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Escola técnica em saúde Florence Patologia geral DOENÇAS E PATOLOGIAS As doenças são manifestações patogênicas que influenciam na nossa qualidade de vida. Dependendo de sua gravidade, podem levar à morte. A palavra doença vem do termo em latim dolentia que significa “sentir ou causar dor, afligir-se, amargurar-se”. Várias são as definições para esse termo, mas especialistas consideram as doenças como manifestações patológicas que se apresentam em nosso organismo. Elas estão sempre associadas a sintomas específicos, levando o indivíduo que as apresenta a se privar de prazeres físicos, emocionais e mentais. A OMS classifica doença como a ausência de saúde e disponibiliza para a sociedade a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, designada pela sigla CID. No CID temos acesso à classificação das doenças e à grande variedade de sinais, sintomas, aspectos normais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos e doenças. Segundo a OMS, são consideradas doenças: Doenças infecciosas e parasitárias; Neoplasmas (tumores); Doenças do sangue e dos órgãos hematopoiéticos e alguns transtornos imunitários; Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas; Transtornos mentais e comportamentais; Doenças do sistema nervoso; Doenças dos olhos e anexos; Doenças do ouvido e da apófise mastoide; Doenças do aparelho circulatório; Doenças do aparelho respiratório; Doenças do aparelho digestivo; Doenças da pele e do tecido subcutâneo; Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo; Doenças do aparelho geniturinário; Gravidez, parto e puerpério; Algumas afecções originadas no período perinatal; Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas; Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados; Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas; Causas externas de mobilidade e de mortalidade. ALERGIAS Alergias consistem em uma resposta exagerada do sistema imunológico a alguma alteração no ambiente, como clima, presença de poeira ou fumaça, medicamentos, cheiros fortes, picadas de insetos, estresse, ingestão de determinados alimentos, dentre outros. São o resultado de um excesso de produção (e atuação) da imunoglobulina E (IgE). As alergias tendem a surgir na infância, mas qualquer pessoa, em qualquer idade, independente do sexo ou raça, pode desenvolvê-la: cerca de 30%. Indivíduos cujos pais possuem esse problema de saúde têm quatro vezes mais chances! Asma, sinusite, rinite, faringite e tosses alérgicas são alguns tipos de alergia respiratória. Espirro, tosse, falta de ar, coriza ou entupimento e coceira no nariz - algumas vezes, não só nesta região, são alguns sintomas característicos deste tipo de alergia (e bastante parecidos com os de uma gripe ou resfriado). Em ambientes domésticos, os ácaros são os principais causadores dessas reações. Há também as alergias cutâneas, como a urticária e dermatite de contato. Manchas, coceiras e outros tipos de manifestações na pele são algumas das manifestações. Indivíduos podem ter por toda a vida apenas um tipo de alergia, podem manifestar mais alergias cutâneas em uma época e alergias respiratórias em outra; ou até mesmo ter momentos sem nenhuma delas! Essa reação anormal do organismo, além do incômodo que causa, pode oferecer risco de vida ao portador, em caso de choque anafilático. Dificuldades de respiração e perda de consciência podem fazer com que isto ocorra, caso não seja tratado de forma imediata. Diante disso, o alérgico deve evitar o contato com o agente desencadeante. Alimentos como leite, ovo, trigo, milho, soja, amendoim, castanha e frutos do mar, por exemplo, são os campeões entre os causadores de alergia alimentar. É essencial buscar auxílio médico para investigar as causas das alergias e adotar medidas necessárias que garantam o bem-estar. Vale lembrar que o tratamento visa o controle dos sintomas já que, infelizmente, até hoje não se descobriu como curá-la de forma definitiva. CÂNCER Sabe-se que há vários tipos de câncer e estes podem acometer diversas partes do nosso organismo, sendo que qualquer pessoa pode desenvolver o câncer ao longo da vida. Qualquer pessoa pode desenvolver algum tipo de câncer ao longo da vida Doença não contagiosa, o câncer pode ser definido como um grupo de mais de 100 doenças que se caracterizam pelo crescimento descontrolado de células anormais, chamadas de malignas. Por vezes essas células anormais podem migrar e invadir tecidos e órgãos em diversas regiões do corpo, originando tumores em outros locais. Quando isso ocorre dizemos que houve metástase. Com uma divisão celular muito rápida e incontrolável, as células cancerosas costumam ser agressivas, determinando a formação de tumores malignos e constituindo um risco de vida para o paciente. Por outro lado, o tumor benigno se caracteriza por ser apenas um acúmulo de células que se dividem muito lentamente, sem causar maiores agressões ao indivíduo. A maioria dos tipos de câncer tem suas causas ainda desconhecidas, mas 90% dos casos de câncer estão relacionados a fatores ambientais, como cigarro (câncer de pulmão), excesso de sol (câncer de pele), alguns tipos de vírus (leucemia), hábitos alimentares (câncer de mama, câncer de próstata, câncer de esôfago, câncer de estômago, câncer no intestino grosso), alcoolismo (câncer de esôfago, câncer da cavidade bucal), hábitos sexuais (câncer de colo uterino), medicamentos (câncer de bexiga, leucemias, câncer de endométrio), cânceres provocados por exposições ocupacionais, etc. Pessoas que têm histórico de câncer na família podem ou não desenvolver a doença, mas há alguns tipos de câncer, como o de mama, estômago e intestino, que podem ter influência genética. A mortalidade de um câncer irá depender de alguns fatores, como: tipo de câncer, rapidez com que suas células se multiplicam, capacidade que o organismo da pessoa tem de combater a doença e a existência de um tratamento eficaz. O câncer de próstata já foi considerado letal, mas, hoje em dia, em razão do progresso com os tratamentos, apresenta até 95% de cura. Atualmente o câncer é a segunda causa mortis no Brasil, perdendo apenas para doenças cardiovasculares. Dentre os diversos tipos de câncer podemos citar: CÂNCER DE PULMÃO; CÂNCER DE MAMA; CÂNCER DE OVÁRIO; CÂNCER NO COLO DO ÚTERO; CÂNCER DE COLORRETAL; CÂNCER ANAL; CÂNCER NA BEXIGA; CÂNCER INFANTIL; CÂNCER DE LARINGE; CÂNCER NO FÍGADO; CÂNCER DE ESÔFAGO; CÂNCER DE ESTÔMAGO; CÂNCER DE FÍGADO; CÂNCER DE BOCA; LEUCEMIAS; LINFOMAS; LINFOMA DE HODGKIN; LINFOMA NÃO HODGKIN; CÂNCER NO PÂNCREAS; CÂNCER DE PELE (MELANOMA); CÂNCER DE PELE (NÃO MELANOMA); CÂNCER NO PÊNIS; CÂNCER DE PRÓSTATA; CÂNCER NO TESTÍCULO; TUMORES DE EWING. O tratamento do câncer irá depender de diversos fatores, como tamanho do tumor, idade do paciente, localização do tumor, tipo das células cancerosas, etc. Em muitos casos, os médicos combinam mais de um tipo de tratamento para combater o câncer. Se o tumor for localizado, a cirurgia pode ser uma opção de tratamento, que geralmente é utilizada para o câncer de mama, câncer de cólon, câncer de boca, entre outros tipos. A radioterapia é um tipo de tratamento no qual radiações são utilizadas para destruir as células cancerosas ou impedir que elas se multipliquem. Nesse tipo de tratamento o paciente não sente nada. A quimioterapia utiliza medicamentos que irão combater o tumor. Na maioria das vezes, estes são aplicados na veia, mas em outros casos podem ser dados via oral ou intramuscular. Uma vez no corpo do paciente, esses medicamentos caem na corrente sanguínea e são levados para todas as partes do corpo, destruindo todas as células que estão causando o tumor e impedindo que elas se espalhem para outras regiões do corpo. O transplantede medula óssea é feito quando há um câncer maligno que acomete as células sanguíneas. É importante lembrar que muitos tipos de câncer podem ser prevenidos, como o câncer de pele, cânceres causados pelo tabagismo e bebidas alcoólicas e cânceres relacionados à dieta alimentar. Outros tipos de câncer, como o de mama, próstata, cólon, colo de útero, reto, testículo, língua, boca e pele, podem ser detectados no início, quando se faz a prevenção a partir de exames específicos. Lembrando que, quando diagnosticado no início, o câncer tem maiores chances de cura, daí a importância de se fazer o diagnóstico precoce. DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS Existem várias doenças causadas por bactérias. As bactérias são organismos unicelulares, procariontes e possuem tamanho microscópico. ACNE A acne é uma doença da pele que atinge aproximadamente 80% dos adolescentes nesta época da vida, afetando unidades formadas por pelos e glândulas sebáceas: os folículos pilossebáceos. O excesso de produção de queratina na