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Mariana Alencastro Turma XVII Tratamento de diabetes Introdução -> É uma doença metabólica causada por aumento de glicose na corrente sanguínea. No início há uma liberação normal de insulina, mas menor capacidade de utilização. -> Como o passar do tempo, a produção de insulina no período pós-prandial está afetada. -> DM2: Defeitos na ação ou secreção da insulina. ● Maioria dos pacientes: sobrepeso, obesidade, cetoacidose, maior que 40 anos, sedentarismo → relacionado ao estilo de vida e à genética. ● O paciente vai ter uma produção de glicose hepática aumentada - gliconeogênese e glicogenólise. ● Captação de glicose diminuída. Tratamento -> Plano terapêutico: ● Mudança no estilo de vida: sempre indicada, individualizada, alimentação, atividade física. Tratamento farmacológico -> Categorias: ● Hipoglicemiantes - aumentam secreção de insulina ● Anti-hiperglicemiantes - não aumentam a glicemia. ● Os que aumentam a secreção de insulina de maneira dependente de glicose, além de promover a supressão do glucagon → na chegada do alimento. ● Agentes que promovem glicosúria. -> O fármaco pode atuar: ● No pâncreas - hipoglicemiante - atua nas células beta aumentando a produção de insulina. Com o tempo a célula beta perde sua ação, então esse fármaco, com a progressão da doença, perde a funcionalidade. ● No músculo: captam a glicose com a sensibilização dos receptores GLUT. ● No fígado: reduz gliconeogênese e glicogenólise - anti-hiperglicemiantes. ● No trato gastrointestinal: reduz a reabsorção da glicose Mariana Alencastro Turma XVII -> Etapas do tratamento ● Etapa 1 e 2: ADO monoterapia ou combinada ● Etapa 3: ADO e insulina noturna ● Etapa 4: A insulinoterapia plena pode ser introduzida ou sensibilizadores da insulina Agentes que aumentam a secreção da insulina -> Depende da funcionalidade da célula beta - principalmente nas etapas 1 e 2. -> Os dois têm risco de hipoglicemia. -> Os dois podem ser usados em monoterapia ou combinação (maior risco de hipoglicemia). -> Os pacientes têm que aumentar a frequência de alimentação, não pular refeições, comer mais carboidratos antes de exercícios, andar com uma fonte de glicose (sachê de mel). Mariana Alencastro Turma XVII -> Sulfonilureias: ação hipoglicemiante mais prolongada durante todo o dia → meia vida maior → maior risco de hipoglicemia. ● Estimula o receptor da sulfonilureia ● Como ocorre a liberação de insulina: depende dos íons cálcio e da chegada de alimento → o aumento do nível de glicose aumenta o metabolismo da célula → aumenta ATP disponível → fecha canal de potássio → célula despolariza → abre canal de cálcio → aumento do canal de cálcio livre → aumenta a pré-pró-insulina → pró-insulina → insulina + peptídeo C. ● Os receptores de sulfonilureias estão acoplados aos canais de potássio → quando se liga, o canal é fechado e dá sequência aos eventos sem a chegada do alimento ● Farmacocinética: absorvida pelo trato gastrointestinal, se liga às proteínas plasmáticas 990-99%) - cuidado ao associar, metabolismo hepático (ajuste em quem tem insuficiência). ● Efeitos adversos: hipoglicemia é o mais frequente, pode ter prurido, leucopenia, trombocitopenia, anemia hemolítica, hiponatremia, náuseas, vômitos, retenção hídrica, muito raras: coma e convulsões. ● Gerações da sulfonilureias: primeira, segunda e de última geração → os de última geração tem meia vida mais curta - menor propensão a reações adversas. ● Interações medicamentosas: Inibidores enzimáticos da CYP2CB8/9: maior chance de hipoglicemia - ibuprofeno, omeprazol, sulfas, ácido mefenâmico, trimetoprima, miconazol, piroxicam… ○ Indutor enzimático da CYP2C8/9: maior chance de descompensação glicêmica - carbamazepina, fenitoína, fenobarbital e rifampicina -> Metiglinidas ou glinidas: menor tempo de ação, cobrindo o período pós-prandial, favorece o ganho de peso e menor chance de hipoglicemia. ● Glinidas: Se liga ao próprio canal de potássio, bloqueando diretamente o