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Desenvolvimento da Coordenação Motora e Lateralidade na Infância

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17
	Abdias Floriano Tisso
Denisses Vasco 
Joana José Milito
Suneila Nunes Fogão 
Lateralidade
 Licenciatura em Psicologia educacional 
3° Ano 
Universidade Licungo
Quelimane
2020 
 Abdias Floriano Tisso
Denisses Vasco 
Joana José Milito
Suneila Nunes Fogão 
 
Licenciatura em Psicologia educacional 
3° Ano 
Trabalho de carácter avaliativo
a ser apresentado na cadeira de
Psicomotricidade,
Leccionada por:
Dr. Leonel John
Universidade Licungo
Quelimane
2020
Índice
1.Introdução	3
1.1.Objectivo	3
1.2.Metodologia	3
2.Breve historial da lateralidade	4
2.1.Lateralidade	4
2.2.Lateralidade cruzada	5
2.3.Importância da lateralidade	5
3.Desenvolvimento da coordenação motora na criança	6
3.1.Capacidades básicas do processo de coordenação	6
3.2.Afasia, apraxia e lesões no hemisfério esquerdo	7
3.3.A localização da área de Broca:	8
4.Testes de lateralização cerebral de funções	8
4.3.Imagens cerebrais funcionais	9
5.A relação entre a lateralidade da fala e a preferência por uma das mãos	9
6.Lateralização cerebral de funções: Split Brain	10
6.2.Diferenças Neuronais entre Homens e Mulheres	10
7.Pequenas diferenças versus diferenças hemisféricas do tipo tudo-ou-nada	11
8.A teoria linguística	12
9.A localização cortical da linguagem: o modelo de Wernicke-Geschwind	12
9.1.Os antecedentes históricos do modelo de Wernicke-Geschwind	13
10.Afasia de Broca	14
10.1.Afasia de Wemicke	14
11.O modelo de Wernicke-Geschwind	15
11.1.Avaliação do modelo de Wernicke-Geschwind	16
12.Estimulação eléctrica do córtex e localização da linguagem	16
12.1.O status actual do modelo de Wernicke-Geschwind	16
13. Conclusão	18
14. Referencia bibliográfica……………………………………………………………………...19
 
1. Introdução
A psicomotricidade é a relação compreensível entre a criança e o meio. Durante o desenvolvimento infantil a falta de estímulos adequados e posteriores deficits no desenvolvimento psicomotor podem acarretar dificuldade de aprendizagem. O reconhecimento de factores deficitários pela avaliação do perfil psicomotor é importante para traçar directrizes de intervenção voltadas à população em questão, seja para fins de prevenção ou de reeducação, no ambiente escolar ou terapêutico. Assim, o objectivo do estudo, é caracterizar os factores psicomotores de lateralidade e noção do corpo em crianças com dificuldade de aprendizagem. 
A lateralização, um dos factores psicomotores, relaciona-se com a especialização hemisférica do cérebro, a dominância homolateral (manual, pedal e ocular, principalmente) e o reconhecimento de direita e esquerda (em si e no outro). Caso esse aspecto esteja deficitário, pode ocorrer comprometimento de diversos aspectos no contexto escolar, como por exemplo, a orientação de letras e números (espelhamento) e o sentido da escrita (Duzzi; Rodrigues; Ciasca, 2013).
1.1. Objectivo 
Geral 
· Conhecer a localização lateral da linguagem do modelo wirnick e da broca.
Específicos 
· Identificar, as diferenças entre dois hemisférios esquerdo e directo.
· Explicar as capacidades básicas do processo de coordenação, a lateralização cerebral e as suas funções.
· Analisar, desenvolvimento da coordenação motora na criança 
1.2. Metodologia 
Para a concretização dos objectivos deste trabalho tornou-se indispensável o uso de Google académico e a consulta bibliográfica e revisão das literaturas que abordam o assunto com consistência, conforme sustenta a referência bibliográfica no fim.