pele, causando a obstrução do orifício folicular; hiperatividade das glândulas sebáceas, produzindo sebo em excesso; e a proliferação de bactérias, como a Propionybacterium acnes e a Staphylococcus epidermides, causando inflamações; são as principais causas desta doença, propiciadas geralmente por fatores hormonais, emocionais e genéticos. Acnes de primeiro grau são aquelas nas quais o paciente apresenta cravos; já as de segundo, cravos e espinhas inflamadas e com pus. Acne de terceiro grau se manifesta com espinhas internas; as de quarto, com cravos e espinhas unidos entre si, formando canais; e, finalmente, as de quinto, surgem repentinamente, acompanhadas de febre, leucocitose, dores nas articulações, dentre outros sintomas. Face, peito e costas são as principais regiões acometidas. Considerando o incômodo e até possíveis problemas relacionados à autoimagem, buscar tratamento desde o início do surgimento dos sintomas é uma medida importante, inclusive porque reduz as chances do paciente apresentar cicatrizes em sua pele. Para tal, é imprescindível uma consulta médica, já que para cada caso – e paciente – é indicado um tipo de procedimento. Mudanças na alimentação, uso de pílulas anticoncepcionais para controlar a dosagem hormonal, e alguns fármacos, como a isotretinoína, são alguns exemplos. Recentemente descobriu-se que a toxina botulínica também é capaz de solucionar este problema, sendo um procedimento bastante delicado. Informação útil: Alimentos ricos em vitamina B5 podem ser fortes aliados contra a acne, já que controlam a atividade das glândulas sebáceas e aceleram a cicatrização da pele. ANTRAZ O antraz, também chamado de carbúnculo, é uma doença bacteriana causada pela bactéria Bacillus anthracis. Típica de regiões agrícolas da Ásia, África e América Latina, a transmissão da doença se dá quando esporos da bactéria penetram algum ferimento cutâneo, ou quando os mesmos são inalados ou ingeridos. Esses esporos costumam ser encontrados no solo e também em animais herbívoros acometidos pela doença e suas carcaças. Não há transmissão de forma direta, de pessoa acometida para indivíduo saudável; e também não existem registros de casos dessa doença, em humanos, aqui no Brasil. Na pele, que corresponde a 95% dos casos, a doença se manifesta como uma infecção com pus, semelhante ao furúnculo, formando posteriormente uma mancha-negra. No caso de inalação, provoca pneumonia, febre alta e dificuldades respiratórias, e geralmente é fatal. Já quando o que ocorre é a ingestão desses esporos, o paciente apresenta diarreia severa, acompanhada de náuseas, febre e vômitos com sangue, e sua taxa de óbito varia de 20% a 60% dos casos. Considerando esses aspectos, a melhor forma de prevenir a doença é evitar contato com animais que possam estar doentes (e suas carcaças), somente ingerir carne bem passada, e cuidar dos ferimentos da pele, usando curativos. Existe, também, uma vacina contra essa bactéria, mas ela é utilizada somente pelo exército norte-americano, em razão dos seus efeitos colaterais e necessidade de se receber novas doses frequentemente, durante um ano e meio. Seu diagnóstico é feito por meio de exames de sangue, ou análise de secreções respiratórias ou da pele, de acordo com os sintomas que a pessoa apresenta. O tratamento é feito com o uso de antibióticos, prescritos pelo médico. Quanto mais cedo for tratada, menores as chances de haver complicações e óbito. BLENORRAGIA: Infecção bacteriana também conhecida por gonorreia. BOTULISMO O botulismo é uma infecção bacteriana que provoca um quadro de intoxicação grave, causado pelas toxinas da Clostridium botulinun dos tipos A, B, E e, em raras ocasiões, pelo tipo F. A principal forma de adquirir a doença é através da ingestão de seus esporos. Estes são encontrados no solo, em produtos agrícolas, como mel e defumados; e em peixes e outros organismos marinhos. Além disso, alimentos enlatados, em vidros ou embalados a vácuo, conservas e embutidos, também são locais em que podem ser encontrados esses esporos, principalmente se preparados em condições de higiene precárias. Isso porque tais ambientes costumam ser pobres em oxigênio, sendo um bom local para a incidência deste bacilo anaeróbico. A manifestação dos sintomas pode variar de algumas horas para pouco mais de uma semana após a ingestão dos esporos. Tontura, visão dupla, boca seca, aversão à luz, queda da pálpebra e dificuldade para urinar e evacuar são os principais. Dependendo da quantidade de esporos ingeridos, dificuldades de falar, engolir e se locomover podem se manifestar; assim como paralisia dos músculos respiratórios, o que muitas vezes é fatal. Além disso, há o risco do paciente desenvolver pneumonia, o que também pode levar a óbito. Quanto ao diagnóstico, ele é feito pela análise dos sintomas e do histórico alimentar dos dias anteriores. Exames específicos que acusam a presença da toxina no organismo – e/ou nos alimentos ingeridos suspeitos – podem ser requeridos, visando à confirmação do diagnóstico em casos em que esse se apresenta inconclusivo após os dois procedimentos citados serem realizados. O tratamento é feito geralmente com a aplicação de soro antibotulínico e, não raras as vezes, é necessário que a pessoa acometida seja internada, para que fique em observação. Antibióticos não são eficazes para esse caso. BRONQUITE: Características, sintomas e tratamento da bronquite aguda e da crônica. BRUCELOSE: Conheça a brucelose, o que causa no homem, seus sintomas, meios de contaminação e tratamento. CANCRO MOLE: DST que se manifesta por meio de feridas avermelhadas de base mole e com pus. CISTITE: Conheça a doença ocasionada por infecção e/ou inflamação da bexiga. CÓLERA: Doença que causa diarreias agudas, mas pode se apresentar de forma assintomática. COQUELUCHE A coqueluche, também conhecida pelos nomes pertussis, tosse comprida, tosse com guincho e tosse espasmódica, é uma doença bacteriana que atinge o sistema respiratório cujas complicações - convulsões, pneumonias e encefalopatias - podem levar o indivíduo a óbito. Causada pelas Bordetella pertussis e B. parapertussis, é disseminada por meio de gotículas e aerossóis de saliva e, no organismo, lesa os tecidos da mucosa. Seu período de incubação varia entre cinco e vinte e um dias. Os primeiros sintomas são semelhantes aos da gripe e consistem em tosse, coriza, febre e olhos irritados: pertencentes ao estágio catarral. O próximo estágio, paroxístico, se desenvolve cerca de duas semanas após o anterior e tem como característica acessos de tosses sucessivas, com intervalos variáveis. Estas podem estar acompanhadas de muco, e a ocorrência de vômito é possível. Tais eventos duram alguns minutos, a cada crise, e impedem que o indivíduo respire até que se encerrem. No término, o fôlego é retomado, geralmente por um “guincho respiratório”. As crises tendem a ser mais frequentesno período noturno. Cerca de seis semanas após o início da manifestação da doença, os sintomas começam a desaparecer, progressivamente, até seu término: estágio de convalescença. Essa doença bacteriana é mais grave quando ocorre em crianças com poucos meses de vida, já que a resistência dessas é menor e a falta de oxigênio momentânea pode afetar o organismo. Desta forma, em alguns casos, a internação é necessária. Para diagnóstico, a observação do paciente e de seus sintomas é necessária. Exames de sangue e, em alguns casos, cultura das secreções a fim de identificar a presença da bactéria no organismo, complementam o exame. O tratamento deve ser feito sob orientação médica e consiste basicamente no uso de antibióticos. Quanto à prevenção, o uso precoce da vacina é imprescindível. Em crianças, ela é distribuída gratuitamente em postos de saúde e é feita em três doses (aos 2, 4 e 6 meses de idade) e dois reforços (aos 15 meses e aos 4 anos), mantendo a imunização por aproximadamente dez anos. DIFTERIA: Conheça os sintomas, bacilo causador e formas de contágio desta doença também chamada de crupe. DISENTERIAS BACTERIANAS e suas formas mais comuns: sintomas, prevenção e tratamento. ERISIPELA Erisipela é uma infecção de pele causada, na maior parte das vezes, pela bactéria Streptococcus pyogenes grupo A, podendo ser causada também por outros streptotcoccus ou por estafilococcus. Processo infeccioso que pode atingir a gordura do tecido celular subcutâneo que se espalha pelos vasos linfáticos. É adquirida quase sempre pelas frieiras, porém provocada também por qualquer ferimento. Pessoas de qualquer idade podem ser acometidas, entretanto é mais comum em diabéticos e obesos. Durante o período de incubação, que é de um a oito dias, os sintomas são mal-estar, desânimo, dor de cabeça, náusea e vômitos acompanhados de febre alta e aparecimento de manchas vermelhas, bolhas pequenas ou grandes nas pernas, face, tronco