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Síndromes Abdominais

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1 Natasha Ferreira ATM25 
 
 
 
 
ABDOME AGUDO 
Condição clínica que tem como principal sintoma dor abdominal aguda, que necessita de uma avaliação e no 
tratamento rápido (cirúrgico ou não) 
Traumático → ferimento de arma de fogo, arma branca, traumas e contusões (acidente automobilístico, queda de 
grandes alturas) 
Perfurativo → perfuração de víscera oca 
 Dor inicia ou tem piora súbita intensa e aguda, persistente 
 Evolui com a peritonite difusa 
 Associada a palidez e sudorese, e que, muitas vezes, pode evoluir para o choque séptico quando não tratado 
de forma rápida 
 Úlcera péptica, neoplasia gastrointestinal perfurada, perfurações iatrogênicas (útero, intestino). 
Inflamatório → processo inflamatório destrutivo 
 Dor insidiosa e progressiva 
 Peritonite localizada ou difusa em algumas vezes 
 Sintomas sistêmicos (febre, prostração, mal estar) 
 Apendicite, pielonefrite, colecistite, diverticulite, pancreatite 
Obstrutivo → Há uma interrupção da passagem do conteúdo. 
 Dor piora no início dos movimentos peristálticos e melhora com a parada dos mesmos 
 Parada da eliminação de flatos e fezes 
 Náuseas e vômitos 
 Distensões abdominais 
 Volvo de sigmoide, bridas, neoplasia de colón, neoplasia gástrica, hérnias, cálculo biliar, intussuscepção. 
Vascular/ Isquêmico → redução ou ausência de perfusão tissular. Há inflamação e até obstrução dos vasos. 
 Dor súbita e intensa, do tipo cólica. Ela é desproporcional ao exame físico 
 Vasculites (vasculite de), isquemia mesentérica, torção de cisto ovariano, infarto esplênico. 
Hemorrágico → sangramento intra-abdominal espontâneo 
 Dor com piora súbita 
 Associada a sinais de choque hipovolêmico 
 Taquicardia, sudorese, FR aumentada 
 Gravidez ectópica rota, ruptura de baço, ruptura de aneurisma de aorta abdominal, cisto ovariano hemorrágico. 
Sindromes Abdominais 
 
2 Natasha Ferreira ATM25 
SÍNDROMES MAIS COMUNS 
 
1. PERITONITE 
1.1 Peritonite Aguda 
→ Inflamação aguda do peritônio pode ser difusa ou localizada. 
 Difusa: toda a cavidade peritoneal estiver comprometida 
 Localizada: processo inflamatório limitado a determinada região 
→ A penetração de bactérias patogênicas na cavidade peritoneal pode decorrer de: 
 Processo inflamatório visceral. Ex: Apendicite, colecistite. 
 Perfuração de uma víscera oca. 
 As condições patológicas que mais frequentemente levam à perfuração de vísceras ocas são: úlcera 
duodenal, úlcera gástrica, apendicite aguda, doença diverticular do sigmoide e colecistite aguda. 
 A perfuração de víscera oca produz a seguinte sequência de eventos: 
1. Pneumoperitônio (com sinal de Jobert); 
2. Peritonite Química Regional (parte do abdome enrijecida); 
3. Peritonite Generalizada (abdome em tábua); 
 Traumatismos abdominais, os quais produzem lesão do peritônio parietal ou ruptura das vísceras ocas, e a 
via hematogênica, nas septicemias. 
EXAME FÍSICO: 
→ Difusa 
 Postura imóvel 
 Respiração superficial e curta 
 Fácies: Palidez, nariz afilado, lábios ressequidos, olhar ansioso, expressão de sofrimento. 
 Taquicardia e hipotensão 
 Defesa à palpação (abdome em tábua) 
 Dor a descompressão brusca em todo o abdome 
 Distensão abdominal (inibição motora, podendo resultar em íleo paralítico) 
→ Localizada 
 Resistência da parede abdominal em apenas uma região 
 Dor à descompressão em pontos específicos 
1.2 Peritonite Crônica 
→ Etiologia tuberculosa e ocorre como complicação da tuberculose intestinal, tuberculose mesentérica ou das tubas 
uterinas. 
→ Mais frequente em pacientes jovens e apresenta-se sob duas formas clínicas: 
 Exsudativa ou ascética: líquido em quantidade variável 
 Plástica ou fibroadesiva: líquido denso e rico em fibrina, o que provoca aderência entre as vísceras ou com a 
parede 
 