2. Breve historial da lateralidade
Em 1836, Marc Dax, um médico rural desconhecido, apresentou um breve relatório em um encontro da sociedade médica da França. Foi sua primeira e única comunicação científica. Dax estava surpreso pelo fato de que, dos 40 pacientes com lesões cerebrais com problemas de fala que havia tratado durante a sua carreira, nenhum apresentava lesões restritas ao hemisfério direito. Seu relato despertou pouco interesse e Dax morreu no ano seguinte, sem saber que havia antecipado uma das áreas mais importantes da pesquisa neuropsicológia moderna 
Neste sentido, o conceito de lateralidade surge associado a estes aspectos relativamente ao lado direito e esquerdo do corpo. A lateralidade é considerada a manifestação externa da actividade cortical integrativa, expressando-se em movimentos e acções motoras a acção assimétrica do hemisfério cerebral. As interpretações iniciais da lateralidade foram bastante simplificadas com a dominância cerebral geralmente referindo-se ao hemisfério esquerdo, enquanto o hemisfério direito era considerado como o hemisfério subdominante (Broca, 1861). 
Recentemente, estudos neuro-psicológicos revelaram que ambos os hemisférios funcionam em conjunto, possuindo todavia diferentes formas de processamento da informação (Bala et all, 2010). Assim, segundo os autores, é preferível considerar um padrão em mosaico da função cerebral, em que algumas funções estão organizadas com dominância no hemisfério esquerdo e outras com preponderância no hemisfério direito, não havendo um domínio exclusivo de um ou outro hemisfério. 
2.1. Lateralidade 
Lateralidades ocorrem quando se verifica o domínio de um lado do corpo sobre outros, portanto a esferas motora da parte esquerda ou directa tem a excedência em relação a outra. Quando bebe, e considerado ambidestro ou seja utiliza sempre as duas mãos. Por volta de 6 a 8 anos de idade a lateralidade se manifesta, não sebe o certo o que provoca esse fenómeno mais alguns pesquisadores crêem seja ela de natureza genética.
Segundo Souza e Teixeira (2011) a lateralidade é entendida como um elemento dinâmico da motricidade humana, em que predisposições inatas são reforçadas ou alteradas pela contínua interacção com o ambiente durante a vida do indivíduo.
2.2. Lateralidade cruzada 
Segundo Fonseca (1993), a dominância lateral cruzada pode ser considerada como causa de certos desequilíbrios e perturbações. Se o olho e a mão, por exemplo, são de dominâncias inversas (dominância direita para a mão e esquerda para o olho, por exemplo), podem surgir dificuldades na aprendizagem da leitura. Como foi referido acima, outros estudos observaram, ainda, uma elevada percentagem de PM indefinida em crianças com dificuldades de aprendizagem (Amaro et al., 2010; Rosa Neto et al., 2007; Rosa Neto et al., 2005). Estes resultados foram também verificados num estudo de Rosa Neto et al. (2000) em que as dificuldades de aprendizagem foram observadas não apenas em crianças com lateralidade indefinida, mas igualmente em crianças com lateralidade cruzada. 
Segundo Bell (2005), a elevada incidência de destros consistentes talvez seja determinada por factores sociais, pois é comum observar a influência da família para que a criança utilize a mão direita em vez da mão esquerda. Assim, é provável que pessoas sinistram-nas na infância, preferindo, por exemplo, preferência pela mão e pé esquerdos ou mão e olho esquerdos, adquiram lateralidade cruzada devido a pressões socioculturais no sentido da mudança de mão para a direita. 
2.3. Importância da lateralidade 
Fonseca (2007) refere a importância da lateralidade no desenvolvimento da criança, salientando que uma lateralidade indefinida se encontra associada a problemas como a dislexia, a gagueira e problemas de estruturação temporal e espacial. 
Rosa Neto et al. (2013) salientam que as crianças com lateralidade indefinida não podem ser consideradas como apresentando uma patologia, mas sim vulneráveis em relação ao processo de alfabetização. 
No sentido de prevenir e intervir em prováveis dificuldades no processo de aprendizagem escolar das crianças, os autores referem a necessidade de introduzir no contexto escolar programas de estimulação motora específicos para o desenvolvimento da lateralidade funcional e da organização espacial das crianças. 