ou braços. No princípio, a pele se apresenta lisa, brilhosa, vermelha e quente. O inchaço aumenta e surgem as bolhas com o desenvolvimento da infecção. Exames laboratoriais são usados somente para acompanhar a evolução do paciente, pois o diagnóstico é feito pelo exame clínico através da análise dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente. ESCARLATINA: Doença cujos sintomas surgem em virtude da hipersensibilidade às toxinas da bactéria causadora. FEBRE DA MORDEDURA DE RATO: Doença causada pelo contato com a saliva, urina ou fezes de ratos, por ingestão ou mordedura. FEBRE MACULOSA: Entenda a febre maculosa, doença que é transmitida pelo carrapato FEBRE REUMÁTICA: causa, sintomas e tratamento. FEBRE TIFOIDE A febre tifoide é uma doença infecciosa causada pela bactéria Salmonella typhi. É considerada uma doença grave, que apresenta constante febre, alterações intestinais, aumento das vísceras e, se não tratada, pode ocorrer uma confusão mental e levar à morte. A principal forma de contágio é pela ingestão de água e alimentos contaminados, que estão espalhados pelo mundo todo, mas ocorre com mais frequência em países onde o saneamento é precário ou inexistente. Os alimentos e a água, por sua vez, são contaminados através do contato com urina ou fezes humanas contendo a bactéria. Pode ocorrer um contágio direto pela mão levada à boca em situações de mão suja de fezes, urina, secreção respiratória, vômito ou pus contaminados, mas essa forma de contágio é bastante rara. O ácido gástrico é o primeiro a reagir contra a salmonela, mas a bactéria normalmente resiste a esse ataque e se dirige ao intestino delgado, onde invade a parede intestinal e alcança a circulação sanguínea. A partir do momento em que a salmonela chega à corrente sanguínea, os sintomas começam a aparecer. A salmonela pode entrar em qualquer órgão e se multiplicar no interior das células de defesa. Normalmente, a salmonela invade o fígado, o baço, a medula óssea, a vesícula e o intestino. O contágio com a salmonela é global, mas, no Brasil, a maior quantidade de casos registrados concentra-se no Norte e no Nordeste, sendo a Bahia e o Amazonas os estados de maior ocorrência. Os sinais e sintomas são: febre alta, dor de cabeça, mal-estar, falta de apetite, bradicardia relativa, esplenomegalia, manchas rosadas no tronco do corpo, diarreia e tosse seca. A febre tifoide pode ser mais grave em pessoas com saúde precária. O tratamento se baseia em antibióticos e processos de reidratação do organismo. Dependendo do quadro clínico do paciente, o tratamento poderá ser feito em casa com medicação oral. FURÚNCULO: Características, causas, cuidados e tratamentos do furúnculo. GANGRENA GASOSA: Saiba o que é gangrena gasosa, quais seus agentes causadores, sintomas e tratamento GARDNERELLA: È uma vaginose bacteriana que apresenta corrimento amarelado, bolhas e odor desagradável como sintomas. HANSENÍASE: Formas de contágio, sintomas, prevenção e tratamento da hanseníase. IMPETIGO: É uma doença bacteriana que afeta determinadas regiões da pele, formando lesões. Conheça-o! LEPTOSPIROSE: Doenças infecciosas causadas por bactérias espiroquetas do gênero Leptospira. MENINGITE: Transmissão, sintomas da meningite, prevenção, profilaxia, agente causador e tratamento da meningite. PESTE PULMONAR: doença cujo agente transmissor é o mesmo da peste bubônica. PNEUMONIA: Características, agentes causadores, sintomas e tratamento da pneumonia. SALMONELOSE: Infecção alimentar que pode ser fatal em pessoas que apresentam baixa imunidade. SÍFILIS CONGÊNITA: Saiba o que a sífilis congênita pode provocar. TÉTANO: Características, formas de contágio, sintomas e tratamento do tétano, doença bacteriana. TIFO ENDÊMICO (ou murino): Doença causada por rickéttsias: bactérias parasitas intracelulares obrigatórias. TIFO EPIDÊMICO (ou exantemático): Doença causada pela rickéttsia Rickettsia prowazekii, transmitida pelo carrapato humano. TRACOMA: Doença oftalmológica crônica que pode causar cegueira. TUBERCULOSE: Doença bacteriana que afeta, principalmente, os pulmões. ÚLCERA: Causas, sintomas, diagnóstico e tratamento da úlcera péptica. DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOARIOS Amebas são protozoários cuja locomoção se dá via expansões citoplasmáticas – pseudópodes. As pertencentes à família Endamoebidae, como as dos gêneros Entamoeba, Iodamoeba e Endolimax, são parasitas comuns de nossa espécie e têm como característica o tamanho diminuto e capacidade de formar cistos. A Entamoeba histolytica é a responsável pela amebíase, embora possa estar presente no organismo sem desenvolver a doença. Esta, de período de incubação que varia entre 2 e 4 semanas, se caracteriza pela manifestação de diarreias e, em casos mais graves, comprometimento de órgãos e tecidos. É responsável por cerca de 100000 mortes ao ano, em todo o mundo. AMEBÍASE A amebíase é mais comum em regiões onde as condições de saneamento básico são precárias, uma vez que a forma de contaminação se dá via ingestão de seus cistos. Estes, liberados nas fezes da pessoa adoecida, podem se espalhar na água e vegetais que, sem a devida higienização antes de serem ingeridos, podem causar a doença. Vale pontuar que a resistência dos cistos é muito grande: podem viver cerca de 30 dias na água, e 12 em fezes frescas. Após a ingestão, no sistema digestório, estas formas dão origem a trofozoítos. Estes invadem o intestino grosso, se alimentando de detritos e bactérias ali presentes, causando sintomas brandos ou mais intensos, como diarreia sanguinolenta ou com muco e calafrios. Os trofozoítos, por meio de sucessivas divisões, podem dar origem a novos cistos, sendo liberados pelas fezes e dando continuidade ao ciclo de infecções. Podem, também, invadir outros tecidos, via circulação sanguínea. Nessas regiões, alimentam-se das hemácias ali presentes, provocando abscessos no fígado, pulmões ou cérebro. Note que, no primeiro caso, o indivíduo podeapresentar o parasita de forma assintomática, mas também sendo capaz de contaminar outras pessoas ao liberar os cistos em suas fezes: a maioria dos casos de infecção por E. histolytica se manifestam dessa forma. Para diagnóstico são necessários exames de fezes e, em casos mais graves, de imagem e de sangue, além de punção das inflamações. Para tratamento é feito o uso de fármacos antimicrobianos, prescritos pelo médico. Medidas relacionadas a saneamento básico, como implantação de sistemas de tratamento de água e esgoto, e controle de indivíduos que manipulam alimentos, devem ser levadas em consideração para se reduzir ou, em longo prazo, erradicar a amebíase. Comportamentos individuais de higiene, como lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas, brincar com animais e antes de comer ou preparar alimentos; ingerir unicamente água tratada; higienizar os vegetais antes do consumo, deixando-os em imersão em ácido acético ou vinagre por cerca de 15 minutos; evitar o contato direto ou indireto com fezes humanas; e isolamento dos pacientes que lidam com crianças ou alimentos são necessários para evitar reincididas ou infecção de outras pessoas. DOENÇA DE CHAGAS Em 1909, Carlos Chagas, pesquisador do Instituto Osvaldo Cruz, descobriu uma doença infecciosa que acometia operários do interior de Minas Gerais. Esta, causada pelo protozoário Tripanosoma cruzi, é conhecida como doença de Chagas, em homenagem a quem a descreveu pela primeira vez. O mal de Chagas, como também é chamado, é transmitido, principalmente, por um inseto da Subfamília Triatominae, conhecido popularmente como barbeiro. Este animal de hábito noturno se alimenta, exclusivamente, do sangue de animais vertebrados. Vive em frestas de casas de pau a pique, camas, colchões, depósitos, ninhos de aves, troncos de árvores, dentre outros locais, sendo que tem preferência por locais próximos à sua fonte de alimento. Ao sugar o sangue de um animal com a doença, este inseto passa a carregar consigo o protozoário. Ao se alimentar novamente, desta vez de uma pessoa saudável, geralmente na região do rosto, ele pode transmitir a ela o parasita. Esse processo se dá em razão do hábito que este tem de defecar após sua refeição. Como, geralmente, as pessoas costumam coçar a região onde foram picadas, tal ato permite com que os parasitas, presentes nas fezes, penetrem pela pele. Estes passam a viver, inicialmente, no sangue e, depois, nas fibras musculares, principalmente nas da região do coração, intestino e esôfago. A transfusão de sangue contaminado e transmissão de mãe para filho, durante a gravidez, são outras formas de se contrair a doença. Recentemente descobriu-se que pode ocorrer a infecção oral: são os casos daquelas pessoas que adquiriram a doença ao ingerirem caldo de cana ou açaí moído contendo, acidentalmente, o inseto. Acredita-se