditário • Um obstetra envia uma amostra de vilosidades coriônicas colhidas de uma mulher gravida, aos 38 anos de idade, a um laboratório de citogenética, para pesquisar anormalidade no numero ou estrutura de cromossosmos fetais – a meiose II nas mulheres é o ponto crucial que pode levar a transtornos genéticos em mulheres com idade avançada que engravidam • Prática médica: • Formas alternativas de um mesmo gene (alelo) → fenótipos semelhantes a partir de mutações em diferentes loci → interações gene- gene gene-ambiente → mutações somáticas no câncer e envelhecimento → diagnósticos pré-natais, exames pré-sintomáticos Classificação dos transtornos genéticos: • Gene + ambiente = doenças – o fator genético é relativo, podendo ter influencia maior ou menor, dependendo do caso; ambiente = fatores externos • Doenças causadas inteiramente ou em parte por fatores genéticos: • 1 – transtornos cromossômicos – não apresentam falha na formação de um gene; há alteração no numero total de genes de um cromossomo (inteiro ou parte dele); o aumento de um par de cromossomo por ex, leva a síndrome de Down, e esse cromossomo a mais não tem alteração no gene, mas há um excesso; pode ser a mais ou a menos • 2 – transtorno de um único gene – erro critico da informação de um gene específico; padrões clássicos de herança mendeliana; pode ter vários padrões de herança, e o fenótipo varia segundo essa variação; ex: a fibrose cística é causada pela mutação de um gene específico, é uma doença recessiva – fenótipo variam de acordo com o sexo, e as vezes outros fatores com relação a expressividade, penetrância alteram alguns fenótipos • 3 – transtornos multifatoriais – padrão de herança diferente; muitos associados ao desenvolvimento fetal, mal formações congênitas, e doenças desenvolvidas na vida adulta, como diabetes, Alzheimer; normalmente ½ ou mais genes interagem, e podem interagir com fatores ambientais ou o individuo pode ter uma predisposição genética Relembrando.............. • Gene: unidade fundamental, física e funcional de hereditariedade, constituída pelo segmento de uma cadeia de DNA responsável por determinar a síntese de uma proteína; os nucleotídeos constituem os genes • Cromossomos: número de cromossomos totais = genoma da espécie; 23 pares de cromossomos = 22 autossomos e 1 par sexual; DNA + nucleossomos = cromatina; quando a cromatina se condensa = cromossomos • Ácido desoxirribonucleico (DNA): a fita de DNA constitui características físicas, e algumas alterações que podemos ter na função do corpo; A – T = 2 pontes de hidrogênio; G – C = 3 pontes de hidrogênio • Ácido ribonucleico (RNA): RNA mensageiro; RNA transportador; RNA ribossomal; a partir do RNA se tem a formação das proteínas; • O DNA se replica – transcrição – tradução; falha pode seguir para o transcrito de RNA, podendo resultar na falha da função de uma proteína; existem enzimas que fazem vistoria, porém, as vezes ocorre uma falha nesse processo, levando a alterações funcionais • Hereditariedade: características passadas de pai para filho; informação genética Ferramentas da genética molecular humana: • Anomalias cromossômicas X anomalias genéticas • As anomalias genéticas são mais específicas • Anomalias cromossômicas (numéricas ou estruturais) – excesso ou diminuição de genes; a cariotipagem é um teste genético que avalia um determinado estagio do ciclo celular, e avalia-se o número cromossômico, determinando alterações numéricas e em alguns casos alterações estruturais • Detectando a variação no DNA: • Alterações submicroscópicas – com cariotipagem não é possível observar a alteração; transferência de Southern Blotting = técnica especifica que vê pequenas deleções no gene, que não são captadas na cariotipagem • Amplificação do DNA utilizando PCR = técnica mais prática e rápida; precisa de pequenas quantidades de amostra; utilizada também na medicina forense; Conceitos importantes: • Genótipo: constituição genica do individuo, isto é, são os genes que ele possui em suas células e que foram herdados de seus pais; representado por letras • Fenótipo: características manifestadas por um indivíduo; características morfológicas, fisiológicas ou comportamentais; determinado pelo genótipo, mas pode ser mudado pelo ambiente • Fenótipo = genótipo + ação do ambiente – ex: cor de pele, textura do cabelo • Cromossomos homólogos: são cromossomos que apresentam genes para as mesmas características para as mesmas posições; um homólogo veio do pai e outro da mãe; dependendo do padrão de herança, basta ter de um dos genitores para desenvolver a doença; em cada locus há um gene especifico de um genitor se complementando com o outro cromossomo homólogo • Óvulo + sptz = zigoto (2n) • Genes alelos: genes que se complementam, que ficam pareados; • Cruzamentos: a partir dos cruzamentos os geneticistas podem prever a transmissão dos genes em uma família; é usado o quadro de Punnett • Cruzamento de AA com aa = filhos Aa • Como fazer um cruzamento? Ler com cuidado o enunciado e fazer uma legenda respondendo a pergunta: qual é a característica em questão? Destacar qual característica é condicionada pelo gene dominante e qual pelo gene recessivo; descobrir qual é o genótipo dos pais (caso o problema não diga); descobrir quais tipos de gametas os pais podem produzir; colocar os gametas produzidos pelos pais no quadro de Punnett; fazer o cruzamento; montar o genótipo e fenótipo; responder a questão • Heredograma: chamado de pedigree ou genealogia; arvore genealógica clássica; representa relações de parentesco entre indivíduos; representa o padrão de certa herança em uma família; primogênito – da esquerda para a direita; casamento consanguíneo = traços duplos Padrão de herança mendeliana • Padrões relacionados ao transtorno de um único gene; alteração critica de um gene específico Herança autossômica recessiva: • Homozigotos, indivíduos com 2 alelos mutantes e nenhum alelo normal • Uma cópia normal do gene é capaz de compensar o alelomutante e prevenir a ocorrência da enfermidade • Os homozigotos tem de ter herdado um alelo mutante de cada genitor • 3 tipos de combinações podem levar a uma prole homozigota afetada por uma doença autossômica recessiva • São doenças mais raras; maior probabilidade de ocorrência em casais cosanguíneos • Na fertilização in vitro há a diminuição dos riscos, a partir da seleção dos genes • Distúrbios autossômicos recessivos – influencia materna e paterna; diferença com relação a frequência e gravidade • Hemocromatose: doença que ocorre no metabolismo do ferro; maior incidência em homens; mutação – substitui cisteína pela tirosina; fadiga • Fibrose cística: mais comum no norte da Europa; mutação – gene que codifica CFTR; produção de muco anormal; vários órgãos afetados; grave; produção excessiva de muco – alterações respiratórias e intestinais (pancreatite por ex); teste de padrão de herança para a fibrose cística • Frequência gênica e frequencia do portador: alelo mutante – raro; portadores – frequencia aumentada; risco de ter um filho afetado depende parcialmente que o companheiro seja portador de um alelo mutante para a condição • Consaguinidade – depende do grau de parentesco; mensuração da consanguinidade • • Característica: um fenótipo autossômico recessivo, ao surgir em mais de um membro da família, tipicamente só é observado nos irmãos do probando, não nos genitores descendentes ou outros parentes; para a maioria dos distúrbios, homens e mulheres tem mesma probabilidade de serem afetados; genitores de uma criança afetada são portadores assintomáticos de alelos mutantes; os genitores podem ser consanguíneos, isso é provável se o gene responsável pela condição for raro na população; o risco de recorrência para cada irmão do probando é 1 em 4 Herança autossômica dominante: • Mais da metade de todos os distúrbios mendelianos é herdado como autossômico dominante • A incidência é alta em áreas geográficas especificas • 1 em 500 para hipercolesterolemia familiar, em descendentes de europeus e japoneses • 1 em 550 para distrofia miotônica, em regiões do Quebec • 1 em 2500 a 3000 para diversas condições, como neurofibromatose, doença dos rins policísticos, em populações de origem norte-europeia • Em cada geração pelo menos 1 individuo vai ser afetado • Herança incompletante dominante: • Acondroplasia: nanismo acondroplásico – impedimento correto do desenvolvimento dos ossos • Características: • O fenótipo geralmente aparece em todas as gerações, com cada uma das pessoas afetadas possuindo um genitor afetado • As exceções, ou aparentes exceções, a essa regra na genética clínica são 1 – casos originados de mutações recentes em um