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ANESTESIOLOGIA ANIMAL Profa. Dra. Márcia Bento Moreira Colegiado de Medicina Veterinária - Univasf INTRODUÇÃO • Anestesia • grego → an = privação + aísthesis = sensação + ia = anaisthaesia • Ausência Fármaco induzida da percepção de todas as sensações em uma parte restrita ou em todo o corpo. • local, regional, geral • Anestesiologia D ef in iç ão IMPORTÂNCIA DA ANESTESIA • Tratamento humanitário dos animais • abolição da dor e do estresse • Promover condições cirúrgicas ideais • ausência resposta motora • relaxamento muscular • Evitar acidentes • Manutenção da vida HISTÓRIA DA ANESTESIA • Antiguidade = tentativas de anestesiar • asfixia, álcool, compressão carótidas, ópio, contenção física • 1540 – Paracelso = éter = pombos • adormecimento e insensibilidade • 1773 – Josephy descobre o Óxido Nitroso • 1799 – Humprey Davy = óxido nitroso (excitação, sedação e inconsciência = festas) HISTÓRIA DA ANESTESIA • 1842 – médico Crawford W. Long = éter • humanos – não relatou • 1845 - Horace Wells - Dentista – Ox. Nitroso • observou homem ferido sem sinais de dor • extração dentária – falha (administração em quantidade insuficiente) • desacreditado – abandonou odontologia • viciado, preso, suicidou-se HISTÓRIA DA ANESTESIA • 1846 - John Collins Warren e William Thomas Green Morton – dentista – Éter Sulfúrico • Hospital Massachussets • neoplasia região pescoço • experimentou éter animais (cão da esposa), em amigos = verificou eficácia HISTÓRIA DA ANESTESIA • 1846 – Morton desenvolveu um inalador para administrar o éter (inalação) • Inventor e divulgador da anestesia inalatória “Daqui a muitos séculos, os estudantes virão a este Hospital para conhecer o local onde se demonstrou pela primeira vez a mais gloriosa descoberta da ciência” HISTÓRIA DA ANESTESIA HISTÓRIA DA ANESTESIA • 1847 – Edward Mayhew - Éter • inalação éter cães e gatos • Inconsciência porém muita excitação • Bovino – amputação membro (17’ para gerar inconsciência) • Poucos veterinários (15 em 1847) = anestesia em animais = poucos defensores • 1852 - George Dadd = Éter e Clorofórmio • primeiro defensor bem-estar animal = anestesia para todas as cirurgias HISTÓRIA DA ANESTESIA • 1860 – Albert Niemann • cocaína – anestésico local • 1885 – Cornning – cocaína via epidural em cães • 1878 – Humbert • Hidrato de cloral em equinos (VO, retal e IP) • 1908 – A. Degive • – Hidrato de cloral em equinos IV • 1910 - Jorge Spitz – veterinário Argentino • primeiro autor a escrever capítulo sobre anestesia no seu livro HISTÓRIA DA ANESTESIA • 1860 – Albert Niemann • Isolou a cocaína – anestésico local • 1884 – Karl Kolhler – • anestesia tópica em olho • 1885 – G. Cornning – • cocaína via epidural em cães • 1904 – Isolamento da procaína • 1943 – Suécia- descoberta da lidocaína • Instituído o conceito de anestesia. HISTÓRIA DA ANESTESIA • 1920 – Barbitúricos (cães e gatos) • 1950 – Fenotiazínicos na MPA • No Brasil • Dr. Roberto Jorge Haddock Lobo com Francisco d’Assis Paes Leme (20/05/1847) • Prof. Matera 1940 – primeiros relatos (tiopental) • Prof. Edson Rojas (Jockey) • Primeira disciplina - Prof. Massone (UNESP) • USP – modernização (proximidade com a Medicina) TERMINOLOGIAS • Analgesia • abolição da sensação de dor • analgésico = fármaco capaz de produzir analgesia • Tranquilização • estado de alteração do comportamento no qual o animal fica relaxado, livre de ansiedade e medo, porém sem perda da consciência. TERMINOLOGIAS • Sedação • estado caracterizado por depressão do SNC acompanhado de sonolência (dose dependente) • animal encontra-se indiferente ao meio • Neuroleptoanalgesia • ato anestésico capaz de causar sonolência sem perda da consciência, analgesia e amnésia. • estado de tranquilização ou sedação com analgesia TERMINOLOGIAS • Hipnose • é o sono artificialmente induzido por fármacos • Anestesia local • perda total de sensibilidade numa parte localizada • Anestesia regional • perda da sensibilidade e/ou motricidade de uma vasta, porém, limitada área corpórea (epidural) TERMINOLOGIAS • Anestesia Geral • Perda reversível da consciência e de todas as formas de sensibilidade induzido por fármacos • Ato anestésico caracterizado por: • perda da consciência • analgesia • relaxamento muscular • ausência de resposta ao estímulo cirúrgico TERMINOLOGIAS • Anestesia balanceada • técnica de anestesia geral baseada no conceito de que a associação de um ou mais fármacos anestésicos em menores quantidades reúne grandes vantagens • analgésicos + anestésicos • Anestesia dissociativa • é a anestesia capaz de dissociar o córtex cerebral de maneira seletiva causando analgesia e desligamento sem perda dos reflexos protetores Aula 02 Avaliação Pré-Anestésica Profa. Dra Márcia Bento Moreira Anestesiologia Animal Google imagens, 2018. AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA) • Objetivos • Definição • Obrigatoriedade da realização da APA • Histórico da APA • Consultório de APA • Momento da realização da APA • Itens da APA até os fatores de risco Alta anestésica Recuperação Pós-Anestésica (RPA) PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO TRANS-OPERATÓRIO PRÉ-OPERATÓRIO Preparo do animal e MPA (Medicação Pré-Anestésica Planejamento da anestesia (escolha da técnica) Avaliação Pré-Anestésica (APA) + Classificação do RA Anamnese – prontuário do animal Monitoração anestésica Manutenção anestésica Intubação Indução anestésica AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA) • Tem como objetivo verificar o estado clínico do paciente, gerando recomendações para o período transoperatório, definindo o risco cirúrgico e adotando atitudes benéficas para o paciente em curto e médio prazo. • Deve ser realizada antes de qualquer anestesia • Selecionar fármacos, tipo de anestesia, monitoração AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA) • Principal objetivo é reduzir a morbidade e mortalidade cirúrgica • Redução da ansiedade pré-operatória do tutor • Redução do custo do atendimento perioperatório OBS: Baterias de testes ou exames não substituem anamnese e o exame físico! AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA) Recomendações da força tarefa (FT) da American Society of Anesthesiologists (ASA) Elemento básico do cuidado perioperatório • Definção: processo de avaliação clínica que precede a entrega dos cuidados da anestesia para a cirurgia e procedimentos não cirúrgicos. Committee on Standards and Pratice Parameters. Anestesiology. 