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AGROINDSTRIA_-_Processamento_de_Leite_e_Derivados_II

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Escola Estadual de
Educação Profissional - EEEP
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Curso Técnico em Agroindústria
Processamento de
Leite e Derivado II
Governador
Vice Governador
Secretária da Educação
Secretário Adjunto
Secretário Executivo
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Cid Ferreira Gomes
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Maurício Holanda Maia
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Cristiane Carvalho Holanda
Andréa Araújo Rocha
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 
AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila 
Processamento de Leite e Derivados II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 
AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 
AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1º Bimestre 
 
Unidade I (09h/a) – Introdução 
1.1 Definições; 
 
O leite, quando obtido de maneira adequada,é um liquido de cor branca, odor suave e 
gosto levemente adociado. 
Pode-se definir o leite de acordo com os seguintes aspectos: 
 Biológico: é uma substância secretada pela fêmea dos mamíferos com a finalidade de 
nutrir às crias. 
 Legal: produto da ordenha de um mamífero são e que não representa perigo para o 
consumo humano. 
 Técnico ou físico-químico: sistema em equilíbrio, constituído por três sistemas 
dispersos: solução, emulsão e suspensão. 
 Zootécnico: o produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta, em condições de 
higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas (segundo MAPA - Ministério 
da Agricultura Pecuária e Abastecimento) 
 
Composição do Leite 
 
 
 Em geral, apresenta: Água= 87,5% 
 Gordura = 3,5-4,0% 
 Proteína= 3,0-3,6% 
 Carboidratos= 4,2-5,0% 
 Sais minerais= 0,7% 
 EST= 12,5% e ESD= 8,9% 
 
Composição do leite de diversos mamíferos 
Composição média do leite em gramas por litro 
Subst. nitrogenadas Água 
(ml) 
Extrato 
seco 
Gorduras 
Totais Caseína Albumina
Lactose
Subst. 
minerais 
Leite humano 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 
AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 4
 
 905 117 35 
12-
14 
10-12 4-6 65-70 3 
Ruminantes 
Vaca 900 130 35-40 
30-
35 
27-30 3-4 45-50 8-10 
Cabra 900 140 40-45 
35-
40 
30-35 6-8 40-45 8-10 
Ovelha 860 190 70-75 
55-
60 
45-50 8-10 45-50 10-12 
Búfala 850 180 70-75 
45-
50 
35-40 8-10 45-50 8-10 
 
 
1.2 Raças; 
 
 
Guzerá 
 
 
 
 
 
A raça guzerá tem núcleos expressivos de criação no Rio de Janeiro, Minas Gerais, 
Norte e Nordeste, sendo entre as raças zebuínas, criadas no Brasil, uma das mais difundidas. 
De dupla aptidão, tem leite com elevado teor de gordura. O guzerá é uma raça rústica, precoce 
e grande ganhadora de peso. É o maior rebanho eu número de animais registrados, somando 
172.457 desde o início do registro de 1983. E com certeza você conhece um pedacinho dessa 
raça: seu chifre em forma de arpa é utilizado para a confecção dos famosos berrantes dos 
boiadeiros. 
 
Holandesa 
 
 
 
 
 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 
AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 5
 
Pouco se sabe sobre a origem da raça holandesa, ou frieshollands veeslay, ou ainda 
frísia holandesa, havendo anotações que vão até o ano 2000 a.C. No Brasil não foi 
estabelecida uma data de introdução da raça. Paulino Cavalcanti (1935) cita que baseado em 
dados históricos, referentes à nossa colonização, presume-se que o gado holandês foi trazido 
nos anos de 15308 1535. Quase todos os touros da atualidade são originários de três países 
famosos: da Frísia, Groningen e Holanda. Padrão da raça- Malhadas de preto-branco ou 
vermelho branco; ventre e vassoura da cauda branca; Os principais cruzamentos são com a 
raça gir, formando o girolando, e com o guzerá, formando o guzolando (ou guzerando), ambos 
com livro de registro genealógico. 
 
Gir Leiteiro 
 
 
 
 
A raça gir leiteira originou-se na região de Gir, Península de Kathawar, na Índia, em 
1953. A entrada das raças zebuínas no Brasil ocorreu em meados do século XVII até a década 
de 60; é provável que o gir tenha chegado por volta de 1906. A princípio foram importados 
animais da região do Rio Nilo, ao norte da África, em seguida da África Ocidental (Senegal, 
Guiné e Congo) e, finalmente da Índia. 
O gir leiteiro, como define o próprio nome, foi adaptado para maior produção de leite, 
índole natural da raça. Os níveis de produção do gir leiteiro apresentam produtividade mais do 
que adequada para o clima brasileiro e condições de criação, existindo variabilidade genética 
capaz de sustentar um programa de seleção visando o melhoramento. A percentagem de 
gordura é alta (em torno de 5%). No período da estação seca, as vacas não apresentam queda 
na produção de leite, desde que atendidas em termos de exigência nutricional mínima para 
seus níveis de produção. Os animais são extremamente dóceis, de boa índole e lida fácil, 
facilitando o esquema de criação confinada. Quanto a produtividade de leite, O gado gir leiteiro 
sob controle oficial apresenta produção média de 3.233 kg, índice que está 290% acima da 
média nacional. As médias das produções de leite de 15.846 lactações controladas pela ABCZ 
revelam avanços contínuos. 
 
Jersey 
 
 
 
 
 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 
AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 6
 
 
A raça jersey é originária de uma pequena ilha, de apenas 11.655 hectares, no Canal da 
Mancha, entre a Inglaterra e a França (região da Normandia). É denominada "Ilha de Jersey", e 
pertence ao Reino da Grã-Bretanha. No Brasil, o jersey foi introduzido em 1896, no Rio Grande 
do Sul, pelo grande pecuarista e embaixador J. E de Assis Brasil. Em 1938, foi fundada no Rio 
de Janeiro a Associação dos Criadores de Gado Jersey do Brasil (ACGJB), a partir daí tem 
inicio a expansão da raça. 
A raça jersey é uma das mais eficientes e é encontrada nos cinco continentes. 
Atualmente, é a segunda raça leiteira criada no mundo, devido às suas características: 
- alta precocidade: é possível ter maior lucratividade com as fêmeas, pois são precoces e 
oferecem bom lucro pela venda do leite; 
- adaptação: alta capacidade de adaptar-se a vários tipos de climas, manejo e condições 
geográficas; além de apresentar bom desempenho em instalações comerciais e em programa 
de pastoreio; 
- prolificidade: boa capacidade de reprodução; 
- facilidade de parição (perpetuada geneticamente): aos 26 meses já cria, voltando a 
emprenharem em 110 dias; 
O leite jersey oferece grande quantidade de proteína, comprovando assim sua qualidade. 
De acordo com pesquisas, contém em média 20% a mais de cálcio - mineral essencial na dieta 
humana, necessário para dentes e ossos fortes - do que outras raças. Contém maior 
quantidade proteínas, lactose, vitaminas e minerais, oferecendo um leite completo. 
 
1.3 Manejo de pastagens; 
 
Nas regiões tropicais, a produção animal é, praticamente, dependente de pastagens. 
Tradicionalmente, nas regiões do Brasil a exploração das pastagens naturais é feita de forma 
extrativista, proporcionando dessa maneira, a degradação progressiva da pastagem. Em 
decorrência disso, observa-seuma busca contínua de “novas” e até “milagrosas” gramíneas 
forrageiras para substituir aquelas que foram utilizadas, sem, no entanto, preocupar-se em 
corrigir os problemas que levaram à queda da produtividade da pastagem. 
É considerada degradada uma pastagem cuja maior parte foi tomada por plantas invasoras 
ou constitui-se solo descoberto. Entre as causas dessa degradação, o manejo inadequado da 
pastagem é um dos mais notados. Outro importante problema, que também depende do 
manejo de pastagem, é o baixo valor nutritivo da forragem consumida pelos animais. 
O correto manejo das pastagens é fundamental para garantir a produtividade sustentável do 
sistema de produção e do agronegócio. Atrelados ao bom manejo estão a conservação dos 
recursos ambientais, evitando ou minimizando os impactos negativos da erosão, compactação 
e baixa infiltração de água no solo, de ocorrência comum em áreas mal manejadas e/ou 
degradadas. O manejo incorreto das pastagens é o principal responsável pela alta proporção 
de pastagens degradadas observada em todas as regiões do Brasil. 
 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 
AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 7
 
 Alguns métodos de utilização de pastagens: 
 
O método de pastejo contínuo é caracterizado pela presença dos animais em 
determinado pasto o ano todo. O pastejo contínuo proporciona maior ganho de peso aos 
animais decorrente da oportunidade de seleção da pastagem. Todavia o pastejo contínuo 
apresenta várias desvantagens: 
 a) o pastejo seletivo é prejudicial às pastagens, pois ocasiona o super pastejo das partes 
das plantas mais palatáveis alterando o crescimento da pastagem; 
 b) a distribuição das dejeções é irregular; 
 c) excesso de pisoteio em determinadas áreas como bebedouro, cocho de sal, perto da 
porteira e áreas com sombra; 
 d) a produção por área é menor; 
 e) não é adequado para capins de hábito de crescimento ereto (por exemplo, capim 
Mombaça). 
 