3. Desenvolvimento da coordenação motora na criança 
O desenvolvimento motor é um processo complexo e progressivo que se inicia no momento da concepção, evoluindo até ao estado adulto e desenrolando-se até ao final da vida (Galluhue & Ozmun, 2005). A actividade motora é detectada durante a gravidez quando ofeto dá sinais de vida através dos seus movimentos. À medida que a criança cresce, ela desenvolve várias capacidades motoras cada vez mais complexas. O movimento é o próprio centro da vida activa das crianças, sendo fundamental para o seu desenvolvimento motor, cognitivo e afectivo (Gallahue, 2005). Este autor identifica quatro fases no desenvolvimento motor. 
· A primeira corresponde à fase do movimento reflexo, in útero, até um ano de idade; Fundamentais, que devem ser desenvolvidos sobretudo nos primeiros anos da infância, referem-se a actividades locomotoras (como saltar e correr), manipulativas (como lançar e agarrar) e estabilizadoras (como andar com firmeza e equilibrar-se num pé).
· A segunda, fase do movimento rudimentar, situa-se entre o nascimento aos 2 anos; Na fase de movimentos especializados, o movimento torna-se uma ferramenta que se aplica a muitas actividades motoras complexas presentes na vida diária, no lazer e no desporto. Este é o período em que as habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais são gradualmente aperfeiçoadas, combinadas e elaboradas para o uso em situações cada vez mais exigentes. 
· A terceira, fase do movimento fundamental, dos 2 aos 7 anos, Na fase de movimentos fundamentais, o desenvolvimento motor representa um período em que as crianças são muito activas, explorando e experimentando as capacidades motoras dos seus corpos. 
· A fase de especialização, dos sete aos 14 anos. Na fase de movimentos especializados, o movimento torna-se uma ferramenta que se aplica a muitas actividades motoras complexas presentes na vida diária, no lazer e no desporto. 
3.1. Capacidades básicas do processo de coordenação
Segundo Meinel e Schnabel (1976) existem três capacidades básicas do processo de coordenação: a capacidade de condução motora, a capacidade de adaptação e readaptação motoras e a capacidade de aprendizagem motora. Estas três capacidades básicas expressam-se numa relação de reciprocidade. 
· A capacidade de condução motora assenta nos diferentes elementos de uma acção a serem ligados simultânea ou sucessivamente e no número de graus de liberdade a serem dominados. 
· A capacidade de adaptação e readaptação motoras baseia-se na programação da acção e na sua correcção e transformação (ou readaptação) segundo situações que se alteram ou que são de difícil previsão. 
· A capacidade de aprendizagem motora alicerça-se em mecanismos de recolha, tratamento e conservação de informação, ou seja, em processos perceptivos, cognitivos e mnemónicos.
3.2. Afasia, apraxia e lesões no hemisfério esquerdo 
Uma das razões pelas quais o artigo de Dax teve pouco impacto foi que a maioria dos seus contemporâneos acreditava que o cérebro agia como um todo. Sob esse aspecto, as funções específicas não podiam ser atribuídas a determinadas partes dele. Essa visão começou a mudar 25 anos depois, quando Paul Broca relatou exames post mortem de dois pacientes afásicos. A afasia é um déficit na capacidade de produzir ou compreender a linguagem em razão de lesões cerebrais. 
Os dois pacientes de Broca apresentavam lesão no hemisfério esquerdo que envolvia uma área do córtex frontal logo à frente da área do rosto do córtex motor primário. Broca, no começo, não compreendeu que havia uma relação entre a afasia e o lado da lesão cerebral. Ele não conhecia o artigo de Dax. Contudo, em 1864, Broca realizou exames post mortem em sete outros pacientes afásicos e ficou surpreso com o fato de que, como os dois primeiros, todos eles tinham lesões no córtex pré-frontal inferior do hemisfério esquerdo - então já ficara conhecido como área de Broca. 
No começo do século XX, foi descoberto outro exemplo de lateralização cerebral de funções. Hugo-Karl Liepmann descobriu que a apraxia, como a afasia, está sempre associada a lesões no hemisfério esquerdo, apesar de seus sintomas serem bilaterais (envolvem os dois lados do corpo). Os pacientes apráxicos têm dificuldade para realizar movimentos quando solicitados a fazê-lo fora de contexto, mesmo que não tenham dificuldade para realizar os mesmos movimentos quando não estão pensando em fazê-los. 
3.3. A localização da área de Broca: 
No córtex pré-frontais inferior esquerdo, anterior à área do rosto do córtex motor primário esquerdo. 
