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Direito Civil - Classificação e formação dos Contratos

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CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO À geração de deveres
1. Unilaterais: todo contrato precisa de duas partes!!! O unilateral significa que só existem deveres/obrigações para apenas uma das partes (Ex.: mútuo, comodato, etc.).
2. Bilaterais: estabelecem deveres para ambas as partes contratantes 
3. Plurilaterais: é aquele o que envolve várias partes (mais de duas), todas possuindo direitos e obrigações, na mesma proporção. (ex.: seguro de vida em grupo e o consórcio).
Observações:
· Karl Larenz defende que nos contratos bilaterais, é necessário ao menos a existência de uma prestação associada a uma contraprestação. Não quer dizer que a existência de outros deveres que não estejam atrelados a uma prestação específica fazem com que o contrato deixe de ser bilateral.
· Contrato Bilateral Imperfeito = não possui vínculo sinalagmático.
· Só nos contratos bilaterais é possível suscitar a exceção do contrato não cumprido.
· Só nos contratos bilaterais é possível aplicar a regra da condição resolutiva tácita. A expressa é uma cláusula que prevê que se um evento futuro incerto acontecer o contrato será resolvido. Na tácita, há uma situação em que não foi prevista no contrato de forma expressa, mas por conta dessa conduta não [....]
· Só nos contratos bilaterais é possível a aplicação dos vícios redibitórios.
quanto às vantagens patrimoniais
1. Gratuitos/Benéficos: aquele que uma parte adquire algum direito, uma vantagem, sem qualquer contraprestação da outra parte (Ex.: doação pura). // OBS.: o fato de se estabelecer alguns deveres para o beneficiado não gera necessariamente a modificação da natureza do contrato (Ex.: empresto um imóvel a Daniel para que ele use, sem cobrar nada dele, seria unilateral e gratuito. Se eu falar pra ele que não vou cobrar aluguel, mas ele terá que pagar a taxa condominial e o IPTU; isso não mudaria a natureza gratuita do contrato). 
2. Onerosos: aquele que a vantagem patrimonial é obtida através de uma contraprestação
3. Bifrontes: aquele que pode ser tanto oneroso ou gratuito a depender da vontade das partes (Ex.: contrato de fiança, contrato de depósito, etc.). 
OBS.: Considerações:
· Os contratos gratuitos são interpretados restritamente/restritivamente; (Ex.: doei uma CPU para alguém, essa pessoa não pode esperar que eu dê também o monitor, o teclado, etc.).
· Já os contratos onerosos, admitem uma interpretação mais ampla
· Nos contratos gratuitos, o contratante que efetuou a liberalidade só responde por dolo; enquanto que o beneficiado responde por simples culpa. Já nos contratos onerosos, ambos respondem por culpa e por dolo. (Ex.: se eu emprestei um imóvel para Daniel, qualquer dano em relação ao imóvel ele tem que me ressarcir; mas se o dano for por culpa minha, eu respondo perante Daniel).
Quanto aos riscos
Essa classificação é uma subdivisão dos contratos onerosos.
1. Comutativos: é aquele em que há uma equivalência exata ou aproximada entre a prestação e a contraprestação. Ou seja, para aquilo que eu faço, eu tenho uma correspondência, ou exata ou equivalente. As partes sabem, de antemão, os riscos envolvidos naquela relação (ganhos e perdas envolvidos).
Isso se relaciona com a figura da Lesão (privado II) 🡪 na lesão, a ideia é de que há elementos subjetivos da pessoa e a premente necessidade de contratar. Há uma desproporção entre o que ele faz e o que ele recebe.
Então, a comutatividade está ligada à ideia de equilíbrio.
Claro que existirão coisas que são desproporcionais, mas aí entra a questão do glamour das marcas, e não só do custo de fabricação.
O equilíbrio aqui envolve a lógica do mercado, e não do valor da produção.
2. Aleatórios: alheio a sorte; envolve a questão da sorte ou azar naquela situação. O contrato aleatório é aquele em que as partes admitem a possibilidade de existir prestação inferior à esperada ou até mesmo não haver prestação sem poder, com isso, requerer a invalidade do contrato pois o risco faz parte essencial deste tipo de contrato. 
Ex.: mega sena – a pessoa paga, não recebe nada, e se realmente não ganhar o premio não vai poder pedir nada de volta. É uma situação tudo ou nada. 
Ex.: contrato de seguro – paga-se um valor, e se nada acontecer com o carro não vai receber nada e troca. 