2012; 116(3). AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA) Recomendações da força tarefa (FT) da American Society of Anesthesiologists (ASA) Elemento básico do cuidado perioperatório • Consiste em ponderar a informação de múltiplas origens, que abrange os registros médicos do paciente, anamnese, o exame físico e os achados de testes e de avaliações médicas. Committee on Standards and Pratice Parameters. Anestesiology. 2012; 116(3). É obrigatória a realização da APA? Google imagens, 2018. AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA) Todos guidelines concluem que a APA deve ser realizada, embora não exista uma única publicação na literatura comparando a realização da APA x a não realização (provavelmente porquê a não realização pode levar a processos médicos-legais). Solca M. Evidence-based preoperative evoluation. Best Pract Res Clin Anaesth 2006; 20: 231-240. Histórico: AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA TRADICIONAL Paciente CIRURGIÃO Pré-internação Internação Cirurgião, anestesista, clínico, ... AVALIAÇÃO PRÉ OPERATÓRIA TRADICIONAL CONSEQUÊNCIAS • Avaliação inadequada • Excesso de exames de laboratório • Excesso de consultas especializadas • Alto número de cirurgias suspensas Solca M. Evidence-based preoperative evoluation. Best Pract Res Clin Anaesth 2006; 20: 231-240. • Desgaste emocional do tutor • Aumento dos custos do procedimento Histórico: AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA – modelo atual Paciente CIRURGIÃO Pré-internação Internação Cirurgião, anestesista, clínico, ... Anestesista Clínico Consultóriosde APA CONSULTÓRIO DE AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA - CA • Diminuição dos custos: • Diminuição: da taxa de suspensão de cirurgias, do número de exames laboratoriais, de interconsultas com especialistas; do número de não comparecimento. • Aumento do fluxo: “pool” de pacientes liberados pelo CA Solca M. Evidence-based preoperative evoluation. Best Pract Res Clin Anaesth 2006; 20: 231-240. • Diminuição da ansiedade dos tutores • Aumento da satisfação dos tutores Quando deve ser realizada a APA? Recomendações da APA das FT/ASA e da ESA • Conclusão: não há evidências relevantes na literatura quanto ao intervalo de tempo adequado entre o atendimento do paciente no consultório de APA e o procedimento a ser realizado sob anestesia. • Gravidade da doença e o grau de invasividade do procedimento: fatores determinantes desse intervalo de tempo. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Quando deve ser realizada a APA? Recomendações da APA das FT/ASA e da ESA • Pacientes portadores de doenças graves: APA sempre realizada antes do dia do procedimento. • Pacientes portadores de doenças não graves e/ou procedimentos pouco ou não invasivos: APA pode ser realizada antes ou no dia do procedimento. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Quais são os itens principais da APA? • Identificação do animal • Resenha • História clínica: • Anamnese (medicações em uso, jejum, doenças) • Exame físico • Exames pré-operatórios • laboratoriais, Rx, US... • Relatórios de consultas em clínicas especializadas • Classificação do risco cirúrgico • Considerar a real necessidade do ato operatório cirurgia em animais idosos Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA • Avaliação dos diversos sistemas e órgãos • Avaliação de fatores de risco • Uso de medicamentos e fitoterápicos • Antecedentes de reação alérgica • Antecedentes anestésicos-cirúrgicos Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Avaliação dos diversos sistemas e órgãos • Diversos sistemas e órgãos: • cardiovascular, respiratório, nervoso-ósseo-muscular, digestório, endócrino, gênito-urinário, hematopoiético e coagulação. • Data do último cio no caso de animais de pequeno porte. • Presença de quadro infeccioso atual e histórico de infecções. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Avaliação de fatores de risco • Possíveis fatores de riscos; abrangendo por exemplo: • tabagismo; • suplementos vitamínicos e • Drogas ilícitas. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 G o o gl e im ag en s, 2 0 1 9 . TABAGISMO Existem vários estudos que indicam que os animais que são expostos à fumaça de cigarro são fumantes passivos e estão suscetíveis a problemas respiratórios, alergias, câncer nasal e até linfomas pulmonares. Os componentes do cigarro, segundo os cientistas, são toxinas muito prejudiciais aos animais de estimação. A fumaça do cigarro afeta o sistema nervoso dos cães e gatos, pois contém numerosos compostos que causam câncer, por isso o perigo, não é só para os seres humanos, mas também para os animais. Itens principais da APA História Clínica – Avaliação de fatores de risco Google imagens, 2019. Knottenbelt, et al. Nicotine hair concentrations in dogs exposed to environmental tobacco smoke: a pilot study. 