No método de pastejo rotacionado a pastagem é subdividida em piquetes, que são 
ocupados periodicamente pelos animais e a seguir permanece por certo tempo em descanso. 
Sendo assim, temos o que chamamos de correto manejo de pastagens, nada mais é do que 
utilizá-las respeitando seus períodos de descanso e repondo aquilo que foi retirado pelo pastejo 
dos animais. Resultados práticos do pastejo rotacionado podem ser verificados em 
propriedades que já se valem deste método e, vem conseguindo aumentos de 25% na 
produção animal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.4 Alimentação; 
Os nutrientes contidos na dieta dos bovinos são utilizados para mantença, crescimento, 
reprodução e produção, quer seja na forma de leite ou carne. O leite produzido por uma 
vaca leiteira é considerado como um subproduto de sua função reprodutiva e ambos são 
dependentes de uma dieta controlada. Manter uma alimentação adequada é de fundamental 
importância, tanto do ponto de vista nutricional quanto econômico. Em um sistema de 
produção de leite a alimentação do rebanho tem um custo efetivo representativo, podendo 
representar até 70% do custo total da alimentação das vacas em lactação. 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 
AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 8
 
Como ruminante, a vaca de leite é capaz de transformar alimentos não essenciais 
(forragens e forrageiras) aos não-ruminantes, em produtos de valor econômico. Entretanto, 
à medida que se busca maior produtividade por animal, os volumosos (pasto, silagem e 
feno) por si sós, não são suficientes para manter esta maior produtividade. Neste caso, 
além dos volumosos, a alimentação do gado de leite deve ser acrescida de uma mistura de 
concentrados, minerais e algumas vitaminas. 
Um sistema de alimentação eficaz é baseado nos requerimentos nutricionais (proteína, 
energia, minerais e vitaminas) para cada categoria animal do rebanho e na composição 
química dos alimentos utilizados. Na prática, para realizar a combinação dos requerimentos 
nutricionais de cada categoria animal com a composição química dos alimentos usa-se 
dados de tabelas existentes. 
Dieta completa é uma mistura de volumosos (silagem, feno, capim verde picado) com 
concentrados (energéticos e protéicos), minerais e vitaminas. A mistura dos ingredientes é 
feita em vagão misturador próprio, com balança eletrônica para pesar os ingredientes. Muito 
usada em confinamento total, tem a vantagem de evitar que as vacas possam consumir uma 
quantidade muito grande de concentrado de uma única vez, o que pode causar problemas 
de acidose nos animais. Além disso, recomenda-se a inclusão de 0,8 a 1% de bicarbonato 
de sódio e 0,5% de óxido de magnésio na dieta total, para evitar problemas com acidose. 
Normalmente, as vacas se alimentam após as ordenhas. Mantendo a dieta completa à 
disposição dos animais nesses períodos, pode-se conseguir aumento do consumo 
voluntário. 
Para assegurar consumo máximo de forragem, principalmente na época mais quente do 
ano, deve-se garantir disponibilidade de alimentos ao longo do dia. Deve-se encher o cocho 
no final da tarde, para que os animais possam ter alimento fresco disponível durante a noite. 
Dessa forma, as vacas podem consumir o alimento num horário de temperatura mais 
amena. 
 
 
 
1.5 Controle fitossanitário dos animais; 
O rebanho do sistema de produção é submetido a um rigoroso controle sanitário, onde 
são adotadas as seguintes vacinações e medidas profiláticas de rotina: 
1. Febre aftosa: 
Conforme o calendário do Departamento de Inspeção e Defesa Agropecuária do Ceará 
(ADAGRI), órgão responsável pela defesa sanitária animal e vegetal do Estado, o controle 
da doença é feito com vacina oleosa, aplicada no mês de maio e no mês de novembro, em 
todo o rebanho; 
2. Brucelose: 
Vacinação das fêmeas por ocasião da desmama (vacina B-19), em dose única; 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 
AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 9
 
3. Carbúnculo sintomático e gangrena gasosa: 
Administração de vacina polivalente, de seis em seis meses, em todos os animais, da 
desmama aos dois anos de idade; 
4. Botulismo: 
Aplica-se a vacina, anualmente, em todos os animais com idade acima de um ano; 
5.Desverminação: 
São feitas três aplicações de vermífugo de largo espectro, nos meses de maio, julho e 
setembro, entre a desmama e a idade de dois anos 
6. Controle de ectoparasitos: 
É adotado o controle estratégico da mosca-dos-chifres, com pulverizações nos meses de 
maio (produto piretróide) e setembro (produto organofosforado). Se necessário, faz-se uma 
aplicação no verão (produto piretróide). 
7. O berne e o carrapato são controlados quando necessário. 
 
 
1.6 Manejo Animal; 
 
Para um bom manejo da fazenda é conveniente que os animais sejam separados em 
lotes de acordo com sua categoria, por exemplo: lotes de bezerros desmamados machos e 
fêmeas; novilhas, garrotes, bois, vacas paridas cheias e vazias, vacas solteiras cheias e vazias, 
vacas gestantes, vacas amojadas, touros, etc. 
Deve ser feita a identificação dos animais (a fogo, tatuagem, brincos, correntes, 
nitrogênio líquido, eletronicamente ou outro método qualquer) para que se possa ter controle de 
repetições de cio, data da prenhez, provável data do parto, observações quando da 
Inseminação Artificial, etc., tudo muito bem anotado em fichas. Estas fichas constituem 
excelente instrumento de seleção, pois através delas pode-se identificar os animais produtivos 
e improdutivos. Caberá ao inseminador manter as fichas devidamente atualizadas. 
Há necessidade de que a fazenda possua, principalmente em gado de corte, em 
criações extensivas, animais cavalares (ou muares) em quantidade e qualidade de serviços 
suficientes para atender o período da estação reprodutiva, uma vez que se fazemnecessários 
os chamados rodeios. 
Em determinadas situações, o uso de sinuelos (gado manso como guia de animais 
xucros) se faz necessário para evitar correrias, dispersão e estresse dos animais. 
 
 
 
 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 
AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 10
 
 
 
 
 
 
Unidade II (12h/a) – Obtenção e pré-beneficiamento do leite 
 
I.1 Ordenha; 
 
Existem dois tipos de ordenha manual (que pode ser com ou sem a presença da cria) e 
mecanizada (balde ao pé, RST circuito fechado, Tandem, espinha de peixe, poligonal, paralela 
ou rotatória). 
 
Ordenha Manual 
Este é o sistema mais antigo de ordenha, no entanto ainda é muito frequente, 
principalmente em pequenos rebanhos. O investimento em equipamentos é baixo, mas exige 
maior esforço do ordenhador. 
A estrutura para realizar a ordenha manual geralmente é bastante simples, podendo ser 
feita em um piquete, no curral ou em um galpão. Há situações em que as vacas ficam soltas, 
sem nenhum tipo de contenção e, outras, em que as vacas ficam presas com correntes ou com 
canzis. É comum “peiar as vacas” (amarrar as pernas traseiras) no momento da ordenha 
manual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ordenha Mecânica 
 
A ordenha mecanizada possibilita a extração do leite mais rápida do que a ordenha 
manual e, quando bem realizada, tem menor risco de contaminação. Geralmente, é feita em um 
local específico, a sala de ordenha, que pode variar tanto no tipo quanto na dimensão. 
 
 
 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 
AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 11
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tipos de ordenha mecânica 
 
 
 
1. ORDENHA “BALDE AO PÉ” 
O sistema ao pé os animais podem ser ordenhados no estábulo ou em uma sala de 
ordenha. Assim, a “linha de vácuo” pode ser posicionada no local de ordenha escolhido. A cada 
aproximadamente 1,50 metros existem as “tomadas de vácuo” onde se introduz vácuo no 
pulsador através de borrachas. O pulsador é localizado na tampa dos baldes e estes servem de 
reservatório de leite e de vácuo. 
Este sistema propícia um tratamento individual aos animais, e sua fácil identificação. No 
entanto, as condições de ordenha são inseguras, a posição da ordenha ao operador é 
desconfortável, o leite tem que ser transportado manualmente, não se observa o fluxo de leite, 
há o risco de se virar o balde e a limpeza e desinfecção do sistema é manual. Normalmente 
com duas unidades pode-se ordenhar 15 vacas/homem/hora. Em resumo, o sistema possui 
baixa eficiência, porém devido ao seu baixo custo é um dos mais aconselháveis em nossas 
condições, principalmente nas regiões onde a mão-de-obra é barata e com rebanhos 
relativamente pequenos. 
 
 
 
 
 
 
 SALA DE ORDENHA DO TIPO BALDE-AO-PÉ. 
 
 
 
 
2.ESPINHA DE PEIXE 
As vacas são movimentadas em grupos de 4 a 10 em cada lado do fosso. Acima deste 
número (1 a 10), resultados experimentais mostram um declínio na eficiência por vacas 
ordenhadas/homem/hora. Os animais permanecem em um ângulo aproximado de 35o em 
relação ao fosso onde se encontra o operador, sendo a distância entre os úberes de 
aproximadamente 1,0 metro. O operador trabalha a um nível de 75 a 85 cm abaixo do nível dos 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 
AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 12
 