que houve, nesses casos, invasão ativa do parasita, via aparelho digestivo. Cerca de 20 dias após a sua primeira – e última – cópula, a fêmea libera, aproximadamente, 200 ovos, que eclodirão em mais ou menos 25 dias. Após o nascimento, esses pequenos seres sofrerão em torno de cinco mudas até atingirem o estágio adulto, formando novas colônias. Febre, mal-estar, falta de apetite, dor ganglionar, inchaço ocular e aumento do fígado e baço são alguns sintomas que podem aparecer inicialmente (fase aguda), embora existam casos em que a doença se apresenta de forma assintomática. Em quadro crônico, o mal de Chagas pode destruir a musculatura dos órgãos atingidos (principalmente a do coração e do cérebro), provocando o aumento destes, de forma irreversível. Em muitos casos, somente essa fase é percebida pelo paciente, sendo que ela pode se manifestar décadas depois do indivíduo ter sido infectado pelo parasita. O diagnóstico pode ser feito via exame de sangue do paciente na busca do parasita no próprio material coletado (microscopia) ou pela presença de anticorpos no soro (através de testes sorológicos). O tratamento, visando à eliminação dos parasitas, é satisfatório apenas no estágio inicial da doença, quando o tripanossoma ainda está no sangue. Na fase crônica, a terapêutica se direciona para o controle de sintomas, evitando maiores complicações. GIARDÍASE A giardíase, também conhecida por lambliose, é uma infecção intestinal causada pelo protozoário flagelado Giardia lamblia. Ele pode se apresentar em forma de cisto ou trofozoíto, sendo que a primeira é a responsável por causar diarreia crônica com cheiro forte, fraqueza e cólicas abdominais no hospedeiro (cão, gato, gado, roedores, ser humano, dentre outros), graças às toxinas que libera. Essas manifestações podem gerar um quadro de deficiência vitamínica e mineral e, em crianças, pode causar a morte, caso não sejam tratadas. Ocorre em todo o mundo, mas é mais frequente em regiões onde as condições sanitárias e de higiene são precárias. Os protozoários são transmitidos pela ingestão dos cistos oriundos das fezes de indivíduo contaminado, podendo estar presentes na água, alimento, nas mãos, e até mesmo durante sexo oral-anal. Moscas e baratas também podem transportá-los. No estômago, dão origem aos trofozoítos. Esses colonizam o intestino delgado, se reproduzem e seus descendentes, após sofrerem processo de encistamento, são liberados para o exterior do hospedeiro, quando este defecar. O período de incubação é entre uma e quatro semanas e a infecção pode ser assintomática. O diagnóstico é feito via exame de fezes ou, em casos raros, biópsia de material duodenal. A prevenção é feita adotando-se hábitos de higiene, como lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas, brincar com animais e antes de comer ou preparar alimentos; ingerir unicamente água tratada; higienizar os alimentos antes do consumo e cura dos doentes. Vale lembrar que o cloro não mata os cistos e que, portanto, alimentos ou água tratados unicamente com cloro não impedem a infecção por este protozoário. O tratamento pode ser feito com uso de fármacos receitados pelo médico. Adultos que têm contato mais próximo com crianças e pessoas que trabalham no setor alimentício devem se afastar de suas funções até a cura total. MALÁRIA A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium, como o Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale: os dois primeiros ocorrem em nosso país e são mais frequentes na região amazônica. Essa doença, conhecida também pelos nomes impaludismo, febre palustre, maleita e sezão, tem como vetor fêmeas de alguns mosquitos do gênero Anopheles. Estas, mais ativas ao entardecer, podem transmitir a doença para indivíduos da nossa espécie, uma vez que liberam os parasitas no momento da picada, em sua saliva. Transfusão de sangue sem os devidos critérios de biossegurança, seringas infectadas e mães grávidas adoecidas são outras formas em que há a possibilidade de contágio. No homem, os esporozoítos infectantes se direcionam até o fígado, dando início a um ciclo que dura, aproximadamente, seis dias para P. falciparum, oito dias para a P. vivax e 12 a 15 dias para a P. malariae, reproduzindo-se assexuadamente até rebentarem as células deste local (no mosquito, a reprodução destes protozoários é sexuada). Após esses eventos, espalham-se pela corrente sanguínea e invadem hemácias, até essas terem o mesmo fim, causando anemia no indivíduo. Febre alta, sudorese e calafrios, palidez, cansaço, falta de apetite e dores na cabeça e em outras regiões do corpo são os principais sintomas, que podem se manifestar a cada 48 horas, caso a infecção tenha sido causada pelo P. falciparum ou pelo P. vivax; e a cada 72 horas quando o agente causador é o P. malarie (febre quartã). Essa primeira espécie pode, ainda, afetar vários órgãos e sistemas do corpo, como o sistema nervoso e aparelho respiratório. Para confirmar a presença do parasita no sangue, a análise é feita por meio de uma pequena amostra,geralmente retirada da ponta do dedo do paciente (teste de gota espessa). O tratamento é feito com o uso de fármacos orais e deve ser iniciado o mais rapidamente possível, para evitar complicações como anemia, icterícia e mau funcionamento dos órgãos vitais, além dos riscos que um indivíduo acometido pelo P. falciparum pode estar sujeito. A prevenção consiste em evitar picadas do mosquito, fazendo o uso de repelentes, calças e camisas de manga longa, principalmente no período de fim da tarde e início da noite. Evitar o acúmulo de água parada a fim de impedir a ovoposição e nascimento de novos mosquitos é outra forma de evitar a malária. TOXOPLASMOSE A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pelo Toxoplasma gondii, protozoário que pode se manifestar de forma assintomática na maioria dos casos, até mesmo sem causar nenhum dano, caso o hospedeiro não esteja com seu sistema imunitário comprometido. Este micro-organismo é parasita intracelular, principalmente de células do sistema nervoso e muscular de animais endotérmicos - inclusive cães, gatos, coelhos, lebres, aves, suínos, gados, ratos e cobaias. Sua reprodução pode ser assexuada, dando origem a zoítos que, após sucessivas divisões, se tornam merozoítos, infectando novas células, inclusive as de defesa; ou sexuada (gametogônica), no intestino do hospedeiro, dando origem aos oocistos. Oocistos podem ser eliminados no ambiente pelas fezes, podendo infectar outros animais – inclusive os humanos. Esta última forma de reprodução ocorre, predominantemente, em felinos. A ingestão da carne crua ou malcozida de animais infectados é outra forma de se adquirir a toxoplasmose, já que estes possuem em seus músculos formas residuais infectantes do parasita. Apenas 10% das pessoas imunologicamente preservadas apresentam sintomas, sendo o principal a presença de ínguas, geralmente no pescoço. Febre, dores musculares e articulares, comprometimento da visão, dor de cabeça e garganta e manchas pequenas e vermelhas pelo corpo podem ser outros sinais da toxoplasmose. Inflamação da retina (coriorretinite), apresentando conjuntivite, hemorragias oculares, embaçamento da visão, dentre outros sintomas, pode ocorrer, principalmente, em crianças - nos seus primeiros dez anos de vida. A doença pode ser transmitida pela mãe no período fetal (toxoplasmose congênita). Esta doença permanece latente após certo tempo de infecção podendo, mesmo que raramente, ressurgir em situações de baixa imunidade. Para diagnosticar a doença, exames de sangue são necessários. Mulheres gestantes ou que pretendem engravidar devem fazê-los, a fim de evitar outras complicações, como aborto, crescimento retardado do feto, nascimento prematuro e malformações. Cuidados relacionados à ingestão de carne e contato direto com animais, principalmente felinos, são necessários para evitar estes protozoários. Lavar com água corrente os vegetais antes de comê-los é, também, uma medida necessária. DOENÇAS CAUSADAS POR VERMES Várias são as doenças causadas por vermes (animais que parasitam homens e animais). Com grande capacidade de regeneração, eles podem possuir um ou dois hospedeiros. Há várias espécies de vermes parasitas causadores de doenças Os vermes pertencem ao Reino Animalia e a maioria é conhecida por apresentar corpo achatado ou alongado, sem pernas, mole, com a cabeça e a cauda praticamente iguais ao restante do corpo. Possuem grande capacidade de regeneração, e geralmente apresentam ciclos de vida complexos que se alternam em fases sexuadas e assexuadas. Apresentam exemplares monoicos (cada indivíduo apresenta os dois sistemas reprodutores) e dioicos (cada indivíduo apresenta somente um sistema reprodutor). Muitas espécies que parasitam animais, causando doenças, precisam de mais de uma