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Trauma: lesão caracterizada por alterações estruturais ou desequilíbrio fisiológico, decorrente de exposição aguda a várias formas de energia: mecânica, elétrica, térmica, química ou radioativa. Terceira causa de morte no Brasil, atrás de d. cardiovasculares e câncer. Pct Politraumatizado: apresenta lesões em dois ou mais sistemas de órgãos (tórax, abdome, trauma cranioencefálico, fratura de ossos longos etc.); Necessário q pelo menos uma ou a combinação delas represente risco vital. Distribuição Trimodal das mortes 1º Segundos a minutos do evento • 50% dos óbitos; • Causas: lacerações da aorta, traumatismo cardíaco e as lesões à medula espinhal e ao tronco cerebral, determinando apneia. • Redução: sinalizar estradas, campanhas de segurança. 2º Minutos a horas do acidente • 30% dos óbitos • Causas: hemorragias - ruptura esplênica, lacerações hepáticas, fraturas pélvicas –, o hemopneumotórax e os hematomas epidural e subdural • Redução: atendimento adequado, rápida avaliação e medidas de ressuscitação. “Golden hour”. 3º Várias horas a semanas do acidente • Causas: Sepse, disfunção sistêmica de múltiplos órgãos • Redução: Cuidados anteriores podem influenciar no prognóstico 1. PREPARAÇÃO • Pré hospitalar o Equipe que atende a vítima no local deve informar a transferência para o hospital; p/ mobilizar equipe do trauma o Sinalizar a via pública; o Manter vias aéreas, estabilizar cervical, controlar hemorragias externa e imobilizar pct p/ o transporte o Informar sobre hora q ocorreu e suas circunstâncias • Hospitalar o preparo da emergência – acionar profissionais o Sala de reanimação adequada – tubo, laringoscópio, material para acesso cirúrgico, etc o Soluções de reanimação na temperatura adequada – Ringer Lactato o Equipamentos para monitoração ventilação funcionantes o Equipe protegida contra d. transmissíveis – hepatites virais, HIV, etc 2. TRIAGEM Classificar os pct de acordo com o tipo de tto necessário e os recursos disponíveis. (gravidade, qual pode ser salvo ou não) Situações q ocorrem a triagem • Hospital capaz de atender todas as vítimas - pacientes com risco de vida iminente e aqueles com lesões multissistêmicas serão atendidos primeiro. – Múltiplas Vítimas • Hospital incapaz de atender todas as vítimas – em desastres; vítimas com maior probabilidade de sobreviver serão atendidas primeiro – Vítimas em Massa 3. EXAME PRIMÁRIO Identificação e o tratamento prioritário das lesões que implicam em risco de vida. Sistematização do atendimento: ABCDE A – PROTEÇÃO (ESTABILIZAÇÃO) DA COLUNA CERVICAL E AVALIAÇÃO DAS VIAS AÉREAS • Coluna Cervical o É prioritário a sua estabilização – com colar e prancha longa com coxins laterais o trauma fechado - trauma contuso acima do nível da clavícula o rebaixamento de nível consciência o politraumatizado • Retirada do Colar o Sem exames ▪ Pct alerta ▪ Sem dor cervical ▪ Sem abuso de álcool/droga ▪ Exame neurológico dentro da normalidade o Com exames ▪ Quando não atende um dos requisitos anteriores ▪ Radiografia da cervical (C1-T1) com incidência lateral. • Óbitos por lesões traumáticas da coluna o 80% por luxações do atlas-occipital e fraturas de C1-C2. o 2º causa fratura de Hangeman - avulsão de arcos de C2 e fratura de C2 sobre C3. Politraumatismo, nv de consciência alterado, traumatismo fechado acima da coluna – Considerar potencial lesão da coluna cervical. Vias Aéreas • Via aérea artificial o Indicação ▪ Alteração na fonação, qnd sem alt – adm O2 com máscara facial ▪ Cianose ▪ Esforço respiratório ▪ Cornagem (estridor/ ronco) ▪ Agitação – por hipóxia ▪ Letargia – predomínio de hipercapnia o Métodos ▪ Cânula de Guedel ▪ Ambu ▪ Máscara Laríngea ▪ Crico por punção – dura de 30 a 45 min o Vítima com rebaixamento do nível de consciência ▪ Elevar queixo chin-lift ▪ Tração da mandíbula (jaw-thrust) ▪ Laringoscopia direta seguida de sucção - presença de corpos estranhos, vômitos, acúmulo de saliva e sangue • Via aérea definitiva cânula endotraqueal (com balão insuflado) adequadamente fixada