Buscar

ENDOMETRIOSE: ALIMENTAÇÃO E TRATAMENTO MULTI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autora: Dielly Silva 
 
ENDOMETRIOSE E ALIMENTAÇÃO 
 
A endometriose é uma doença inflamatória e estrogênio dependente. 
Portanto, além de depender de medicamentos que suprimem os hormônios, 
as mulheres com endometriose também precisam preocupar-se com a 
alimentação, visto que alguns alimentos podem piorar a inflamação e agravar 
os sintomas (JURKIEWICZ-PRZONDZIONO, et al. 2017). 
O sintoma mais comum da endometriose é a dismenorreia, que é 
caracterizada pelas cólicas excessivas causadas pelo aumento do nível de 
prostaglandinas. Estudos apontam que os ácidos graxos ômega 6, que estão 
presentes em alimentos derivados de origem animal, estão associados aos 
níveis de prostaglandinas e leucotrienos que são substâncias pró inflamatórias. 
Por outro lado, os óleos de peixe, de chia e de linhaça, ou seja, alimentos que 
contém ômega 3, estão associados a diminuição do processo inflamatório. Outro 
processo que ocorre na endometriose é a ativação dos macrófagos na 
cavidade peritoneal, ocasionando aumento das substâncias reativas de 
oxigênio e nitrogênio, promovendo o estresse oxidativo. Por isso é muito 
importante o consumo de frutas e vegetais que são alimentos antioxidantes e 
que também são ricos em nutrientes como as vitaminas A, C e E e minerais 
como zinco, selênio e magnésio, ajudando também no controle hormonal 
(HALPERN; EDUARDO; KOPELMAN, 2015). 
Karlsson, Patel e Premberg (2020), realizaram um estudo com 12 
mulheres diagnosticadas com endometriose. Essas mulheres mudaram suas 
dietas, reduzindo ou eliminando glúten, laticínios e carboidratos, e consumiram 
mais frutas, verduras, vegetais e peixes. Também incluíram suplementos 
como: vitaminas, minerais, ômega 3, cúrcuma e gengibre. As participantes da 
pesquisa relataram que, depois da mudança dietéticas, notaram que os 
sintomas da endometriose haviam obtido melhorias significativas, tais como: 
redução da dor, redução do estresse, aumento da produtividade, redução da 
fadiga muscular, redução do fluxo menstrual, melhora da função 
gastrointestinal, redução do inchaço abdominal e melhora da qualidade do 
sono. 
É comum que mulheres com endometriose tenham intolerância 
alimentar, alergias ou síndrome do intestino irritável. Sintomas como 
constipação, flatulência, azia, diarreia, dor ao evacuar ou tenesmo são muito 
frequentes. Tratamentos cirúrgicos como a histerectomia e a ovariectomia, e 
tratamentos com análogos de GnRH podem agravar esses sintomas, 
principalmente a constipação, a flatulência e a diarreia. Uma alimentação 
adequada pode influenciar na melhora do funcionamento intestinal. Alimentos 
que contém FODMAPS (fermentáveis, oligossacarídeos, dissacarídeo, 
monossacarídeos e polióis) podem alterar a flora intestinal e gerar inflamação, e 
também podem contribuir para o inchaço abdominal, por tanto, consumir 
alimentos com baixo teor de FODMAPS é fundamental para a endometriose 
(SCHINK, et al. 2019). 
O uso de polifenóis como por exemplo o resveratrol, por suas ações 
anti-inflamatória, antineoplásica, antioxidante e antiangiogênica, tem tido bons 
resultados no tratamento dos sintomas da endometriose. O resveratrol pode 
ser encontrado no vinho, na casca de uvas, jaboticabas, frutas vermelhas e 
nozes. Estudos feitos com administração em ratos confirmaram que o 
resveratrol tem a capacidade de reduzir o tamanho dos implantes endometriais 
e os níveis de VEGF (DULL, et al. 2019). 
 
 
TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR 
 
O tratamento da endometriose pode ser tanto clínico como cirúrgico, 
dependendo do grau. Por ser uma doença multissetorial, para o tratamento da 
endometriose precisa-se de uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos 
ginecologistas, urologistas, proctologistas, fisioterapeutas, psicólogos e 
nutricionistas (CORRÊA, 2017). 
Na maioria das vezes a endometriose é tratada através da cirurgia, 
onde a técnica mais utilizada é a laparoscopia, que faz a retirada dos implantes 
endometriais. O tratamento medicamentoso deve ser a primeira opção de 
tratamento e apesar de apenas reduzir os tamanhos dos cistos é eficaz para 
melhora os sintomas. Os medicamentos mais usados são os analgésicos 
comuns, os anticoncepcionais, que podem ter uso continuo, os progestagênios 
ou os análogos do GnRH (SHOR; SATO; KOPELMAN, 2014). Sendo esse 
último o menos usado atualmente pois, embora tenha a ação de suprimir os 
hormônios causando hipoestrogenismo, não pode ser utilizado por mais de 6 
meses e pode causar diversos efeitos colaterais como ressecamento vagina, 
insônia, redução da libido, dores de cabeça, entre outros (LIMA et al., 2017). 
Em decorrência do longo período de tempo com quadros álgicos, 
desde os primeiros sintomas até o diagnóstico da endometriose, a mulher sofre 
alterações osteomusculares e adota uma posição antálgica, sobrecarregando 
todo o corpo, essas dores também podem causar tensão nos músculos do 
assoalho pélvico. Por isso uma avaliação fisioterapêutica minuciosa é muito 
importante para o tratamento dos sintomas da endometriose (SHOR; SATO; 
KOPELMAN, 2014). O fisioterapeuta vai utilizar técnicas como por exemplo a 
massagem perineal, alongamentos, exercícios de mobilidade pélvica, termo 
terapia, eletroterapia, exercícios de pilates, entre outros, que irão melhorar 
desde as alterações posturais até as disfunções sexuais como a dispareunia 
(SILVA et al., 2017). 
A demora para receber um diagnóstico e a procura recorrente por 
atendimento médico para melhora das dores gera aflições e estresse. O 
acompanhamento psicológico se faz muito necessário, visto que os sintomas 
da endometriose afetam a qualidade de vida das mulheres, muitas vezes 
levando-as a quadros de depressão e ansiedade. A frustação em decorrência 
da vontade de engravidar também podem agravar os sintomas psíquicos 
(OLIVEIRA; BRILHANTE; LOURINHO, 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
CORRÊA, Frederico. Endometriose. In: MANUAL de Ginecologia da 
Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília. 2. ed. Brasília: Editora 
Luan Comunicação, 2017. cap. 14, p. 233-255. ISBN 978-85-93940-00-2. 
 