espécie hospedeira para completar o ciclo de vida. Espécies que necessitam apenas de um hospedeiro para completar o seu ciclo de vida são chamadas de monogenéticas; enquanto que as espécies que necessitam de dois hospedeiros são chamadas de digenéticas, como é o caso do platelminto Schistosoma mansoni, que tem como hospedeiros seres humanos e moluscos. Quando a espécie é digenética, possui o hospedeiro intermediário e o hospedeiro definitivo. O hospedeiro intermediário é o que abriga a fase assexuada, enquanto que o hospedeiro definitivo abriga a fase sexuada. Alguns vermes são de vida livre, mas muitos são parasitas e causadores de doenças em animais (incluindo seres humanos). Geralmente as verminoses não levam à morte do hospedeiro, pois se o hospedeiro morrer, o verme parasita perderá a sua moradia e a fonte de alimentação, o que não será vantajoso para ele. Alguns vermes parasitas são adquiridos pela falta ou precariedade de saneamento básico, mas outros vermes parasitas possuem vetores que disseminam a doença, como é o caso da elefantíase, cujo hospedeiro intermediário é a fêmea do mosquito Culex. ANCILOSTOMOSE A ancilostomose, também conhecida por amarelão, é uma doença causada por vermes nematódeos (espécie: Necator americanus e Ancylostoma duodenale). As formas adultas desses parasitas se instalam no aparelho digestivo dos seres humanos, onde se fixam na porção que compreende o intestino delgado, nutrindo-se de sangue do hospedeiro e causando anemia. Essa doença é transmitida através da penetração ativa de pequenas larvas infectantes na pele de um indivíduo em contato com ambientes propensos, principalmente o solo, contendo fezes contaminadas por ovos que eclodem e desenvolvem as larvas. Após passarem pela epiderme, as larvas atingem a corrente sanguínea, seguindo em direção aos alvéolos nos pulmões (pequena circulação). Por meio das vias respiratórias, as larvas se deslocam pela traqueia até a laringe, onde são deglutidas com os alimentos ingeridos, passando pelo esôfago, estômago e alcançando a parede do intestino. Neste local se reproduzem, eliminando ovos juntamente às fezes. A adesão dos vermes no ducto intestinal ocorre em razão da presença de um aparelho bucal munido de dentículos que se inserem na superfície interna da região duodenal, provocando lesão e consequentemente sangramento, agravando o quadro anêmico. ASCARIDÍASE A ascaridíase é o resultado da infestação do helminto Ascaris lumbricoides no organismo, sendo mais frequentemente encontrado no intestino. Aproximadamente 25% da população mundial possui estes parasitas, sendo tais ocorrências típicas de regiões nas quais o saneamento básico é precário. Este patógeno, conhecido popularmente como lombriga, tem corpo cilíndrico e alongado, e pode chegar até 40 centímetros de comprimento. Fêmeas são maiores e mais robustas que os machos; e estes apresentam a cauda enrolada. Surpreendentemente, um único hospedeiro pode apresentar até 600 destes indivíduos. A contaminação por ele se dá pela ingestão de seus ovos, geralmente encontrados no solo, água, alimentos e mãos que tiveram um contato anterior com fezes humanas contaminadas. No intestino delgado, liberam larvas que atravessam as paredes deste órgão e se direcionam aos vasos sanguíneos e linfáticos; se espalhando pelo organismo. Atingindo a faringe, estas podem ser liberadas juntamente com a tosse ou muco; ou, ainda, serem deglutidas, alcançando novamente o intestino. Lá, reproduzem-se sexuadamente, permitindo a liberação de alguns dos seus aproximados 200 mil ovos diários, pelas fezes, propiciando a contaminação de outras pessoas. Devido ao espalhamento das larvas, febre, dor de barriga, diarreia, náuseas, bronquite, pneumonia, convulsões e esgotamento físico e mental são alguns sintomas que podem se apresentar; dependendo do órgão que foi afetado. Entretanto, em muitos casos a verminose se apresenta assintomática. Para diagnóstico, é necessário que se faça exames de fezes, onde podem ser encontrados os ovos deste animal. Existe tratamento, que é feito com uso de fármacos e adotando medidas de higiene básica. Quantoà prevenção, ingerir somente água tratada, lavar bem frutas e legumes antes de ingeri-los, lavar sempre as mãos, não defecar em locais inapropriados, dente outras, fazem parte desta lista. BICHO-GEOGRÁFICO A larva migrans cutânea, conhecida popularmente como bicho-geográfico, é causada pela penetração de larvas de parasitas intestinais de cães e gatos na pele humana, principalmente o Ancylostoma brasiliensis. De incidência maior em países de clima subtropical e tropical, principalmente em regiões litorâneas, tais larvas costumam ser encontradas em areias de praias, tanques e parquinhos: locais onde os animais domésticos costumam defecar. Estando parasitados por estes helmintos, os ovos liberados juntamente com as fezes, em condições favoráveis de umidade e calor, se transformam em larvas em aproximadamente 24 horas, tornando-se infectantes alguns dias depois. Penetrando na pele humana, migram para o tecido subcutâneo. Lá, ao se locomoverem, deixam rastros semelhantes ao desenho de um mapa, estes localizados predominantemente nos pés, nádegas, costas e mãos – regiões do corpo que mais entram em contato com o solo. Provocam também inchaço, reações inflamatórias e bastante coceira, principalmente à noite. Tais manifestações podem atrapalhar o sono do indivíduo, propiciando um quadro de grande irritabilidade; e também causar infecções secundárias, devido ao ato de coçar. Além disso, como tais larvas eliminam substâncias tóxicas, podem causar alergias, tosse e falta de ar. O tratamento é feito com o uso de pomadas específicas e/ou vermífugos; por aproximadamente duas semanas. Para alívio da coceira, pode ser interessante se fazer compressas de gelo nos locais afetados. Quanto à prevenção, evitar andar descalço em locais onde cães e gatos transitam, recolher as fezes de seu cão, deixá-lo em casa quando for à praia e levá-lo ao veterinário periodicamente impedem que você e outras pessoas se contaminem. Além disso, é necessário evitar contato direto com a areia da praia, principalmente quando esta estiver em local sombreado e úmido: local onde as larvas se desenvolvem. CARAMUJO-GIGANTE-AFRICANO O caramujo-gigante-africano, Achatina fulica, é um molusco oriundo da África. Ele também é chamado de acatina, caracol-africano, caracol-gigante, caracol-gigante-africano, caramujo-gigante, caramujo-gigante-africano ou rainha- da-África. Esse animal pode pesar 200 gramas, e medir cerca de 10 centímetros de comprimento e 20 de altura. Sua concha é escura, com manchas claras, alongada e cônica. Além disso, sua borda é cortante. Foi introduzido ilegalmente em nosso país na década de 80, no Paraná, com o intuito de substituir o escargot, uma vez que sua massa é maior que a destes animais. Levado para outras regiões do Brasil, tal espécie acabou não sendo bem-aceita entre os consumidores, e também proibida pelo IBAMA, fazendo com que muitos donos de criadouros, displicentemente, liberassem seus representantes na natureza, sem tomar as devidas providências. Sem predadores naturais, tal fator, aliado à resistência e excelente capacidade de procriação desse animal, permitiram com que esse caramujo se adaptasse bem a diversos ambientes, sendo hoje encontrado em 23 estados. Só para se ter uma ideia, em um único ano, o mesmo indivíduo é capaz de dar origem a aproximadamente 300 crias. Além de destruírem plantas nativas e cultivadas, alimentando-se vorazmente de qualquer tipo de vegetação, e competir com espécies nativas – inclusive alimentando-se de outros caramujos; tais animais são hospedeiros de duas espécies de vermes capazes de provocar doenças sérias. Felizmente, não foram registrados casos em que essa doença, em nosso país, tenha sido transmitida pelo caramujo-gigante. São elas: Angiostrongylus costaricensis: responsável pela angiostrongilose abdominal, doença que provoca perfuração intestinal, de sintomas semelhantes aos da apendicite; Angiostrongylus cantonensis: responsável pela angiostrongilíase meningoencefálica, de sintomas variáveis, mas muitas vezes fatal. Tanto uma quanto outra ocorrem pela ingestão do parasita, seja pelo manuseio dos caramujos, ou ingestão destes animais sem prévio cozimento, ou de alimentos contaminados por seu muco, como hortaliças e verduras. Assim, é importante o uso de luvas ou sacolas de plástico ao manipular os caramujos, cozer antes se comer a sua carne, e desinfeccionar itens alimentares, lavando-os e deixando-os de molho de quinze minutos a meia hora, em aproximadamente uma colher de água sanitária para um litro de água. Quanto ao controle desse molusco, indica-se a catação manual dos indivíduos e de seus ovos, colocando-os em dois sacos plásticos, com a posterior quebra de suas