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Analise e Descrição do Processo em Empreendedorismo de uma Pessoa

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
Campus Caxias do Sul 
Empreendedorismo e Inovação I 
 
 
 
 
ANALISE E DESCRIÇÃO DO PROCESSO 
DE EMPREENDEDORISMO DE UMA PESSOA 
 
 
 
 
ACADÊMICOS: 
 
LARISSA DOS SANTOS DE ALMEIDA 
MARCELO HENRIQUE PANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAXIAS DO SUL 
2021 
 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
2 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O presente trabalho tem como finalidade atender a demanda do Trabalho II, 
Empreendedorismo e Inovação I, “Entender como ocorre o processo de empreendedorismo na 
prática por meio da análise de um case”. 
Para tanto, entrevistamos o empreendedor Alberto Zucco, fundador, proprietário e 
coadministrador da “Zucco Comércio de Bicicletas – Oficina de Manutenção e Vendas de 
Bicicletas”, tendo ele sido escolhido porque possuíamos um prévio conhecimento de parte de 
sua jornada empreendedora, porque entre ciclistas a Zucco é bem conceituada e entre academias 
e proprietários de esteiras elétricas também. Ademais, temos um amigo em comum o que 
facilitou em muito o acesso para a entrevista. 
Tenho certeza que a história desse típico empreendedor brasileiro irá chamar a atenção 
pela forma explícita que será demonstrado a maior qualidade do empreendedor brasileiro: não 
desistir nunca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
3 
 
A JORNADA DO EMPREENDEDOR 
 
 
Nascido no início dos anos 1960, Alberto Zucco, 60 anos, casado, pai de gêmeos lindos, 
é o fundador, proprietário, coadministrador e chefe da manutenção da “Zucco Comércio de 
Bicicletas – Oficina de Manutenção e Vendas de Bicicletas”. Isso por si só já garantiria a ele o 
respeito de quem tem que enfrentar o dia a dia do empreendedor no Brasil. Mas as coisas vão 
muito além disso. Antes de ser o fundador da Zucco, Alberto viveu algumas boas aventuras, 
típicas de quem quer empreender e é brasileiro, não desistindo nunca. 
Sua primeira tentativa de empreender foi com uma Kombi, onde vendia frutas e verduras 
pelos bairros da cidade, algo que hoje é um tanto normal, mas que na época era uma inovação. 
Trabalhou cerca de 1 ano nesse empreendimento, comprando na CEASA e revendendo, tendo 
parado somente porque na época tornou-se necessário ser produtor para fazer isso. 
Posteriormente foi convidado para uma sociedade em uma empresa de produtos de 
limpeza, para ser o sócio responsável pelas vendas da empresa. Por motivos de mercado, este 
empreendimento também não vingou. Agora o empreendedor precisava de um trabalho fixo. 
Conseguiu emprego na tradicional Tramontina de Farroupilha. 
Neste emprego permaneceu por algum tempo, até que em uma das férias que tirou, nesse 
caso a última, foi a São Paulo, na casa de uma prima (era realmente uma prima). Esta o convidou 
para criar uma lancheria com casa de massas. Achou a ideia interessante, voltou das férias e 
pediu demissão da Tramontina, vendeu um terreno que tinha e foi de volta a São Paulo 
empreender. Organizada a lancheria, esta é inaugurada, mas por capricho do destino ao mesmo 
tempo entra em funcionamento o Plano Collor e com isso, todo o dinheiro que tinham foi 
confiscado. Pagava aluguel para morar e da lancheria, junto com a prima. A prima ficou 3 meses 
no empreendimento e saiu. Como ele era de fora da cidade e do estado e estava totalmente 
empenhado com a atividade, teve de permanecer, mantendo-se outros 4 meses sozinho. Não 
resistiu. Voltou para Caxias com uma sacola de roupas na mão. Havia perdido tudo. 
A maré estava difícil. Fez concurso para os Correios, passou e acabou ficando 10 anos 
nos correios. Gostava muito do serviço pois começou como carteiro e ele que sempre teve 
iniciativa, acabou passando por diversas vagas dentro da instituição. Quando trabalhava como 
Executante Operacional (nome dado ao funcionário deslocado para alguma unidade dos 
Correios no interior do estado a fim de cobrir folga, doenças de funcionários, férias ou sanar 
dificuldades das agências) sobrava-lhe tempo após seu turno, nas cidades que visitava. E foram 
 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
4 
 
