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1 Iana Barbosa Martins – MED 31 Durante os anos férteis, as mulheres não grávidas apresentam alterações cíclicas nos ovários e útero. Cada ciclo dura aproximadamente 1 mês e envolve a oogênese e a preparação do útero para receber um óvulo fertilizado. Hormônios secretados pelo hipotálamo, adeno-hipofise e ovários controlam os principais eventos. Ciclo ovariano ❖ Série de eventos nos ovários que ocorrem durante e após a maturação do oócito. Ciclo uterino (menstrual) ❖ Alterações no endométrio do útero para prepara-lo para a chegada de um óvulo fertilizado, que no útero irá se desenvolver até o nascimento. ❖ Caso a fertilização não ocorra, os hormônios ovarianos diminuem e ocorre a descamação do estrato funcional do endométrio. Ciclo reprodutivo feminino ❖ Ciclos ovariano e uterino, alterações hormonais que regulam os ciclos e mudanças cíclicas relacionadas nas mamas e no colo do útero. Hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) ❖ Secretado pelo hipotálamo, controla os ciclos ovariano e uterino. Estimula a liberação do hormônio foliculoestimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH) pela adeno-hipófise. FSH ❖ Iicia o crescimento folicular enquanto o LH estimula o desenvolvimento adicional dos folículos ovarianos. Os dois juntos estimulam os folículos a secretarem estrogênio. LH ❖ Estimula as células da teca de um folículo em desenvolvimento a produzir androgênios. ❖ Sob influência do FSH, os androgênios são absorvidos pelas células granulosas do folículo e convertido em estrogênios. ❖ No meio do ciclo, o LH estimula a ovulação, promove a formação do corpo lúteo e faz com que o corpo lúteo produza e secrete estrogênios, progesterona, relaxina e inibina. ESTROGÊNIOS ❖ Beta-estradiol, estroma e estriol. Em mulheres não grávidas o mais abundante é o estradiol, sintetizado a partir do colesterol nos ovários. ❖ Funções dos estrogênios: • Desenvolvimento e manutenção de estruturas reprodutivas femininas, características secundárias e mamas. • Aumento do anabolismo proteico (formação de ossos fortes) – estrogênios sinérgicos com o hormônio do crescimento (hGH). • Baixa o nível sanguíneo de colesterol. • Nível sanguíneo moderado inibem a liberação de GnRH pelo hipotálamo e a secreção de LH e FSH pela adeno-hipófise. PROGESTERONA ❖ Secretada principalmente pelas células do corpo lúteo, junto com os estrogênios preparam e mantém o endométrio para a implantação de um óvulo fertilizado, além de preparar as glândulas mamarias para secreção de leite. ❖ Altos níveis de progesterona inibe a secreção de LG e GnRH. RELAXINA ❖ Produzida pelas células do corpo lúteo durante cada ciclo menstrual relaxa o útero inibindo as contrações do miométrio. ❖ Durante a gestação a placenta produz muito mais relaxina, continuando a relaxar o músculo liso do útero. ❖ Ao final da gestação, esse hormônio aumenta a flexibilidade da sínfise púbica e pode ajudar a dilatar o colo do útero, facilitando a saída do bebê. INIBINA ❖ Secretada pelas células granulosas dos folículos em crescimento e pelo corpo lúteo após a ovulação. Inibe a secreção de FSH e, em menor grau, LH. A duração do ciclo reprodutivo femino normalmente varia de 24 a 36 dias. Mas padroniza-se em 28 dias e divide-se o ciclo em quatro fases: menstrual, pré- ovulatória, ovulação e pós-ovulatória. 2 Iana Barbosa Martins – MED 31 FASE MENTRUAL / MENSTRUAÇÃO ❖ 5 primeiros dias do ciclo normalmente. ❖ Por convenção: o primeiro dia da menstruação é o dia 1 de um novo ciclo. Eventos nos ovários ❖ FSH estimula o desenvolvimento de vários folículos primordiais em folículos primários e depois em folículos secundários. ❖ Um folículo começa a se desenvolver no início do ciclo menstrual e pode não alcançar a maturação e ovular até vários ciclos mais tardes. Eventos do útero ❖ Fluxo menstrual do útero consiste em 50 a 150 ml de sangue, líquido tecidual, muco e células epiteliais do endométrio descamado. ❖ Os níveis decrescentes de progesterona e estrogênios estimulam a liberação de prostaglandinas que fazem com que arteríolas espirais do útero se contraiam, dando origem a essa eliminação. ❖ Dessa forma, as células que elas irrigam são privadas de oxigênio e morrem. ❖ No final, todo o estrato funcional descama. ❖ Nesta altura, o endométrio se encontra extremamente fino, porque apenas o estrato basal permanece. ❖ O fluxo menstrual passa cavidade uterina, colo do útero, vagina. FASE PRÉ-OVULATÓRIA ❖ Período entre o fim da menstruação e a ovulação. Essa fase tem comprimento mais variável que as outras: de 6 a 13 dias em um ciclo de 28 dias. Eventos dos ovários ❖ Alguns dos folículos secundários dos ovários