3 Natasha Ferreira ATM25 
QUADRO CLÍNICO: 
 Dor abdominal, de intensidade variável, generalizada a todo o abdome ou predominante no QID 
 Febre, náuseas e vômito 
 Ritmo intestinal é variável, podendo haver diarreia ou obstipação intestinal 
 
2. ÚLCERA PÉPDICA 
→ Lesão/erosão profunda da mucosa gástrica (até a muscular da mucosa) e normalmente está relacionada com a 
pepsina (ocorre redução da proteção da parede do estômago e ação das enzimas digestivas, como a pepsina). 
→ A úlcera duodenal é mais comum em homens e pode acometer jovens, a úlcera gástrica acomete homens e 
mulheres igualmente, principalmente acima de 50 anos. 
QUADRO CLÍNICO: 
 Dor epigástrica (sintoma mais frequente), geralmente de localização bem delimitada, caráter em queimação 
(sensação de fome), pode ser periódica (presente por muitos meses e posteriormente acalma), fatores de 
alívio são o uso de antiácidos 
 Náuseas, vômitos e dispepsia (inapetência) 
 Perda ponderal 
 Sensação de estufamento/empachamento 
 Melena e hematêmese (sinal de hemorragia) 
→ Sinais de alarme, como anemia e desnutrição, podem ser indicativos de tumores. 
RITMOS DE DOR: 
Dor da fome (de Moyniham) 
 Ritmo a 4 tempos: doi-come-passa-doi (associada à úlcera péptica). 
 Ritmo a 3 tempos: doi-come-passa (associado à úlcera duodenal). 
Clocking 
 Acorda no meio da noite por causa da dor (úlcera duodenal) 
COMPLICAÇÕES: 
Enterorragia é uma complicação comum (10-15%): sangra acima do ângulo de treidz (coloração mais escura que 
hematoquesia) e pode levar a uma hemorragia digestiva alta, hematêmese e melena. 
Perfuração (2-10%, mais comum na úlcera duodenal): dor lacinante, em facada, inicialmente epigástrica, irradia para 
o dorso, ombros, precórdio e todo abdome. 
 Piora com a compressão abdominal e movimentos. 
 Palidez, sudorese, com respiração curta e superficial 
 RHA estão reduzidos ou ausentes. 
 Dor a percussão, hipertimpanismo (porque vazou gás do estômago para dentro do abdome) e sinal de Jobert 
positivo (timpanismo na região do fígado – sinalizando pneumoperitônio) 
 Abdome em tábua e sinal de Blumberg positivo – indicam peritonite 
 Distensão abdominal e ascite 
Obstrução da úlcera: a úlcera pode crescer e obstruir o estômago (raro) 
 Náuseas, vômitos e estase gástrica. 
 Pode haver desidratação, com respiração acidótica, peristalse visível no epigástrio 
 RHA presentes 
 Hipertimpanismo 
 
4 Natasha Ferreira ATM25 
 Consegue palpar a grande curvatura gástrica 
 
ATENÇÃO: Ambas (gastrite e úlcera) resultam da ruptura do balanço entre a agressão (secreção ácido-péptica) à 
mucosa e aos seus mecanismos de defesa. Quando os mecanismos de defesa estão reduzidos, as secreções gástricas 
podem lesar a mucosa. Podem ocorrer devido: 
 Infecções por H. pylori 
 Uso excessivo de AINES (AAS, diclofenaco) 
 Estresse e Álcool 
 
3. CÂNCER GÁSTRICO 
 
→ Neoplasia comum, sendo o adenocarcinoma o tipo histológico mais frequente. 
→ Predomínio no sexo masculino. Raramente ocorre abaixo de 40 anos, tendo pico de incidência aos 70 anos. 
→ Não tem quadro típico de apresentação. Normalmente não dá muitos sintomas quando precoce. 
→ Quando o paciente descobre o câncer gástrico por causa de algum sintoma, muitas vezes o caso do câncer 
gástrico já está bem evoluído. 
 
QUADRO CLÍNICO: 
 Saciedade precoce. 
 Vômitos. 
 Dor epigastrica persistente, latejante e lentamente progressiva, sem fatores de melhora. 
 Perda ponderal 
 Astenia 
 Anemia 
 Hemorragia 
 
EXAME FÍSICO: 
 Massa palpável no epigástrio 
 Nódulo de Virchow (adenomegalia supraclavicular a esquerda) pode estar presente. Não é parte do exame 
do abdome, mas quando presente na palpação dos linfonodos supraclaviculares, mostra um tumor mais 
avançado 
 Nódulo irmã Maria José (adenomegalia periumbilical). Ao palpar o abdome, na região periumbilical vai ser 
sentida uma nodulação que pode ser uma adenomegalia já contaminada com células tumorais. Isso também 
mostra um câncer gástrico avançado. 
 