muitas. Eram nessas folgas que ele procurava novos ramos para empreender. Mais de um ano 
e meio simplesmente observando quando, em uma dessas folgas de tempo, Zucco observou 
uma pessoa passeando, bucolicamente, de bicicleta. Ele tinha andado muito de Caloi 10 e Barra 
Forte quando jovem. Gostava disso. E de cabeça no momento, não pode lembrar de grande 
quantidade de oficinas e montadoras de bicicletas. O estalo tinha acontecido, a curiosidade foi 
despertada. 
Zucco parou de viajar pelos Correios, mas já pesquisava sobre bicicletas. Fora 
promovido a supervisor, mas algo não o deixava tranquilo. Nos três anos como supervisor, 
passou estudando, entendendo e prospectando fornecedores e como abrir uma empresa 
legalizada, ferramentas, procedimentos. Abriu a empresa, registrou com CNPJ e todos 
documentos necessários, pagando as taxas e impostos, mas não trabalhava ainda. Ficou um ano 
dessa forma. Nesse período, recebeu a visita de um fiscal que simplesmente não acreditou que 
todos os impostos e taxas estavam pagas e ele não trabalhava ainda. Queria multa-lo por não 
emitir nota dos serviços. Mas ele explicou tudo. Eram só os impostos básicos, pagos com seu 
salário. Tinha até aberto a empresa na garagem de sua casa, para poupar o aluguel. Foi difícil, 
mas ele convenceu o fiscal da verdade. 
Foi então que nos seus últimos tempos nos correios que passou a trabalhar em ambos 
serviços. Em casa e em sua garagem. Com mérito próprio, pegou exclusividade dos magazines 
na cidade. A primeira a ser procurada foi a Colombo. Como tinha uma empresa aberta a algum 
tempo, pode conversar com os gerentes de loja. Em um ano e meio tinha todos os magazines 
da cidade que vendiam bicicleta. E como ele fez isso? Ciente que seu espaço físico era pequeno 
para o volume de material que chegaria e que o acesso era também um problema, ofereceu 
montar as bicicletas dentro da loja mesmo. Montaria e daria 30 dias de garantia do serviço de 
montagem e a revisão de graça. Mas e de onde viria o lucro? Através da gratuidade, ganhou a 
exclusividade dos magazines. De todos eles. Como montava dentro da empresa e fazia bem 
feito, não precisou ampliar a sua sede e nas revisões era pouco o trabalho a ser refeito. Mas as 
pessoas que iam fazer a revisão e que iam por qualquer outro motivo até a sede da empresa, 
acabavam comprando algum acessório a venda. Nesse tempo já era impossível conviver nos 
dois trabalhos e Zucco deixou os correios. A águia batia as asas sozinhas e agora a empresa, 
que já era sustentável, consumia todo seu tempo, mas dava retorno. 
Foi então que veio a grande pulo. Por algum motivo próprio da empresa Carrefour, 
houve uma grande oferta de bicicletas por parte deles em Caxias do Sul. E o Zucco era o que 
tinha melhor possibilidade para atender a demanda. Nos mesmos moldes dos magazines, 
 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
5 
 