Não há necessário equilíbrio entre as parcelas envolvidas.
Alguns contratos já nascem aleatórios (como os exemplos acima), já outros podem se tornar aleatórios por vontade das partes (o que a doutrina chama de acidentalmente aleatórios) 🡪 são comutativos na sua essência mas podem se tornar aleatórios (exemplo disso é a compra e venda – tem-se a possibilidade de negociar sobre coisa futura, como sacas de café daqui a dois anos; nessa situação, dentro da minha liberdade, pode-se ter duas situações: 
1. Emptio Spei 🡪 Eu não ter nada a receber caso tenha uma praga, por exemplo, pois estava ligado à alea do negocio 🡪 nessa situação a pessoa paga menos por conta do risco; não pode nem pedir mais nem pedir menos a depender das consequências de demanda e oferta do mercado. Teria que haver a colaboração dos dois, se o produtor soubesse de algum evento futuro que pode minorar e não o faz, age contra a boa-fé. 
Art. 458 CC – Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
OBS.: Se houver dúvida a respeito da natureza do contrato, vai ser comutativo!!!
2. Emptio Rei Speratae 🡪 nessa situação eu não admito perder tudo, alguma coisa tem que ser produzida aqui, ainda que menos do que o esperado. 
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
Existem duas situações dentro dessa situação do art. 459: (i) receber menos do que o esperado, mas ainda assim receber alguma coisa, mantendo o contrato; (ii) estabelecer um mínimo entre o esperado. // quanto maior o risco, menor ele pagará por conta disso; a diferença nessas duas situações é exatamente a questão do risco. 
3. Coisa Futura / Coisas Sujeitas a Risco 🡪 460/461:
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
· Ex.: Vinicius faz comercio com  a China de varias coisas, aí está vindo uma carga, 40 contêineres de roupa, por exemplo. Aí eu acordo com ele que quero 2 deles. Está previsto para chegar dia 18 e aí dia 16 eu faço esse contrato 🡪 não tem coo saber se no dia 16 eles estarão, de fato, no navio. Temos a presunção de que foi embarcada, mas não a certeza. // nessa situação, se chegar aqui no Brasil e o capitão do navio falar que houve uma tempestade e o contêiner se perdeu, ainda assim tenho que pagar por isso. 
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.
· No caso do exemplo do artigo acima, se Vinicius já foi avisado de que a carga não vai ser recebida e ainda assim faz o contrato, se caracteriza como má-fé da parte dele. 
OBS.: Nesses contratos aleatórios, o alienante é responsável pela manutenção do bem até a entrega. // tem que ficar claro no contrato de que o adquirente está ciente de que é um contrato aleatório, de que está assumindo o risco. 
Quanto à previsão legal
1. Típicos: aquele que está regulado em lei. Pode ter uma regulamentação do Código, numa LC, numa resolução, etc.2. Atípicos: é aquele que não tem regulamentação legal. 
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código. 🡪 tem a ver com a LIBERDADE DAS PARTES. 
Nessa situação, esse contrato não pode violar função social, violar norma de ordem pública, tem que ser lícito, etc. 
OBS.: Nominados e Inominados 🡪 contrato nominado é aquele que tem um nome. O inominado é aquele que não tem nome. // nem todo contrato nominado é necessariamente um contrato típico (como o contrato que é citado na lei de locação sobre vaga de garagem no art. 1º da lei 8.245/91, é nominado, mas não é regulamentado). 
Quanto ao momento de conclusão ou de aperfeiçõamento do contrato
1. Consensuais: são aqueles que basta o acordo de vontades, basta o consenso entre as partes, para que eles possam ter validade. 
Ex.: a compra e venda – requer a coisa, o preço, e o consenso. 
2. Reais: precisa que haja a entrega do bem, objeto do contrato, para a sua existência e seu aperfeiçoamento. Situações decorrentes de contratos de depósito, de comodato, por exemplo. // em regra, esses contratos reais são unilaterais!!!
Quanto à presença de formalidade
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. 🡪 A regra geral é que o contrato seja não formal. 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. 🡪 traz uma regra excepcional – nesse caso se não tiver a escritura vai ser nulo!!! // c/c art. 166, V. 
1. Não Formais: 
2. Formais e Solenes: formal é aquele que precisa de uma forma escrita (ex.: fiança). Solene é aquele que além da forma escrita, precisa ser efetuado por escritura pública. 