4. PANCREATITE 
 
→ Processo inflamatório do pâncreas 
→ Pode ser aguda (mais frequenteem mulheres) ou crônica (mais frequente em homens). 
 
CAUSAS: 
 Colelitíase, cirurgias de grande porte 
 Etilismo (principalmente na pancreatite crônica) 
 Hipertriglicidemia 
 Drogas (cocaína) 
 Medicamentos (Azatioprina), autoimune, vírus, fibrose cística. 
 
 
5 Natasha Ferreira ATM25 
3.1 Pancreatite Aguda 
QUADRO CLÍNICO: 
 Dor em faixa (andar superior do abdome, do Epigástrio  HD e HE) e pode irradiar para o dorso, tem início 
agudo e torna-se contínua, tendo caráter em cólica, de intensidade variável. Paciente encontra-se em 
posição genitopeitoral para aliviar a dor e apresenta facie de sofrimento 
 Náusea, vômito e desidratação 
 Febre 
 Em casos mais graves podemos ter: taquicardia, hipotensão, taquipneia, confusão mental, diminuição da 
perfusão periférica. 
 Esteatorreia (não escoa bile) 
 Icterícia indica pancreatite de origem biliar com cálculo dentro do ducto colédoco ou pâncreas edemaciado 
que acaba comprimindo o ducto. 
 Colúria e prurido 
 Necrose pancreática e esteatonecrose (digestão dos órgãos próximos do pâncreas por enzimas 
pancreáticas) podem causar inflamações intensas, que acarretam: 
 Derrames cavitários (pleural no hemitórax esquerdo ou ascite) 
 Pancreatite necro-hemorrágica: sinal de Grey-turner e Cullen (equimose) 
EXAME FÍSICO: 
 Abdome flácido e distendido (acumulo de gases – íleo paralítico) 
 RHA diminuídos (casos que evoluem para peritonite) 
 Procurar por ascite (semicírculo de Scoda, Piparote e macicez móvel) 
 Dor leve a palpação ou mais intensa com sinais de irritação peritoneal (indica necrose/esteatonecrose) 
 
3.2 Pancreatite Crônica 
Necrose e inflamação pancreática que destrói o órgão. Não produz mais enzimas necessárias para absorver 
proteínas, gorduras e vitaminas. 
 
QUADRO CLÍNICO: 
 Dor abdominal crônica ou recorrente, em região epigástrica que pode irradiar para HD e HE, FE e região 
lombar 
 Fatores agravantes (álcool e alimentos gordurosos) e atenuantes (posição genitopeitoral) 
 Esteatorreia 
 Perda ponderal (pela dor) 
 Desnutrição 
 Edema secundário a hipoalbuminemia 
 Alterações neurológicas, lesões dermatológicas (pelagra, equimoses) – deficiência de vitaminas como B3 
 Icterícia se o órgão comprimir o colédoco 
 Em fase tardia, pode-se desenvolver Diabetes melitus (insuficiência endócrina) ou diarreia disabsortiva 
(insuficiência exócrina) 
 
3.3 Neoplasia de Pâncreas 
Benignas ou malignas, com maior incidência 60-70 anos e predileção do sexo masculino 
Surgem nos tecidos: ductais ou parênquima. 
Mais frequente: adenocarcinoma (75%), localizado comumente na cabeça do pâncreas (60%). 
Apenas o cistadenocarcinoma ocorre mais no sexo feminino. 
 
 
 
 
6 Natasha Ferreira ATM25 
QUADRO CLÍNICO 
 Dor epigástrica que irradia para HE e, as vezes, dorso. Persistentes e progressiva, e pode ter caráter tipo 
cólica quando há compressão do colédoco. 
 Icterícia, com vesícula palpável e indolor (sinal de Courvosier-terrier), e prurido 
 Astenia, anorexia e perda ponderal 
 Dispepsia que ao se alimentar sente empachamento, dor 
 Intolerância à glicose, por disfunção do pâncreas 
 Diarreia com esteatorreia 
 
5. COLELITÍASE 
→ Cálculos biliares no interior da vesícula 
→ Geralmente assintomática, mas podem causar sintomas quando obstruem os ductos biliares, o colédoco ou 
quando há aumento na tensão da parede da vesícula. 
→ Pode ocorrer rompimento, o que causa pneumoperitônio 
 