começam a secretar estrogênios e inibina. ❖ Por volta do dia 6, um folículo secundário em um dos ovários se tornou o folículo dominante, e os estrogênios e a inibina secretados pelo folículo dominante diminuem a secreção de FSH, fazendo com que outros folículos menos bem desenvolvidos parem de crescer e sofram atresia. ❖ O folículo secundário dominante passa a ser o folículo maduro e continua aumentando até mais de 20nm de diâmetro e esteja pronto para ovulação. ❖ Durante a maturação final, o folículo maduro continua aumentando sua produção de estrogênios. Os gêmeos ou trigêmeos fraternos (não idênticos) ocorrem quando 2 ou 3 folículos secundários se tornam codominantes e são ovulados e fertilizados aproximadamente ao mesmo tempo. Eventos no útero ❖ Estrogênios liberados para o sangue pelos folículos ovarianos em crescimento estimulam o reparo do endométrio. ❖ As células do estrato basal sofrem mitose e produzem um novo estrato funcional. ❖ Conforme o espessamento do endométrio, há desenvolvimento de glândulas uterinas retas e curtas, e as arteríolas se espiralam e alongam à medida que penetram no estrato funcional. ❖ A espessura do endométrio dobra e mede cerca de 4 a 10 mm. ❖ A fase pré-ovulatoria é denominada de fase proliferativa, porque o endométrio está proliferando. OVULAÇÃO ❖ A ovulação, ruptura do folículo maduro e liberação do oócito secundário para o interior da cavidade pélvica ocorre geralmente no 14° dia em um ciclo de 28 dias. ❖ Durante a ovulação o oócito secundário permanece envolto pela zona pelúcida e corona radiata. Fisiologia da ovulação ❖ Níveis elevados de estrogênios na última fase pré- ovulatória dão um efeito de feedback positivo sobre as células que secretam LH e GnRH, induzindo a ovulação. 1. Alta concentração de estrogênios estimula a liberação mais frequente de GnRH pelo hipotálamo e estimula diretamente os gonadotropos na adeno- hipófise a secretar LH. 2. GnRH promove a liberação adicional de FSH e LH pela adeno-hipófise. 3. LH provoca a ruptura do folículo maduro e a expulsão de um oócito secundário aproximadamente 9h após o pico de LH. 4. Oócito ovulado e suas células da coroa radiata geralmente são deslocados para a tuba uterina. Às vezes um oócito é perdido na cavidade pélvica onde se desintegra. O pequeno volume de sangue que, às vezes, extravasa para a cavidade pélvica do folículo rompido pode causar dor, conhecida como dor intermenstrual, no momento da ovulação. FASE PÓS-OVULATÓRIA 3 Iana Barbosa Martins – MED 31 ❖ Período entre a ovulação e o inicio da menstruação seguinte. ❖ Geralmente é a parte mais constante do ciclo reprodutivo, com duração de 14 dias em um ciclo de 28 dias. Do 15° ao 28° dias. Eventos no ovário ❖ Em relação ao ciclo ovariano, essa fase é chamada de fase lútea. ❖ Após a ovulação, o folículo madura colapsa e a membrana basal entre as células granulosas e a teca interna se rompe. ❖ Uma vez que um coágulo se forma pelo pequeno sangramento do folículo rompido, o folículo se torna o corpo rubro. ❖ As células da teca interna se misturam com as células granulosasconforme estas células se transformam nas células do corpo lúteo sob influência do LH. ❖ Estimulado pelo LH, o corpo lúteo secreta progesterona, estrogênios, relaxina e inibina. ❖ As células lúteas também absorvem o coagulo de sangue. Óvulo não fertilizado ❖ Se o ovulo não foi fertilizado, o corpo lúteo tem vida útil de 2 semanas. A atividade declina e ele se degenera em corpo albicante. ❖ À medida que os níveis de progesterona, estrogênios e inibina diminuem, a liberação de GnRH, FSH e LH aumenta e o crescimento folicular é retomado e inicia um novo ciclo ovariano. Fertilização ❖ Caso haja fertilização e divisão do oócito secundário, o corpo luteo dura além das 2 semanas. Ele é resgatado da degeneração pela hCG. ❖ O hCG é produzido pelo cório do embrião, começando 8 dias após a fertilização. Como o LH o hCG estimula a atividade secretora do corpo lúteo. Eventos no útero ❖ Progesterona e os estrogênios produzidos pelo corpo lúteo promovem o crescimento e enrolamento das glândulas uterinas, a vascularização do endométrio superficial e o espessamento do endométrio até 12 a 18mm. ❖ Este período é denominado fase secretora do ciclo uterino por conta da secreção de glicogênio pelas glândulas uterinas. ❖ As alterações preparatórias alcançam o pico em 1 semana após a ovulação, momento que o ovulo fertilizado chega ao útero. ❖ Sem fertilização, os níveis de progesterona e estrogênios diminuem por conta da degeneração do corpo lúteo. ❖ A diminuição hormonal provoca a menstruação. 4 Iana Barbosa Martins – MED 31 5 Iana Barbosa Martins – MED 31
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