Quanto à interdependência 
1. Principais: quando tem existência por si só (ex.: prestação de serviços, compra e venda, etc.).  
2. Acessórios: aquele que só existe em razão de outro contrato (ex.: fiança, sublocação, etc.). // princípio da gravitação jurídica (invalidada a obrigação principal, invalida a obrigação acessória. OBS.: o contrário não acontece, claro. 
OBS.: Coligados – Enunciado 621 da 8ª Jornada // os contratos coligado é aquele que se relacionam buscando o alcance de um objetivo que só poderá ser alcançado ou que será melhor alcançado através dessa união entre os contratos. (Ex.: uso de cartão de crédito no Tivoli – eu pago à administradora e esta paga ao lojista, relação triangular). 
· Enunciado 621 da 8ª Jornada: Os contratos coligados devem ser interpretados a partir do exame do conjunto das cláusulas contratuais, de forma a privilegiar a finalidade negocial que lhes é comum.
· Enunciado 420 da 5ª Jornada: Não se aplica o art. 206, § 3º, V, do Código Civil às pretensões indenizatórias decorrentes de acidente de trabalho, após a vigência da Emenda Constitucional n. 45, incidindo a regra do art. 7º, XXIX, da Constituição da República.
QUANTO AO MOMENTO DO CUMPRIMENTO: 
INSTANTANEO: Se exaurem em só um só ato. Só que, esse ato isolado pode acontecer no momento presente ou no momento futuro. Exemplo: comprei um caderno de Marianna aqui na sala, paguei, pronto, acabou. 
DE EXECUÇÃO IMEDIATA: Um só ato no presente. 
DE EXECUÇÃO DIFERIDA: É um só ato mas no futuro. Exemplo: comprei o notebook, paguei, mas a pessoa só me entrega semana que vem para fazer backup. 
DE EXECUÇÃO CONTINUADA (Trato sucessivo): O cumprimento é realizado em vários momentos. Exemplo: Aqui na faculdade, todo mês o aluno paga e a faculdade tem o calendário para realizar as aulas. Há um lapso temporal entre a contratação e o cumprimento. 
A consequência disso, a teoria da imprevisão, ou de revisão judicial por onerosidade excessiva de fato superveniente, só pode ocorrer nos contratos de execução diferida e continuada. 
NÃO PODE APLICAR REVISAO NO IMEDIATO? Sim, mas perceba que se ira buscar a lesão. Os efeitos são ex tunc, as partes voltam ao status quo de antes, eu devolvo a coisa ao vendedor, e ele devolve o dinheiro. Mas, na situação de uma execução continuada enquanto o juiz não declarar a lesão, o devedor não vai poder pedir a devolução dos valores, pois, é preciso respeitar os atos e as obrigações contraídas ate então. 
PRAZO PRESCRICIONAL: Começa a contar pelo pagamento efetivo. Na situação de trato sucessivo, a prescrição começa a contar de cada ato, por exemplo: cada mensalidade tem seu prazo prescricional.
Lembrando que prescrição é matéria de ordem pública, logo, não pode ser modificado pela vontade das partes.
· ATENÇÃO: A consequência disso é que eu só posso falar em teoria da imprevisão, revisão judicial excessiva por fato superveniente nos contratos de execução diferida e de execução continuada, por conta do lapso temporal entre os momentos.
· Quando eu tenho a invalidade de um contrato de execução imediata, eu consigo fazer com que retorne totalmente ao status quo ante 🡪 efeito ex tunc.
· Se o contrato for de trato sucessivo, não pode ter efeito retroativo; respeitam-se as obrigações contraídas ate então 🡪 efeito ex nunc.
Em relação à prescrição, no contrato instantâneo começa a contar do dia da execução do ato. Na execução continuada, se o defeito estiver nos segundo mês, por exemplo, começa a contar dali, e não esperar até o final do contrato para reclamar.
QUANTO A DURAÇÃO
POR PRAZO DETERMINADO: Há uma data de término da relação contratual, vai definir a vigência dele. Mas, a depender do contrato pode se exaurir no momento da entrega do bem, logo, não há necessidade de se falar em prazo.
PRAZO INDETERMINADO: Pode já nascer sem prazo de termina ou, porque ele foi renovado automaticamente. Exemplo: Quando um advogado é contratado para advogar numa causa, ele contrato não tem prazo.
Na regra geral, se o contrato tem um prazo determinado e ele passa, o prazo se torna indeterminado, e a renovação foi tácita, mas perceba que a qualquer momento vai poder haver a rescisão do contrato.