2013 Journal of Small Animal Practice, 53(11), pp. 623-626. BBC Brasil. 2017. Animais de estimação com donos fumantes podem ter câncer e outras doenças, alerta pesquisa. http://eprints.gla.ac.uk/view/journal_volume/Journal_of_Small_Animal_Practice.html TABAGISMO Um estudo recente da Harvard Medical School descobriu riscos adicionais para a saúde associados com o que eles chamavam de “fumo de terceira mão”, que são partículas que se aderem ao cabelo e as roupas dos fumantes, carros, tapetes, cortinas e que permanecem por muito tempo depois de a fumaça já ter sido eliminada do recinto. Itens principais da APA História Clínica – Avaliação de fatores de risco Smith, V. A., McBrearty, A. R., Watson, D. G., Mellor, D. J., Spence, S. e Knottenbelt, C. Hair nicotine concentration measurement in cats and its relationship to owner-reported environmental tobacco smoke exposure. Journal of Small Animal Practice, 2017. 58(1), pp. 3-9. http://eprints.gla.ac.uk/view/journal_volume/Journal_of_Small_Animal_Practice.html http://eprints.gla.ac.uk/view/journal_volume/Journal_of_Small_Animal_Practice.html TABAGISMO Uma das razões pelas quais os gatos são tão vulneráveis aos agentes cancerígenos da fumaça de cigarro é que eles são cabeleireiros muito meticulosos. Ou seja, a limpeza diária dos pelos, por um longo período de tempo, pode expor seus tecidos orais as perigosas substâncias cancerígenas. Outra pesquisa também mostrou que os gatos que vivem com fumantes apresentam nicotina e outras toxinas na urina. Itens principais da APA História Clínica – Avaliação de fatores de risco 2017. Smith, V. A., McBrearty, A. R., Watson, D. G., Mellor, D. J., Spence, S. e Knottenbelt, C. Hair nicotine concentration measurement in cats and its relationship to owner-reported environmental tobacco smoke exposure. Journal of Small Animal Practice, 58(1), pp. 3-9. Google imagens, 2019. http://eprints.gla.ac.uk/view/journal_volume/Journal_of_Small_Animal_Practice.html TABAGISMO Um estudo realizado pela Universidade Estadual do Colorado encontrou um aumento da incidência de tumores nasais e câncer de mama em cães que vivem em casas de fumantes. Registraram maiores taxas de câncer de pulmão em cães braquicefálicos, como os Boxers e os Buldogues; que por terem suas passagens nasais muito curtas, recebem mais facilmente as partículas causadoras de câncer, que chegam muito mais rápido aos pulmões. Cães que vivem em lares de fumantes têm um risco de 60% de desenvolverem câncer de pulmão. Itens principais da APA História Clínica – Avaliação de fatores de risco Knottenbelt, et al. Nicotine hair concentrations in dogs exposed to environmental tobacco smoke: a pilot study. 2013 Journal of Small Animal Practice, 53(11), pp. 623-626. BBC Brasil. 2017. Animais de estimação com donos fumantes podem ter câncer e outras doenças, alerta pesquisa. http://eprints.gla.ac.uk/view/journal_volume/Journal_of_Small_Animal_Practice.html TABAGISMO Há relatos de aves sensíveis a elementos químicos presentes na fumaça do cigarro, que estimulam a mutilação em Aves (arrancando dedos e unhas), por causa dos resíduos de cigarro no poleiro, e outras que arrancaram às próprias penas pelo incomodo causado pelas substâncias. Outra coisa que devemos nos preocupar muito é pelo envenenamento com Nicotina! Que geralmente acontece quando a ave encontra e ingere ou brinca com restos de cigarro, principalmente o filtro, que contém 25% de Nicotina a mais que o próprio cigarro. Sintomas de envenenamento por Nicotina: vômitos, espasmos, salivação, aumento da frequência cardíaca e respiração ofegante. Itens principais da APA História Clínica – Avaliação de fatores de risco Knottenbelt, et al. Nicotine hair concentrations in dogs exposed to environmental tobacco smoke: a pilot study. 2013 Journal of Small Animal Practice, 53(11), pp. 623-626. Google imagens, 2019. http://eprints.gla.ac.uk/view/journal_volume/Journal_of_Small_Animal_Practice.html TABAGISMO Revisão sistemática seguida de metanálise: Período 4 semanas:necessário para reduzir as complicações respiratórias e maior que 3 a 4 semanas para reduzir as complicações relacionadas à cicatrização da ferida operatória. Wong J et al, Can J Anesth 2012, 59:268-274. Itens principais da APA História Clínica – Avaliação de fatores de risco TABAGISMO Revisão sistemática seguida de metanálise: “Abstinência” de curto prazo: não aumenta e nem diminui o risco de complicações respiratórias. Não foi possível demonstrar benefícios ou riscos da ‘abstinência’ do tabagismo na prevenção de complicações cardiovasculares. Wong J et al, Can J Anesth 2012, 59:268-274. https://meusanimais.com.br/voce-e-fumante-voce-acha-que-a-fumaca-de-seus-cigarros-nao-prejudica-os-seus-animais-de- estimacao/ Itens principais da APA História Clínica – Avaliação de fatores de risco • Suplementos vitamínicos: • Comum principalmente para animais de pequeno porte (PitBull) • Finalidade: promover aumento do desempenho físico e sexual • Composição: Hormônio do crescimento (GH), hormônio da tireoide, testosterona, amino-ácidos, vit. A; B1, B2, . . . , fatores de crescimento, imuno-estimulantes e inibidor de cortisol. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Vendidos pela internet!! Itens principais da APA História Clínica – Avaliação de fatores de risco Google Imagens, 2019. • Suplementos vitamínicos: • Podem ocorrer interações medicamentosas e complicações, principalmente cardiovasculares no período intra-operatório. • Parada cardíaca de origem inexplicada • Deve-se insistir no questionamento com os tutores de pacientes de risco, explicando os riscos da não informação ao anestesiologista. • Drogas ilícitas: • Cocaína, maconha, solventes, benzodiazepínicos, estimulantes ... Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Avaliação de fatores de risco Google Imagens, 2019. • Itens da APA Avaliação Pré-Anestésica (APA) Google imagens, 2018. Itens da Avaliação Pré-Anestésica • Uso de medicamentos e fitoterápicos • Antecedentes com reação alérgica a fármacos • Antecedentes anestésicos-cirúrgicos • Exame físico Itens da Avaliação Pré-Anestésica USO DE MEDICAMENTOS E FITOTERÁPICOS Gimenez et al., Fármacos Utilizados nas Emergências de Cães Cardiopatas. Rev Cient Elet de Med Vet. 2009, Ano VII (12). M.M.G. Araújo et al., Avaliação de colesterol e triglicerídeos séricos em cães saudáveis suplementados com ômega n-3. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., 2012. 64(6):1491-1496. Itens principais da APA História Clínica – Uso de medicamentos e fitoterápicos MEDICAMENTOS ORIENTAÇÃO ANTIARRÍTMICOS(1), DIGITÁLICOS(2), ESTATINAS(3) Exemplos: 1) Classe 1: lidocaína 2) Digoxina 3) Sinvastatina e rovovastatina Manutenção até o dia da cirurgia BETABLOQUEADORES Exemplo: propranolol Manutenção até o dia da cirurgia: pacientes em uso crônico – atenção: > chance de diminuição da FC e da PA e acidente vascular encefálico. ANTI-HIPERTENSIVOS Exemplos: betanidina, clonidina, metildopa, geanetedina, reserpina, acetazolamina e os diuréticos tiazídicos. Inibidores da enzima conversora de angiotensina (iECA): enalapril, benazepril e ramipril. Manutenção até o dia da cirurgia – exceção: inibidores ECA e bloqueadores do Renina Angiotensina Aldosterona: suspensão 12 a 24h antes da cirurgia nos casos de procedimentos cirúrgicos de grande porte com previsão de sangramento ou condição clínica de perigo de instabilidade cardiovascular. Neves, I. V.; Tudury, E. A.; Costa, R. C. da. Fármacos utilizados no tratamento das afecções neurológicas de cães e gatos. Semina: Ciências Agrárias 2010. 31(3):745-766. Itens principais da APA História Clínica – Uso de medicamentos e fitoterápicos MEDICAMENTOS ORIENTAÇÃO ANTIEPILÉPTICOS (1), ANTIPSICÓTICOS (2) E BENZODIAZEPÍNICOS (3) Exemplos: 1) Fenobarbital e gabapentina 2) Clorpromazina, haloperidol e perfenazina 3) Midazolan, diazepan e zolazepan Manutenção até o dia da cirurgia ANTIDEPRESSIVOS Exemplos: inibidores da MAO: tranilcipromina. OBS.: não utilizar junto com opioides pois pode promover crise hipertensiva. Manutenção até o dia da cirurgia - atenção: inibidores da monoamina oxidase (iMAO): manutenção até o dia do procedimento sob anestesia, evitar o uso de meperidina e vasopressores de ação indireta; trocar iMAO irreversíveis para reversíveis. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Uso de medicamentos e fitoterápicos ANTICOAGULANTES INTERVALO DE TEMPO PARA UTILIZAÇÃO DE BLOQUEIO DO NEUROEIXO E BLOQUEIOS PERIFÉRICOS Heparina não fracionada 4h Enoxaparina Dose profilática = 10 – 12h Dose terapêutica ≥ 24h Abciximab 2 – 5 d Rivaroxaban 3d Warfarina 4 – 5d Ticlopidina No mínimo 10 a 14d Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Uso de medicamentos e fitoterápicos MEDICAMENTO ORIENTAÇÃO Fitoterápicos O uso do alho deve ser suspenso sete dias antes da cirurgia pelo fato de ele inibir a agregação plaquetária e estimular a fibrinólise. hipoglicemiantes Não existe consenso Insulina Definição de valores desejados de glicemia durante o período perioperatório. Monitoração dos níveis sanguíneos de glicose, ajuste da terapia insulínica de modo a alcançar esta meta. Itens da APA ANTECEDENTES COM REAÇÃO ALÉRGICA A FÁRMACOS • História atual ou antiga de alergia: • Devemos sempre avaliar e investigar; • Identificação do(s) fármaco(s) ou substância(s) envolvida(s) em quadros rotulados como alérgicos: fundamental na prevenção de situações clínicas mais graves. Na dúvida quanto ao diagnóstico e/ou conduta: encaminhar para um especialista. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Antecedente de reação alérgica a fármacos • História atual ou antiga de alergia: • No caso de informação do nome do agente envolvido em quadro alérgico, este deve constar em local visível da ficha de anestesia; • Na suspeita de choque anafilático anterior sem possibilidade de análise dos agentes/substâncias utilizadas, a conduta é não utilizar nenhum deles na anestesia a ser realizada. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Antecedente de reação alérgica a fármacos Itens da APA ANTECEDENTES ANESTÉSICOS-CIRÚRGICOS • Na maioria das vezes o tutor não tem um documento relatando tal evento; • Nunca releve a informação dada por um tutor que esse tipo de antecedente possa ter acontecido mesmo que ele não saiba explicar ao certo como ocorreu. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Antecedente anestésicos-cirúrgicos Itens da APA EXAME FÍSICO • FT da ASA: sinais vitais, avaliação da permeabilidade das vias aéreas e exame cardiopulmonar, incluindo ausculta. • Pressão arterial: aferir pois é a principal causa de suspensão ou adiamentos de procedimentos cirúrgicos = hipertensão arterial. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Exame Físico • ESA (2012) e a Association of Anaesthetists of Great Britain and Ireland (AAGBI) e a British Hypertension Society (BHS) (2016): criaram recomendações sobre amensuração da pressão arterial (PA) e o manejo do paciente hipertenso antes da cirurgia eletiva. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Exame Físico Avaliação das vias aéreas: • Principal causa de morbimortalidade no período perioperatório • Falha na manutenção das vias aéreas • Deve-se criar estratégias para identificar pacientes com possível dificuldade de intubação orotraqueal: nenhuma delas é eficaz em 100% das vezes. OBS: Fazer uso de mais de um teste preditivo!! Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Exame Físico Testes Preditivos de Intubação Difícil: • Mallampati modificado; distância esternomento; distância tireomento; distância inter-incisivos durante a protusão voluntária; grau de mobilidade atlanto-occipital; forma do palato e largura do pescoço, dentre outros. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Exame Físico Mallampati modificado Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 • Classe I - palato mole, fauce, úvula e pilares amigdalianos visíveis; • Classe II - palato mole, fauce e úvula visível; • Classe III - palato mole e base da úvula visível; • Classe IV - palato mole totalmente não visível. Itens principais da APA - História Clínica – Exame Físico Mallampati modificado Preditores de via aérea difícil. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 • Classe III - palato mole e base da úvula visível; • Classe IV - palato mole totalmente não visível. Itens principais da APA - História Clínica – Exame Físico Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA - História Clínica – Exame Físico Classificação de Cormack e Lehane Maneira Objetiva de Visualização da glote durante a laringoscopia: • Grau I – visibilização de toda a abertura laríngea (maior parte da glote). • Grau II – visibilização somente da comissura posterior (extremidade posterior da glote é visível); • Grau III – visibilização somente da epiglote (não sendo visível a glote); • Grau IV – visibilização somente do palato mole (nem a epiglote pode ser vista). Cormake Lehane Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Exame Físico Google imagens, 2019. Mallampati modificado Cormake Lehane Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Exame Físico Ventilação difícil sob máscara facial: • Condição em que não é possível sua intubação pelo anestesilogista devido a inúmeros fatores: situação “não ventilo não intubo” • Vedação ineficiente ou ineficaz entre a máscara e a face do paciente e/ou excessiva resistência à entrada do fluxo de ar gerado pelo balão de ventilação. O INSUCESSO LEVA AO ÓBTO!! Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Exame Físico Ventilação difícil sob máscara facial: estenose de narina Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Exame Físico Ventilação difícil sob máscara facial: estenose de narina Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Exame Físico Ventilação difícil sob máscara facial: estenose de narina Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Itens principais da APA História Clínica – Exame Físico Ventilação difícil sob máscara facial: estenose de narina Itens principais da APA História Clínica – Exame Físico Como se realiza a avaliação do risco anestésico? Aula 03 Risco Perioperatório • Risco associado ao procedimento a ser realizado sob anestesia – na maioria das vezes: risco do procedimento cirúrgico. • Risco associado à condição clínica do paciente. Rodrigues et al. Estado físico e risco anestésico em cães e gatos. PUBVET. 2017; 11(8):781-788. Risco Associado ao Procedimento Cirúrgico • Sistema de classificação de risco Johns Hopkins (Johns Hopkins risk classification system), a classificação de risco do American College of Surgeons (American College of Surgeons National Surgical Quality Improvement Project (NSQIP), risk calculator) e a classificação do Estudo VISION7-9. • Invasividade • Perdas sanguíneas Avaliação pré-operatória. Manual de Anestesiologia. Capítulo 1. 2016. Sistema de classificação de Risco por Johns Hopkins • CATEGORIA 1 • Risco mínimo para o paciente, independentemente da anestesia. • Procedimentos minimamente invasivos, com pouca ou nenhuma perda de sangue, realizados frequentemente em um marco equivalente a um consultório externo, nos quais o centro cirúrgico é utilizado principalmente para anestesia e monitorização. Avaliação pré-operatória. Manual de Anestesiologia. Capítulo 1. 2016. Sistema de classificação de Risco por Johns Hopkins • CATEGORIA 1 • Risco mínimo para o paciente, independentemente da anestesia. • Procedimentos minimamente invasivos, com pouca ou nenhuma perda de sangue, realizados frequentemente em um marco equivalente a um consultório externo, nos quais o centro cirúrgico é utilizado principalmente para anestesia e monitorização. • OBS: não inclui apresentação aberta de órgãos internos, reparação de estruturas neurológicas vasculares, colocação de prótese, acesso ao abdome, tórax, pescoço, crânio ou extremidades, colocação de prótese, cuidado pós-operatório em unidades de cuidados intensivos e de cobertura ambulatorial. Avaliação pré-operatória. Manual de Anestesiologia. Capítulo 1. 2016. Sistema de classificação de Risco por Johns Hopkins • CATEGORIA 2 • Procedimentos mínimo a moderadamente invasivos. • Perda de sangue menor que 500 mL. • Risco leve, independentemente da anestesia. • OBS: Apresentação aberta de órgãos internos, reparação de estruturas neurológicas vasculares, colocação de prótese, cuidado pós-operatório com monitorização, apresentação aberta de abdome, tórax, pescoço ou crânio, ressecção de órgãos maiores. Avaliação pré-operatória. Manual de Anestesiologia. Capítulo 1; 2016. Sistema de classificação de Risco por Johns Hopkins • CATEGORIA 3 • Procedimento moderado a significativamente invasivo. • Possível perda de sangue: 500-1.500 mL. • Risco moderado para o paciente, independentemente da anestesia. • OBS: Não inclui procedimento torácico ou intracraniano aberto, reparação vascular maior (p. ex., bypass aortofemoral). Cuidados pós-operatórios com monitorização planejada unidade de cuidados intensivos e unidade de cobertura ambulatorial. Avaliação pré-operatória. Manual de Anestesiologia. Capítulo 1. 