FATORES DE RISCO: 4 FS 
 Forty (com mais de 40 anos) 
 Female (sexo feminino) 
 Fat (obesidade) 
 Fertile (pacientes férteis, com vários filhos). 
 Nutrição parental 
 Gravidez 
→ Quando há presença de dor, chamamos de cólica biliar 
CÓLICA BILIAR: 
 Crises recorrentes de dor intensa, tipo cólica ou contínua, localizada no epigástrio e HD (pode irradiar para 
dorso, escápula e ombro direitos. Duração de 1 a 6 horas. 
 Náuseas, vômitos, anorexia e inquietação 
 Fatores desencadeantes: refeições gordurosas ou volumosas, ingesta de frutas cítricas 
EXAME FÍSICO: 
 Abdome plano, as vezes globoso. 
 RHA + 
 Sem alterações a percussão 
 Dor a palpação do HD, sem sinais de peritonite. Sem febre. 
 Sinal de Murphy - (sem inflamação da vesícula biliar) 
 
6. COLECISTITE AGUDA 
→ Inflamação da vesícula biliar decorrente da obstrução do ducto cístico por cálculo (90% dos casos). 
QUADRO CLÍNICO: 
 Dor epigástrica ou em HD, podendo irradiar para escápula e ombro D. Constante e imprecisa, com início 
gradual e evolução mais longa. 
 Fatores de piora: tosse, trepidações (sinal de peritonite), inspiração profunda. 
 Anorexia, náuseas, vômitos e febre (proliferação de bactérias e produção de pirógenos) 
 Icterícia leve (pensar em colangite – estreitamento dos ductos biliares de dentro e fora do fígado, 
decorrente da inflamação) 
 
7 Natasha Ferreira ATM25 
EXAME FÍSICO: 
 Abdome plano ou globoso 
 RHA + (caso estiverem diminuídos, ocorreu empiema - infecção tão grave que causou necrose, pus e isso 
causou uma peritonite) 
 Dor a palpação profunda do HD 
 Sinal de Murphy + 
 
 
7. HIPERTENSÃO PORTAL 
→ Elevação da pressão por obstrução do fluxo sanguíneo pelo sistema porta. 
→ Classificamos em: 
 Pré-hepática – trombose da veia porta 
 Intra-hepática pré-sinusoidal – esquistossomose e fibrose hepática congênita 
 Intra-hepática sinusoidal – cirrose hepática e doença veno-oclusiva do fígado 
 Pós-hepática – síndrome Budd-Chiari e pericardite constritiva 
QUADRO CLÍNICO: 
 Varizes esofágicas 
 Esplenomegalia 
 Hemorroidas 
 Ascite 
 Circulação colateral 
 
 Cava Superior Cava Inferior Tipo Porta 
8. APENDICITE 
→ Inflamação aguda do apêndice cecal, decorrente, em sua maioria, da dificuldade de drenagem de conteúdo 
apendicular, com aumento do volume do apêndice, com alteração circulatórias (isquemia) e inflamatórias. 
→ Adolescentes e adultos jovens, sem predileção de sexo. 
QUADRO CLÍNICO: 
 Dor epigástrica ou periumbilical mal localizada (visceral), de início súbito, podendo irradiar para FID (indica 
peritonite) 
 Fatores de piora: movimento ou tosse (peritonite)(sinal de Dunphy). Sem fatores atenuantes. Se houver 
remissão temporária é sinal de perfuração 
 Inapetência, anorexia, náuseas e vômitos 
 Febrícula (37,5 – 38ºC). Temp R > Temp A em 1ºC (sinal de Lenander) 
 Em alguns casos temos disúria (ardência ao urinar) 
EXAME FÍSICO: 
 RHA – (caso estejam inibidos, indica peritonite avançada – abdome silencioso) 
 Dor a percussão da FID (peritonite) 
 Dor em FID na palpação superficial. Pode formar plastrão palpável (sinais flogísticos) 
 Sinal de blumberg +, sinal de rovsing, do psoas, do obturador, de lapinsky 
 