conchas antes de eliminá-los. Isso porque tais estruturas podem acumular água, sendo um criadouro em potencial para os ovos do Aedes aegypti. Depois, recomenda-se a aplicação de cal virgem sobre os caramujos quebrados, e o posterior enterramento, em local longe de lençóis freáticos, cisternas ou poços artesianos. CISTICERCOSE A cisticercose é causada pela ingestão acidental dos ovos da Taenia solium: platelminto que tem como hospedeiros intermediários os suínos. Indivíduos com teníase, por possuírem em seu organismo a forma adulta da tênia, liberam ovos destes animais, juntamente com suas fezes, podendo contaminar a água ou mesmo alimentos ou mãos. Assim, ao se ingerir os ovos da T. solium, este parasita se encaminha do trato digestório à corrente sanguínea, e se aloja em órgãos como cérebro, olhos, coluna ou músculos. A gravidade da doença depende muito da região infestada. Um cisticerco localizado no cérebro, por exemplo, pode causar dores de cabeça, convulsões, confusão mental e até morte sendo, obviamente, o caso clínico mais grave. Alojada na coluna e região muscular, causa dor e dificuldades de locomoção e na região ocular, distúrbios visuais e até cegueira. O período de incubação da doença varia entre 15 dias a anos após a infecção, podendo também, nunca se manifestar. O tratamento varia de acordo com a localização dos cisticercos, período de contaminação e estado de saúde do paciente. Não defecar ao ar livre; lavar sempre as mãos, principalmente antes de se alimentar e após usar o sanitário; não utilizar fezes humanas, nem esgoto como adubo; não irrigar horta com água de rio; lavar bem as frutas e verduras antes de ingeri-las; tomar água apenas se estiver tratada e acompanhamento médico dos portadores de cisticercose e teníase são as principais formas de evitar seu contágio e o de outras pessoas a curto e a longo prazo. ESQUISTOSSOMOSE A esquistossomose é causada por platelmintos da classe Trematoda. Estes ocorrem em diversas regiões do mundo, sendo que, no Brasil, o responsável pela doença é o Schistossoma mansoni. Este tem a espécie humana como hospedeiro definitivo, e caramujos de água doce do gênero Biomphalaria, como hospedeiros intermediários. Pessoas contaminadas permitem com que outros indivíduos adquiram a doença ao liberar ovos do parasita em suas fezes e urina, quando estas são depositadas em rios, córregos e outros ambientes de água doce; ou quando chegam até estes locais pelas enxurradas. Na água, a larvas - denominadas miracídios - são liberadas e só continuam seus ciclos de vida se alojarem-se em caramujos do gênero Biomphalaria. Estes possuem como característica principal concha achatada nas laterais e de cor marrom acinzentada. As larvas, agora denominadas cercárias, se desenvolvem e são liberadas na água. Em contato com a pele e mucosa humanas, penetram no organismo e podem causar inflamação, coceira e vermelhidão nessas regiões. Lá, desenvolvem-se, reproduzem-se e eliminam ovos a partir de veias do fígado e intestino, obstruindo-as. Os sintomas, quando aparecem, surgem aproximadamente cinco semanas após o contato com as larvas. Na fase aguda (a mais comum), a doença se manifesta por meio de vermelhidão ecoceira cutâneas, febre, fraqueza, náusea e vômito. O indivíduo pode, também, ter diarreias, alternadas ou não por constipações intestinais. Na fase crônica, fígado e baço podem aumentar de tamanho. Hemorragias, com liberação de sangue em vômitos e fezes, e aumento do abdome (barriga-d’água) são outras manifestações possíveis. O diagnóstico é feito via exames de fezes em três coletas, onde se verifica a presença de ovos do verme; ou por biópsia da mucosa do final do intestino. Há também como diagnosticar verificando, em amostra sanguínea, a presença de anticorpos específicos. O tratamento é feito com antiparasitários, geralmente em dose única. A prevenção consiste em identificação e tratamento das pessoas adoecidas, saneamento básico, combate aos caramujos, e informação à população de risco. Evitar contato com água represada ou de enxurrada e usar roupas adequadas ao entrar em contato com água suspeita de estar infectada são medidas individuais necessárias. FILARIOSE A filariose é uma doença parasitária provocada pelo nematelminto Wuchereria bancrofti, transmitido por mosquitos fêmeas dos Gêneros Culex, Anopheles, Mansonia ou Aedes, sendo o C. quinquefasciatus o mais frequentemente associado. No Brasil, Estados como Pará, Maranhão, Amazonas, Alagoas, Bahia, Pernambuco e Santa Catarina são locais nos quais houve notificações da doença. Infectando somente humanos, tais vermes se direcionam ao sistema sanguíneo, provocando febre, dor de cabeça e mal-estar. Após sua maturação, período que varia entre três meses e um ano, instalam-se no sistema linfático, bloqueando os vasos, fazendo com que as pessoas acometidas passem a apresentar sinais claros de inchamento nos membros; e também nas mamas, no caso de mulheres, e testículos, em indivíduos do sexo masculino. Tais vermes adultos produzirão microfilárias, que circularão pelo sangue do paciente. Infecções na pele e urina gordurosa também podem ocorrer e, em casos mais graves, o inchamento é tão grande que a pessoa pode apresentar deformações. Este quadro ocorre em cerca de 15% dos casos, geralmente como o resultado de infecções secundárias, relacionadas à falta de higiene, sendo popularmente chamado de elefantíase. O diagnóstico é feito pela análise dos sintomas e também por exames de sangue, ou linfa. O tratamento dependerá do grau de evolução da doença; sendo em alguns casos específicos, sugerida a retirada cirúrgica dos vermes adultos. Quanto à prevenção, a primeira medida é o tratamento das pessoas infectadas e doentes em decorrência deste nematelminto; aliada ao combate dos mosquitos transmissores. Além disso, é necessário que as pessoas acometidas sejam orientadas quanto à higienização das partes afetadas, inviabilizando a elefantíase. No que diz respeito a medidas individuais, o ideal é evitar a exposição aos mosquitos ou, quando isso não é possível, utilizar camisas de manga longa, calça comprida; e também repelentes de qualidade. HIDATIDOSE A hidatidose consiste na presença patogênica do platelminto Echinococcus granulosus ou Echinococcus vogeli: vermes cujos canídeos, como cães, raposas e lobos, são os hospedeiros definitivos. Bovinos, ovinos, roedores e outros herbívoros são hospedeiros intermediários; e na nossa espécie, é um parasita acidental. Essas duas espécies pertencem à classe Cestoda, ordem Cyclophyllidea e Família Taeniidae e fazem parte de seus representantes de tamanho menor (por isso são conhecidas como tênia anã). Entretanto, suas larvas são mais volumosas do grupo em questão. Os cães se contaminam ao ingerir as vísceras de outros hospedeiros. Estes últimos adquirem a doença pela ingestão dos ovos do parasito, estes expelidos nas fezes dos hospedeiros definitivos. Se espalhando na água, solo e ambiente em geral, estes ovos permitem com que os outros hospedeiros adquiram a doença. O contato direto com o animal infestado pode, também, causá-la. No intestino, os ovos são eclodidos e as larvas, via sistema circulatório, se espalham e alojam em determinadas regiões do organismo. Elas afetam, principalmente, o fígado, pulmão e cérebro, formando cistos. Esses crescem cerca de 1 a 5 cm ao ano, podendo atingir tamanho maior que o de uma bola de futebol. Quando se rompem, causam choque anafilático e há grandes chances do indivíduo ir a óbito. Os sintomas variam de acordo com a localização e tamanho destas esferas e são consequência da pressão física que estas exercem sobre a víscera do hospedeiro: dores abdominais, fadiga, febre, alergias e tosse são os mais comuns, mas esta doença pode se apresentar assintomática, na sua fase inicial. O diagnóstico se faz por raios-X, ecografia ou tomografia. Para tratamento, utiliza-se um fármaco denominado prazinquantel e podem ser necessárias cirurgias, a fim de se retirar os cistos. Quanto à prevenção, recomenda-se o tratamento dos cães infectados e evitar com que estes se alimentem de carne crua. Hábitos de higiene, como lavar sempre as mãos e também os alimentos antes de consumi-los, ingerir água filtrada e dosar o contato com estes animais também são necessários. Informação útil: em 2008 foi criado o primeiro centro de referência em hidatidose de nosso país - o Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados, do Instituto Oswaldo Cruz. OXIUROSE A oxiurose, ou enterobiose, é causada pelo helminto Enterobius vermicularis. Os oxiúros são pequenos, de distribuição ampla, e ocorrem mesmo em populações onde o saneamento básico é satisfatório. Este animal parasita o intestino humano, conferindo prurido (coceira) na região anal, (seu sintoma mais característico), que ocorre em razão da migração das