animais em uma posição bastante confortável. A desvantagem do sistema 
reside no fato de as vacas serem introduzidas na sala por grupos, o que faz com que vacas 
mais lentas de serem ordenhadas obstruam as demais; além disso, não se identifica os animais 
com facilidade. As vantagens do sistema são muitas: condições seguras de trabalho, posição 
confortável, curtas distâncias percorridas durante a ordenha, limpeza e desinfecção automática, 
e alta eficiência. Normalmente utilizando-se somente um operador em um sistema duplo 4, 
ordenha-se de 37 a 42 vacas por hora. Em um sistema duplo 8, com dois operadores 
consegue-se ordenhar de 70 a 80 vacas por hora. Pela sua alta eficiência e pelo seu custo 
relativamente baixo, este sistema é o mais utilizado em todo o mundo dentre os sistemas de 
sala de ordenha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.ABERTURA LATERAL (TANDEM) 
Como no sistema anterior, o operador trabalha em um fosso; os animais ficam em baias 
individuais, em fila ao longo do fosso. Os animais são manejados individualmente, isto é, 
entram e saem das baias sem interferir com o tráfego dos demais. Isso permite a ordenha 
individual, o que é uma vantagem, pois animais mais vagarosos para serem ordenhados não 
obstroem os demais. No entanto, como os animais se dispõem em fila, a distância entre os 
úberes é grande, fazendo com que o operador caminhe distâncias consideráveis durante a 
ordenha. Três ou quatro baias é o número ótimo neste sistema; acima disso haveria 
necessidade do emprego de um segundo operador. A eficiência deste sistema é de 22 a 32 
vacas/homem/hora, com 3 e 4 unidades por operador respectivamente, sendo portanto mais 
baixa que a espinha de peixe. Devido ao seu alto investimento relativo à espinha de peixe, seu 
uso é restrito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 
AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 13
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.POLIGONAL 
O sistema poligonal foi desenvolvido na Universidade do Estado de Michigan, USA, e 
consiste de uma sala de ordenha com quatro lados utilizando plataformas em espinha de peixe. 
Poligonais com quatro a dez vacas por lado são disponíveis no mercado. Este tipo de 
instalação combina algumas das vantagens da espinha de peixe e do sistema de abertura 
lateral. A distância entre os úberes é minimizada pelo fato de ter menos vacas por lado do que 
na espinha de peixe com o mesmo número de unidades de ordenha, e também haverão menos 
vacas retardadas por uma vaca mais vagarosa de ser ordenhada. O sistema oferece as 
mesmas vantagens para o animal e operador do sistema espinha de peixe. Sua eficiência é de 
aproximadamente 25% maior que a espinha de peixe. 
 
 
5.ROTATIVO 
Em princípio, todos os sistemas rotativos se baseiam na ideia de se movimentar a vaca 
até o operador e não o inverso, como ocorre nos outros sistemas. Todos eles utilizam uma 
plataforma móvel que completa um giro em 7 a 12 minutos. A entrada na plataforma é feita 
individualmente. Uma vaca é ordenhada em 3 minutos, por exemplo, permanece o mesmo 
tempo na plataforma que outra sendo ordenhada em 8 minutos, com isso a primeira pode ser 
super ordenhada. Por outro lado, uma vaca de ordenha lenta pode ser sub-ordenhada, a 
menos que ela permaneça na plataforma por um segundo giro, ou este seja paralisada. Três 
tipos de sala de ordenha carrossel são utilizados: tandem, espinha de peixe e radial. O primeiro 
é o mais utilizado, com o número de baias variando de 8 a 22. Até com 8 baias o sistema 
trabalha com um operador. Sua eficiência, dependendo do número de baias (6 a 24) é de 30 a 
100 vacas por hora. O custo de tais sistemas é bastante elevado, razão pela quais poucas 
unidades estão em funcionamento no mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao realizar a ordenha, sempre devem realizar-se as seguintes tarefas: 
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AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 14
 
1. Desinfecção da teta : a teta deve ser limpa com água corrente e de boa qualidade e 
preferencialmente tratada com hipoclorito de sódio. 
2. Testes clínicos Isto se realiza com uma caneca telada com fundo preto. Os três 
primeiros jatos de cada teta deve ser descartado e mais três jatos serão lançados leite 
sobre caneca, deve-se observar se o leite depositado sobre a caneca forma glumos, pois 
a presença deles pode sersinal de que o animal apresenta quadro de mastite. Outra 
forma de dianosticar a mastite é através do exame CMT (California Mastite Test) ou teste 
da raquete. O diagnóstico é feito com uma raquete que é fábricada com quatro 
compartimentos um para cada teto, onde vai a solução CMT e o procedimento de coleta 
da amostra é realizado da mesma forma da caneca, e o leite na presença da solução 
CMT irá reagir com o leite e quando este estiver quadros de mastite ele ficará com 
aspecto de gel ou até formação de glumos dependendo do quadro de mastite, e o 
aspecto será comparado com a tabela padrão que vem acompanhado da solução CMT. 
3. Secar a teta: Deve ser realizada com papel toalha descartável, a fim de evitar possiveis 
contaminações de uma vaca para outra. 
4. Cuidado pós ordenha: Após a ordenha os tetos devem ser desinfectados com solução 
de iodo glicerinado esta solução é para fechar o duto lactífero. Desta forma se evita que 
a teta se infecte. Após a ordenha a fêmea deve ser mantida de pé no mínimo por uma 
hora, para evitar contaminações com o solo, uma vez que, os dutos ainda se encontram 
abertos. E consegue manter as fêmeas em pé oferendo alimento de boa qualidade após 
a ordenha. 
 
I.2 .Resfriamento; 
 
O resfriamento do leite na fazenda, imediatamente após a ordenha, é sem dúvida uma das 
medidas de maior impacto sobre a qualidade do leite, uma vez que o resfriamento do leite a 
4ºC (em menos de 2 horas após o término da ordenha) inibe o crescimento de microrganismos 
presentes no leite. O resultado do crescimento destes microrganismos - principalmente 
bactérias - é a alteração das características de qualidade do leite, como fermentação da lactose 
e degradação da proteína e gordura. 
 
O leite contém diversos nutrientes necessários à sobrevivência de todos os seres vivos. Ele 
também é um meio perfeito para o crescimento de microrganismos, embora a 4° C eles não 
conseguem se multiplicar, o que evita sua deterioração microbiológica. Após seguir os 
procedimentos corretos de ordenha e higienização, o resfriamento rápido a 3 - 4 °C é a melhor 
maneira de evitar o crescimento microbiológico e as alterações químicas. No leite todos os 
processos químicos dependem de temperatura. As baixas temperaturas, a velocidade desses 
processos é reduzida, retardando a deterioração do leite. 
 
 
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AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 15
 
Por que resfriar o leite? 
A distância entre a fazenda, o laticínio e o consumidor ficaram maiores, da mesma forma 
que o tempo entre a ordenha e o consumo de leite. O armazenamento de leite na fazenda e o 
tempo necessário para preencher a lacuna entre o produtor e o consumidor deram às bactérias 
a chance de se multiplicarem e crescerem neste líquido muito nutritivo. Tornou-se um problema 
manter a qualidade do leite depois da ordenha. 
Se a temperatura do leite armazenado for baixa, os processos químicos e o crescimento 
microbiano são retardados, atrasando a queda na qualidade. Este conhecimento permitiu que 
fazendeiros, transportadores, e laticínios fornecessem leite aos consumidores depois de certo 
tempo sem perda considerável da qualidade. O resfriamento é um método eficiente para 
manter o leite com uma alta qualidade. 
O resfriamento de leite na fazenda tem dois objetivos principais: 
- inibir o crescimento bacteriano 
- prolongar o armazenamento na fazenda para diminuir os custos de transporte. 
O leite produzido sob condições higiênicas manterá sua qualidade por um período de 15 
a 20 horas. Porém, não é só a temperatura de armazenamento que é importante; o tempo de 
resfriamento para obter a temperatura de armazenamento, normalmente 4 °C, também é 
crítico. Resfriadores de leite foram especialmente projetados para resfriar o leite a 4 °C dentro 
de um determinado período de tempo. 
 
 Equipamentos (Tanque de Expansão) 
 
Também chamado de tanque de resfriamento ou tanque de expansão direta, é um 
equipamento que recebe e estoca o leite a granel (dispensando o uso do Catão), promovendo 
o seu resfriamento direto. Esses tanques são instalados nas propriedades rurais ou em 
comunidades, visando, neste caso, atender a grupos de produtores. É necessário que o tanque 
seja capaz de, pelo menos, resfriar todo o leite ate 10º C (dez graus centígrados), na primeira 
hora, e ate 4º C, na segunda hora após a ordenha. Caso contrário, poderá comprometer a 
qualidade do leite. 
É importante a atenção com relação à qualidade do tanque ( custo / beneficio são 
variáveis importantes). 
O tanque de expansão é constituído do tanque propriamente dito em aço inoxidável, com 
tampa possuindo pequena abertura circular (que possibilita colocar um coador), agitador com 
pás acionadas por pequeno motor para homogeneização do leite, saída com válvula, conjunto 
de refrigeração (motor, compressor, etc.) e acessórios elétricos. 
Existem dois tipos de tanque: os cilíndricos e os horizontais, sendo que esses são 
geralmente maiores com sistema de lavagem automática. Os cilíndricos são os mais comuns e 
mais utilizados por produtores individuais ou em grupo, sendo lavados / higienizados 
manualmente. Os modelos variam de acordo com o fabricante, entretanto encontra-se com 
facilidade tanques de 250 a 6.000 litros de capacidade. 
A escolha com relação ao tamanho do tanque deve ser em função da produção máxima 
diária de leite, multiplicada por dois (coleta dia sim, dia não) e mais uma margem de segurança, 
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devida a possíveis aumentos futuros de produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instalação, uso e limpeza do tanque 
 
A transferência do leite da ordenha para o tanque de expansão pode ser feita 
manualmente (diretamente do balde para o tanque ou para um latão e deste para o tanque, 
dependendo da Iocalização do tanque) ou mecanicamente, com interligação do equipamento 
de ordenha mecânica com o tanque. 
O tanque deve ser instalado em local que facilite o acesso do caminhão e o mais 
próximo possível do local de ordenha. 
É importante que o local de instalação do tanque (sala do tanque) tenha tamanho 
adequado, de modo que possibilite manutenções e limpeza, tenha boa ventilação (vê 
recomendações do fabricante) e facilite a recepção e a coleta do leite. 
Após cada retirada do leite ou esvaziamento do tanque (a cada dois dias), é necessária 
sua limpeza criteriosa, que deverá ser feita com água corrente (uso da mangueira), utilizando-
se da vassoura e escovas apropriadas e detergentes específicas (alcalinas e ácidas). 
A limpeza não pode ser ignorada. A limpeza cuidadosa de um sistema de resfriamento 
de leite evita contaminações, enquanto que o resfriamento retarda o crescimento bacteriano e 
os processos químicos. Evitar o crescimento bacteriano através do resfriamento rápido e boa 
limpeza garante um bom retorno de qualquer investimento. Devido à natureza do leite, é 
 Tanque do tipo meia-cana que possibilita maior área de 
troca de calor e menor consumo de energia. Possui 
tampas com abertura lateral, facilitando a limpeza e o 
manuseio do equipamento. Mantém o leite entre 3 e 4 
graus, protegendo o produto da ação do calor, poeira e
outros fatores. 
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necessário limpar o equipamento de ordenha ao final de cada sessão. Isto significa que toda a 
instalação deve ficar sem resíduos de leite, eliminando dessa forma a principal condição de 
vida das bactérias, a presença de alimento. Altas temperaturas e desinfecção completa da 
instalação destroem a maioria das bactérias. 
 