8 Natasha Ferreira ATM25 
OBS: sinais para apêndice retrocecal → Psoas, Obturador e Lapinsky 
 
9. DIVERTICULITE 
→ Inflamação aguda dos divertículos colônicos, principalmente pela inflamação proveniente do acúmulo de 
bactérias dentro dos divertículos. “apendicite do lado esquerdo” 
→ Derivada da diverticulose (múltiplos divertículos) – abaulamento da parede do cólon descendente. 
→ Divertículos são herniações da camada mucosa e submucosa de 5 a 10mm de diâmetro, geralmente no cólon 
sigmoide e descendente. Está ligado ao aumento da pressão intracolônica, fazendo pulsão da mucosa de 
encontro à parede do cólon, geralmente em pontos considerados mais fracos, ou seja, na região entre as 
tênias. 
→ Presente em cerca de 75% das pessoas com mais de 80 anos. 
QUADRO CLÍNICO: 
 Dor abdominal em FIE, início gradual e em cólica, que depois torna-se constante. 
 Fatores atenuantes: analgesia, repouso intestinal (para de comer), antibióticos 
 Constipação intestinal 
 Febre 
 Náuseas e vômitos 
 Ematoquesia e enterorragia 
 Prostração e inapetência 
EXAME FÍSICO: 
 Abdome normal ou distendido (há obstrução intestinal) 
 RHA+ ou diminuídos, e aumentado quando há obstrução intestinal 
 Massa abdominal palpável em FIE, dor a palpação profunda e dor a descompressão da FIE 
 
10. ASCITE 
→ Acumulo de líquido na cavidade abdominal 
CAUSAS: 
 Hepáticas (cirrose) 
 ↧ síntese de albumina (lesão do hepatócito), acarreta na queda de pressão coloidosmótica. 
 Hipertensão portal e ↥ pressão hidrostática, que levam a transudação de líquido na cavidade 
abdominal (afeta as trocas entre os capilares) 
 Retenção de sódio e água 
 Cardiocirculatórias (insuficiência cardíaca e trombose venosa) 
 ↥ pressão hidrostática (secundária à hipertensão venosa e determinada pela insuficiência ventricular 
direita) 
 Retenção de sódio e água (resultante da insuficiência ventricular esquerda) que leva a uma 
diminuição da filtração glomerular. 
 Renais (síndrome nefrótica) 
 ↧ pressão osmótica do plasma, consequente à hipoproteinemia, associada à retenção de sódio e 
água. 
 Inflamatórias (tuberculose) 
 Neoplásicas (tumores do fígado, do ovário, do estômago e carcinomatose) 
 
9 Natasha Ferreira ATM25 
EXAME FÍSICO: 
 Abdome globoso ou batráquio (ascite grande volume), pele lisa, brilhante e fina, podendo conter estrias 
 Protrusão da cicatriz umbilical, hérnias (inguinais e escrotais) e circulação colateral 
 Postura lordótica 
 Manobras: Piparote (grande volume), semicírculo de Skoda e macicez móvel (médio volume), Poça 
(pequeno volume) 
 
11. OBSTRUÇÃO INTESTINAL AGUDA 
→ Interrupção da progressão do conteúdo intestinal. 
→ Intestino delgado 
 Crianças: Anomalia congênita, íleo meconial, intussuscepção, divertículo de Meckel, “bolo” de áscaris; corpo 
estranho 
 Adultos: Aderências (bridas), hérnias encarceradas, doenças inflamatórias crônicas, neoplasias, torção de 
alça (volvo) 
→ Intestino grosso 
 Adultos: Neoplasias, diverticulite 
 
QUADRO CLÍNICO: 
 Dor periumbilical ou andar superior do abdome (i.delgado) 
 Dor no quadrante inferior ou generalizada (cólon) 
 Geralmente em cólica, paroxística (diminui à medida que a mobilidade intestinal é comprometida). Mais 
branda nas obstruções colônicas. 
 Fatores agravantes: ingestão de alimentos ou líquidos 
 Vômito biloso ou mucoso (obst. Alta), vômito fecalóide (obst. Baixa) 
 Obstipação precoce (é colônica) 
 Quadro clínico depende da doença base, os sintomas serão relacionados ao problema que o paciente 
apresenta (ex: volvo ou obstrução por hérnia inguinal) 
EXAME FÍSICO: 
 Abdome globoso, distendido, peristaltismo ou hérnias visíveis, alças ou contrações intestinais visíveis. 
 RHA + aumentados (com o tempo diminuem) 
 Hipertimpanismo 
 Dor difusa à palpação, massas palpáveis 
 
12. ISQUEMIA MESENTÉRICA 
→ Oclusão do fluxo sanguíneo para o intestino delgado 
→ Ocorre por trombose arterial ou venosa dos vasos mesentéricos, causada por: 
 Embolia cardíaca: trombo vem do coração. Isso pode ocorrer em casos de fibrilação atrial em que um 
trombo endocardíaco se desprende e chega ao vaso em questão. Quadros graves de hipotensão. 
 