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
QUANTO A PESSOALIDADE
PESSOAIS (PERSONALISSIMOS OU INTUITO PERSONAE): É firmado com pessoa especifica para por essa ser cumprida em virtude de uma qualidade associada ao contratante. Que pode essa qualidade ser técnica, artística, cultural... Exemplo: É uma obrigação de não fazer, eu não quero que aquela pessoa faça alguma coisa. Em regra não admitem a transferência para terceiros, seja mortis causa ou intervivos.  Mas,no caso da mortis causa, se isso gera uma divida, os bens deixados responderão pela divida feita em vida. 
IMPESSOAIS: Pode ser cumprido por qualquer pessoa, a especificidade é muito mais quanto ao objeto do que quanto ao sujeito. Como por exemplo quando eu contrato uma empresa para destruir uma parede, qualquer funcionário vai poder ir la e destruir.
QUANTO AO OBJETO
CIVIS: tem como ideia de que eu não tenho a natureza empresarial, não tenho intenção de lucro. O outro contratante não possui isso em sua habitualidade, como em um contrato de compra e venda de um carro.
DE CONSUMO: boa parte dos contratos de consumos é de adesão, que em sua maioria não há de fato a liberdade contratual. Impossibilidade de negociações previas, normalmente.
EMPRESARIAIS: se caracterizam pela ideia do lucro – atividade desenvolvida para obter o lucro de ambas as partes. Aqui se permite um campo de autonomia muito maior, pois há profissionais, habilitadas tecnicamente nas relações comerciais, de empresário para empresário. Há, aqui, um certo cunho de egoísmo.
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
NOÇÕES GERAIS
A formação ate a conclusão do contrato, momentoque se antecede a formação dele e o momento em que ele é ate concluída e ate mesmo exigível. Será analisado a manifestação da vontade, a capacidade dos agentes, a licitude e possibilidade fática e jurídica e ate mesmo sua determinabilidade.
fases
· PONTUAÇÃO (NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES)
O contrato não se forma instantaneamente, não é um ato isolado que o formara. Ainda que o NJ seja puro, há uma fase anterior a deliberação do sujeito, que é a análise da conveniência do comprador, que ira analisar preço, qualidade. Ela pode a depender da situação ser um procedimento mais demorado ou mais rápido.
Analise do objeto e da conveniência da firmação do contrato.
Essa fase pre contratual se caracteriza pela COLETA DE informação: Viabilidade do negócio, segurança, preço, qualidade.
· PROPOSTA
Casa muito bem com a ideia dos contratos paritários: onde as partes têm igualdade nas posições contratuais, muito comum em contratos civis, onde os sujeitos podem diretamente discutir as cláusulas dos contratos.
· CONTRATO PRELIMINAR
A negociação se iniciou mas o contrato ainda não foi firmado, pois por alguma razao ainda não é o momento de firmar o contrato, mas, eu já estou me vinculando a uma obrigação que será cobrada no futuro. 
· CONTRATO DEFINITIVO (CONCLUSAO)
O contrato já é definitivo. 
Perceba que pode haver também a não celebração do contrato. 
FASE PRE CONTRATUAL 
AS TRATATIVAS: AS TRATATIVAS (negociações) NÃO VINCULAM AS PARTES : Art 427 
Seção II
Da Formação dos Contratos
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
ACORDOS PROVISORIOS: Ambos servem como balizadores de uma eventual contratação futura.  Ainda há coisas para discutir mas as partes vao estabelecendo partes que já foram acordadas entre as partes. 
· Carta de intenções 
Podem apresentar um norte para a interpretação dos contratos, explicando porque o sujeito está firmando aquele contrato.
· Memorando de entendimentos
É uma fase mais madura da negociação, onde as partes já estabeleceram algun critérios que deverão ser respeitados caso haja a formação dos contratos. Exemplo: Quando a Perdigão comprou a Sadia, foi estabelecido uma cláusula de que o contrato seria firmado em segredo para não prejudicar o valor das ações das empresas.
Embora não haja contrato, devido à responsabilidade civil pre contratual, o sujeito pode ser imputado de pagar ate multas por descumprir esses acordos.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
O código quer evitar que as partes simplesmente cessem a negociação sem nenhuma explicação, causando um dano ao outro. Isso não significa que só porque o sujeito esta negociando ele estará obrigado a contratar comigo. 