 Recomendações de Limpeza 
Higiene externa 
- Limpe o tanque com uma solução de água e um detergenteapropriado para limpeza 
- Preste atenção à tampa e juntas de borracha. 
- Limpe a válvula com uma escova e verifique o estado das juntas de borracha. 
Higiene da unidade de condensação 
- Certifique-se de que haja alimentação suficiente de ar fresco 
- Remova o pó, feno, teias de aranha, etc. 
Áreas que precisam ser verificadas durante a limpeza do equipamento de resfriamento 
- Superfícies internas devem estar lisas e limpas 
- Locais escuros, e onde a água se misturou com gordura e ficou em gotas. 
- A pá do agitador. 
- O tanque interno. Se necessário, limpe com uma escova. 
 
Material usado nos tanques. 
Podem ser usados diversos materiais para construir um tanque de resfriamento de leite, 
sendo que cada um dele tem suas vantagens e desvantagens. 
 
 
Material Vantagens Desvantagens 
Aço Inox 
- não enferruja 
- fácil de limpar 
- fácil de montar 
- não arranha 
- a prova de choque 
- a prova de ácidos 
 
 
Sintéticos 
- leveza 
- fácil de montar 
- a prova de choque 
- a prova de ácidos 
 
- arranha facilmente
- difícil de limpar 
- mais caro 
- difícil de adaptar 
 
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Aço esmaltado - não enferruja 
- fácil de limpar 
- não arranha 
- mais caro 
- não é a prova de choque 
- de difícil reparo 
Vantagens e desvantagens dos materiais utilizados para a construção de tanques de expansão. 
 
 
 
 
I.3 Análises realizadas na propriedade (padrões); 
 
Contagem Bacteriana Total (CBT) 
Contagem de Células Somáticas (CCS) 
Determinação dos teores de gordura, acidez, densidade, sólidos desengordurados 
Teste alizarol, peroxidase e fosfatase alcalina 
 
 
Gordura do leite 
A determinação de gordura ou graxa butírica tem por finalidade auxiliar na verificação 
de fraudes, contribuir na padronização de produtos e pagamento dos produtores (COELHO; 
ROCHA, 2000). 
A gordura presente no leite pode sofrer alterações durante a vida de prateleira do 
produto e causar sabores indesejáveis nos produtos finais devido à ação de lipases produzidas 
por microorganismos psicrotróficos. Os lipídios presentes no leite encontram-se na forma 
globular envoltos por uma camada composta por proteínas, fosfolipídios, glicolipídios, esteróis e 
glicerídios. Desta forma, para que as enzimas lipolíticas tenham acesso aos lipídios no interior 
do glóbulo de gordura do leite é necessário que haja o rompimento dessa membrana, o que 
pode ocorrer por ação mecânica ou enzimática (COUSIN, 1982). 
Conforme a Instrução Normativa n° 51 (BRASIL, 2002), o leite pasteurizado pode ser 
classificado de acordo com o conteúdo da matéria gorda em: leite pasteurizado integral, 
padronizado, semi-desnatado e desnatado. A tabela abaixo expõe a classificação mencionada, 
juntamente com seus respectivos valores. 
Tabela : Classificação do leite pasteurizado em relação ao teor de matéria gorda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: BRASIL, 
2002. 
 
 
- Determinação de gordura do leite 
Leite Gordura (g/100g) 
Integral Teor original 
Padronizado 3,0 
Semidesnatado 0,6 a 2,9 
Desnatado máx. 0,5 
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Para a determinação de gordura são utilizados dois métodos distintos: o butirômetro de 
Gerber e Milk – Test. 
 - Método de butirômetro de Gerber 
A análise de gordura em leite baseia-se na separação e quantificação da gordura por 
meio do tratamento da amostra com ácido sulfúrico e álcool isoamílico. O ácido digere as 
proteínas que se encontram ligadas à gordura, diminuindo a viscosidade do meio, aumentando 
a densidade da fase aquosa e liquefaz a gordura, devido à liberação de calor proveniente da 
reação, o que favorece a separação da gordura pelo extrator (álcool isoamílico) (SILVA; 
PEREIRA; COSTA, 1997). A leitura é feita na escala graduada do butirômetro, após 
centrifugação. 
 
- Método Milk-Test 
Este método emprega um equipamento capaz de promover a diluição do leite, a partir 
de um diluente específico, dissolvendo as moléculas de proteína, as quais podem influenciar 
durante o processo de medição. O leite diluído passa por quatro estágios de homogeneização, 
sendo posteriormente introduzido no fotômetro, o qual mede a transparência da amostra 
emitindo um sinal elétrico, que finalizará diretamente no digital do aparelho, registrando o valor 
correspondente a gordura do leite analisado . 
 
 
Densidade 
A densidade do leite é uma propriedade física da matéria, definida pela relação entre 
massa e volume. Esta análise tem como objetivo controlar fraudes no leite, principalmente no 
que se refere à desnatação prévia, ou fraude por adição de água (TRONCO, 1997). Se for 
adicionada água, haverá uma redução da densidade, uma vez que a água tem densidade 
menor que a do leite. Já quando houver a desnatação, ocorrerá o aumento da densidade, uma 
vez que é retirado do leite o componente menos denso (COELHO; ROCHA, 2000). 
A densidade do leite é determinada a partir do uso de lactodensímetros ou 
termolactodensímetros, os quais são calibrados a temperatura de 15 °C. Temperatura acima 
deste valor pode provocar diminuição da densidade, enquanto que abaixo de 15 °C, pode 
ocorrer à solidificação de gorduras e maior hidratação das proteínas, o que ocasionará 
aumento da densidade. Para cada grau acima ou abaixo de 15 °C há uma variação de 0,2 g.L-
1, ou seja, esta correção será somada à densidade lida quando a temperatura for superior a 15 
°C, ou subtraída quando for inferior a 15 °C (COELHO; ROCHA, 2000). A legislação estabelece 
valor mínimo de 1,028 g.mL -1 e máximo de 1,034 g.mL -1, como limites para tal análise .Quando 
houver fraude, desnatação ou adição de água pode-se corrigir a mesma adicionando-se 
reconstituintes de densidade como, sal, amido, urina e sacarose. Contudo, quando esta prática 
é realizada, uma dupla fraude é cometida (COELHO; ROCHA, 2000). 
 
 
 
Determinação da acidez 
A determinação da acidez ou teste de Dornic tem por objetivo detectar aumentos na 
concentração de ácido láctico, uma vez que esse ácido é indicativo da fermentação da lactose 
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por bactérias, principalmente lácticas e, consequentemente, pode indicar qualidade 
microbiológica inadequada da matéria-prima. 
Mas, não é somente a presença de ácido lático que determina a acidez, outros 
componentes do leite também interferem nesse parâmetro e, entre esses compostos, podemos 
destacar citratos, fosfatos e proteínas. A presença de acidez na matéria-prima está 
correlacionada com o risco de ocorrência de coagulação do leite durante o processamento, já 
que o leite com maior acidez titulável possui menor estabilidade ao calor (FONSECA; SANTOS, 
2000). 
Alguns fatores como tempo e condições de conservação do leite, leite ordenhado de 
vacas com mastite aguda, raça e alimentação do animal, além da presença de colostro podem 
influenciar no aumento da acidez. A tabela abaixo apresenta os valores de acidez encontrados 
para o leite. 
Tabela : Valores obtidos na determinação de acidez do leite 
 
 
 
 
Fonte: COELHO; ROCHA, 2000. 
 
 
A determinação de acidez é realizada a partir da titulação da solução Dornic (hidróxido 
de sódio), podendo ser expressa em °Dornic (°D), ou ainda em % de ácido lático. A legislação 
estabelece valores entre 0,14 a 0,18 g de ácido lático.100 mL -1 de leite. 
 
 
 
 
 
 
Prova do alizarol 
A análise é uma prova rápida, muito empregada nas plataformas de recepção de leite, 
a qual avalia a qualidade da matéria-prima através da verificação da estabilidade das proteínas 
e grau de acidez do leite (COELHO; ROCHA, 2000). O teste utiliza uma solução alcoólica dealizarina, a qual permite a observação simultânea da coagulação da caseína e a mudança de 
coloração da amostra, devido alteração do pH proveniente da produção de ácido lático por 
bactérias. A tabela abaixo indica a avaliação e interpretação dos resultados para a prova do 
alizarol. 
 
Tabela : 
Interpretação 
dos 
resultados 
para a prova 
do alizarol 
 
Leite Normal Ácido Alcalino 
Acidez 16-18°D Maior 18°D Menor 16 °D 
Coloração Acidez Resultados Observações 
Vermelho (tijolo)-
sem coagulação 
16 a 18°D Leite normal Aspecto das paredes do 
tubo de ensaio sem 
grumos ou com uma ligeira 
precipitação, com poucos 
grumos finos. 
Amarelo 
coagulado 
Maior 18°D Leite ácido Forte coagulação. 
 