gameta de um genitor fenotipicamente normal e 2 – casos nos quais o distúrbio não é expresso (não- penetrante) ou só é expresso de modo sutil em uma pessoa que herdou o alelo mutante responsável • Qualquer filho de um genitor afetado tem 50% de risco de herdar a característica; isso é verdadeiro para a maioria das famílias, nas quais o outro genitor é fenotipicamente normal; uma vez que estatisticamente cada membro da família é o resultado de um “evento independente”, um amplo desvio da proporção esperada de 1:1 pode ocorrer por acaso em uma única família • Membros fenotipicamente normais das famílias não transmitem o fenótipo para os seus filhos; o fracasso da penetrância ou a expressão sutil de uma condição podem levar a aparentes exceções a essa regra • Homens e mulheres tem iguais probabilidades de transmitir o fenótipo a crianças de ambos os sexos; em particular, a transmissão homem a homem pode ocorrer, e os homens podem ter filhas não afetadas • Uma significativa proporção de casos isolados se deve a uma nova mutação; quanto menor a adequação, maior é a proporção devida a uma nova mutação Herança ligada ao X: • Os fenótipos determinados pelos genes localizados no X apresentam uma distribuição sexual característica e um padrão de herança que geralmente não é fácil de identificar • Aproximadamente 1.100 genes estão localizados no cromossomo X, dos quais sabe-se que 40% são associados a fenótipos patológicos • Uma vez que os homens possuem somente 1 cromossomo X, enquanto as mulheres possuem 2, só existem 2 genótipos possíveis em homens e 3 em mulheres com respeito a um alelo mutante em locus ligado ao X • Maior probabilidade em homens filhos de mulheres afetadas • Inativação do X é um fenômeno fisiológico que ocorre de forma aleatória nos indivíduos do sexo feminino, mas não ocorre inativação do x no sexo masculino; a mulher que tem o gene X mutante inativado não o transmite para seus filhos Herança recessiva ligada ao X: • Tipicamente expressa no fenótipo de todos os homens que a receberam, mas somente nas mulheres que são homozigotas para a mutação • Hemofilia A: • Daltonismo ligado ao X: • Características: • Incidência mais alta em homens; • Mulheres heterozigotas não são afetadas, mas algumas podem expressar a condição com gravidade variável, conforme determinada pelo padrão de inativação do X; • O gene responsável pela condição é transmitido de um homem afetado para as filhas; qualquer um dos filhos das suas filhas tem 50% de chance de herdá-lo; • O alelo mutante geralmente nunca é transmitido diretamente de pai para filho, mas é transmitido por um homem afetado para todas as suas filhas; • O alelo mutante pode ser transmitido através de uma série de portadores femininos; se assim o for, os homens afetados em uma família são aparentados através das mulheres • Uma significativa proporção de casos isolados é devida a uma nova mutação Herança dominante ligada ao X: • Regularmente expresso em heterozigoto • Distinguida da herança autossômica dominante pela ausência de transmissão homem a homem • Quando completamente penetrantes, todas as filhas e nenhum dos filhos dos homens afetados são afetados • Se qualquer das filhas não for afetada ou qualquer filho estiver afetado, a herança deverá ser autossômica, e não ligada ao X • Cada filho de uma mulher afetada tem 50% de chance de herdar a característica, independente do sexo • São incompletamente dominantes • Os homens afetados com parceiras normais não tem nenhum filho afetado e nenhuma filha normal • Descendentes masculinos e femininos das mulheres portadoras apresentam o risco de 50% de herdarem o fenótipo; o padrão de heredograma é semelhante ao observado na herança autossômica dominante • As mulheres afetadas são cerca de 2 vezes mais comuns do que os homens afetados, mas as mulheres afetadas tipicamente possuem uma expressão mais leve (embora variável) do fenótipo • Distúrbios dominantes ligados ao X com letalidade masculina: síndrome de Rett: perda progressiva das funções neurológicas e motoras; após um desenvolvimento aparentemente normal, dos 6 aos 18 meses de vida; 1 em 10.000 a 15.000 meninas vivas, em todos os grupos étnicos; mutações do gene MECP2 – controla o desenvolvimento dos neurônios Genética médica – Thompson – cap 6/7
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