fêmeas à região anal para postura dos ovos. Irritabilidade, diarreia, náuseas, emagrecimento, vômitos e dores abdominais são os outros sintomas. Lesões na mucosa, dermatite e infecções secundárias podem aparecer na região anal. No caso de pessoas do sexo feminino, estas podem ter vaginites, em face da proximidade da vagina com o ânus. Em casos mais graves, os vermes podem se deslocar até as trompas e bloqueá-las, que pode provocar a esterilidade. As crianças são as principais vítimas desta infecção, uma vez que nem todas possuem, ainda, noções básicas de higiene pessoal. Assim, o ato de coçar a região e não lavar as mãos pode causar a reinfecção ou infecção de seus colegas. A ingestão de água e alimentos contaminados pelos ovos deste animal podem, também, causar a oxiurose. Ao levar a mão contaminada à boca, os ovos são direcionados até o intestino delgado, local onde são eclodidos. As larvas se encaminham até o intestino grosso, onde ficam até atingir a maturidade sexual. A reprodução ocorre neste local sendo que, após o ato, o macho morre. Como geralmente o deslocamento da fêmea do intestino até o ânus ocorre durante o sono de seu hospedeiro, a criança pode eliminar diversos ovos neste período, podendo comprometer mais pessoas, uma vez que a poeira domiciliar é responsável por mais de 90% da infestação do verme. O diagnóstico é feito analisando a presença dos ovos e fêmeas na região anal do paciente, com auxílio de uma fita adesiva transparente, que retirará uma amostra nas primeiras horas do dia, antes do indivíduo defecar ou tomar banho. Este material é analisado em microscópio, para confirmação da presença do parasita. O tratamento pode consistir em lavagens intestinais com água morna e/ou fármacos. A higienização do ambiente e cuidados pessoais desta natureza são fatores importantes para evitar a reinfestação do verme. TENÍASE A teníase é uma doença causada pela tênia, um platelminto da Classe Cestoda, representada por parasitas intestinais. Em razão deste modo de vida, esses indivíduos não possuem sistema digestório, uma vez que absorvem nutrientes digeridos pelo hospedeiro. Usualmente, consideramos duas espécies de tênias: a Taenia solium, que parasita suínos e a Taenia saginata, parasitando bovinos. Ambas possuem corpo divididoem vários anéis denominados proglótides e na extremidade anterior, denominada escólex, há presença de ventosas que auxiliam na fixação do animal. A Taenia solium, possui nesta região, ainda, ganchos cujo conjunto é denominado rostro, auxiliando também na fixação. As tênias são hermafroditas, uma vez que cada proglótide possui sistema reprodutor masculino e feminino.No ciclo da teníase, o animal humano é o hospedeiro definitivo e suínos e bovinos são considerados hospedeiros intermediários. No hospedeiro definitivo, o animal adulto fica fixado às paredes intestinais e se autofecunda. Cada proglótide fecundada, sendo eliminada pelas fezes, elimina ovos no ambiente. Esses podem contaminar a água e alimentos, gerando grande possibilidade de serem ingeridos por um dos hospedeiros. Ocorrendo a ingestão pelos hospedeiros intermediários, estes têm a parede do intestino perfurada pelo embrião contido no ovo, que se aloja no tecido muscular. Este, alojado, confere à região um aspecto parecido com canjica – e é por esse motivo que algumas pessoas chamam esta doença pelo nome de “canjiquinha”. Ao se alimentar da carne crua ou malpassada do animal contaminado, o homem completa o ciclo da doença. O animal se desenvolve até o estágio adulto no intestino humano e pode conferir ao portador dores de cabeça e abdominais, perda de peso, alterações do apetite, enjoos, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia. O hospedeiro definitivo tem potencial de continuar o ciclo da doença, caso suas fezes contaminem a água e alimentos dos hospedeiros intermediários ou de outras pessoas. Um indivíduo que ingere ovos da Taenia solium diretamente, pode ter seu organismo bastante comprometido, uma vez que o embrião (oncosfera) passa do intestino para a corrente sanguínea. Com o auxílio de suas ventosas e, principalmente, dos ganchos, pode se alojar no cérebro, olhos, pele ou músculos – inclusive do coração - podendo conferir ao portador quadro de cegueira definitiva, convulsão ou, até mesmo, óbito. Este processo de ingestão direta do ovo da tênia do porco pelo indivíduo humano é denominado cisticercose. Essa pode ser causada também por outra espécie de cestoda, Echinococcus granulosus, que parasita o intestino de cachorros. Medidas de prevenção incluem o saneamento básico (tratamento de água e esgoto), fiscalização das carnes de porco e boi; cozimento prolongado da carne com cisticerco antes da ingestão; tratamento de doentes e bons programas de educação e sensibilização, incentivando bons hábitos de higiene no dia a dia. TRICOCEFALÍASE O Trichuris trichiura é o nematelminto causador da tricocefalíase. Essa doença não possui hospedeiros intermediários, se dá pela ingestão dos ovos deste animal, que se encontram, geralmente, no solo, na água e nos alimentos, são oriundos de fezes contaminadas. No intestino, os ovos se desenvolvem e, em aproximadamente 90 dias, os vermes, já adultos, acasalam-se e dão origem a novos parasitas, diariamente. Estes se concentram, principalmente, no ceco, cólon e reto. Na maioria dos casos, a presença destes vermes se dá de forma assintomática. Entretanto, quando a quantidade destes é excessiva, reações alérgicas, sangramento retal, diarreias, emagrecimento, insônia, irritabilidade, anemia, danos nos tecidos da região, dentre outros sintomas, podem ocorrer. De acordo com a carga parasitária, estes sintomas podem ser mais amenos ou mais graves. O diagnóstico clínico é feito via exames de fezes, pelos métodos Lutz (Hoffman), Faust ou o de Kato-Katz. O tratamento envolve o uso de alopáticos, como o albendazol. Para acompanhamento, é necessário que se faça novamente estes exames 7, 14 e 21 dias após o término do uso dos medicamentos. A tricocefalíase ocorre com mais frequência em regiões tropicais, em locais onde as condições sanitárias são regulares ou precárias. Estes parasitas podem contaminar porcos e macacos. Medidas de higiene, como lavar as frutas e verduras antes de ingerir, lavar as mãos após ir ao banheiro, são as principais formas de evitar a presença desses parasitas. Saneamento básico e tratamento dos doentes são medidas que, a longo prazo, podem reduzir drasticamente o número de casos. DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS CATAPORA A catapora, ou varicela, é uma doença viral, causada pelo Herpesvirus varicellae, e que se manifesta com maior frequência em crianças. Na maioria das vezes, apresenta-se de forma benigna e as pessoas acometidas tendem a apresentar cansaço, dor de cabeça, febre e perda de apetite. O mais característico, no entanto, é o surgimento de pequenas feridas de cor avermelhada e número variável, que costumam se manifestar no tronco, rosto, membros e, em alguns casos, nas mucosas. Logo, essas lesões evoluem para bolhas com líquido e, em cerca de cinco dias, começam a cicatrizar. Como aparecem em grupos, em uma mesma pessoa acometida, tais lesões são visíveis, apresentando-se em diferentes estágios. A transmissão se dá por meio de gotículas ou secreções nasais contendo o vírus, mesmo que os sintomas ainda não tenham surgido. Além disso, a secreção das feridas também é contaminante, até mesmo quando já formaram as “casquinhas”. Há, também, a possibilidade de transmissão de mãe para filho, durante a gestação. Gestantes, recém-nascidos e pessoas nas quais a imunidade se encontra comprometida, devem receber cuidados especiais, já que a doença, nesses casos, pode evoluir para quadros mais graves, como pneumonia, edema, infecção de ouvido, herpes-zóster (erupção cutânea bastante dolorosa) e síndrome de Reye (doença grave, de rápida progressão e muitas vezes fatal, que compromete o fígado e o sistema nervoso). Além disso, todos os pacientes devem evitar tocar ou coçar as feridas, já que tais atos podem provocar infecções bacterianas, causando complicações e aumentando a probabilidade de a pele ficar manchada. Quanto ao diagnóstico e tratamento, devem ser feitos sob orientação médica, sendo que esse último se foca no controle dos sintomas e prevenção de complicações, já que não existem medidas que provoquem a expulsão do vírus do organismo. Em hipótese alguma a pessoa deve se automedicar, principalmente se se tratar de salicilatos, como a aspirina, já que este ato pode provocar a síndrome de Reye. Não há comprovação científica acerca da eficácia do permanganato de potássio. Em razão do seu alto grau de transmissibilidade, é importante que os pacientes permaneçam em casa, de repouso, por pelo menos uma semana, para evitar que outras pessoas sejam afetadas. Introduzida