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Anemias hipoproliferativas – Hematologia (Medcel) Maria Clara Tosatto – T4a Introdução o Número de reticulócitos reflete a capacidade de recuperação medular em um quadro de anemia o Possui a contagem normal relativa: 0.5 a 1.5% o Possui também a contagem absoluta: 25.000 a 100.000 u/D o Porém, deve-se corrigir a contagem se o hematócrito estiver alterado, sendo assim a correção: % de reticulócitos x Ht paciente/45 o Anemia hipoproliferativa é caracterizada pela produção reduzida na medula óssea, levando a diminuição de reticulócitos o A variação do tamanho da hemácia aparece no hemograma como VCM o Microcítica: VCM menor que 80 o Normocítica: VCM entre 80 e 100 o Macrocítica: VCM maior que 100 o Exemplo de anemia hipoproliferativa microcítica e ferropriva: Hb = 6g/dl; reticulócitos = 10.000uL; VCM = 55fl Principais anemias hipoproliferativas o Ferropriva/ doença crônica o Anemia megaloblástica/ def. áido fólico o Anemia aplásica/ Leucemia/ Talassemia o Infiltração medular (carcinoma, linfoma) Anemia por deficiência de ferro o Ferro é o componente central do Heme (que tem função de carreamento de oxigênio aos tecidos) o É a causa mais comum de anemia o Afeta principalmente mulheres em idade fértil e idosos o 30% das mulheres na menarca possuem def. de ferro o Caso idoso apresente essa anemia, é necessário investigar o trato gastrointestinal o Já em populações carentes é necessário avaliar a ingesta adequada de ferro pela dieta o A hemoglobina contém a maior quantidade de ferro do organismo o O transporte é ligado à transferrina + porção livre no plasma o Fica estocado na forma de ferritina no fígado, baço, pulmões, corrente sanguínea; refletindo o estoque corporal total o E a ferritina é uma proteína de fase aguda, logo em doenças inflamatórias e etc vão aumentar a ferritina, não significando que o ferro está aumentado o Ferroportina: é a guardiã do ferro, fica no intestino e regula a absorção e liberação do ferro no duodeno e jejuno proximal para ser, posteriormente, liberado no plasma o Hepcidina: produzida no fígado e regula diretamente a ferroportina o Aumento dos níveis de ferro ou inflamação aumento de hepcidina degradação de ferroportina cai absorção de ferro hipóxia tecidual por queda de níveis de ferro redução de hepicidina aumento de ferroportina aumentando a absorção pelos enterócitos o Ferroportina: absorção diária de 1mg de ferro pelo duodeno, tendo também uma perda diária de mais ou menos 1mg de ferro (urina, fezes, unhas, cabelo) Fatores etiológicos o Diminuição de oferta de ferro: diminuição da absorção, acloridria, gastrectomia, doença celíaca, infecção por H. pylori, gastropatia redutora o Necessidade maior de consumo de ferro: infância e adolescência, gravidez e lactação e parasitose intestinal o Ingesta inadequada de ferro o Aumento das perdas de ferro: sangramentos (TGI, fluxo menstrual aumentado), espoliação (doação de sangue), hemoglobinúria (por hemólise intravascular, valculas cardíacas mecânicas), hemossiderose pulmonar idiopática (ocorre na síndrome de goodpasture) Quadro clínico o Sinais e sintomas gerais: astenia, fadiga, irritabilidade, dispneia aos esforços, palidez o Sinais e sintomas específicos: coiloniquia, glossite, queilite angular, síndrome PICA o Importante: síndrome de Plummer-Vinson é caracterizada por disfagia intermitente e membranas esofágicas; característico na anemia ferropriva Diagnóstico da anemia por deficiência de ferro o Ferritina sérica abaio de 30ng/mL o Saturação de trasnferrina abaixo de 19% (principalmente em condições inflamatórias) o Ausência de ferro medular o Anemia que resolve com suplementação de ferro o Sempre investigar a causa da ferropenia o Hipótese de que está sangrando ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO Tratamento de anemia ferropriva o Historicamente: 100-200 mg de ferro elementar ao dia o Atualmente há evidências de que doses menores ou em dias alternados melhora a absorção o Ofertar tomada única diária ao paciente, há menos efeitos colaterais e possível melhor absorção; exemplo: sulfato ferroso 02 comprimidos ao dia antes do almoço o Melhorar absorção: ingerir com suco de frutas cítricas ou suplementando com vitamina C o Não ingerir com alimentos básicos nem de estômago cheio o Para reduzir os efeitos colaterais: ingerir junto com a alimentação, prescrever dias alternados o Boa resposta quando: aumento de hemoglobina em 2g/dl em 3 semanas e retorno basal em até 2 meses o Manter por 3-6 meses, após a melhora da anemia para restabelecer os estoques de ferro o Quando procurar um hematologista? Quando a suspeita de deficiência de ferro não é confirmada, paciente é refratário ao uso de ferro oral ou déficit de absorção (após bariátrica ou celíaco) Anemia megaloblástica – introdução o Síntese comprometida do DNA: anemia e/ou demais citopenias o Assincronia núcleo-citoplasma o Etiologias: deficiência de vitamina B12, deficiência de ácido fólico ou uso de drogas (como metotrexato) Anemia por deficiência de B12 o Provem da dieta de origem animal o Participa da síntese de DNA em humanos o Precisa da acidez gástrica e é absorvida no íleo terminal o Causas: má absorção, anemia perniciosa, gastrectomia, doença de Crohn, infecção por tênia de peixes o Sinais e sintomas: astenia, fadiga, irritabilidade, glossite, dispneia aos esforços o Se leucopenia: apresenta infecção de repetição o Se plaquetopenia: apresenta sangramento o Degeneração combinada subaguda: parestesia o Lesão no corno posterior da medula espinhal: ocorre redução da sensibilidade e propriocepção o Alterações laboratoriais: VCM maior que 100, leucopenia e plaquetopenia, reticulócitos reduzidos e neutrófilos hipersegmentados, redução dos níveis de vitamina B12, ácido metilmalônico e hemocisteína elevados Tratamento o Vitamina B12 (cianocobalamina) 1000mcg intramuscular: 1x ao dia por 7 dias ou 1x por semana por 1 mês o Mensal por tempo indeterminado em casos de anemia perniciosa o Normalização do hemograma em até 02 meses após o início do tratamento Anemia perniciosa o Causa mais comum da anemia por def. de vitamina B12 o Anticélulas parietal/ anti-Fl levam a lesão autoimune da mucosa gástrica gerando atrofia e acloridria e redução de fator intrínseco o Pico aos 60 anos com maior prevalência em mulheres o Associação com outras condições autoimunes, como no vitiligo ou tireoidite o Risco aumentado de neoplasia gástrica, com necessidade de endoscopia anual Anemia por deficiência de ácido fólico o Presente em frutas e vegetais crus o Participa da síntese de DNA o Hemocisteína metionina o Desoxiuridilato timidilato o Absorção do ácido fólico ocorre no jejuno proximal o Estoques capazes de suprir por 3-4 meses o Causas: anorexia, etilismo, dieta pobre em vegetais o Aumento da demanda de ácido fólico: gestação, hemólise crônica o Uso das drogas: metotrexato, fenitoína, sulfa Avaliação diagnóstica o Sinais e sintomas: astenia, fadiga, irritabilidade, glossite, dispneia aos esforços o Se leucopenia: infecção de repetição o Se plaquetopenia: sangramento o Anemia macrocítica: reticulocitos baixos o Dosagem de ácido fólico reduzida (abaixo de 3 ng/mL) o Aumento isolado de homocisteína Tratamento o Ácido fólico 5 mg/dia via oral o Resposta rápida: reticulocitose, 5-7 dias o Caso não seja possível excluir deficiência de vitamina B12, sempre fazer terapia dupla (caso contrário, há piora da neuropatia) o Suplementação profilática em casos de hemólise crônica Anemia da doença crônica o Anemia da inflamação: tipo mais comum em pacientes internados o Presentes em quadros reumatológicos, infecciosos agudos,neoplasias o Papel crescente em condições como obesidade e diabetes mellitus o Fisiopato: restrição da disponibilidade de ferro sérico para a eritropoese. Com redução dos níveis de ferritina e ferro medular Avaliação diagnóstica o Relacionado a doença de base o Anemia normocrômica, normocítica com reticulócitos reduzidos o Perfil do ferro: ferro sérico diminuído, saturação de transferrina diminuída, diminuição de TLF e queda de ferritina também o PCR/VHS podem estar elevados por causa da inflamação aguda Tratamento o Manejo direto da doença de base o Suporte transfusional, se necessário o Avaliar sobreposição de ferropenia, se ferritina abaixo de 100 o Uso de eritropoietina com cautela, pois há riso trombótico Anemia da doença renal crônica o Anemia normocítica/normocrônica proporcional ao grau de insuficiência renal o Redução de eritropoietina associado a perdas ( coletas, hemodiálise) + inibição da eritropoese por tóxicos metabólicos Tratamento o EPO 100-150 U/kg/dia SC 3x por semana alvo de hemoglobina entre 10-12 g/dL o Em dialíticos repor ferro parenteral endovenoso se ferritina menor que 500 ng/mL e sat. Transferrina menor que 30%
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