O impacto combinado da evidência de que o hemisfério esquerdo desempenha papel essencial na linguagem e no movimento voluntário levou ao conceito de dominância cerebral. Segundo esse conceito, um hemisfério - normalmente o esquerdo - assume o papel dominante no controle de todos os processos comportamentais e cognitivos complexos e o outro desempenha apenas papel de menor importância. Tal conceito levou à prática de referir-se ao hemisfério esquerdo como o hemisfério dominante e ao direito como o hemisfério não- dominante. 
4. Testes de lateralização cerebral de funções 
As primeiras pesquisas sobre a lateralização cerebral de funções comparavam os efeitos de lesões nos hemisférios esquerdo e direito. Actualmente, contudo, outras técnicas também são usadas com esse propósito. 
4.1. O teste do amital sódico
O teste do amital sódico da lateralização da linguagem (Wada, 1949) é aplicado com frequência em pacientes antes de neurocirurgia. O neurocirurgião usa os resultados do teste para planejar a cirurgia. Faz-se o máximo para evitar lesionar áreas do córtex provavelmente envolvidas na linguagem. O teste do amital sódico envolve a injecção de pequena quantidade de amital sódico na artéria carótida em um dos lados do pescoço. A injecção anestesia o hemisfério localizado naquele lado por alguns minutos, permitindo que as capacidades do outro hemisfério sejam avaliadas. Durante o teste, o paciente é solicitado a recitar séries conhecidas (o alfabeto, os dias da semana, os meses do ano) e identificar imagens de objectos comuns. Então, administra-se injecção no outro lado e repete-se o teste. 
Quando o hemisfério dominante para a fala, normalmente o hemisfério esquerdo, é anestesiado, o paciente fica completamente mudo por um ou dois minutos. Quando a capacidade de falar retoma, ele comete erros na ordem serial e no nome dos objectos. Em contraste, quando o hemisfério não-dominante para a fala, normalmente o direito, é anestesiado, não costuma ocorrer mudez, e os erros são poucos.
4.2. O teste de escuta dicótica
Ao contrário do teste do amital sódico, o teste de escuta dicótica não é invasivo. Assim, ele pode ser administrado em indivíduos saudáveis. No teste de escuta dicótica padrão (Kimura, 1961), três pares de números falados são apresentados por meio de fones de ouvido, sendo cada número do par apresentado simultaneamente em cada ouvido. Por exemplo, um sujeito pode ouvir a sequência 3,9,2 em um ouvido e, ao mesmo tempo, 1,6,4 no outro. O sujeito deve, então, relatar todos os números. Kimura verificou que a maioria das pessoas relata um pouco mais dos números apresentados ao ouvido direito do que ao esquerdo, o que indica a dominância do hemisfério esquerdo para a linguagem. Em contraste, Kimura verificou que todos os pacientes que haviam sido identificados pelo teste do amital sódico como portadores de dominância no hemisfério direito para a linguagem tiveram desempenho melhor com o ouvido esquerdo do que com o direito.
Por que a superioridade de um ouvido no teste de escuta dicótica indica a dominância do hemisfério contra lateral? Kimura demonstrou que, embora os sons de cada ouvido sejam projectados para ambos os hemisférios, as conexões contra laterais são mais fortes e assumem precedência quando dois sons diferentes competem simultaneamente por acesso aos mesmos centros auditivos corticais.
4.3. Imagens cerebrais funcionais 
A lateralização de funções também foi estudada a partir de técnicas de imagem cerebral funcional. Enquanto o indivíduo participa de alguma actividade, como a leitura, a actividade do cérebro é monitorizada por tomografia de emissão de pósi- trons (TEP) ou imagem por ressonância magnética funcional (IRMf). Em testes de linguagem, as técnicas de imagens cerebrais funcionais normalmenterevelam maior atividade no hemisfério esquerdo do que no direito (Belin e cols., 1998).
5. A relação entre a lateralidade da fala e a preferência por uma das mãos 
Dois estudos em larga escala sobre lesões cerebrais esclareceram a relação entre a lateralização cerebral da fala e a preferência pelo uso de uma mão sobre a outra. Um deles envolveu militares que sofreram lesões cerebrais na Segunda Guerra Mundial (Russell e Espir, 1961). 