Due Diligence – ideia de aferir a viabilidade de alguma aquisição. 
Essa fase de tratativas, a principio, não gera responsabilidades por conta da não contratação (ainda).
Essa fase tem uma autonomia própria, porque não obstante não ter havido ainda a celebração do contrato, isso não significa que existe uma ideia de irresponsabilidade civil dessas negociações que estão sendo efetuadas. 
O art. 422 do CC, ao estabelecer o principio da boa-fé objetiva, se limita a falar da conclusão e da execução 🡪 Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. // majoritária doutrina diz que não há limitação apenas quanto à conclusão e a execução do contrato quanto à boa-fé, na verdade ela precede e ultrapassa. // o fato de não haver contrato não impede de haver deveres que devem ser cumpridos. É preciso que não haja prejuízo com a forma com que essa contratação será conduzida.
Independente do ajuste entre as partes, esses deveres de conduta são obrigatórias; porque se a clausula geral estabelece o dever da boa-fé objetiva, os deveres corolários desse também se tornam obrigatórios. 
Os acordos preliminares (documentos) podem estabelecer esses deveres que são previstos de forma geral através da imposição da boa-fé objetiva; eu posso inclusive estabelecer sanções por conta da violação desses ajustes. Não tenho ainda a obrigação de contratar, mas já coloco pontos básicos que se o contrato vier a ser celebrado, certas condutas já foram pactuadas 🡪 “temos muito a discutir,mas, pelo menos, jáá chegamos a um denominador comum nesses tópicos”, é como se fosse um histórico da negociação para que as partes não precisem ficar voltando.
A princípio, se eu não contratar, não vai ter problema; mas eu preciso ser sério e agir de forma honesta nessa fase de tratativas para que eu não cause um prejuízo na outra parte.
Também haveria irresponsabilidade se houvessem tratativas como dolo 🡪 ex.: começo a fazer tratativas com X para desestimular um possível contrato que X teria com Y. 
A doutrina chama essa responsabilidade de “Responsabilidade Pré Contratual”, quando há certa expectativa 🡪 vai ser de fato pela regra da responsabilidade contratual ou extracontratual? // temos dois tipos de responsabilidade civil: contratual (art. 389) e extracontratual (arts. 186 e 187). Na responsabilidade contratual, o ônus da prova é de quem está sendo acusado de não ter cumprido o contrato, ou seja, de quem causou o dano. Já na extracontratual, o ônus é de quem é a vítima. // se eu tenho uma violação numa fase anterior ao contrato, como vai se apurar a responsabilidade? Pela regra da responsabilidade contratual ou pela regra daextracontratuall? Aprincípioo, a doutrina falou que nãodá praa ser responsabilidade contratual, pois não houve contrato, seria a extracontratual. No entanto, o STJ tem entendido que haveria um terceiro caminho, um meio termo entre as duas, pois houve um dano à confiança. 
A RESPONSABILIDADE CIVIL 
O memorando e a carta deixam mais firmes o sentido de responsabilidade civil, mas isso não quer dizer que só através dela que o sujeito poderá ser responsabilizado. 
PRE CONTRATUAL: O art 422 fala de boa fe na conclusão e na realização do contrato, mas, o código veio a dizer menos do que deveria. A doutrina vai colocar essa responsabilidade também na fase pre contratual, se o sujeito viola qualquer dever geral de conduta como sigilo, segurança, informação... configurando abuso de direito, afinal, a não aceitação do contrato é um ato lícito, mas, se eu exerço isso de uma forma que viola a boa fé, eu serei responsabilizado. Exemplo: Danos morais e materiais exigíveis de um noivo que NO DIA DO CASAMENTO, depois de tudo, diz que não. Ele tem o direito de dizer não mas ele causou um dano a noiva pois foi criada nela uma expectativa legitima.
ENUNCIADOS:
· 25 → 1ª Jornada
“O art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação pelo julgador do princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e pós-contratual.”
· 170→ 3ª Jornada
“A boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na fase de negociações preliminares e após a execução do contrato, quando tal exigência decorrer da natureza do contrato.”
A NATUREZA DA RESPONSABILIDADE CIVIL
A NATUREZA DESSA RESPONSABILIDADE É CONTRATUAL OU EXTRACONTRATUAL/AQUILIANA? Na responsabilidade contratual há ideia de se apurar se o contrato foi cumprido ou não, e em regra eu vou precisar apenas saber se o sujeito não cumpriu, e quem não cumpriu teria que provar que cumpriu. Já na extracontratual a vítima é quem tem o ônus da prova, quem foi o prejudicado que terá que provar que houve o dano e que há um nexo causal entre a conduta do sujeito – o meu prejuízo e ainda, provar o dolo/culpa de quem prejudicou.