2016. Sistema de classificação de Risco por Johns Hopkins • CATEGORIA 4 • Procedimento altamente invasivo. • Perda de sangue maior que 1.500 mL. • Risco significativo para o paciente, independentemente da anestesia. • OBS: inclui cirurgiaortopédica corretiva da coluna vertebral, cirurgia reconstrutiva do trato gastrintestinal, cirurgia geniturinária maior (p. ex., prostatectomia radical). Avaliação pré-operatória. Manual de Anestesiologia. Capítulo 1. 2016. Sistema de classificação de Risco por Johns Hopkins • CATEGORIA 5 • Procedimento altamente invasivo. • Perda de sangue maior que 1.500 mL. • Risco crítico para o paciente, independentemente da anestesia. • Internação pós-operatória habitual na unidade de cuidados intensivos (UCI), com monitorização invasiva. • OBS: inclui procedimento cardiotorácico, procedimento intracraniano, cirurgia maior orocervical, cirurgia reparadora vascular, esquelética, neurocirúrgica. Avaliação pré-operatória. Manual de Anestesiologia. Capítulo 1. 2016. Classificação RC segundo ASA Descrição Exemplos I Paciente hígido, sem distúrbios fisiológicos Procedimentos eletivos (OSH) II Paciente com doença sistêmica leve. Distúrbios fisiológicos leve ou moderado. Sem comprometimento da atividade normal. A condição pode afetar a cirurgia ou anestesia. Neonatos (<8 sem), geriátricos, obesos, cardiopatas compensados, infecção localizada III Doença sistêmica moderada. Distúrbios fisiológico importantes, de difícil controle, com comprometimento da atividade normal e com impacto sobre a anestesia e cirurgia. anemia, caquexia, desidratação, hipovolemia moderada. Rodrigues et al. Classificação anestésica do estado físico e mortalidade anestésico-cirúrgica em cães. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.70, n.3, p.704-712, 2018 Sistema de classificação de RC segundo ASA Classificação RC segundo ASA Descrição Exemplos IV Doença sistêmica grave – incapacitante. Desordem fisiológica severa, potencialmente letal, com grande impacto sobre a anestesia e cirurgia. choque, uremia, SDTVG, cardiopatas, nefropatas V Moribundos sem expectativa sobrevivência, com ou sem cirurgia em 24h. Podendo ser a cirurgia a única esperança para salvar a vida. falência múltipla de órgãos, trauma craniano E Emergência Rodrigues et al. Classificação anestésica do estado físico e mortalidade anestésico-cirúrgica em cães. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.70, n.3, p.704-712, 2018 Sistema de classificação de RC segundo ASA INFLUÊNCIA DO PROCEDIMENTO NA AVALIAÇÃO DO RISCO CIRÚRGICO • Procedimento Tipo A: • Procedimento minimamente invasivo • Baixo potencial para causar alteração da fisiologia normal • Raramente relacionado com morbidade devido ao procedimento anestésico • Raramente requer hemotransfusão ou monitorização invasiva. • Procedimento Tipo B: • Procedimento moderadamente invasivo • Moderado potencial para alterar a fisiologia normal • Pode requerer hemotransfusão ou monitorização invasiva INFLUÊNCIA DO PROCEDIMENTO NA AVALIAÇÃO DO RISCO CIRÚRGICO • Procedimento Tipo C: • Procedimento altamente invasivo • Tipicamente induz alteração da fisiologia normal • Quase sempre requer hemotransfusão ou monitorização invasiva INFLUÊNCIA DO PROCEDIMENTO NA AVALIAÇÃO DO RISCO CIRÚRGICO 1- O paciente pode ser avaliado no próprio dia da cirurgia, baseado nos dados da APA. 2- Paciente geralmente se beneficia da APA, dependendo da condição base e do procedimento proposto. 3- Paciente que deve passar por APA. Procedimento: A – minimamente invasivo B – moderadamente invasivo C – altamente invasivo APA x PROCEDIMENTO OPERATÓRIO CIRURGIA PROGRAMADA ASA 1 e 2 Paciente de Baixo Risco ASA 3 e 4 Paciente de Alto Risco Procedimento A 1 Procedimento B 2 Procedimento C 2 Procedimento A 2 Procedimento B 2 Procedimento C 3 Alta anestésica Recuperação Pós-Anestésica (RPA) PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO TRANS-OPERATÓRIO PRÉ-OPERATÓRIO Preparo do animal e MPA Planejamento da anestesia (escolha da técnica) Avaliação Pré-Anestésica (APA) + Classificação do RA Anamnese – prontuário do animal Monitoração anestésica Manutenção anestésica Intubação Indução anestésica Aula 04 Avaliação Pré-Anestésica Profa. Dra Márcia Bento Moreira Anestesiologia Animal AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA(APA) • O paciente está nas melhores condições possíveis para ser submetido a cirurgia proposta? ( ) Sim → manter a cirurgia ( ) Não → cancelar cirurgia • Riscos X Benefícios • Discussão com o proprietário • consentimento esclarecido – termo de ciência e autorização. AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA(APA) • Orientação ao proprietário: • Termo de autorização para realização de procedimentos anestésicos. AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA) Identificação do animal • Espécie (cães, gatos, aves, equinos) • diferenças; contenção; doses; protocolos • Raça • Sexo • fêmeas em cio > sangramento • Idade • neonatos X adultos jovem X idosos • Peso • cálculo de doses • Temperamento AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA) Anamnese • Realização de jejum adequado • Alimentar • cães e gatos – 8 a 12 horas • equinos – 12 a 16 horas • ruminantes – 3 dias pré (meia ração), 2 dias pré (meia ração), 24 h antes (total) • Hídrico • Cães*, gatos*, equinos – 4 horas • ruminantes – 6 horas • *Período aleitamento – cães e gatos (1 a 2h) AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA) Anamnese • Pesquisar diversos sistemas • respiratório (tosse, dispneia, secreções) • endócrino (diabetes, hipotireoidismo, hipertireoidismo) • sistema nervoso