O outro se concentrou em pacientes neurológicos submetidos a excisões unilaterais para o tratamento de transtornos neurológicos (Penfield e Roberts, 1959). Em ambos os estudos, aproximadamente 60% dos destros com lesões no hemisfério esquerdo e 2% com lesões no hemisfério direito foram diagnosticados como afásicos. Números comparáveis para canhotos foram de 30 e 25%, respectivamente. Esses resultados indicam que o hemisfério esquerdo é dominante para capacidades relacionadas com a linguagem em quase todos os destros e na maioria dos canhotos. Eles também indicam que os canhotos são mais variáveis do que os destros em relação à lateralização da linguagem. 
Os resultados do teste do amital sódico confirmaram a relação entre a preferência por uma das mãos e a lateralização da linguagem observada em estudos anteriores de lesões. E que, muito mais pessoas apresentam dominância no hemisfério esquerdo. 
6. Lateralização cerebral de funções: Split Brain
Lesões unilaterais, o teste do amitas sódio, o teste da escuta dicótica e estudos com pacientes split brain. Esta seção oferece uma visão das principais diferenças funcionais entre os hemisférios cerebrais esquerdos e direito descobertas com esses métodos. Como as habilidades verbais e motoras do hemisfério esquerdo são facilmente visíveis (ver Beeman e Chiarello, 1998; Reuter-Lo- renz e Miller, 1998), a maioria das pesquisas recentes sobre a lateralização de funções está concentrada em descobrir as habilidades especiais do hemisfério direito.
6.1. Assimetria Cortical
Hemisfério Esquerdo na parte de Linguagem = 96% indivíduos destros = 70% indivíduos canhotos e ambidestros Raciocínio matemático Organização do tempo e sequência
Hemisfério Direito Desempenho das habilidades artísticas, como música e pintura Percepção de relações espaciais Reconhecimento da fisionomia das pessoas 
6.2. Diferenças Neuronais entre Homens e Mulheres
A Mulher: Maior quantidade de células lado esquerdo Maior quantidade de dopamina (ligado ao Circuito da fala e memória) Maior conectividade entre os 02 hemisférios: Corpo caloso = consequência maior domínio na linguagem e identificar pistas não verbais Possui cerca de 3,5 bilhões de neurónios a menos Partes do C Frontal e do Córtex límbico são mais volumosas = envolve nas reacções emocionais. 
O Homem: Maior quantidade de células neuronais (cerca de 10 a 15%) . Maior massa cinzenta. Partes do C. Parietal são maiores = ligadas a percepção espacial Possui a amígdala maior = reage a informações que despertam emoções. O que a situação que faça o coração disparar (Adrenalina flui pelo corpo).
7. Pequenas diferenças versus diferenças hemisféricas do tipo tudo-ou-nada 
Antes de apresentar algumas das diferenças entre os hemisférios esquerdo e direito, devo esclarecer uma concepção errónea comum: para muitas funções, não existem diferenças entre os hemisférios e, quando existem diferenças funcionais, elas tendem a ser pequenas tendências em favor de um hemisfério ou do outro, e não diferenças absolutas (ver Brown e Kosslyn, 1993). Desconsiderando esses fatos, a média popular inevitavelmente retrata as diferenças entre os hemisférios cerebrais como absolutas. Como resultado, acredita-se amplamente que várias habilidades residem exclusivamente em um hemisfério ou em outro.
As habilidades relacionadas com a linguagem proporcionam uma ilustração particularmente boa a respeito de a lateralização de funções ser estatística, em vez de absoluta. A linguagem é a mais lateralizada de todas as habilidades cognitivas. 
Ainda assim, mesmo nesse caso mais extremo, a lateralização está longe de ser total. Existe uma actividade substancial relacionada com a linguagem no hemisfério direito. A seguir, apresentamos três ilustrações desse fato: 
· Em primeiro lugar, no teste de escuta decortica, indivíduos com dominância do hemisfério esquerdo para a linguagem tendem a identificar mais dígitos com o ouvido direito do que com o esquerdo, mas essa vantagem do ouvido direito é pequena, de 55 a 45%. 