Ou seja, essa discussão é importante porque a depender do que se entenda, a vítima terá o ônus da prova. Alguns doutrinadores afirmam que seja CONTRATUAL, mas, VICENTE discorda, ele acha que é extracontratual, pois, não pode haver responsabilidade baseada em um contrato que nem existe ainda. Ele acha que esses acordos geram uma obrigação própria, e não pode estar atrelada o contrato, pois, o contrato não existe, logo, VICENTEACHA QUE ESSA RESPONSABILIDADE CIVIL É EXTRACONTRATUAL.
Due Diligence – ideia de aferir a viabilidade de alguma aquisição.
Essa fase de tratativas, a princípio, não gera responsabilidades por conta da não contratação (ainda).
Essa fase tem uma autonomia própria, porque não obstante não ter havido ainda a celebração do contrato, isso não significa que existe uma ideia de irresponsabilidade civil dessas negociações que estão sendo efetuadas.
OUTROS ENUNCIADOS 
· 24 → 1ª Jornada
“Em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa.”
· 37 → 1ª Jornada
“A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo finalístico.”
· 363 → 4ª Jornada
“Os princípios da probidade e da confiança são de ordem pública, sendo obrigação da parte lesada apenas demonstrar a existência da violação.”
Essa responsabilidade apesar de extracontratual é objetiva, só precisa provar a autoria da conduta e o dano com nexo de causalidade.
O DANO A CONFIANÇA
A partir do momento que há uma expectativa legitima do outro que sinaliza a firmação do contrato, e depois o sujeito desiste eu posso depois cobrar a responsabilidade dele, podendo pedir tanto os danos emergentes – decorrentes da negociação frustrada – e os lucros (lucros cessantes) que o sujeito poderia ter obtido. 
CAPÍTULO III
Das Perdas e Danos
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
FASE DA PROPOSTA: Oferta 
POLICITAÇÃO/OBLAÇÃO
A ideia de oferta em relação ao que já está negociado. Estão esgotadas as tratativas e já se tem algo mais concreto, eu aqui efetuo a proposta (proponente) e quem recebe a proposta (oblato), e ele ira analisar se cabe aceitar a proposta que foi feita.
A proposta e a aceitação são NJ UNILATERAIS. A proposta já obriga o proponente aos termos da proposta que efetuou. Assim como, a aceitação é unilateral pois a aceitação vai obrigar o oblato a cumprir da maneira como aceitou. No momento que há a união da proposta + aceitação, realiza-se o contrato com o encontro de vontades, logo, há um NJ BILATERAL. Uma vez que uma das partes não concorda, não há contrato.
Se não há a aceitação da oferta, não há contrato. Mas, pode ser que o oblato traga uma contra proposta e assim, se invertem os polos, pois, vai ser quem fez a contra proposta que está vinculado a sua oferta, logo, o oblato vira policitante.
MITIGAÇÃO DA FORÇA OBRIGATORIA DO CONTRATO (ART 427 + 428)
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. // O comprador não pode exigir perdas e danos pois o vendedor sinaliza que pode ou não vender. // Contrato de seguro = a pessoa preenche um formulário de riscos prévios e a seguradora opta por firmar ou não o seguro daquela pessoa, ela não se vincula apesar de o formulário ser próprio dela // CIRCUNSTANCIAS DO MERCADO = Situação em que o sujeito tem um estoque // A proposta não levada a efeito gera perdas e danos somente, se eu proponho e não cumpro o que propus estarei devendo perdas e danos. // Uma vez que o contrato foi celebrado, o sujeito poderia pedir perdas e danos // Quando a relação é de consumo, o consumidor pode exigir o cumprimento da oferta. 
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; // Fiz a proposta pro sujeito e não dou prazo, ele diz não, acabou ali a obrigação de eu manter aquela oferta, ou então, se não responde. Mas, se eu dou um prazo pro sujeito, obviamente, ela se mantem naquele prazo. // Já no contrato entre ausente, eu não estou em contato direto com a pessoa, como por exemplo uma carta ou um email, // Observe que o sujeito pode fazer ressalvar na oferta, como por exemplo, eu digo que estou mantendo aquela oferta somente se não aparecer um outro comprador oferecendo mais. O ofertante pode ate  mesmo fazer uma possibilidade de retratação = quando eu faço uma oferta e digo que estarei mantendo a oferta se não chegar outra pessoa e comprar primeiro.