e conectada a um sistema de ventilação assistida com mistura enriquecida em O2. o Indicação ▪ Apneia. ▪ Proteção das vias aéreas inferiores contra aspiração de sangue ou conteúdo gástrico. ▪ Comprometimento iminente das vias aéreas - lesão por inalação, fraturas faciais ou convulsões reentrantes ▪ TCE necessitando de hiperventilação – Glasgow <8 ▪ Incapacidade de manter oxigenação adequada com ventilação sob máscara. o Métodos ▪ 1 - Intubação Endotraqueal Orotraqueal - preferencial Nasotraqueal ▪ 2 - Via Aérea Cirúrgica Cricotireoidostomia Cirúrgica Traqueostomia – pct <12 anos, fratura de laringe Indicação Trauma maxilofacial extenso - com fragmentos dentários e muita secreção e sangue na via aérea Distorção anatômica do pescoço - cirurgia Incapacidade de visualizar a VA – edema de glote, acúmulo de sangue e secreções Quando Não Conseguir Intubar! • Procedimentos o Intubação orotraqueal – preferencial ▪ Coluna sempre retificada ▪ Anestésico de ação rápida - etomidato dose de 0,3 mg/kg ▪ Bloqueadores neuromusculares- succinilcolina dose de 1 a 2 mg/kg, ou o rocurônio (principalmente em crianças), na dose de 1 mg/kg. ▪ Não é necessário hiperextensão da coluna cervical ▪ Uso de capnógrafo – mede CO 2 para saber se o tubo está bem posicionado o Intubação Nasotraqueal às cegas – menos utilizado ▪ Pct deve estar alerta e colaborativo ▪ Movimentos profundo facilitam a intubação ▪ Pode causar necrose por pressão do tubo em partes moles e sinusite ▪ Contraindicado – apneia, trauma de face o Videolaringoscopia – via aérea de difícil acesso ▪ tubo esôfago-traqueal (multilumen esophageal airway device – oclui o esôfago ▪ Introdutor de tubo traqueal de Eschmann - Guia para a Intubação Traqueal (GIT), Bougie ou Gum Elastic Bougie – quando as cordas vocais não são identificadas o Cricotireoidostomia Cirúrgica ▪ Incisão transversa cervical sobre a memb. Cricotireoide (entre a cartilagem tireoide e cricoide da laringe) ▪ orifício deve ser dilatado delicadamente com pinça hemostática ▪ inserimos uma cânula que terá sua extremidade distal posicionada na altura da traqueia – Portex 7-8 mm o Cricotireoidostomia por Punção ▪ Punciona a membra cricotireoide com uma agulha ▪ Passa uma cânula de grosso calibre em direção à traqueia através da memb. Cricotireoidiana ▪ Inicia ventilação intermitente – paciente é acoplado e ventilado em uma fonte de oxigênio de alta pressão (40 a 50 psi), a 15 litros/ minuto. Tem grande retenção de CO2, pq a expiração é curta ▪ Pode ser utilizada em crianças <12 anos Devemos utilizar a cricotireoidostomia por punção sempre que existir indicação cirúrgica de se acessar a via aérea e a manobra tenha que ser realizada em segundos, sem atraso algum! B - VENTILAÇÃO E RESPIRAÇÃO • Garantir oxigenação as todas as vítimas de trauma – máscara facial (fluxo de 11 L/min) ou tubo endotraqueal • Monitorar – oxímetro ou saturímetro, ECG contínua • Exame físico – inspeção, palpação, ausculta e percussão (maciço – hemotórax, hipertimpânica – pneumotórax) o Em casos não complicados, observamos esforço respiratório simétrico e murmúrio vesicular bilateralmente audível • Radiografia de tórax em AP (ântero-posterior, pq o pct não pode ser retirado da sala de trauma) • Ventilação mecânica - presença de lesão grave à parede torácica (diminuição do drive respiratório); hipoxemia com infiltrados no parênquima • Armadilhas da fase B o Pneumotórax Hipertensivo ▪ Fluxo de ar unidirecional - acúmulo de grande quantidade de ar sob pressão na cavidade pleural. ▪ Etiologia Mais comum em traumas fechados Ventilação mecânica com pressão positiva em pacientes traumatizado - lesões pleuropulmonares assintomáticas ou não percebidas durante o atendimento pré- hospitalar ou na realização do exame primário ▪ Diagnóstico: Clínico ▪ Consequências: Colapso do pulmão ipsilateral ao pneumotórax. Desvio do mediastino com compressão do pulmão saudável, gerando insuficiência respiratória. Comprime traqueia e pulmão contralateral Desvio do mediastino provocando angulação dos vasos da base. Este fenômeno dificulta o