· Em segundo, na maioria dos pacientes split brain, o hemisfério esquerdo é dominante para a linguagem, mas o direito consegue compreender muitas palavras e sentenças simples faladas ou escritas (ver Baynes e Gazzaniga, 1997; Zaidel, 1987). 
· E em terceiro, embora haja variabilidade considerável entre os pacientes SPLIT BRAIN no desempenho de seu hemisfério direito em testes de compreensão linguística (Gazzaniga, 1998), as capacidades linguísticas de seus hemisférios direitos tendem a ser comparadas às de uma criança em idade pré-escolar. 
8. A teoria linguística
 Uma terceira teoria da assimetria cerebral é a linguística. A teoria linguística da assimetria cerebral postula que o principal papel do hemisfério esquerdo é a linguagem - ao contrário das teorias analítico-sintética e motora, que consideram a linguagem como uma especialização secundária que reside no hemisfério esquerdo por causa de sua principal especialização para o pensamento sintético e para a actividade motora, respectivamente. 
A teoria linguística da assimetria cerebral baseia-se amplamente no estudo de pessoas surdas que usam a American Sign Language (uma linguagem de sinais com estrutura semelhante à língua falada) e sofreram lesões cerebrais unilaterais (ver Hickok, Bellugi e Klima, 2001). 
Os primeiros estudos da preferência por uma das mãos em primatas não-humanos verificaram que determinados macacos tendiam a usar uma mão mais do que a outra. Isso não significava que havia tendência geral da direita ser preferida sobre a esquerda (Colell, Segarra e Sabater-Pi, 1995).. 
A preferência por uma das mãos não é a única evidência da lateralização cerebral de funções em primatas não-humanos. Em determinadas espécies, verificou-se que o hemisfério esquerdo era dominante para a produção (ver Owren, 1990) e para a discriminação (Heffner e Heffner, 1984) de vocalizações de comunicação. Também, que a área cortical homóloga à área de Wemicke era maior no hemisfério esquerdo (Gannon e cols., 1998). 
9. A localização cortical da linguagem: o modelo de Wernicke-Geschwind
Até aqui, este capítulo concentrou-se na assimetria funcional do cérebro, com ênfase na lateralização de funções relacionadas com a linguagem. Neste ponto, ele muda de foco. Passamos da lateralização da linguagem para a sua localização. Em contraste com a lateralização da linguagem, que se refere ao controle relativo de funções relacionadas com a linguagem pelos hemisférios esquerdo e direito, a localização da linguagem refere-se à localização, dentro dos hemisférios, dos circuitos que participam de actividades relacionadas com a linguagem. Como a maioria das introduções à localização da linguagem, a discussão seguinte começa com o modelo de Wernicke- Geschwind, a teoria predominante da localização da linguagem. Como a maior parte das pesquisas sobre a localização da linguagem foi conduzida e interpretada dentro do contexto deste modelo, ler sobre a localização da linguagem sem uma compreensão básica do modelo de Wernicke-Geschwind seria como assistir a um jogo de xadrez sem conhecer as regras, uma experiência nada satisfatória.
9.1. Os antecedentes históricos do modelo de Wernicke-Geschwind
A história da localização da linguagem e a história da lateralização de funções começaram no mesmo ponto: a partir da afirmação de Broca de que uma pequena área localizada na porção inferior do córtex pré-frontal esquerdo (área de Broca) seria o centro da produção da fala. Broca levantou a hipótese # de que programas de articulação são armazenados nessa área e que a fala é produzida quando esses programas activam a áreaadjacente do giro pré-central, que, por sua vez, controla os músculos da face e da cavidade oral. Segundo Broca, lesões restritas à área de Broca deveriam perturbar a produção da fala sem produzir deficits na compreensão da linguagem.
Quando Carl Wemicke concluiu, com base em 10 casos clínicos, que existe uma área da linguagem no lobo temporal esquerdo, atrás do córtex auditivo primário (isto é, no plano temporal esquerdo). 
Essa segunda área da linguagem, que Wernicke afirmava ser a área cortical da compreensão da linguagem, passou a ser conhecida como área de Wernicke. 
Ele sugeriu que lesões selectivas na área de Broca produzem síndrome de afasia, cujos sintomas são primariamente expressivos - caracterizados por compreensão normal da linguagem escrita e falada e por uma fala que mantém o seu significado, apesar de ser lenta, trabalhosa, interrompida e mal articulada. Essa forma hipotética de afasia tomou-se conhecida como afasia de Broca. 