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; // Mando o email propondo, passa um tempo razovel – vai depender de cada contrato – e a pessoa não responde. 
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; // Mesma situação do email mas eu dei o prazo, obviamente quando ele passa deixa de ser obrigatorio.
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunica-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. 
OBS: ART 111
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
O silencio como forma de manifestação de vontade se representa muito mais por sua conduta. Exemplo: alguém me liga, eu não atendo, e deixa uma mensagem com a secretaria, eu não respondo diretamente, mas eu posso ter atitudes que deem a entender que eu quero contratar ou não, a conduta tácita também poderá ser analisada.
O silêncio numa doação modal configura recusa. Mas, se a doação não gera encargos ao sujeito, o silêncio configura anuência. Observe que o silêncio significa recusa se isso me gera algum encargo, mas, se eu tenho condutas que concordem com aquela ação, ela poderá significar anuência.
Quando a proposta não é cumprida, há a formação de duas correntes:
· HÁ PERDAS E DANOS
Possibilidade mais comum em contratos só civis, na ideia do artigo 389 do CC.
· HÁ A POSSIBILIDADE DE EXIGIR O CUMPRIMENTO ESPECIFICO DA OBRIGAÇÃO
CDC:
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
ACEITAÇÃO DO CONTRATO (ART 434)
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado.
TEORIAS:
· Expedição: No momento que o sujeito aceita, o contrato está perfeito.
· Recepção: No momento que o policitante recebe a aceitação do oblato o contrato está perfeito.
OPINIÃO DE VICENTE (maioria da doutrina): No momento que o oblato concorda, ele tornaria o contrato perfeito, mas, existem tantas exceções a essa regra que seria inviável dizer que isso é realmente uma regra. O oblato pode por exemplo, responder por carta concordando, nesse momento teoricamente estaria firmado o contrato, mas, no caso, a carta só vai chegar dias depois, e o oblato pode, por exemplo, ligar, dizer que mandou a carta mas que está voltando atrás e não quer mais contratar (ANTES DA ACEITAÇÃO CHEGAR AO POLICITANTE), nessa situação, não faz sentido o oblato ter que precisar da anuência do policitante para recusar a oferta, se o policitante nem sabia que o oblato tinha concordado.
CONTRATO PRELIMINAR
Não confundir com memoriais e cartas de intenções, ela só delineam certas estruturas que deverão ser aceitas, como confidencialidade. Aqui o contrato jáesta formado
CONCEITO: É um tipo de contrato cujo objeto será sempre a obrigação de firmar um contrato definitivo.
Normalmente é firmado quando não é possível naquele momento a celebração do contrato. Exemplo: Promessa de compra e venda de imóvel. 
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. // PORQUE ISSO? Pois o sujeito pode pedir o cumprimento especifico da obrigação ou, posso pedir perdas e danos. Hoje, se sabe que o melhor é pedir o cumprimento especifico da obrigação, e isso vai ser positivado pelo próprio CPC. Mas, como forçar o cumprimento de uma obrigação se todos os elementos não estiverem nos contratos? Por exemplo, quando o sujeito promete que vai me vender o imóvel mas não estabeleceu o valor, como fazer cumprir essa obrigação? Com uma pericia para pode estabelecer o valor do mercado. Observe que nessa situação da compra e venda de um imóvel, a promessa (contrato preliminar) poderá ser feito por um instrumento privado, mas, a venda em si, somente por instrumento publico.
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente. 
EFICACIA REAL: Se o contrato preliminar não é registrado, e o sujeito descumpre com o acordo, o sujeito só pode pedir perdas e danos, pois, é uma relação OBRIGACIONAL, o contrato só vincula as partes. Uma vez que está registrado, ai sim, haverão efeitos para todos. Exemplo: Marcos promete que vai me vender uma casa com clausula de irrevogabilidade, mas, não registra esse contrato em cartório, se Marcos vende a casa a um terceiro, eu não posso anular a compra e venda da casa, apenas pedir as perdas e danos. Mas, uma vez que a promessa é registrada em cartório, ai sim, a promessa tem eficácia real, e se torna um direito real de aquisição sobre coisa alheia.
