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ASPECTOS ASSOCIADOS AO PROCESSO DE APRENDIZAGEM José Genilson Romão Neto Mudanças vem ocorrendo no cenário social nas últimas décadas em decorrência dos avanços científicos e tecnológicos, suscitando formas diversas de operar em nome da modulação ensino-aprendizagem. Dito isto, as transformações sinalizadas exibem um mundo globalizado, cujas exigências por ele advindas requerem dos sujeitos modos restaurados de produção e construção de conhecimentos, assim, um dos papéis primordiais direcionados a educação consiste em oportunizar a humanidade meios de garantir o seu próprio crescimento e desenvolvimento. Para tanto, essas considerações permitem-nos refletir acerca da realidade experienciada, bem como, a variedade de sugestões de como os processos de ensino-docente devem ser empregados. Acredita-se, ainda, que os profissionais estejam aptos para atuar frente as possibilidades e entraves nas condições de seu ofício. Sobressai-se, nesse panorama, a corrente cognitivista nos meandros desse debate, uma vez que, trata-se de métodos de apreensão, recuperação, armazenamento e uso das informações cognitivas. Logo, tais indulgências são importantes na exploração do fazer-saber-docente, contudo, é crucial ponderar estudiosos quanto aos referenciais teóricos que abonem aspectos referentes a aprendizagem. Jean Piaget, por exemplo, percursor da abordagem psicogenética, propõe um modelo com ênfase nas interações e intercâmbios dos sujeitos com o meio por intermédio de um sistema que equilibra, assimila, acomoda e desequilibra, ou seja, o desenvolvimento cognitivo possui como facilitador a dialética que ocorre através da autorregulação entre as esferas circundantes. O docente, portanto, constitui-se como um indicador tático para analisar seu agenciamento ativo, instigando os discentes e propondo-lhes reflexões e criações constantes, fazendo-lhes questionar de suas próprias respostas e verdades cristalizadas. Como expressão das dinâmicas entorno dos processos de aprendizagem, Lev Vygotsky, na teoria sociointeracionista, aponta a relação entre desenvolvimento-aprendizagem organizada de maneira intricada, atribuindo importância às práticas educacionais como propulsoras do amadurecimento humano. Em outras palavras, a teoria assevera uma práxis pedagógica em que ocorre a mediação do professor para com o aluno, mediante situações que primem o diálogo, a expressão criativa e a interação grupal, dado que, desenvolver-se figura-se a inserção da cultura e o estabelecimento de intercâmbios sociais. Neste prisma, o docente é tido como mediador, aquele responsável pelas provocações que conduzem os educandos a buscarem respostas e elucidarem circunspeções críticas, tomando atitudes cada vez mais contundentes se conferido ao modelo anteriormente supracitado. Já em relação a proposta inspecionada por Jerome Bruner, na abordagem construtivista, o aprendizado se refere a uma espécie de processo ativo, que se constrói cadeias ideativas e/ou conceituais, baseadas em conhecimentos prévios ou que estão sendo estudados. Em virtude do caráter sistêmico com que essa situação se apresenta, o docente, trata-se, pois, de incentivar seus discentes no sentido de promover que estes em si mesmos descubram os princípios dos conteúdos manuseados. Perpassando esse tipo de argumentação, seu esquema teórico preconiza que os envolvidos devam manter uma conversação participante, desconstruindo a figura do professor enquanto sujeito que repassa conhecimentos, mas, alguém capaz de instruir os teores num formato compatível a compreensão de seus discípulos. Congruentemente, David Ausubel e a teoria significativa, embasa-se na premissa que a aprendizagem se origina no conhecimento pré-existente, dando assim, logicidade ao “processo significativo”. Vemos, então, que o modelo sugere que a aprendizagem se torna prazerosa a partir da incorporação de novos esquemas, que são mediados pelo docente, de modo que, primeiramente ele auxiliará a descobri-los, para depois, incorporá-los flexivelmente a vivência individual de cada discente. Não obstante, apesar de contrariedades antepostas, a imagem do professor-docente-educador perpassa variados moldes de atuação, de agente-mediador-incentivador-ativo, estabelecendo um aporte de que o processo do ensinar e aprender se dá conjunto, sendo um em entrelaço ao outro. REFERÊNCIAS1 LEITE, S. V.; FRANÇA, L. H. F. P. A importância da intergeracionalidade para o desenvolvimento de universitários mais velhos. Estud. Pesqui. Psicol., v. 16, n. 3, p. 831- 853, 2016. RIHS, A. A.; ALMEIDA, C. F. A teoria da aprendizagem significativa: O enfoque de David Ausubel. Revista Multidisciplinar do Nordeste Mineiro, v. 15, n. 2, p. 48-57, 2017. SIMÕES, E. M. S.; NOGARO, A.; JUNG, H. S. Teorias da aprendizagem e neurociência cognitiva: Possíveis aproximações. Revista de Pós-Graduação em Educação (UEPA), v. 12, n. 23, p. 24-37, 2018. TEIXEIRA, A. N.; GOMES FILHO, A. S.; BRITO, T. M. de; QUEIROZ, Z. F. de. Reflexões sobre as práticas docentes e o sujeito discente no ensino superior: Contribuições da andragogia. Id on Line Rev.Mult. Psic., v. 13, n. 43, p. 340-352, 2019. 1 As referências foram listadas apenas ao término da atividade em virtude da não interrupção do fluxo de leitura com o aparecimento do nome dos autores. Contudo, tais estudos serviram de elucidação para as respostas descritas.
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