Violeta-sem 
coagulação 
Menor 16°D 
Leite 
alcalinizado 
ou fraudado 
Presença de neutralizantes 
ou mamite. 
0,1 mL da solução Dornic = 1°D = 0,1 g ácido lático. L -1 
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Fonte: COELHO; ROCHA, 2000. 
 
A legislação brasileira (BRASIL, 2002), estabelece que a prova do alizarol para leite tipo 
B e C, deve apresentar estabilidade ao alizarol 72 e 76%. 
 
 
Extrato Seco Desengordurado (ESD) 
 
O extrato seco desengordurado (ESD) corresponde aos componentes do leite, menos a 
água e a gordura (TRONCO, 1997). O ESD pode ser determinado por meio dos valores de 
densidade e do teor de gordura, mediante a utilização de Disco de Ackermann (BRASIL, 2006). 
A Instrução Normativa n° 51 (2002), estabelece teor mínimo de 8,4 g/100g de leite. 
 
 
Análise de peroxidase e fosfatase alcalina 
As análises de peroxidase e fosfatase alcalina compreendem testes enzimáticos 
utilizados para determinar a eficiência do tratamento térmico empregado. 
 
 Peroxidase 
 
A peroxidase é uma enzima presente em todos os tipos de leite, permanecendo ativa 
mesmo após a pasteurização. Contudo, sua inativação ocorre quando o leite é submetido ao 
processo de fervura. A fervura ou aquecimento excessivo é prejudicial ao leite, podendo 
modificar suas propriedades nutritivas, ou seja, diminui consideravelmente o teor de vitaminas, 
altera as propriedades das proteínas e reduz seu o valor biológico (COELHO; ROCHA, 2000). 
 
 
 
 Fosfatase alcalina 
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A análise de fosfatase alcalina é realizada na matéria-prima pasteurizada, tendo como 
objetivo determinar se o processo de pasteurização foi eficaz para a destruição da enzima, uma 
vez que ela é inativada a partir deste tratamento térmico. Quando a temperatura de 
pasteurização for ligeiramente mais baixa em relação ao mínimo requerido, menor tempo de 
retenção no pasteurizador ou que haja adição de pequena quantidade de leite cru ao leite 
pasteurizado, o teste apresentará resultado positivo (COELHO; ROCHA, 2000). 
A enzima fosfatase alcalina ou fosfomonoesterase alcalina sempre está presente no 
leite cru, sendo responsável por catalisar a hidrólise de ésteres, liberando fenol, que forma o 
indofenol, de coloração azul (COELHO; ROCHA, 2000). O leite corretamente pasteurizado 
produzirá uma solução levemente cinza ou relativamente desprovida de coloração, enquanto 
que o leite cru e o leite insuficientemente pasteurizado produzirão soluções de cor azul 
(LÁCTEOS SEGUROS, 2008). 
 Resultados da análise de peroxidase e de fostatase alcalina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: COELHO; ROCHA, 2000. 
 
 
Sendo assim, logo após a pasteurização o produto deve apresentar teste negativo para 
fosfatase alcalina e teste positivo para peroxidase (BRASIL, 2002). 
 
 
 
Contagem de microorganismos aeróbios mesófilos e células somáticas (CCS) 
As análises de contagem de microorganismos aeróbios mesófilos e células somáticas 
são de extrema importância, principalmente para o produtor, já que as mesmas atuam como 
critérios para qualidade higiênica e são adotados em praticamente todos os países que 
apresentam indústrias leiteiras minimamente desenvolvidas para efeito de pagamento do leite. 
 
 Contagem de microorganismos aeróbios mesófilos 
 
 Leite cru ou mal 
pasteurizado 
Leite 
pasteurizado 
corretamente 
Leite 
superaquecido 
Peroxidase + + - 
Fosfatase + - - 
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Esta contagem é comumente empregada para determinar a qualidade sanitária da 
matéria-prima, que mesmo ausente de patógenos e sem a ocorrência de alterações nas 
características organolépticas, a presença de um número elevado de microorganismos indica 
que a mesma esta imprópria para processamento (FRANCO; LANDGRAF, 2003). 
Segundo a Instrução Normativa n° 51 (BRASIL, 2002), o limite máximo estabelecido 
para a contagem de aeróbios mesófilos do leite cru é de 1,0 x 106 UFC.mL-1 (BRASIL, 2002). 
 
Contagem de células somáticas (CCS) 
 
A contagem de células somáticas (CCS) indica, de maneira quantitativa, o grau de 
infecção da glândula mamária (MACHADO; PEREIRA; SARRÍES, 2000). Fatores como época 
do ano, raça, estágio de lactação, produção de leite, condições climáticas e doenças 
intercorrentes também podem interferir na CCS (VIANA, 2000). Níveis elevados de células 
somáticas podem provocar queda no valor nutritivo (COSTA, 1998) e na produção de leite. 
Segundo Fonseca e Santos (2000), a CCS é um fator que afeta diretamente a qualidade do 
leite, causando perdas irreparáveis aos produtores, à indústria e, consequentemente, ao 
produto final. O aumento do número de células somáticas provoca alterações nos três 
principais componentes do leite: gordura, proteína e lactose. Enzimas e minerais também são 
afetados. 
 
2.4 Transporte, recebimento e estocagem do leite na indústria; 
 
Transporte 
 
Devido ao caráter perecível do leite, quanto maior for o tempo gasto entre a ordenha e o 
beneficiamento, maior será o risco de perda da qualidade do produto. Esse tempo está 
diretamente relacionado entre a distância do produtor e as indústrias, agravado pela 
pulverização da produção e precariedade das estradas. O tempo limite para esta operação, 
sem alterações maiores do produto, é de 2 horas (Machado et. al.,2002).Para a manutenção da 
qualidade do leite é ideal que se faça seu resfriamento imediato logo após a ordenha e o 
transporte em caminhões-tanques dotados de sistema de refrigeração. Mas o que se observa, 
com freqüência, é o transporte do leite em latões das localidades até as unidades produtoras, 
com risco para qualidade do leite (Machado et. al.,2002). 
 
 
1. Transporte em latões 
 
Para a entrega do leite no entreposto, soa usados os latões com capacidade de 20 a 50 
litros; têm eles a forma cilíndrica; são de ferro estanhado ou de aço, ou ainda de alumínio, feito 
de uma só peça, sem rebites ou saliência que dificultem a limpeza (BEHMER,1999). 
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2. Distribuição em carros-tanque 
 
 A distribuição do leite ao consumidor pode ser feita também em carros-tanque, que são 
práticos, econômicos e higiênicos. Esses tanques são fabricados em alumínio, com ângulos 
internos arredondados, paredes lisas, tendo dispositivo para carga de gelo, que mantém o 
reservatório em temperatura convenientemente baixa (BEHMER,1999). 
 
 
3.Tanques comunitários 
 
Os tanques comunitários são permitidos, porém, para efeito de inspeção, cada tanque 
representará apenas um produtor e, portanto, uma análise. Caso a indústria emita várias notas 
fiscais para um mesmo tanque, a quantidade do leite especificada deverá ser a mesma para 
todosos produtores. O responsável pelo tanque deverá aplicar o teste Alizarol a 72° GL em 
cada latão recebido, barrando o leite com problema. Um aspecto controverso é que não se 
poderá colocar o leite de duas ordenhas em uma mesma coleta, ou seja, cria-se, no tanque 
comunitário, a exigência de coleta diária. 
Será possível ainda coletar o leite em latão, desde que o estabelecimento comprador 
concorde em receber o produto nesse recipiente, que a matéria-prima atinja os padrões de 
qualidade definidos em regulamento técnico especifico pela Instrução Normativa N° 51 e que o 
leite seja entregue em até duas horas após a ordenha. Tanques de imersão também serão 
permitidos, desde que consigam resfriar 7°C em três horas. 
 
 
4. Transporte de Matéria-Prima 
 
 As normas estabelecidas em 1952 relativas ao transporte da matéria-prima das 
propriedades rurais aos estabelecimentos industriais se diferenciam das estabelecidas em 
1999. No RIISPOA falamos em transporte essencialmente em vasilhames de leite em veículos-
coletador, admitindo-se carro-tanque quando se tratar de leite refrigerado na propriedade a 
10ºC. 
A partir da Instrução Normativa Nº 51, de 18 de setembro de 2002, passa-se a ter o 
transporte essencialmente em carros-tanques, admitindo-se o transporte 
em tarros apenas para o leite cru tipo C não resfriado na propriedade. 
Em se tratando de leite resfriado (tipo B e C), devemos recorrer ao 
Regulamento Técnico da coleta de leite cru resfriado e seu transporte a 
granel que consta em anexo na Portaria 56/99. 
Segundo o regulamento, o processo de coleta do leite cru 
resfriado a granel consiste em recolher o produto em caminhões com 
tanque isotérmicos construídos internamente de aço inoxidável, através 
de mangote flexível e bomba positiva rotativa com acabamento sanitário, 
acionado pela energia elétrica de propriedade rural, pelo sistema de 
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transmissão ou caixa de cambio do próprio caminhão, diretamente do tanque de refrigeração 
por expansão direta. A transferência do leite tipo B do tanque estacionária para o veículo-
coletor deve ser feita em circuito fechado e em local devidamente coberto. 
 