ofertou montar dentro do Carrefour e ganhou a concorrência. Eram caminhões de bicicletas por 
semana. Teve que contratar muitos auxiliares. 
As coisas progrediram e mais ou menos a 20 anos, graças aos atendimentos de 
excelência que prestava para seus clientes, dentro de suas lojas, recebeu a oferta de atender 
também a montagem de esteiras elétricas, bicicletas ergométricas e demais aparelhos de 
ginástica ofertados por eles. Nascia então a divisão Zucco Fitness. Já era impossível ficar no 
mesmo lugar e acabaram mudando para o salão paroquial da igreja dos Capuchinhos, em Caxias 
do Sul. Seria seu lar pelos 20 anos seguintes. Nesse sentido, sua esposa passa a trabalhar com 
ele. Largou a profissão de Assistente Social e fechou seu salão de beleza para trabalhar na 
Administração do “Zucco”, assumindo então o setor das bicicletas e o Zucco passou a atender 
a manutenção e vendas do setor fitness. 
Se possui arrependimentos? (Risos) Alberto é enfático em afirmar quesempre foi 
empreendedor e que continua empreendendo. Hoje com 60 anos de idade, aposentado e em 
novo endereço, Zucco não possui grandes arrependimentos. Suas reclamações entram no coro 
dos empresários empreendedores do Brasil: “Pena que não tem um maior incentivo do poder 
público. O empreendedor aqui apanha de todos os lados. É cobrado, fiscalizado, não tem o 
retorno nem a segurança.” E faz questão de enfatizar: “Comecei do zero, sem conhecimento, 
sem dinheiro, mas hoje tenho uma clientela muito boa. Eles vêm e vão, conforme a necessidade 
deles, mas pelo que parece, sempre que precisam de algo, são fiéis. Não posso reclamar disso”. 
Reconhece como importante para ter sucesso no que faz, em primeiro lugar, acreditar 
naquilo que faz: “Tem que se identificar com o segmento em que atua. Baixar a cabeça e ir 
atrás. Tem que gostar e se realizar com o que faz.” Zucco é enfático ao dizer que gosta de 
trabalhar na linha fitness, pois visita academias, residências ou mesmo aquelas que são levadas 
até a oficina. Gosta de atender as pessoas, ajudá-las. Recebe um produto parado, que no 
momento não tem utilidade, chegando a ser um estorvo e com seu conhecimento e habilidades, 
coloca esse material em posição de ser útil novamente ao seu proprietário. Orgulha-se que seu 
serviço não prejudica ninguém, pelo contrário, seu serviço as ajuda, trás saúde, movimento, 
liberdade para as pessoas. 
Quando perguntado sobre vida pessoal, em como a organizou para construir sua imagem 
e os negócios é direto: “Não é fácil. Não é fácil. Tem de abrir mão de muitas coisas. Ser 
empreendedor é abrir mão de muitas coisas. O convívio com a própria família”. Vale lembrar 
que a esposa passou a trabalhar com ele a mais ou menos 20 anos, quando a linha fitness passou 
a fazer parte do portfólio de atendimentos. “- Ela assumiu as bicicletas. Mas não é fácil. 
 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
6 
 
