Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Possíveis Complicações no Aleitamento Materno ⇒ O QUE PODEMOS NOTAR AO OBSERVAR AS MAMAS? • Ambas as mamas cresceram e a aréola ficou mais escura durante a gravidez? • As mamas estão ingurgitadas? Algum caroço, edema ou áreas avermelhadas? • Algum sinal de cirurgia de mama? • O mamilo se retrai quando a mãe aperta suavemente a aréola? Os mamilos são planos ou longos. • Mamilos planos ⇒ o bebê pode ter dificuldade de sugar. Ensinar a mãe que nesses casos o bebê tem que abocanhar toda a aréola. • Mamilo invertido ⇒ se os mamilos se retraem quando a aréola é apertada eles são invertidos. Nem sempre é um problema, bebês mamam peito e não bico. Algumas vezes além de invertidos não são protráteis (não espicham, não alongam). Felizmente são raros. #Manejo de mamilos invertidos ⇒ Logo após o parto ajude a mãe a desenvolver sua confiança; explique que bebê mama o peito e não o mamilo; experimentar diversas posições (debaixo do braço); ajude a fazer com que o mamilo se espiche com uso de bomba ou seringa. ⇒ Nas primeiras duas semanas após o parto ⇒ se necessário, ordenhe o leite e ofereça em copinho; ordenhe o leite direto na boca do bebê. • Posição invertida: tem bebês que não aceitam mamar no outro seio devido trocarem a posição. Dessa maneira, é recomendado que a mãe coloque a criança na mesma posição nas duas mamas. Ingurgitamento mamário ⇒ “Mama fica cheia de leite” ⇒ Durante a apojadura entre o 3° e 4° dia após o parto, ocorre ingurgitamento mamário fisiológico ⇒ as mamas encontram-se cheias,pesadas e quentes, mas sem qualquer sinal de hiperemia ou edema. # leite sai facilmente (por sucção ou expressão manual), não necessitando de intervenção. ⇒ Pode ocorrer ingurgitamento mamário patológico ⇒ Ocasionado por 3 eventos ⇒ O leite não é drenado de forma eficiente + há aumento da vascularização local com congestão + obstrução linfática. ⇒ Geralmente ocorrem entre o 4° e 7° dia pós parto. As mamas encontram-se edemaciadas, doloridas e não drenam o leite com facilidade. # Algumas mulheres poderão apresentar febre e mal-estar. # Principais causadores ⇒ técnica de amamentação incorreta ou mamadas muito espaçadas ou separação entre mãe e bebê (drenagem insuficiente de leite). # Para prevenir tal complicação é indicado pega e posicionamento adequado e ofertar leite a livre demanda. ⇒ Tratamento ⇒ Ordenhar manualmente o excesso de leite + Manter a amamentação, com mais frequência e livre demanda. ⇒ Começar a mamada pelo seio mais túrgido. ⇒ Realizar massagem circular quando as mamas estiverem túrgidas + Recomendar o uso de sutiã apropriado, de alças largas, que sustente bem os seios. ⇒ Fazer compressas frias nos intervalos entre as mamadas por um período não superior a quinze minutos, para diminuir a produção láctea. # Caso necessário use analgésicos ou antiinflamatórios. Dor e Trauma Mamilares ⇒ A dor mamilar é comum na primeira semana de pós-parto. ⇒ Caso esteja ocorrendo após esse período intensa e persistente ⇒ pode estar sendo provocada por trauma (fissuras, bolhas, equimoses), candidíase ou síndrome de Raynaud. ⇒ FISSURAS MAMILARES ⇒ Pode ser causada por mau posicionamento e pega incorreto, uso de bombas, uso de chucas e mamadeiras, colocação do dedo indicador da mãe na aréola (para o bebê respirar), aréola distendida e endurecida, uso de óleos, cremes e sabonetes; freio lingual curto; monilíase ou candidíase (ao amamentar “sente uma agulhada”). ⇒ Prevenção e tratamento das fissuras⇒ oriente higiene do peito só com o próprio leite; antes de colocar o bebê, esvaziar a aréola; oriente a boa pega (4 pontos chaves – AVALIE A MAMADA); iniciar a mamada pelo peito menos dolorido; banho de sol ou de luz; manter os mamilos secos e arejados; colocar peneira de chá para proteger o mamilo; ao fim da mamada, introduzir o dedo mínimo no canto da boca do bebê para desfazer o vedamento, soltando-o do peito sem traumatizar o mamilo. Caso necessário, tratar monilíase (nistatina ou violeta de genciana). Mastite ⇒ Processo inflamatório da mama causada por estase do leite e infecção. ⇒ Pode acometer somente a pele ou aprofundar-se pelo parênquima e interstício. # Causado 95 % das vezes pelo Staphylococcus aureus. Outros agentes menos comuns: estreptococos e E coli. ⇒ Prevenção semelhante a do trauma mamilar e ingurgitamento. ⇒ Uso de antiinflamatorio. ⇒ Antibioticoterapia apenas se⇒ quadro clínico significativo desde o início ou leucócitos > 106 /ml e bactérias > 103/ml no leite materno ou fissuras visíveis no mamilo ou ausência de resposta ao tratamento após 12-24 horas. ⇒ tratamento ambulatorial ⇒ cefalexina ou amoxicilina + ácido clavulânico por 10-14 dias. ⇒ tratamento hospitalar ⇒ oxacilina, IV 10 a 14 dias. ###### Não contraindica a amamentação, pois apesar da presença de bactérias no leite, as mesmas não trazem prejuízo à saúde do bebê. Galactocele ⇒ “Cistos presentes em meio ao tecido mamário” ⇒ Diagnóstico feito através do exame clínico + ultrassonografia da mama ⇒ Tratamento feito com a excisão cirúrgica devido a sua tendência à recidiva. Abscesso Mamário ⇒ Dor intensa + formação de nódulo palpável e flutuante de pus + febre. ⇒ Pode ser complicação da mastite ou por seu tratamento ineficiente. É causado, na maioria das vezes, pelo Staphylococcus aureus. ⇒ O diagnóstico é sugerido pelo exame clínico + ultrassonografia da mama (comprova a presença de cavitação). ⇒ Tratamento é feito com drenagem cirúrgica + administrar antibióticos + esvaziar regular da mama. # A recomendação da OMS é a de que a amamentação seja suspensa na mama com abscesso até que o mesmo tenha sido drenado. Candidíase ⇒ Infecção dos mamilos causada pela Candida albicans (geralmente transmitida pela criança). ⇒ Cursa com dor e sensação de prurido que se irradiam pela mama, a pele torna-se hiperemiada, brilhante e com fina descamação. ⇒ Prevenção ⇒ mamilos ventilados e expostos ao sol. ⇒ Tratamento ⇒ aplicação local de nistatina, miconazol ou cetoconazol por 14 dias e tratamento da criança simultaneamente mesmo sem sintomas (miconazol gel). # Se esse tratamento não for efetivo ⇒ usar fluconazol via oral por 14 a 18 dias para a nutriz. Síndrome de Raynaud ⇒ Isquemia intermitente do mamilo ⇒ Provavelmente causado por compressão do mamilo, trauma ou exposição ao frio. ⇒ Sintomas ⇒ palidez, dor, queimação que podem durar de minutos até horas. ⇒ Tratamento ⇒ compressas mornas. #Alguns autores sugerem o uso de ⇒ nifedipina, vitamina B6, suplementação com cálcio, magnésio e ibuprofeno. Pouco Leite ⇒ A média de produção de leite “normal” é de 800ml/dia (valor que ultrapassa a necessidade do bebe). ⇒ Muitas mães queixam-se de que tem “pouco leite” ou que seu “leite é fraco”. Contudo olhando para crescimento do bebe, se dentro do percentil, pode ser apenas impressão da mãe. ⇒ Fatores como depressão puerperal, técnica inadequada de amamentação, afecções mamárias, uso de chupetas/complementos, perda de peso excessiva pela mãe (> 500 g/ semana), Medicações e/ou substâncias (bromocriptina, cabergolina, estrogênios, progestagênios, pseudoefedrina, álcool e nicotina), doenças maternas sistêmicas podem levar de fato a uma redução da produção láctea. ⇒ Nesse caso será possível perceber alguns sinais clínicos de insuficiência láctea ⇒ Ganho de peso insuficiente, bebê não fica saciado após a mamada, bebê que chora muito mesmo após a mamada, redução da diurese (< 6 vezes/dia), fezes em pequena quantidade, secas e endurecidas, ⇒ Tratamento ⇒ Correção da pega, aumento na frequencia das mamadas, oferecer as 2 mamas em toda mamada, dieta balanceada, repouso. # Algumas substâncias podem ser utilizadas como último recurso para estimular a lactogênese, se as medidas anteriores não forem suficientes : ⇒ Domperidona (30 mg VO, 3x/dia). #não penetrar a barreira hematoencefálica ⇒ menos efeitos colaterais extrapiramidais. ⇒ Metoclopramida (10 mg, VO, < 3x/dia). ⇒ Uso de algumas drogas durante o aleitamento podem prejudicar esse processo. # Uso de cafeína ⇒ Pode provoca irritabilidade e insônia no lactente. # Nicotina ⇒diminui a produção de prolactina e pode causar vômitos, irritabilidade e insônia no lactente. # Álcool ⇒ quando consumido em quantidade > ou = a 1 g/kg/dia ⇒ Provoca distúrbio cognitivo no lactente, entorpecimento, astenia e baixo ganho ponderal. # Se consumido em pequena quantidade, deve ser tomado preferencialmente após a mamada e mantido um intervalo de cerca de 2 horas até a próxima. ⇒ CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS DA AMAMENTAÇÃO • Mãe portadora do vírus HIV. • Mãe portadora dos vírus HTLV1 e HLTV2. • Fármacos que são incompatíveis com a amamentação. Ex.: antineoplásicos e radiofármacos. • RN com galactosemia.
Compartilhar