Em contraste, Wemicke sugeriu que lesões selectivas na área de Wemicke produzem síndrome de afasia cujos deficits são primariamente receptivos - caracterizados por má compreensão da linguagem escrita e falada e por uma fala que não tem sentido, mas ainda mantém a estrutura superficial, o ritmo e a entonação normal. Essa forma hipotética de afasia tomou-se conhecida como afasia de Wernicke. A fala de aparência normal, mas sem sentido, da afasia de Wernicke tomou-se conhecida como salada de palavras. 
10. Afasia de Broca 
Para Damásio, (1992). A afasia de Broca é a manifestação de uma lesão que envolve a área de Broca (girus frontal inferior esquerdo) e que corresponde as áreas de Brodman 44 e 45, as áreas frontais adjacentes (porção externa das áreas 6 e 8, 9, 10, 47 e 46), a substância branca subjacente e os núcleos da base. 
Afasia de Wemicke 
Afasia de Wemicke: paciente que deveria descrever uma imagem com dois garotos roubando biscoitos relatou com facilidade: “A mãe saiu aqui trabalhando seu trabalho para ficar melhor, mas quando ela está olhando os garotos olhando para o outro lado. 
Wemicke raciocinou que as lesões na via que liga as áreas de Broca e de Wemicke - o fascículo arqueado - produziriam um terceiro tipo de afasia, a afasia de condução. 
Ele afirmava que a compreensão e a fala espontânea estariam intactas em pacientes com lesões no fascículo arqueado, mas que eles teriam dificuldade para repetir palavras ouvidas há pouco. 
O giro angular esquerdo - área do córtex parietal e temporal esquerdo imediatamente posterior à área de Wemicke - é outra área cortical já implicada na linguagem. Seu papel na linguagem foi reconhecido em 1892 por Dejerine, com base no exame post mortem de um paciente especial, que sofria de alexia (incapacidade de ler) e agrafia (incapacidade de escrever). 
O interesse na localização cerebral da linguagem caiu em declínio. Entretanto, em meados da década de 1960, Norman Geschwind (1970) reactivou as velhas ideias Locali accionistas de Broca, Wemicke e De germine. Ele acrescento» alguns dados novos e uma interpretação criteriosa, transformando essa mistura em uma teoria poderosa: o modelo de Wernicke-Geschwind.
11. O modelo de Wernicke-Geschwind
A seguir, apresentamos os sete componentes do model» de Wernicke-Geschwind: todos no hemisfério esquerdo 
· O córtex visual primário, 
· O giro angular, 
· O córtex auditivo primário, 
· A área de Wemicke, 
· O fascículo arqueado, 
· A área de Broca
· O córtex motor primário, todos no hemisfério esquerdo 
Em primeiro lugar, quando você está conversando, os sinais auditivos desencadeados pela fala da outra pessoa são recebidos por seu córtex auditivo primário e conduzidos para a área de Wernicke, onde são compreendidos. Se uma resposta é necessária, a área de Wemicke gera a representação neural do pensamento subjacente à resposta. Então, ela é transmitida para a área de Broca pelo fascículo arqueado esquerdo. 
Na área de Broca, esse sinal activa o programa de articulação adequado, que activa os neurónios adequados de seu córtex motor primário e, finalmente, os seus músculos de articulação.
Em segundo, quando você está lendo em voz alta, o sinal recebido pelo seu córtex visual primário é transmitido para o seu giro angular esquerdo. Este último traduz a forma visual da palavra ao seu código auditivo e a transmite para a área de Wemicke, para que seja compreendida. Então, a área de Wernicke desencadeia as respostas apropriadas em seu fascículo arqueado, na área de Broca e no córtex motor, para produzir os sons da fala. 
11.1. Avaliação do modelo de Wernicke-Geschwind 
O modelo de Wernicke-Geschwind baseava-se, inicialmente, em estudos de caso de pacientes afásicos com AVCs, tumores e ferimentos penetrantes no cérebro. As lesões nesses casos costumam ser difusas e inevitavelmente envolvem fibras subcorticais que atravessam o local da lesão rumo a outras áreas do cérebro (Bogen e Bogen, 1976). 