Perceba que mesmo sem estar levado a cartório, a obrigação entre os sujeitos é plenamente exigível, a discussão é só sobre o efeito daquilo com terceiros.
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação.
ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA: Decorrido o prazo da sentença transitada em julgado, o sujeito vai ter o imóvel transferido para sua propriedade compulsoriamente, sem anuência do devedor. Obviamente isso se da de maneira judicial.
Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos. Ex: Eu prometo comprar só que não pago, o contrato é rescindido e o policitante vai ser liberado.
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor. / Só um deles promete fazer alguma coisa, como uma doação, o credor tem que se manifestar no que for acordado ou num prazo razoável, ou o juiz vai fixar um prazo.
CONTRATO DEFINITIVO
Celebrado o contrato definitivo, este é perfeito. O que vou analisar em seguida é a questão da exigibilidade, pois pode estar submetido a um termo, a uma condição, etc. 
Já existe, já vale, mas pode ser que tenham situações que condicionem a eficácia. 
Se a pessoa decidir não cumprir o contrato, posso pedir perdas e danos 🡪 exemplo do apartamento que só posso usar na semana santa: ainda que não seja abril ainda, se hoje a pessoa desistir desse contrato, posso pedir perdas e danos. 
Eu posso ter um negocio já acabado, concluído, mas não ser eficaz ainda. 
CONTRATOS DE ADESÃO 
Falar sobre esse contrato é falar não de um contrato em si, mas uma forma de contratação – porque o contrato de adesão surge como uma forma de atender a uma demanda de uma modificação da sociedade; necessidade de otimização de custos. 
Imaginemos o número de contratos que uma empresa de planos de saúde teria que examinar um a um para cada cliente – não tem como, é uma questão de necessidade econômica, de otimização de tempo e de recursos 🡪 assim, algumas clausulas são predispostas preliminarmente para que se otimize as despesas. 
Alguns autores não falam em contrato de adesão, e sim contrato por adesão. 
Não há como dizer que não há liberdade contratual, pois a pessoa tem a opção de contratar ou não. Em relação a isso, em algumas situações somos “obrigados” a aceitar como serviço de energia e agua, podemos ate não aceitar, mas seria muito difícil viver sem. 
A ideia do contrato por adesão traz uma ideia de facilitação na contratação 🡪 pode ser em relação a uma com pra e venda, a prestação de serviços, etc. 
O CDC busca conceituar o contrato de adesão no Art 54
Art. 54 - Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 
  § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato.
 § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.  
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. 
 § 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão. 
§ 5° (Vetado)
O contrato de adesão é um fruto da modernidade, da necessidade de se ganhar tempo no processo de celebração dos contratos. Consequentemente, como o contrato de adesão tem o seu conteúdo estabelecido unilateralmente, a interpretação será efetuada em favor daquele que não estabelece o conteúdo. // se o contrato for empresarial, a margem de autonomia das duas partes é maior do que no contrato cível (a interpretação vai ser em favor dos dois), e obviamente do que no contrato de consumo, pois as forças são maiores e mais paritárias.
· OBS.: nesse caso, a diferença entre o contrato empresarial e o contrato cível é que a tônica do contrato empresarial é o egoísmo, ambos os lados nesse contrato visam o lucro e sabem o que estão enfrentando, e a gama informacional também é maior. O que não é o caso dos contratos cíveis nessa questão de paridade, porque há a ideia de solidariedade, e na maioria das vezes são situações pontuais (ex.: um sujeito compra um apartamento com outro particular), e que um ou ambos os sujeitos podem não ter tanta gama informacional (certa malícia jurídica/comercial).
Os artigos 423 e 424 são sintéticos me relação à interpretação:
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Características do contrato de adesão adotadas pela doutrina:
· Rigidez de suas cláusulas;
· A predisposição delas;
· Unilateralidade do conteúdo.
CONTRATOS ELETRÔNICOS
Casa com a ideia da aplicação do artigo 425, que fala dos contratos atípicos.
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código. 🡪 desde que eu não viole as normas cogentes (ex.: boa-fé objetiva), eu posso criar qualquer tipo de contrato, e dentro dessa ideia de criação dos contratos, eu posso criar os contratos eletrônicos. 
Situam-se muito mais como uma forma de contratação do que como um tipo de contrato. Ideia de que a contratação será feita no meioeletrônico – exemplo disso é uma compra pela internet 🡪 não há nada escrito, não há testemunha, etc. basta um clique e o contrato está firmado.

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