 
Recepção 
 
 
 A recepção do leite na unidade industrial é uma operação comum a todos os processos 
de fábrica de laticínios. O leite é transportado dos centros de recolha para a fábrica em 
caminhões-tanque refrigerados que mantém o leite a uma temperatura de 4° C. Ao chegar na 
plataforma de recepção do laticínio em caminhões-tanque ou latões adequados, é examinado 
quanto aos seus caracteres organolépticos, isto é, a cor, o aspecto e cheiro, pelo encarregado 
da recepção. Após são retiradas amostras de leite para realização de uma série de testes 
laboratoriais para análise da qualidade e estado de preservação (BRASIL,2002) 
Procede-se em seguida a determinação do volume de leite, que por pesagem de 
caminhões-tanque antes e depois da descarga, quer usando um medidor de caudal durante a 
própria descarga para os tanques cisterna da fábrica. Feitos estes exames, se houver algum 
leite anormal este é separado do leite normal. 
Estocagem 
 
Após a realização dessas análises rápidas de seleção no laboratório, é feita a medição 
ou pesagem do leite e este é despejado no tanque de recepção, munido de coador metálico ou 
de tela de nylon fina. O leite ácido é separado e desnatado, podendo ser usado no fabrico de 
requeijão. Para as análises bacteriológicas são retiradas amostras, em separado, na recepção 
e em todo o percurso do beneficiamento do leite. Após análise e liberação para descarga, o 
produto é resfriado e acondicionado no tanque em inox, até o momento da produção. 
Geralmente os tanques possuem parede dupla e são construídos internamente e 
externamente em aço inoxidável AISI 304. Eles são isolados por espuma de poliuretano na qual 
os reforços robustos de aço inoxidável são embutidos. A parte interna do tanque que está em 
contato com o leite é polida para atender às normas de higiene. Os tanques são equipados com 
uma tampa de inspeção, escada em aço inoxidável (tanques verticais possuem também uma 
plataforma), abertura para ventilação, saída, agitador, visores com iluminação e torneira de 
amostra. Possuem spray-ball para lavagem. Os tanques verticais são construídos com um anel 
de fundação forte para montar sobre uma base de concreto reforçada. Vários tanques possuem 
sistema de controle eletrônico que indica a temperatura de leite e aciona a cada 30 minutos o 
agitador para misturar o leite(de 2 a 5 minutos) e em caso de longos períodos de estocagem, a 
bomba de circulação é acionada para bombear o leite através dos trocadores de calor para 
pós-resfriamento. 
 
 
 
 
 
 
 
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AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 26
 
 
 
 
 
 
 
2.5 Classificação do leite quanto a procedência (A, B, C). 
 
Leite tipo A 
Leite in natura, é retirado pela ordenha mecânica e vai direto para um tanque, onde é aquecido 
até 70-75°C e depois resfriado. Esse processo denomina-se pasteurização. Em seguida, vai 
para a máquina embaladora. Todo o processo é feito na própria fazenda, com o mínimo de 
contato humano. 
Devido à qualidade do processo, o leite Tipo A tem menos contaminantes, e portanto demora 
mais a estragar do que os leites B e C. 
Em relação aos micorganismos pode ter até 10.000(mo)por ml antes da pasteurização,e até 50 
mo/ml após a refrigeração. A quantidade de Coliformes Totais pode ser de 0,1/ml. 
Leite tipo B 
Assim como no leite tipo A, a ordenha deve ser mecânica. O local de armazenamento é mais 
sofisticado do que o tipo C, devendo ser sempre refrigerado (a aproximadamente 4°C). O 
processo industrial de pasteurização, bem como o envasamento, podem ser feitos em laticínio 
fora da fazenda. 
A mecanização contribui para a excelência na extração do leite tipo B, possuindo assim, menos 
contaminantes do que o leite tipo C. Como há transporte até o laticínio, há maior exposição ao 
ambiente do que no caso do leite tipo A. Assim fica com maior concentração de contaminantes 
e tem durabilidade intermediária entre os tipos A e C. 
Em relação aos microrganismos pode ter até 500.000 mo/ml antes da pasteurização e até 
50.000 mo/ml apos a refrigeração. A tolerancia de Coliformes Totais é de 0,5/ml 
Leite tipo C 
O leite tipo C é produzido em estabelecimento denominado “fazenda leiteira” e beneficiado fora 
de propriedade. A sanidade do rebanho deve ser atestada por médico veterinário 
periodicamente. Esse tipo de leite é obtido por meio de ordenha manual, sem resfriamento 
obrigatório. O número total de bactérias é no máximo 300.000/ml, coliformes totais até 4/ml e 
coliformes fecais 2/ml (BRASIL,2002). 
 
 
 
Unidade III (09h/a) - Microbiota do leite e produtos derivados. 
 
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AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 27
 
 
PRINCIPAIS MICRORGNANISMOS PRESENTES NO LEITE 
 
 O leite quando produzido possui baixa contagem de bactérias, vai sendo contaminado 
pós-ordenha. Por isso devem-se ter cuidados com a higiene na ordenha e realizar a rápida 
refrigeração do leite ordenhado. A qualidade do leite cru influencia toda a cadeia do leite. 
 O leite recém ordenhado a temperatura ambiente favorece o crescimento de bactérias 
láticas e bactérias do grupo coliforme. A temperatura ótima para o crescimento destas bactérias 
é a de 38ºC. Na faixa de temperatura de 20ºC a 35ºC, estas bactérias se mantêm viáveis e 
podem crescer também. São capazes de deteriorar o leite rapidamente. 
 As bactérias lácticas são comensais do úbere. São capazes de fermentar lactose, com 
produção de ácido láctico. Estas bactérias não causam problemas à saúde e atuam 
beneficamentenos processos de fermentação posteriores. Incluem os gêneros: Lactobacillus, 
Lactococcus e Enterococcus. Causam prejuízos no leite cru, devido à acidificação do leite. 
 Os coliformes pertencem à família das enterobactérias. Incluem diversos gêneros: 
Enterobacter, Escherichia, Serratia. São mesófilas e são originárias do ambiente e do intestino 
de animais. Fermentam lactose, fazem fermentação ácida-mista e produzem gás. Causam 
perdas na recepção do leite (leite ácido). São importantes deteriorantes do queijo. Não são 
originais do leite. Caracterizam contaminação externa. A família das Enterobacterias inclui 
gêneros patogênicos como: Salmonella, Yersinia, Shigella, entre outros. Coliformes são 
divididos em: coliformes totais e coliformes fecais. Os coliformes totais crescem a 35ºC e 
produzem gás. São originários do ambiente e sua contagem determina o grau de higiene do 
leite. Logo são indicadores higiênicos. Os coliformes fecais crescem a 45ºC com produção de 
gás. Neste grupo das espécies mais comuns no leite destacam-se: Escherichia coli e 
Enterobacter aerogenes. São originárias do intestino, logo indicam contaminação por fezes. A 
contagem destas bactérias determina o grau de sanidade do leite. Indica risco à saúde, logo 
são indicadores sanitários. 
 As bactérias psicotróficas estão presentes principalmente no leite refrigerado, pois são 
bactérias que se multiplicam a baixas temperaturas (temperatura de refrigeração). Compões 
um grupo heterogêneo. São originárias do ambiente, solo, equipamentos e áreas refrigeradas. 
A velocidade de reprodução é lenta. O principal gênero é Pseudomonas. Estas produzem 
enzimas lipolíticas e proteolícas. As bactérias são sensíveis ao processamento térmico, porém 
as enzimas produzidas por esta, são termorresistentes, o que pode alterar o leite UHT e/o 
pasteurizado durante sua estocagem (cogulação do leite). 
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AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 28
 
 As bactérias resistentes aos processamentos térmicos são chamadas termodúricas. 
Dentre estas se destacam no leite, os Enterococos, que resistem à pasteurização do leite 
(75ºC/15s). Sendo assim, deteriorantes do leite pasteurizado. A origem é o ambiente e intestino 
dos animais. Há também os esporos, principalmente dos gêneros Bacillus e Clostridium. Estes 
são capazes de resistir ao processamento UHT do leite (130ºC/3s). A origem é o ambiente, e o 
intestino dos animais. 
 
DETERIORAÇÃO DE LEITE E DERIVADOS 
 O leite é um excelente meio de cultura para os microrganismos devido a suas 
características intrínsecas como alta atividade de água, pH próximo ao neutro e riqueza de 
nutrientes. As substâncias inibitórias para os microrganismos, como lactoperoxidase e 
aglutininas, presentes em leite cru recém-ordenhado são inativadas rapidamente. 
 A contaminação do leite pode ocorrer durante a ordenha, porém as principais fontes de 
contaminação são os equipamentos utilizados durante a manipulação, o transporte, o 
processamento e o armazenamento. 
 A qualidade de todos os produtos derivados do leite dependerá, basicamente, das 
condições microbiológicas da matéria-prima. 
 Aromas de caramelo ou queimado, semelhante ao de leite cozido, pode ser provocado 
por cepas de Lactobacillus lactis var. maltigenes. Odor de estábulo é causado pelo 
desenvolvimento de Enterobacter, o de batata por Pseudomonas mucidolens e o de peixe por 
Aeromonas hydrophila. 
 Alterações na cor estão diretamente relacionadas às suas características físicas e 
composição. Porém alguns microrganismos também podem causar estas alterações. Dentre 
estes, destacam-se Pseudomonas syncyanea, cujo crescimento propicia a coloração azul no 
parte mais aquosa do leite e coloração amarela na parte mais cremosa. O gênero 
Flavobactérioum também produz pigmento amarelo. Serratia marcescens, Micrococcus roseus 
e algumas leveduras produzem colônias vermelhas ou rosas na superfície do leite. 
 Entre as bactérias que causam a rancificação do leite, estão os gêneros: Alcaligenes, 
Pseudomonas, Bacillus, Proteus, Clostridium, além de bolores e leveduras. 
 O aumento da viscosidade do leite pode ser devido ao crescimento de bactérias como: 
Alcaligenes viscolatis, Enterobacter ssp. Klebsiella oxytoca, Lactococcus lactis, Lactobacillus 
spp. 
 As principais bactérias produtoras de gás e consequentemente acidificação do leite e 
dos derivados lácteos são coliformes, Clostridium spp. e algumas espécies do gênero Bacillus. 
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AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 29
 