central (convulsões, epilepsia) • gastrintestinal (vômitos, diarreia) • cardiovascular (tosse, cansaço fácil, ascite, síncopes) • hematológico (transfusões, anemias) AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA) Anamnese • Exames complementares solicitados • Medicações em uso • Doenças (duração e severidade) • Anestesias prévias AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA) Exame físico • Condições gerais • obesidade, caquexia, prenhez, hidratação, temperatura, estresse • Cardiovascular • FC, Auscultação (sopros, arritmias), TPC, Pulso, PA • Pulmonar • FR, Auscultação (estertores, crepitação) AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA) Exame físico • Membranas mucosas • coloração (róseas, pálidas, ictéricas, cianóticas) • Pele • hidratação, neoplasias, parasitas, trauma • Musculoesquelético • massa muscular, andar, fraturas AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA) Exames pré-operatórios adicionais • Eletrocardiograma • animais idosos • alteração na auscultação • Radiológico • Ultrasonográfico • Exames laboratoriais • Hemograma, FR, FH, Eletrólitos, Gasometria Exames Pré Operatórios Os exames pré-operatórios não devem ser solicitados de rotina e, sim, de acordo com o propósito básico de guiar e otimizar o cuidado perioperatório, baseando-se nas informações obtidas do prontuário do paciente, história clínica, exame físico, tipo e porte do procedimento cirúrgico. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Exames Pré Operatórios Quanto tempo de validade devem ter os exames pré-operatórios? A FT da ASA não encontrou evidências na literatura que permitam definir um prazo de validade dos exames pré-operatórios. Propõe que são aceitáveis resultados de exames realizados até 6 meses antes do procedimento anestésico- cirúrgico, se a condição clínica do paciente não sofreu mudanças significativas. Committee on Standards and Practice Parmeters. Anesthesiology.2012; 116(3): 522-38. De Hert S, et al., Eur J Anaesthsiol. 2011; 28(a0): 684 Estado físico e ASA Até 6 meses 6 meses a 6 anos > 6 anos I a II Ht, Pt, glicemia Ht, Pt, FR Ht, Pt, FR ECG, urinálise III Hemo, Pt, glicemia, FR, pH, HCO3, urinálise Hemo, ECG, glicemia, FR, FH, pH, HCO3, urinálise Hemo, ECG, glicemia, FR, FH, pH, HCO3, Urinálise Eletrólitos IV e V Hemo, ECG, glicemia, FR, FH, pH, HCO3, Urinálise Eletrólitos Hemo, ECG, glicemia, FR, FH, pH, HCO3, Urinálise Eletrólitos Hemo, ECG, glicemia, FR, FH, pH, HCO3, Urinálise Eletrólitos Modificado: Futema, 2002. Identificação do paciente Anamnese Resultados dos exames Classificação RC segundo ASA O animal apresenta condiçãosatisfatória para ser operado? (sim – OK) Termo autorização Proprietário Selecionar os fármacos ideais, anestesia ideal Monitoração ideal Tricotomia, acesso venoso Responsabilidade Médica do Anestesiologista Google imagens, 2019. Legislação Inicial – Marco histórico • LEI 5517, DE 23 DE OUTUBRO DE 1968 • Dispõe sobre o exercício da profissão de Médico Veterinário e cria os Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária. • DECRETO 64704, DE 17 DE JUNHO DE 1969 • Aprova o regulamento do exercício da profissão de Médico Veterinário e dos Conselhos de Medicina Veterinária. • RESOLUÇÃO 722, DE 16 DE AGOSTO DE 2002 • Aprova o Código de Ética do Médico Veterinário Relação Médico Veterinário x Tutor • Prontuário do animal • Anamnese completa • histórico clínico • Informações claras • Diagnóstico • Tratamento • prognóstico Relação Médico Veterinário x Tutor • Informações precisas • Pré-operatório • Trans-operatório • Pós-operatório • Consentimento prévio devidamente assinado pelo proprietário para qualquer procedimento. Responsabilidade Médica do Anestesiologista • A pessoa é sempre responsável por algum prejuízo ou dano que tenha causado, ou pelo não cumprimento de uma obrigação decorrente de um contrato. • A responsabilidade médica do anestesiologista é sempre uma obrigação de meio e não de resultado, pois não permite garantir resultado favorável. Responsabilidade Médica do Anestesiologista • A responsabilidade médica do anestesiologista pelo mau resultado somente poderá decorrer quando se caracterizar a culpa. • A culpa: • Modalidades: • Imperícia • Imprudência • Negligência CULPA • Imperícia: • é a falta de observação às normas técnicas, por despreparo prático ou por insuficiência de conhecimentos. Ou ainda, a incapacidade ou a inabilidade para exercer a profissão • Imprudência: • Age com imprudência o médico veterinário que tem atitudes não justificadas, açodadas, precipitadas, sem usar de cautela. • Negligência: • É o ato lesivo ao paciente, consignado pela indolência, inércia e passividade do profissional que o assiste. CULPA • Erro veterinário Indenização • Profilaxia da culpa • Atualização constante • Dever de informação • Dever de vigilância • Dever de assistência • Dever de prudência • Dever de aconselhamento Negligência Imperícia Imprudência Responsabilidade Ética do Anestesiologista Código de Ética Médica Veterinária (2016) Resoluções do Conselho Federal de Medicina Veterinária Resoluções e Diretrizes do MCTIC e CONCEA Leis Resoluções Normativas • MCTIC • CONCEA • CFMV • CRMV Leis Resoluções Normativas • MCTIC e CONCEA • Anexo à Resolução Normativa nº 13, de 20.09.2013, publicada no D.O.U. de 26/09/2013, Seção I, pág. 5 • Revoga a Resolução 714, 20/06/2002: • Dispõe sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais, e dá outras providências. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações GABINETE DO MINISTRO RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 37, DE 15 DE FEVEREIRO DE 2018 Baixa a Diretriz da Prática de Eutanásia do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal – CONCEA. O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE CONTROLE DE EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL - CONCEA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 5º, incisos I e IV, da Lei nº 11.794, de 8 de outubro de 2008, e, tendo em vista o disposto nos incisos I e IV do art. 4º do Decreto nº 6.899, de 15 de julho de 2009, resolve: Art. 1º Fica baixada a Diretriz da Prática de Eutanásia do Concea, na forma do Anexo a esta Resolução Normativa. O texto completo do referido Anexo está disponível em: http://www.mctic.gov.br/mctic/export/sites/institucional/institucional /concea/arquivos/legislacao/resolucoes_normativas/Resolucao-Normativan37- Diretriz-da-Pratica-deEutanasia_site-concea.pdf Art. 2º Fica revogada a Resolução Normativa nº 13, de 20 de setembro de 2013. Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. GILBERTO KASSAB (DOU de 21/11/2016, Seção I, Pág.05) 37 De 15/02/2018 Leis Resoluções Normativas • MCTIC e CONCEA • Anexo à Resolução Normativa nº 13, de 20.09.2013, publicada no D.O.U. de 26/09/2013, Seção I, pág. 5 • Revoga a Resolução 714, 20/06/2002: • Dispõe sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais, e dá outras providências. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações GABINETE DO MINISTRO ANEXO DA RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 37, DE 15 DE FEVEREIRO DE 2018 DIRETRIZ DA PRÁTICA DE EUTANÁSIA DO CONCEA Esta diretriz se refere aos procedimentos de eutanásia realizados em animais incluídos em atividades de ensino ou de pesquisa científica. 1. Definição de eutanásia em animais (vertebrado vivo não humano, das espécies classificadas no filo Chordata, subfilo Vertebrata) 1.1. Eutanásia, do grego “eu” – bom - e “thanatos” – morte -, constitui-se no modo humanitário de matar o animal, sem dor e com mínimo estresse. É a prática de causar a morte de um animal de maneira controlada e assistida. A eutanásia se justifica, para o bem do próprio indivíduo, em casos de dor ou sofrimento, que não podem ser mitigados de imediato, com analgésicos, sedativos ou outros métodos ou quando o estado de saúde ou bem-estar do animal impossibilite o tratamento ou socorro (de acordo com o § 1º do art. 14 da Lei nº. 11.794, de 2008) ou para fins didáticos ou científicos. 37 De 15/02/2018 https://www.mctic.gov.br/mctic/export/sites/institucional/institucional/concea/arquivos/legislaca o/resolucoes_normativas/RN-37.pdf Resoluções do CFMV • Resolução 1137 de 16/12/16: • Trata de cenários fundamentais de aprendizagem relacionado ao Hospital Veterinário de Ensino, Clínica Veterinária de Ensino e Fazenda de Ensino, para a formação do Médico Veterinário e dá outras providências. Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMV. Módulo II - Ética e Profissões. Publicada no DOU de 23-01-2017, Seção 1, págs. 68 e 69. Resolução CFMV nº 1138 de dezembro de 2016 • Pensando nas mudanças que a Medicina Veterinária e o mundo passaram nos últimos anos, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), após um trabalho de construção conjunta com os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (CRMV) aprovou, no final de 2016, uma nova versão do código de ética do médico veterinário. A Resolução CFMV nº 1138 de dezembro de 2016, que aprova o Código de Ética do Médico Veterinário, foi publicada no Diário Oficial da União em 25/01. O novo Código de Ética entrou em vigor no dia 09 de setembro de 2017, Dia do Médico Veterinário. Resoluções do CFMV • Resolução 1137 de 16/12/16: • Art. 1º Para efeitos desta Resolução, Hospital Veterinário e Clínica Veterinária de Ensino caracterizam-se por serem laboratórios didáticos especializados de ensino, pesquisa e extensão, integrados ao Projeto Pedagógico do Curso e destinados à formação do médico veterinário. Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMV. Módulo II - Ética e Profissões. Publicada no DOU de 23-01-2017, Seção 1, págs. 68 e 69. Resoluções do CFMV • Resolução 1137 de 16/12/16: • Art. 2º O Hospital Veterinário e a Clínica Veterinária de Ensino têm como principal objetivo assegurar a formação teórico-prática do médico veterinário. Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMV. Módulo II - Ética e Profissões. Publicada no DOU de 23-01-2017, Seção 1, págs. 68 e 69. Resoluções do CFMV • Resolução 1137 de 16/12/16: • No Art. 5o, em seu § 1º diz que ”O aprendizado em serviço, que se constitui em atividade imprescindível para formação do médico veterinário, requer casuística suficiente, atendendo adequadamente aos seguintes referenciais para até 80 (oitenta) vagas autorizadas por ano” Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMV. Módulo II - Ética e Profissões. Publicada no DOU de 23-01-2017, Seção 1, págs. 68 e 69. Resoluções do CFMV • Resolução 1137 de 16/12/16: • No Art. 5o ainda, § 1º, alínea V diz que a “anestesiologia veterinária: 330 (trezentos e trinta)procedimentos anestésicos gerais (inalatórios ou intravenosos) em pequenos animais, grandes animais e animais selvagens, por ano”. Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMV. Módulo II - Ética e Profissões. Publicada no DOU de 23-01-2017, Seção 1, págs. 68 e 69. Responsabilidade Civil • Lei 10406, de 10/01/2002 – Código Civil (927 a 954): • Responsabilidade Civil: pode ser entendida como a obrigação imposta a uma pessoa no sentido de que a mesma repare o prejuízo que causou a outra pessoa, seja por fato próprio, seja por fato de pessoas ou coisas que dela dependam, ou seja: “Todo aquele que provoca prejuízo a outrem fica obrigado a ressarcir a vítima” OBRIGADA!
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