DULL, Ana-Maria; MOGA, Marius; DIMIENESCU, Oana; SECHEL, Gabriela; 
ANASTASIU, Victoria. Therapeutic Approaches of Resveratrol on Endometriosis 
via Anti-Inflammatory and Anti-Angiogenic Pathways. Molecules, v. 24, n. 667, 
2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30781885/. Acesso em: 
10 mar. 2021. 
 
HALPERN, Gabriela; SCHOR, Eduaedo; KOPELMAN, Alexander. Nutritional 
aspects related to endometriosis. Rev. Assoc. Med. Bras. São Paulo, v. 61, n. 
6, p. 519-523, 2015. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26841161/. 
Acesso em: 16 mar. 2021. 
 
KARLSSON, Jenny; PATEL, Harshida; PREMBERG, Asa. Experiences of health 
after dietary changes in endometriosis: a qualitative interview study. BMJ Open, 
v. 10, 2020. doi:10.1136/bmjopen-2019-032321. Disponível em: 
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32102806/. Acesso em: 13 mar.2021. 
 
LIMA, William; CARDOSO, Thais; MORTE, Juliane; BICALHO, Gabriela; 
CAETANO, Isabela; UCHOA, Rafaela; SOUZA, José. O uso análogo do GnRH 
no tratamento da endometriose. Rev. De Iniciação Científica da Uni. Vale do 
Rio Verde, Três Corações, v. 7, n. 1, p. 35-43, 2017. Disponível em: 
http://periodicos.unincor.br/index.php/iniciacaocientifica/article/view/3985. 
Acesso em: 10 mar. 2021. 
 
OLIVEIRA, Luis Adriano; BRILHANTE, Aline; LOURINHO, Lidia. Relação entre 
ocorrência de endometriose e sofrimento psiquíco. Rev. Brasileira em 
Promoção da Saúde, Foetaleza, v. 3, n. 4, 2018. Disponível em: 
https://periodicos.unifor.br/RBPS/article/view/8755. Acesso em: 16 mar. 2021. 
 
SCHINK M.; KONTUREK PC.; HERBERT SL.; RENNER SP.; BURGHAUS S.; 
BLUM S.; FASCHING PA.; NEURATH MF.; ZOPF Y. Different nutrient intake and 
prevalence of gastrointestinal comorbidities in women with endometriosis. 
Journal of Physiol. and Pharmacol., v. 70, n. 2, p. 255-268, 2019. doi: 
10.26402/jpp.2019.2.09. Disponívelem: 
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31443088/. Acesso em 13 mar.2021. 
 
SHOR, Eduardo; SATO, Hélio; ALEXANDER, Kopelman. Manual da 
endometriose. FEBRASGO. Disponível em: 
http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/13162/mat
erial/Manual%20Endometriose%202015.pdf. Acessado em: 17 mar 2021. 
 
SILVA, Andrea; SCHENEIDER, Jéssica; LEITE, Thais; KRAIEVSKI, Elaine. 
Tratamento fisioterapêutico na endometriose. Rev. Conexão Eletrônica, Três 
Lagoas, v. 14, n. 1, 2017. Disponível em: 
http://www.aems.edu.br/conexao/edicaoatual/Sumario/downloads/2017/1.%20C
i%C3%AAncias%20Biol%C3%B3gicas%20e%20Ci%C3%AAncias%20da%20S
a%C3%BAde/23%20TRATAMENTO%20FISIOTERAP%C3%8AUTICO%20NA
%20ENDOMETRIOSE.pdf. Acesso em: 10 mar. 2021. 
 
PRZONDZIONO-JURKIEWICZ, Joanna; LEMM, Magdalena; PAMULA-
KWIATKOWSKA, Anna; ZIÓLKO, Ewa; WÓJTOWICZ, Mariusz. Influence of diet 
on the risk of developing endometriosis. Ginekologia Polska. V. 88, n. 2, p. 96-
102, 2017. Disponível em: https://europepmc.org/article/med/28326519. Acesso 
em: 15 marc. 2021.

Continue navegando