Principais Microrganismos do Leite 
Bactérias lácticas; Bactérias esporuladas (principalmente do gênero Bacillus e Clostridium); 
Bactérias psicotróficas; Bactérias de origem fecal; Microrganismos patogênicos; Miscelânea 
(Brevibacterium linnens, Propionibacterium freudenreichii, Penicillium camemberti). 
1.Deterioração do Leite 
Sabores e Odores Anormais: O sabor e odor ácidos são devidos a reações de fermentação de 
açúcares por bactérias; 
O sabor amargo é decorrente da presença de peptídeos devidos à proteólise; Aroma de 
caramelo ou queimado, pode ser provocado por cepas de Lactobacillus lactis var. maltigenes; 
Odor de estábulo é causado pelo desenvolvimento de Enterobacter, o de batata por 
Pseudomonas mucidolens e o de peixe por Aeromonas hydrophila. 
 Alterações na Cor 
Podem ser devido a reações químicas ocorridas antes do processamento ou pelo crescimento 
de microrganismos produtores de pigmentos; 
Azul - crescimento de Pseudomonas syncyanea; Amarela- Pseudomonas syncyanea e o 
Flavobacterium; Vermelha - Serratia marcescens e Micrococcus roseus. 
 Rancidez 
As bactérias através de suas enzimas lipolíticas, atuam sobre as gorduras hidrolisando-as e ou 
oxidando-as; Na oxidação originam-se cetonas,aldeídos e ácidos e na hidrólise ácidos graxos e 
glicerol; Sabor de ranço: ácidos graxos de cadeia e sabor de sabão: ácidos graxos de cadeia 
longa Causadores: Pseudomonas, Alcaligenes, Bacillus, Proteus, Clostridium, além de bolores 
e leveduras. 
 Alterações na Viscosidade 
A viscosidade na superfície do leite cru é causada pelo Alcaligenes viscolatis cujo crescimento 
se dá pela manutenção do alimento em baixas temperaturas por dias; A viscosidade pode se 
dispersar por todo o interior do líquido, devido ao desenvolvimento de Enterobacter spp, 
Klebxytoca, Lactococcus lactis, lactobacillus spp. 
 Produção de Gás 
Resulta na acidificação do leite e derivados; As principais bactérias produtoras de gás são os 
coliformes, Clostridium spp, algumas espécies do gênero Bacillus, além de bactérias 
propiônicas e heteroláticas que produzem CO2. 
 Apodrecimento ou putrefação: 
Causa perda de sua consistência e um odor repugnante; Putrefação Branca: É de origem 
bacteriana (Clostridium Sporogenes ou Bacillus putríficus). Caracterizada pelo aparecimento de 
partes esbranquiçadas no produto, tornando-o amolecido e fétido; Putrefação Cinzenta: 
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AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 30
 
Provocada por Bacterium Proteolyticum, apresenta aparecimento de pontos acinzentados, com 
odor de tipo fecalóide e formação de gases. 
2.Deterioração do Queijo 
 Estufamento: É produzido por germes coliarogenes e estreptococos; 
 Estufamento precoce: se apresenta nos queijos de massa dura quando em prensa ou 
em maturação; 
 Estufamento tardio: É ocasionado por microorganismos esporulados de animais 
enfermos. 
 Formação de gases 
O Bacillus polymixa (esporulado) causa formação de gás no queijo e aparecimento e sabor 
pútrido; Geralmente a origem da contaminação é água industrial de má qualidade; Alguns 
microorganismos produtores de gases através doácido láctico: Clostridium spp, Clostridium 
pasteurianum e o Clostridium sporogenes. 
 Alterações da cor 
 Microrganismos e Características amarela avermelhada Colônias Bacterianas (Emental e 
Cheddar) Espécies Pigmentadas (Propionibacterium, Propionibacterium zeae, 
Propionibacterium rubrum e Propionibacterium thoenii) (Gruy re) azul cinzenta azulada escura 
manchas oxidadas Predominio do Penicillium glaucum sobre o Penicillium candidum Bacillus 
cyanofuscus (Camembert) Bactérias sulfídricas e leveduras Bacterium proteolyticum Colônias 
de Lacobacillus plantarum var. rudensis, Lacobacillus brev. Var. rudensis (Cheddar) Leveduras 
e outros microrganismos negra Bacterium cyanofuscum Beijerinck (Emental) Monilia nigra 
(manchas na córtex de queijos duros) parda amarelenta verde verde escuro à negra vermelha 
Penicillium case Manchas Mofos do gênero Penicillium Cladosporium herbarum Oidium 
aurianticum e leveduras (Sacharomyces rubia)amarela ou parda 
 Alterações do odor 
Microrganismos e Características Leveduras Odor "de fruta" repugnante Bacterium colis e 
Lactis aerogenes O mau odor se deve ao desprendimento de gases pelo ataque à caseína e 
lactose Alterações do sabor Microrganismos e Características Ácido Amargo Rançoso 
Microrganismos lactis Bactérias acido-proteolíticas, Bactérias Coliformes, Micrococcus 
Microrganismos proteolíticos e lipolíticos 
IOGURTE 
O iogurte é um produto fermentado do leite com um sabor ligeiramente azedo. É obtido a 
partir da ação combinada de duas espécies de bactérias, a Streptococcus thermophilus e a 
Lactobacillus delbrueckii subsp.bulgaricus. Essas bactérias consomem a lactose, para obterem 
energia e em contrapartida eliminam o ácido lático. Estes microrganismos possuem uma 
temperatura ótima de crescimentos de 40 a 45oC e um pH de entre 5,0 e 5,7. As culturas do 
iogurte florescem no sistema digestivo onde o seu efeito antibiótico age para combater 
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AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 31
 
inflamações, assim como também pode proteger o intestino de toxinas. O leite coalhado 
preserva a gordura, os minerais e o conteúdo de vitaminas do leite puro, mas apresenta bem 
menos lactose, sendo então um alimento de mais fácil digestão que o leite. 
 Alguns defeitos do leite que impedem o uso na Fabricação de Iogurtes 
Acidez alta; Coagulação do leite estando gelado/sabor amargo ; Sabor de ranço, oxidação ; 
Leite salgado, odor desagradável, gomoso ; Leite com baixa acidez ; Leite com resíduos de 
antibióticos, pesticidas e sanitizantes. 
 Outras Bactérias Envolvidas na Produção do Iogurte 
Além das Streptococcus thermophilus e Lactobacillus delbrueckii subsp.bulgaricus. 
Temos:Lactobacillus acidophilus - Cresce muito devagar no leite.Originada do intestino 
humano. Lactobacillus casei - Utilizado em alguns leites fermentados essa bactéria faz parte do 
Actimel. Bifibacterium spp: O gênero Bifidobacterium é composto de 24 espécies, quais cinco 
atraíram a atenção da Industria Láctea: Bf. adolescentis; Bf. breve; Bf. bifidum; Bf. infantis; Bf. 
longun; 
MANTEIGA 
Produto resultante da batedura do creme de leite fresco ou fermentado pela adição de 
fermento lático selecionado, ao qual se incorpore ou não sal (NaCl). Pode ser deteriorada por 
fungos e bactérias, embora não seja um produto altamente perecível; O alto teor lipídico e a 
baixa concentração de água tornam este produto mais susceptível à deterioração por bolores 
do que por bactérias; Resulta em alteração da cor, odor e sabor. 
 Deterioração por fungos 
Encontrados na superfície da manteiga, onde produzem colorações referentes às cores de 
seus esporos; Agentes causadores: Clasdosporium, Alternaria, Aspergillus, Mucor, Rhizopus, 
Penicillum e Geotrichum e G.candidum (mais freqüente); 
 Deterioração por bactérias 
Mancha de superfície ou putrefação: 
Causada pela Pseudomonas putrefaciens, que se desenvolve em temperaturas entre 4 C e 7 
C; Torna-se visível entre 7 e 10 dias; Apresenta odores relativos a certos ácidos orgânicos, em 
especial o ácido isovalérico; 
Rancidez: 
Causada pela hidrólise da gordura com a liberação de ácidos graxos livres; Agentes 
causadores: Pseudomonas fragi e P. fluorescens (menos freqüente); 
Outros tipos de deterioração (menos comuns): 
Sabor maltado: decorrente do crescimento de Lactococcus lactis var. maltigenes; Odor 
semelhante a gambá : causado pelo Pseudomonas mephitica; Manchas negras: causado por 
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AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 32
 
Pseudomonas nigrifaciens. 
 
Nota: O leite e seus derivados são alimentos muito susceptíveis à deterioração e à presença de 
microrganismos. Procedimentos de higiene e técnicas corretas de manuseio e beneficiamento 
minimizam a possibilidade de ocorrência de contaminação, proporcionando a qualidade 
sanitária adequada dos produtos. Isso garante a saúde da população consumidora e a 
sustentabilidade do produtor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2º Bimestre 
 
Unidade IV (18h/a) – Beneficiamento do leite 
 
3.1 Classificação do leite quanto ao teor de lipídeos; 
 
Integral – É o que apresenta o teor de gordura original, incluindo-se nesta classificação os leites 
tipos A e B,com gordura igual ou superior a 3.2%. 
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AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 33
 
Padronizado - É o que apresenta teor de gordura ajustado a 3%, mediante aplicação de técnica 
permitida pelo D.I.P.O.A., incluindo-se nesta classificação o leite tipo C. 
Desnatado - É aquele quase completamente isento de gordura (inferior a 0.3%). 
Semidesnatado: com um conteúdo de gordura entre 1.5% e 1.8%. 
 