canal → dá sequência à liberação de insulina. ● Metabolizada pelo fígado - cautela em quem tem insuficiência hepática. ● Excretada pelos rins de forma inalterada. ● Administrar de 1 a 10 minutos antes das refeições, já que seu período de meia vida é curto. ● Interações medicamentosas: ○ A rifampicina pode aumentar o metabolismo. ○ Antibióticos macrolídeos: pode diminuir o metabolismo. ● Reações adversas: sinais de hipoglicemia como sudorese, tontura, tremores e palpitações Mariana Alencastro Turma XVII Agentes que não aumentam a secreção de insulina. -> Pode usar em monoterapia ou associações. Menor chance de ter hipoglicemia - maior vantagem. Fazem parte: -> Acarbose -> Pioglitazona -> Metformina: ● Reduz o nível de glicemia: maior captação e utilização de glicose pelo músculo (sensibiliza os receptores) e diminui a produção hepática de glicose (inibe a gliconeogênese e a glicogenólise). Pode aumentar a sensibilidade à insulina e pode retardar ● Forma de ação pouco conhecida ● Farmacocinética: absorção intestinal (delgado), distribuição (não se liga a proteínas plasmáticas, menor preocupação na hora de associar com outro anti-diabético), meia vida de 2 a 3 horas e eliminação na urina. ● Reações adversas: vômito, náusea, diarreia (com frequência esses três primeiros e principalmente nos primeiros dias - preparações com liberação prolongada ajudam a diminuir os efeitos), desconforto abdominal, gosto metálico, anorexia. → mais raros: vitamina B12 e ácido fólico reduzem. > ● Contraindicações: pacientes com comprometimento renal, hepatopatia grave e ICC - situações de retenção de volume. -> Glitazonas ● Atuam predominantemente na resistência insulínica periférica em nível do músculo, adipócito e hepatócito, sensibilizando a ação da insulina produzida pelo paciente. ● Mecanismo também não é bem conhecido ● Farmacocinética: rápida absorção e quase completa, se liga 99% das proteínas, metabolismo hepático. ● Interações medicamentosas: ○ Inibidores enzimáticos da CYP2CB8/9: maior chance de hipoglicemia - ibuprofeno, omeprazol, sulfas, ácido mefenâmico, trimetoprima, miconazol, piroxicam… ○ Indutor enzimático da CYP2C8/9: maior chance de descompensação glicêmica - carbamazepina, fenitoína, fenobarbital e rifampicina. ● Reações adversas: anemia, edema e aumento do colesterol total. Reduz o peso do paciente pela captação da glicose. -> Acarbose: ● Inibidor da alfa-glicosidases - ela é responsável pelo transporte dos produtos da digestão dos carboidratos. Como o fármaco inibe, a absorção de glicose é comprometida. Mariana Alencastro Turma XVII ● Usado em quem tem dificuldade do tratamento não farmacológico - quem não diminui o consumo de carboidrato - geralmente usado em associação ● Reação adversas: → Gastrointestinais - acúmulo do carboidrato - diarreia, gases, dores abdominais - reduz adesão → Hipoglicemia quando associado a outro hipoglicemiante. Agentes que aumentam a secreção de insulina dependente de glicose e diminuem glucagon -> Inibidores da DPP-4 ● Gliptinas, sitagliptina, vildagliptina, saxagliptina, e linagliptina e alogliptina ● Aumentam secreção de insulina apenas quando a glicose eleva. ● Estabiliza o GLP-1 por inibir a enzima DPP4 ● Sitagliptina, vildagliptina e saxagliptina requerem ajuste posológico na insuficiência renal. ● O GLP 1 é liberado de forma endógena quando o alimento chega no TGI e tem efeito antagonista ao glucagon e estimula a liberação de insulina pelas células beta. Além disso, ele consegue diminuir a atividade hepática (gliconeogênese e glicogenólise), reduz o apetite e diminui o esvaziamento gástrico. O GLP 1 tem todas essas ações, mas são rápidas por causa da enzima DPP-4, que degrada o GLP-1. Os inibidores da DPP-4 vai inibir a enzima aumentando o tempo de ação de DPP-4. ● Esses fármacos são usados em etapas em que há menor liberação da insulina ou são associadas a outras terapias em outras etapas. -> Miméticos e análogos do GLP1 ● Exenatida (mimético), liraglutida e lixisenatida (análogo) ● Indicadoscomo terapias adjuntas Agentes que promovem glicosúria -> Inibidor de SGLT2 ● Dapagliflozina, empagliflozina e canagliflozina ● Inibidores do co transporte de sódio/glicose nos túbulos proximais dos rins ● Podem ser combinados com agentes orais e insulina ● Apresentam baixo risco de hipoglicemia, promovem perda de peso e reduz PA ● Possui riscos de infecções genitais e trato urinário ● Também apresentam ação diurética (glicosúria) ● Não deve ser indicado na insuficiência renal moderada ou grave. Mariana Alencastro Turma XVII Insulina -> Efeitos imediatos: segundos após ligação com receptor, transporte de glicose e íons e modificações covalentes de enzimas ● Inicio de 5 a 60 minutos -> Efeitos tardios: Horas ou dias -> Insulina e DM2: A dose inicial é de 0,1 a 0,2 Ul/Kg/dia que costuma ser prescrita à noite podendo ser feito com NPH à noite e a titulação da dose deve ser feita com base na monitorização glicêmica de jejum ajustando-se 2 a 3 ul a cada 2 a 3 dias até atingir a meta estabelecida. -> Complicações da insulinoterapia: hipoglicemia, sudorese, palidez, tremor, náusea -> Orientações: sintomas e sinais de hipo e hiperglicemia, situações especiais (infecção e exercícios), saber modificar as doses de insulina, transportar sempre glicose ou açúcar comum. -> Preparações ● As que formam cristais ou hexâmeros demoram mais a serem metabolizadas e por isso possuem um tempo de ação maior ● Análogos de insulina de ação ultra rápida são indicados para crianças que muitas vezes não ingerem as quantidades de carboidratos programadas da dieta e para pacientes que apresentam maior risco de hipoglicemia grave ou despercebida ou nos períodos pós-prandiais tardios e noturnos. ● Se observa a estabilidade intraindividual e a solubilidade da preparação, se em suspensão ou solução. Insulina de ação curta (regular): -> Zinco cristalina solúvel. Apresenta-se como uma solução clara e deve ser administrada com uma injeção acompanhada de uma refeição ou lanche com carboidratos dentro de 30-40 minutos. -> Pode ser utilizada com segurança na gestação Mariana Alencastro Turma XVII Preparações ultra rápidas -> LISPRO: Análogo da insulina produzida por tecnologia recombinante que inverte dois aminoácidos. Possui uma ação ultra rápida de duração curta. Isso permite que seja aplicada antes ou após as refeições. -> ASPARTE: Substitui um aminoácido prolina por ácido aspártico carregado. Encontra-se na forma de hexâmeros mas com rápida dissociação em dímeros e monômeros no tecido subcutâneo -> GLULISINA: Análogo obtido pela troca da asparaginase por lisina que faz com que exista baixa proporção de hexâmeros -> Fiasp: formação da insulina asparte adicionada a nicotinamida (B3) resultando em uma absorção mais rápida ainda com um pico de ação ainda mais rápido. Insulina de ação intermediária -> Utilizada na introdução da insulina para DM2 -> Ação é retardada por combinar-se a quantidades apropriadas de insulina e protamina e após a administração subcutânea, enzimas proteolíticas degradam a protamina permitindo a utilização da insulina -> Detemir: tempo de ação variável mas é uma preparação intermediária. Tem ação considerada prolongada mesmo assim se depositando mais no local de injeção e ligação com a albumina. Ação prolongada -> Insulina glargina (U100/U300): Início de ação mais lento e tem efeito hipoglicêmico achatado e prolongado, ou seja, sem pico. Tem ponto isoelétrico menor que a insulina humana levando à precipitação no local da injeção. -> Degludeca: ultra-longa derivada da própria estrutura molecular especialmente projetada para formar multi hexâmeros e estáveis criando um depósito de insulina no tecido subcutâneo. Os monômeros vão se separando gradualmente resultando em uma liberação lenta. Insulina pré-mistura/bifásica -> Combinação de insulina de ação rápida e intermediária em proporções padrão. -> Elimina dificuldade que alguns indivíduos têm quando misturam insulinas.
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