retorno venoso e ocasiona, portanto, redução do débito cardíaco com hipotensão e/ou choque. Aumento de pressão intratorácica, o que contribui em menor escala para a diminuição do retorno venoso. ▪ Considerar Pneumotórax hipertensivo quando: Dispneia importante acompanha de um ou mais desses achados: Desvio contralateral da traqueia. Enfisema subcutâneo. Hipertimpanismo à percussão do hemitórax acometido. Ausência ou diminuição do murmúrio vesicular no hemitórax acometido. Turgência jugular (dificuldade no retorno venoso por angulação dos vasos da base). Hipotensão ou choque. ▪ Tratamento imediato Toracocentese – agulha calibrosa, no segundo espaço intercostal, na linha hemiclavicular. Transforma em pneumotórax aberto - atenuando as repercussões hemodinâmicas e melhorando a ventilação ▪ Tratamento definitivo Toracostomia com drenagem em selo d’água (drenagem fechada) - dreno geralmente é inserido através de incisão realizada no nível do 5º espaço intercostal, entre as linhas axilar anterior e média. Deixa o dreno. o Pneumotórax Aberto ▪ Tem duas vias de entrada – a normal e da ferida (direto para a pleura) - pneumotórax ▪ Quando o doente inspirar, o ar seguirá preferencialmente pela abertura torácica em vez de penetrar na via aérea – Insuficiência Respiratória ▪ Quando iguala a pressão o ar não entra mais. ▪ Mais comum em traumas aberto ▪ Tratamento imediato Oclusão da ferida Curativo quadrangular fixo em 3 lados – para o ar sair na expiração e não entrar na inspiração. Se fechar todo o curativo pode ocasionar o pneumotórax hipertensivo ▪ Tratamento Definitivo Toracostomia com drenagem em selo d’água com fechamento da ferida o Tórax Instável (flail chest) ▪ Fratura de pelo menos 2 ou mais arcos costais consecutivos, com cada arco fraturado em dois ou mais pontos. ▪ Separação dos arcos costais do esterno (disjunção costocondral) ▪ Não há expansão correta da caixa torácica ▪ Respiração paradoxal - durante a inspiração o segmento fraturado colaba e, durante a expiração, há abaulamento desta região. ▪ Contusão pulmonar – trauma lesiona o parênquima pulmonar subjacente, sangue nos alvéolos e interstício do pulmão -> Insuficiência respiratória aguda ▪ Tratamento Analgésico – opiáceos ou derivados IV ou epidural Pcts taquipneicos e hipoxêmicos após tto anterior – suspeitar de lesões abdominais ou contusão pulmonar Intubação endotraqueal e a ventilação com pressão positiva C – CIRCULAÇÃO • Instabilidade hemodinâmica • Reposição volêmica acesso periférico – vv. Antecubital e do antebraço • Acesso profundo – Téc Seldinger (v. femoral, jugular interna ou subclávia • Colher amostras - teste de gravidez, gasometria venosa e dosagem do lactato, toxológico • Crianças <6 anos – tentar colocar agulha intraóssea antes de tentar acesso central. o a três dedos da tuberosidade tibial o Considerar tbm quando n obter acesso periférico nem central em adultos • Hemorragia externa – atd pré hospitalar o Compressão e depois curativo compressivo o Torniquete – lesão de extremidades o Estabilização Pélvica ▪ Prefabricated pelvic binder ▪ Uso de lençol o Fixação externa do anel pélvico – CC • Choque Hipovolêmico – principal causa de choque no pct politraumatizado o Causas ▪ Lesões Abdominais – PRINCIPAL ▪ Tórax – hemotórax maciço ▪ Pelve ▪ Fraturas de ossos longos • Classificação de Hemorragias o Hemorragias Classes I e II – sangramento não grave ▪ Perda de até 1500ml ▪ PA - normal o Hemorragia Classes III e IV – sangramento grave ▪ Perda > 1500 ml ▪ PA - diminuída o Sinais clássico de má perfusão III e IV ▪ Queda na pressão arterial sistólica ▪ taquicardia importante ▪ taquipneia ▪ alterações significativas no estado mental ▪ IV ▪ Pele fria, cianótica e úmida o Interromper a hemorragia – cirurgia ou embolização o Transfusão sanguínea o Cristaloide de Eleição ▪ Ringer lactato - composta de cloreto de potássio, cloreto de sódio, cloreto de cálcio e lactato de sódio, aquecido a 39ºC Grande infusão de soro fisiológico pode levar à acidose – disf. Renal é fator de risco • Reposição Volêmica o 1 a 2 L - adulto o 