 
 Nota 1: Para que o leite se torne semi-desnatado e leite desnatado toda a gordura é 
removida por centrifugação, o que significa que o leite é colocado em uma máquina que o gira 
e a gravidade separa a gordura do líquido. Após esse processo, a gordura é adicionada de 
volta ao leite aos níveis que o classifica como semi-desnatado (1,7%) e desnatado (0,2%). 
Esse processo reduz as calorias do leite à metade, se comparado o leite normal com o leite 
desnatado. Há diferença de miligramas na quantidade de cálcio entre o leite integral (normal), 
semi-desnatado e desnatado (magro). O leite desnatado possui quantidades similares de 
proteínas, cálcio, potássio, fósforo e outros nutrientes que também são encontrados no leite 
normal (integral). 
 
 Nota 2: A apresentação do leite no mercado é variável e o que, geral, aceita-se a 
alteração de suas propriedades para satisfazer as preferências dos consumidores. Uma 
alteração muito freqüente é a desidratá-lo (Liofilização), tornando-o leite em pó, o que facilita 
seu transporte e armazenagem. Também é usual reduzir o conteúdo de gordura, aumentar o de 
cálcio e agregar sabores. 
Leite em pó o Liofilizado: leite do qual se extrai 95% de água mediante processos de 
atomização e evaporação. Apresenta-se num pó de cor creme. Para seu consumo, só é 
preciso adicionar água. 
Saborizado: é o leite adoçado com açúcar ou adoçante ao qual se adiciona sabores 
tais como chocolate, baunilha, frutas... 
 
Enriquecidos: São preparados lácteos ao que se adiciona algum produto de valor 
nutritivo como vitaminas, cálcio, fósforo, omega-3, etc. 
 
 
 
 
 
3.2 Tratamento térmico; 
 
-Pasteurização; 
 
A pausterização, é um processo de tratamento do leite capaz de inviabilizar a maior parte 
das células vegetativas de bactérias normalmente presentes no leite cru, sem contudo alterar 
suas propriedades ou características. 
Tradicionalmente, o processo caracteriza-se por um aquecimento do leite a temperaturas 
entre 63 e 75º C, por um período variável de 15 a 30 segundos e em seguida havendo um 
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AGROINDUSTRIA - Processamento de Leite e Derivados II 34
 
resfriamento com temperaturas abaixo de 5º C. Esse tratamento fornece uma eficiência 
bactericida superior a 98%. 
Atualmente, a forma mais utilizada de Pasteurização no Brasil é o método UHT (Ultra 
High Temperature), que consiste em aplicar temperaturas ultra elevadas, 130-145º C, por um 
período de tempo muito curto, de 2 a 5 segundos, e depois o resfriamento. 
Quando o leite é submetido a temperaturas elevadas, principalmente por tempo 
prolongado, ele pode mudar de sabor e cor, por este motivo há limites de temperatura e tempo 
para a manutenção de suas características. Existem três tipos de pasteurização: 
 
Pasteurização lenta: também conhecida como LTLT (Low Temperature Short Time, ou 
seja, temperatura baixa tempo longo) a temperatura chega a 63°C por um tempo de 30 
minutos, seguido de resfriamento rápido até 33ºC a 37ºC, no caso de fabricação de 
produtos lácteos, ou até 5ºC,quando for armazenado para consumo.É um processo 
realizado normalmente em tanques de paredes duplas ou para pasteurizar leite em 
pequeno volume.A pasteurização lenta pouco altera a qualidade do leite, sendo mais 
adequada para pequenos produtores que desejam produzir queijos ou outros derivados 
do leite, considerando que o custo com equipamentos é pequeno. 
 
Pasteurização rápida: este processo recebe também o nome de HTST (High 
Temperature and Short Time, ou seja, alta temperatura e curto tempo) a temperatura 
chega a 72°C por um tempo de 15 segundos, seguido de resfriamento brusco. É 
utilizada nos laticínios para grandes volumes de leite e exige equipamentos especiais, 
tendo 99,5% de eficiência na eliminação de microrganismos, acarretando algumas 
alterações na composição do leite. 
Pasteurização muito rápida: recebe também o nome de UHT (Ultra High Temperatura 
ou temperatura ultra-elevada), onde a temperatura varia de 130°C a 150°C, por um 
período de três a cinco segundos. 
 
 
 
 
Fluxograma Pasteurização 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECEPÇÃO C. QUALIDADE 
REFRIGERAÇÃO E 
ESTOCAGEM 
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-Esterilização; 
 
 
 
 
 
 
Sistema U.H.T. – Ultra High Temperature. 
 
 Consiste em um tratamento térmico a alta temperatura por poucos segundos, sendo 
imediatamente resfriado e acondicionado em embalagem asséptica. Este processo garante as 
qualidades nutritivas e essenciais do leite, mantido ao abrigo da luz e ar. É o chamado leite de 
caixinha. 
 Este processo foi desenvolvido e patenteado, sendo utilizadas para diversos produtos, 
como sucos, polpas de tomates, creme de leite, leite condensado, etc. Inicialmente o leite é 
recolhido do produtor, passa por um tratamento de resfriamento e armazenagem para preparar 
PASTEURIZAÇÃO 
 
PADRONIZAÇÃO
HOMOGENEIZAÇÃ
O
 ENVASE 
 
TANQUE DE LEITE 
 
 
 
 PASTEURIZADOR DE PLACAS 
ENVASE 
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o seu transporte até o laticínio onde será beneficiado. Em máquinas automáticas e especiais 
ele é desnatado em centrífugas, onde se separa o soro, a nata e o leite propriamente dito. Daí 
é submetido ao processo de pasteurização chamado UHT, em máquina especial, onde ele 
entra em contato e em contra – corrente com vapor de água em alta temperatura. Aí também é 
feita automaticamente e de maneira computadorizada a dosagem de água e de gorduras 
desejada, com adição de quantidade adequada de nata, que foi separada anteriormente. A 
água excedente é evaporada e o leite, já com a composição desejada e pasteurizado, vai para 
a máquina embaladora, sem entrar em contato com o ar, onde é confeccionada a caixa a partir 
de bobinas e imediatamente embalada o leite pasteurizado e de maneira asséptica. Por isso 
esse leite de caixinha pode ser mantido sem refrigeração e fora da geladeira, enquanto a caixa 
não for aberta. É conhecido como embalagem e processo Tetra Pak, uma empresa americana, 
detentora da patente. 
 
 
130o -150o C/3-5 s 
 
Ultra Alta Temperatura (UAT) 
 
 Ultra High Temperature (UHT) 
 
Alta eficiência (> 99,99%) 
 
Leite necessita homogeneização 
 
Vida útil 4 meses 
 
 
 VANTAGENS 
 
 Elimina todas as bactérias 
 Não necessita refrigeração 
 Custos menores de transporte e estocagem 
 Transporte à longas distâncias 
 Ampliação do mercado de leite 
 Permite estocagem: mercado e domestica 
 
 
 
 DESVANTAGENS 
 
 Alteração do sabor (“cozido”) 
 Perdas de nutrientes 
 Alteração da fração protéica 
 Limitado a leite de beber 
 Não permite uso para fabricação de derivados de leite 
 
 
 
 
MAQUINA DE ENVASE LONGA VIDA 
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3.3 Embalagem e armazenamento. 
 
A embalagem é fundamental para conservação dos alimentos. Acondicionar leite e produtos 
lácteos requer atenção especial visto ser o leite um dos alimentos mais perecíveis. A 
embalagem deve constituir barreira física para microorganismos, evitando a contaminação do 
leite tratado termicamente. Leites pasteurizados (tipos A e B) são, na maioria dos casos, 
acondicionados em embalagem flexível simples de polietileno, necessitando de refrigeração 
(não superior a 7ºC) até no momento do consumo. O leite longa vida recebe um 
acondicionamento asséptico, requerendo materiais que protejam o produto por um maior 
período de tempo e em temperaturas ambientes até que seja aberto. As embalagens tetra-pak 
são feitas de papel (resistência mecânica), alumínio (barreira a gases e luz) e polietileno (evita 
contado do leite com as outras camadas). Atualmente, além de proteger, conservar e viabilizar 
o transporte, as embalagens tornaram-se uma ferramenta de marketing, tendo um visual 
atraente e comunicativo. O rótulo é um importante componente da embalagem, que traz as 
informações do produto, normalmente contendo a marca nominal ou símbolo, nome e endereço 
dos distribuidores, tamanho, usos recomendados e informação nutricional. 
 
Os principais fatores que causam deterioração em alimentos durante o 
armazenamento são: 
 
 Fatores climáticos que causam mudanças físicas e químicas: luz,umidade,vapor, 
O2, temperatura, 
 Contaminação por microrganismos, insetos e solo 
 Danos mecânicos 
 Adulterações 
 
 
Tipos: 
 
Saquinhos: leite pasteurizado; bebida láctea 
 
Cartonado UTH 
 
 
 
Lançada na década de 60 e produzidas no Brasil desde a década de 70, as embalagens 
cartonadas do tipo “Longa Vida”, com o nome original de Tetra Brik Aseptic, são práticas e 
ideais para uma conservação saudável dos alimentos. Seu sucesso se deve à estrutura de 
multicamadas conforme pode ser observado na Figura 1: em número de seis, elas são 
formadas por três materiais: 
 
a- papel duplex (75% da embalagem), cuja principal função é dar estabilidade e resistência; 
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b- plástico (20% da embalagem), isola o papel da umidade, impede o contato do alumínio com 
o alimento, além de servir como elemento de adesão dos materiais presentes na 
estrutura; 
c- alumínio (5% da embalagem), possui a função de dar proteção contra a entrada de luz e de 
oxigênio, além de impedir a troca de aromas entre o alimento e o meio externo, evitando 
assim que o alimento deteriore. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig 1 Fig 2 
 
As saquetas

Outros materiais