10 Natasha Ferreira ATM25 
→ Se a isquemia for colônica: pode ser causada por uma obstrução de uma artéria tributária da A. mesentérica 
inferior. Geralmente é parcial. Causa diminuição da irrigação sanguínea segmentar do cólon. 
QUADRO CLÍNICO: 
 Dor de início abrupto e em cólicas, periumbilical que evolui para difusa e contínua. Pode ser pós-prandial 
(come em tem dor), o que “medo” de comer (pacientes crônicos). 
 Vômitos 
 Fezes sanguinolentas 
 Sinais de choque 
EXAME FÍSICO: 
 Abdome plano, distendido (casos tardios) 
 RHA diminuídos/ausentes devido à baixa funcionalidade intestinal 
 Dor difusa. Se houver dor a descompressão é sinal de peritonite por perfuração. 
 Exame é desproporcional aos sintomas (início). Inicialmente o quadro pode ser o abdômen flácido com uma 
dor significativa, mas sem alteração à palpação, pois a dor é proveniente da isquemia de tecido, de uma 
inflamação. 
 
13. HEMORRAGIA DIGESTIVA 
→ Resultam de sangramento para dentro do lúmen do tubo digestivo, podendo o sangue ser eliminado: 
 Boca - Hematêmese 
 Reto 
 Melena: fezes de coloração escura, tipo piche e com odor fétido (sangue digerido) 
 Enterorragia: sangue, em maior volume, mantém sua coloração vermelha, com ou sem coágulos. 
 Hematoquezia: sangue vermelho-vivo em pequena quantidade, de origem proctológica, quase 
sempre proveniente de hemorroidas, fissuras, proctites e pólipos. 
→ Podem ser de origem: 
 Arterial: é frequente na úlcera péptica 
 Venosa: nas varizes esofágicas 
 Capilar: lesões agudas da mucosa gastroduodenal 
13.1 Hemorragia Digestiva Alta 
→ Do esôfago superior ao ângulo de Treitz 
CAUSAS: 
 Úlcera péptica (gástrica ou duodenal) 
 Lesões agudas da mucosa gastroduodenal (gastrite aguda hemorrágica, gastrite erosiva, síndrome de 
Mallory-Weiss, úlcera de estresse, úlcera de Cushing, úlcera de Curling, duodenite erosiva e duodenite 
hemorrágica) 
 Varizes esofágicas 
 Câncer gástrico, hérnia hiatal e esofagite de refluxo (causas menos frequentes) 
QUADRO CLÍNICO: 
 Hematêmese e melena 
 Sinais de hipovolemia 
 Anemia ferropriva (quando crônica) 
 
11 Natasha Ferreira ATM25 
13.2 Hemorragia Digestiva Média 
→ Do ângulo de Treitz ao íleo terminal 
CAUSAS: 
 Angiectasia 
 Tumores no intestino delgado 
 Doença de Crohn 
 Fístula aortoentérica 
13.3 Hemorragia Digestiva Baixa 
→ Do íleo terminal ao canal anal 
CAUSAS: 
 Diverticulite do cólon 
 Retocolite ulcerativa inespecífica 
 Pólipos intestinais e Hemorroidas internas 
 Câncer de reto e cólon 
QUADRO CLÍNICO: 
 Enterorragia (mais comum) 
 
14. PIELONEFRITE 
→ Infecção bacteriana do sistema urinário alto (rins e pelve renal) 
→ Principal achado é o sinal de Giordano 
14.1 Pielonefrite Aguda 
→ Costuma ser unilateral 
CAUSAS: 
 Hipertrofia prostática (homens) e obstrução ureteral pelo útero gravídico (mulheres) 
 Cálculos, neoplasias e malformações anatômicas 
QUADRO CLÍNICO: 
 Febre súbita (39 a 40°C) e calafrios 
 Náuseas e vômito 
 Mal-estar, taquicardia e hipotensão arterial 
 Dor em FD e FE, com irradiação para FIL e região suprapúbica 
 Pode haver disúria, polaciúria, urgência e eliminação de urina turva (cistite associada) 
14.1 Pielonefrite Crônica 
→ Surge geralmente após um episódio inicial de pielonefrite aguda ou cistite. 
QUADRO CLÍNICO: 
 Fraqueza geral, apatia e perda ponderal 
 Hipertensão arterial

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