Manutenção é só problema. Ninguém te convida quando sai o churrasco, mas quando tem 
problema te chamam em 1 segundo”. O horário dos dois nem sempre é concomitante. 
Quanto as dificuldades encontradas e os momentos mais difíceis, Zucco não tem a 
menor duvida em responder. Foram os 3 assaltos que sofreu. “Tu perdes tudo, não recupera 
nada e tem de dar teu jeito. Precisa pagar fornecedor, aluguel, funcionários, governo municipal, 
estadual e federal. Se levar pelo aspecto só financeiro, é difícil prosseguir”. Desde os 3 assaltos 
no antigo endereço no salão paroquial, e a um ano e meio no novo endereço (cerca de 400 
metros dali, mais próximo de sua residência), trabalha com uma grande insegurança, sob um 
medo constante. 
Durante todos esses 26 anos, uma de suas maiores dificuldades, segundo ele, foi com a 
mão de obra. “Perde-se muito tempo para treinar a mão de obra e finalmente quando ela está 
boa no serviço, ela sai”. Desde o começo ele sempre treinou sua própria mão de obra, com um 
custo relativamente alto e uma duração curta depois de treinada. “No começo da empresa, o 
menor aprendiz ajudava muito aos negócios, porque além de deixar o funcionário com o 
conhecimento necessário rápido” (jovens tendem a aprender mais rápido) “era interessante para 
o adolescente na época, onde trabalharia meio período e em contra partida deveria ter boas notas 
no outro período”. Nessa época eram com idade 14+. Depois passou para 16+. “Então veio a 
norma NBR12 e agora, só com 18”. Com 18 anos a pessoa não quer mais saber de bicicleta, ela 
quer motos, carros. Essa é outra grande dificuldade da mão de obra. 
Mas quando perguntado se faria algo diferente, rapidamente dispara: “Acho que acertei 
os dois segmentos a que me dediquei. Eles cresceram, crescem e continuam crescendo. Eu me 
realizo no meu serviço”. E complementa: “Não é fácil, só isso. Temos todas as dificuldades que 
os empresários tem. Não tem incentivo do governo. Nenhum incentivo. Tudo é problema teu, 
tudo é responsabilidade tua. Só cobranças: Impostos, normas, leis.... fica pesado. Chega a 
frustrar.” 
Sua maior influência, segundo ele, foi sem dúvida sua mãe. “Ela ficou viúva nova, em 
março de 1972, com 7 filhos, sendo o mais velho com 15 anos e o mais novo com 2 anos. Ela 
dava o exemplo sempre, cobrando fazer e ser correto, ser honesto, ser trabalhador, erguer a 
cabeça e ir em frente”. “Enfim ela foi minha grande inspiração e é até hoje” e finaliza “Minha 
mãe é minha grande ídola. Ela me inspirou para ser e ter tudo que tenho hoje”. 
 
 
 
 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
7 
 
Em uma rápida análise comparativa, embora superficial, podemos notar que o Zucco é 
um empreendedor típico brasileiro, das antigas. Quando ele deu o start em seus 
empreendimentos, não era moda ou necessário todos os estudos que fazemos hoje em dia quanto 
a mercado, produto, cliente, marca, posicionamento. Não que não fossem úteis. Mas esse 
conhecimento era pouco disseminado na cidade e mesmo no Brasil. Era a época em que se fazia 
tudo na raça ainda. Quando começou em uma Kombi, não fez pesquisa de mercado para saber 
em qual ruas era melhor vender, o que era melhor vender ou a que horas. Era instintivo e 
funcional. Aliás, de todos seus empreendimentos, todos que não funcionaram foram por 
interferência do estado, de forma errônea, direta ou indiretamente. Mesmo assim ele não 
desistiu. Fico pensando como seria se dispusesse de todos os mecanismos de pesquisa e 
preparação que são teorizados e praticados nos dias de hoje. Quantos outros empreendedores 
foram também esmagados pelo “peso Brasil”. Peso mesmo, nas costas de quem produz. Aliás, 
assim como todos os empreendedores atuais, o estado é a maior reclamação dele. Embora muito 
tenha sido feito nos últimos anos para desengessar, o estado ainda é o fardo maior na produção 
e prestação de serviços. 
Assim, após tudo isso eu só posso admirar mais ainda essa pessoa. Eu já era fã das 
histórias que eu ouvia. Voltar de SP só com a roupas e resignado, recomeçar tudo de novo, não 
é pra qualquer um. Já vi pessoa desistirem por bem menos. Depois de ver tudo isso pareceria 
que é uma pessoa triste ou cansada. Isso nem de longe representa o Zucco. Nem a jovialidade 
que apresenta aos 60 anos. Zucco é o típico empreendedor, sempre disposto a recomeçar, a 
tentar de novo. Zucco é o típico estereótipo do brasileiro. Honesto, trabalhador, família, temente 
a DEUS e acima de todas as coisas na terra, ele não desiste nunca.

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