Efeitos de lesões em várias áreas do córtex sobre as habilidades relacionadas com a linguagem em virtude de o modelo de Wernicke-Geschwind ter surgido a partir do estudo de pacientes com lesões corticais, é apropriado começar a avaliá-lo pelo exame de sua capacidade de prever os deficits relacionados com a linguagem produzidos por lesões em várias partes do córtex.
12. Estimulação eléctrica do córtex e localização da linguagem
Os colaboradores na década de 1940, no Instituto Neurológico de Montreal (Feindel, 1986). Um dos propósitos dos estudos era mapear as áreas da linguagem do cérebro de cada paciente, de modo que o tecido envolvido na linguagem pudesse ser evitado durante a cirurgia. 
O mapeamento era feito avaliando-se as respostas de pacientes conscientes sob anestesia local à estimulação aplicada em vários pontos da superfície cortical. A descrição dos efeitos de cada estimulação era ditada para um estenógrafo - isso foi feito antes de existirem gravadores - e um minúsculo cartão numerado era colocado no ponto de estimulação para depois ser fotografado. 
12.1. O status actual do modelo de Wernicke-Geschwind
Evidências empíricas sustentam o modelo de Wemicke Geschwind em dois aspectos gerais. Primeiramente, as evidências confirmam que as áreas de Broca e de Wemicke desempenham papéis importantes na linguagem. Muitos afásicos possuem lesões corticais difusas que envolvem uma dessas áreas ou ambas. Em segundo lugar, há uma tendência de afasias associadas a lesões anteriores envolverem deficits mais expressivos e as associadas a lesões posteriores envolverem deficits mais receptivos. Contudo, as evidências não sustentam as previsões específicas do modelo de Wernicke-Geschwind. 
· Em primeiro lugar, lesões restritas aos limites das áreas corticais de Wernicke-Geschwind, muitas vezes, têm poucos efeitos duradouros sobre o uso da linguagem.
· Em segundo, lesões cerebrais que não incluem nenhuma das áreas de Wernicke-Geschwind podem produzir afasia.
· Em terceiro, as afasias de Broca e de Wemicke raramente se manifestam nas formas puras que o modelo de Wernicke-Geschwind prevê. A afasia quase sempre envolve sintomas expressivos e receptivos (ver Benson, 1985).
· Em quarto lugar, parece haver grandes diferenças na localização das áreas corticais da linguagem em diferentes indivíduos. Apesar desses problemas, o modelo de Wernicke-Geschwind foi uma teoria extremamente importante. Ele conduziu o estudo e o diagnóstico clínico da afasia por mais de um quarto de século. 
De fato, os neuropsicólogos clínicos ainda usam a afasia de Broca e a afasia de Wernicke como categorias diagnosticas, mas com a compreensão de que as síndromes são muito menos selectivas, e as lesões que as precipitam, muito mais difusas e variáveis do que o modelo implicava (Alexander, 1997).
Conclusão 
Ao longo do trabalho, o grupo concluiu que a lateralidade é entendida como um elemento dinâmico da motricidade humana, em que predisposições inatas são reforçadas ou alteradas pela contínua interacção com o ambiente durante a vida do indivíduo. Também, é de salientarmos que a importância da lateralidade no desenvolvimento dacriança, lateralidade indefinida se encontra associada a problemas como a dislexia, a gagueira e problemas de estruturação temporal e espacial isso tudo faz com que a lateralidade seja indefinida. 
Contudo, as principais diferenças funcionais entre os hemisférios cerebrais esquerdos e direito descobertas com esses métodos. Como as habilidades verbais e motoras do hemisfério esquerdo são facilmente visíveis.
 
Referencia Bibliográfica 
Damasio, AD, Damasio H, (2000) Aphasia and the Neural Basis of Language. In Principles of Behavioral and Cognitive Neurology p: 294-315 New York:Oxford UP 
Damasio, AD, Damasio H, (1990), The neural basis of memory, language and behavioral guidance: advances with the lesion method in humans. The Neurosciences, 2:227-286.
Pinel, Jhon P.J. Biopsicologia; trad. Ronaldo Cataldo Costa.-5ª ed, Porto Alegre, Artimed: 2005

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