20 ml/kg – criança • Avaliação da reposição volêmica o débito urinário – melhor 0,5 ml/kg/h - adultos; 1 ml/kg/h <12 anos; 2ml/kg/h < 1 ano o nível de consciência o perfusão periférica o valores do lactato e déficit de bases • Alvos da infusão o PA menor que a normal – ressuscitação balanceada (suficiente para evitar a hipoperfusão de órgãos e, ao mesmo tempo, não agravar o sangramento) Pq o aumenta da PA pode aumentar o sangramento. • 30% dos pct desenvolvem coagulopatia o Próprio trauma o Diluição das plaquetas e fat. De coagulação – muito liq adm o Hipotermia – disf. Plaquetária e de coagulação • Pct q não necessitam de transfusão maciça o Plaquetas; plasma fresco congelado; crioprecipitado • Pcts que precisam de transfusão maciça o > 10 UI de concentrado de hemácias nas 24 horas o Emprego precoce dos itens anteriores e infusão menos agressiva de cristaloides – aumentar a probabilidade de sobrevida. • Causas de instabilidade hemodinâmica refratária à reposição de cristaloides o Pneumotórax hipertensivo, Infarto do miocárdio e o Tamponamento cardíaco ▪ sangue na cavidade pericárdica “comprime” o coração, aumenta suas pressões intracavitárias e, com isso, impede um enchimento diastólico adequado. ▪ Considerar em o Vítimas de trauma torácico aberto o Trauma fechado – apresentando a tríade de Beck ▪ Hipotensão ▪ turgência jugular ▪ abafamento das bulhas cardíacas ▪ Diagnóstico – Ultrassonografia abdominal utilizando janela subxifoidiana ▪ Tratamento – toracotomia ou pericardiocentese (15-25 ml, qnd n puder fazer a cirurgia imediatamente) o Contusão miocárdica ▪ Em até 1/3 doa traumas fechado torácico ▪ Suspeita o Vítima de trauma fechado torácico com alt ECG - arritmias ventriculares, fibrilação atrial, bradicardia sinusal ou bloqueio de ramo direito o Embolia aérea ▪ fístula entre um brônquio e um ramo da veia pulmonar. ▪ Toracotomia de emergência CC - fístula entre um brônquio e um ramo da veia pulmonar, aspira o ar acumulado no ventrículo e arco aórtico. D - INCAPACIDADE / ESTADO NEUROLÓGICO – DISABILITY • Escala de coma de Glasgow – saber tudo, cai muito na prova • Reflexo pupilar • Movimentação das extremidades E – EXPOSIÇÃO/ CONTROLE DO AMBIENTE • Despir a vítima – pra ver se ter outras lesões • Aquecer – cobertor térmico ou controlar a temperatura da sala 4. REANIMAÇÃO • Acesso ás vias aéreas – garantir ventilação adequada • Interrupção de outros proced – caso seja neces reanimação 5. Medidas Auxiliares ao Exame Primário e a Reanimação • O que pode ser feito na sala de trauma • Monitoração eletrocardiográfica contínua • Cateter urinário -exceto quando suspeitar de lesão uretral (sangue no meato uretral, equimose perineal, sangue no escroto deslocamento cefálico da próstata ou fratura pélvica) • Cateter gástrico • Monitoração – FR, SO2,gasometria arterial, PA, Débito urinário • Exames radiológicos o coluna cervical em incidência lateral o tórax em incidência Anteroposterior(AP) o pelve também em incidência AP. • Exames p/ identificar sangramento oculto intra- abdominal o Lavado Peritoneal Diagnóstico (LPD) o Ultrassonografia o Um dispensa o uso do outro, exceto em casos de hérnia abdominal q faz os 2. 6. Exame Secundário (da cabeça aos pés) e História • Após paciente estável e que não foi para o CC • História Clínica AMPLA o Alergia? o Medicamentos? o Passado médico/prenhez o Líquidos e substâncias o Alimentos • Exame físico minucioso – da cabeça aos pés 7. Medidas Auxiliares ao Exame Secundário • Solicitar novos exames necessários o Radiografias adicionais da coluna cervical e das extremidades; o tomografia computadorizada da cabeça, do tórax, da coluna e do abdome o urografia excretora o ecocardiograma transesofágico; o broncoscopia o esofagoscopia 8. REAVALIAÇÃO • Reavaliar constantemente 9. TRATAMENTO DEFINITIVO • nesse momento que a necessidade de transporte ou não para hospitais mais especializados deve ser julgada • Exemplos de procedimentos definitivos - grandes reconstruções intestinais, craniotomia com drenagem de hematomas intracranianos e correções de fraturas.