no ano de 1995, outra medida eficaz para a prevenção da catapora, ou de manifestações mais severas, é a vacina. No caso de pessoas imunocomprometidas, e que tiveram contato com o vírus, deve ser avaliada a possibilidade da imunização através do uso de globulinas. Vale lembrar que pessoas que já contraíram esse vírus se tornam imunes a essa doença. Entretanto, por permanecer, de forma latente, no organismo, o H. varicellae pode provocar a manifestação da herpes-zóster. CAXUMBA A caxumba, também denominada papeira, parotidite infecciosa e parotidite endêmica; é uma doença viral cujo responsável pela infecção pertence à família Paramyxoviridae, gênero Rubulavírus. Com grande capacidade de transmissão, esta se dá através do contato direto com saliva, gotículas aéreas e objetos contendo o vírus. Este também pode ser transmitido de mãe para filho, durante a gravidez, podendo causar abortos espontâneos. Essa doença, que ocorre principalmente em crianças, apresenta como sintoma principal o inchamento de uma ou mais glândulas salivares, causando um aumento exagerado do volume da região do pescoço. Além desse fator, febre e, em alguns casos, inchamento das glândulas salivares, náuseas, sudorese, zumbido nos ouvidos e dores no corpo e na cabeça podem se manifestar. Em alguns casos excepcionais surgem complicações, como a orquiepididimite (inchamento dos testículos),ooforite (inchamento dos ovários), pancreatite, meningite e encefalite. O período de incubação varia entre duas e três semanas após o contato com o agente transmissor, sendo que o indivíduo acometido é capaz de transmitir o vírus cerca de uma semana antes das manifestações sintomáticas, e até nove dias depois desse evento. O diagnóstico é feito pela análise do quadro clínico e, quando necessário, a cultura do vírus e testes sorológicos podem ser requeridos. Não existe tratamento para a eliminação do vírus, sendo este visado apenas para aliviar os sintomas da doença. Assim, repouso e, em alguns casos, antitérmicos, analgésicos e compressas são indicados. Quanto à prevenção, a vacina tríplice viral (MMR) aos 15 meses de idade, e não ter contato com alguém acometido pela doença, são capazes de fornecer resultados satisfatórios. DENGUE A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo: a cada ano, cerca de 20 mil pessoas morrem em consequência dessa doença. No Brasil, ela é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti fêmea, portadora do vírus dessa doença. Esse animal, de hábitos diurnos e crepusculares, possui tamanho pequeno, com cerca de meio centímetro de comprimento. Sua cor varia entre o café e o preto, apresentando faixas brancas nas patas e nas costas. Já o vírus, pertencente à Família Flavivirus, possui quatro subtipos: o DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Este último, desde 2010, passou a se manifestar também em nosso país. Uma pessoa que teve dengue se torna imune ao sorotipo que provocou a doença, no entanto, existe o risco de se infectar novamente pelos outros três. Vale frisar que a transmissão só ocorre da forma que foi mencionada: não existe a possibilidade de uma pessoa portadora “passar dengue” para outro indivíduo. A dengue pode apresentar quatro quadros distintos: Infecção aparente: quando não há manifestação de sintomas. É o caso que ocorre mais frequentemente. Dengue clássica: apresenta sintomas semelhantes aos da gripe, como febre alta, dores, cansaço e indisposição, além de vômitos, dores nas articulações e atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele. Dengue hemorrágica: mais comum em pessoas que já tiveram algum tipo de dengue, ela se manifesta inicialmente tal como a dengue clássica. Após o terceiro ou quarto dia, a febre diminui, podendo provocar uma queda súbita da pressão arterial, e logo em seguida o paciente apresenta sangramentos, principalmente das gengivas, nariz e intestino. Síndrome do choque da dengue: a pressão arterial cai subitamente ou, aos poucos, vai diminuindo a ponto de o indivíduo quase não apresentar pulso. Pode ocorrer perda de consciência e insuficiência renal, cardíaca, hepática e/ou respiratória. Apresentando pelo menos dois ou três dos sintomas citados, é importante que a pessoa ingira bastante água e procure auxílio médico o mais rápido possível. Como não existe tratamento específico, os profissionais da saúde se focam no controle dos sintomas e prevenção do quadro hemorrágico e demais complicações. Pessoas com problemas crônicos devem receber atenção especial. Confirmada a doença, é interessante que o paciente evite ser picado novamente, reduzindo a possibilidade de novos mosquitos e pessoas serem portadores do vírus da dengue. O uso de repelentes, mosquiteiros, telas e vaporizadores elétricos; pode ajudar nesse sentido. Não existem vacinas que previnam essa doença. Por esse motivo, as ações de controle da dengue são feitas com base no controle do mosquito transmissor. A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), por exemplo, envia a todos os estados larvicidas e inseticidas capazes de destruir larvas e mosquitos adultos. Os inseticidas são lançados por meio das máquinas de nebulização; e os larvicidas, utilizados pelos agentes de saúde em residências e outros locais que podem acumular água parada. Como tais medidas podem provocar a resistência dos mosquitos aos produtos, é importante que essa não seja a única medida adotada. Já que as fêmeas desovam em água limpa e parada, todos os locais possíveis de se acumular esse solvente devem ser eliminados ou protegidos, sendo necessário, portanto, o engajamento de toda a população. Vale lembrar que os ovos são muito resistentes, sendo necessário, dessa forma, além de eliminar a água, lavar os recipientes esvaziados. ÉBOLA Os vírus, as doenças virais e suas formas de imunização são grandes desafios da ciência mundial, dengue e AIDS são dois exemplos dentre outros tantos. Entretanto, nenhuma outra doença viral atingiu proporções de letalidade como o surto do vírus Ebola, na África. A doença foi “descoberta” no Zaire (atual república democrática do Congo), em 1976, e os sintomas impressionavam tanto quanto a velocidade com que os infectados morriam. Estima-se que a letalidade do vírus do Ebola durante surtos epidêmicos atinja os 90%, ou seja, a cada 10 pessoas infectadas, 9 morrem. Várias epidemias de febre hemorrágica produzida pelo Ebola são conhecidas: em 1976, duas epidemias, no Zaire e no Oeste do Sudão, provocaram cerca de 340 mortes. Houve uma terceira epidemia em 1979, no Sudão, e uma quarta, em 1996, no Zaire; ambas com menor quantidade de mortos. A última epidemia matou 224 pessoas em Uganda, entre outubro de 2000 e março de 2001. Assim como todos os vírus, o do Ebola infecta células sadias do organismo, desencadeando um rápido e sequencial processo de sucessivas multiplicações e infecções de novas células. Desta forma, podemos ter que o tempo de incubação da doença varia de 02 a 20 dias, dependendo, entre outros fatores, do próprio sistema imunológico da pessoa que está infectada. A forma de contrair a doença é muito simples, basta o contato com uma pessoa já infectada, viva ou morta, e como em alguns países africanos existe a tradição de se lavar os familiares falecidos, a doença se disseminou muito rápido. Após o contágio e período de incubação, os sintomas começam a aparecer, sendo que os mais comuns são: edemas, febre alta, vômito, dor de cabeça e insuficiência hepática e renal. A deformação do colágeno responsável pela união dos órgãos, o elevado estágio de debilidade do paciente e as sucessivas hemorragias espalhadas por todo o organismo causam a morte do paciente infectado em pouquíssimo tempo; esse quadro é uma das principais características da febre hemorrágica conhecida como Ebola. Infelizmente, uma vez contraída a doença, o tratamento se concentra basicamente em se tratar dos sintomas e, como já vimos, até 90% dos infectados podem morrer. Existem, atualmente, 4 variações do gênero filovírus descritas, sendo 3 do vírus Ebola (Ebola Zaires, Ebola Sudão e Ebola Reston), no entanto, algumas vacinas têm sido desenvolvidas a fim de que o problema seja minimizado. Vários filmes já tentaram traduzir os perigos desse tipo de doença, rápida e letal, como o filme Epidemia (Warner Bros), de 1995, com Justin Hoffman, Morgan Freeman e Cuba Gooding Jr., nessa história o vírus adquire a capacidade de infectar pelo ar. Vale a pena assistir e saber mais. FEBRE AFTOSA A febre aftosa é uma doença infecciosa causada por vírus. Ela atinge animais de cascos bipartidos, como bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. É uma doença altamente contagiosa que possui sete soros imunologicamente distintos, são eles: A, O, C, SAT1, SAT2, SAT3 e Asia 1, sendo que no Brasil encontramos apenas os tipos A, O e C. O vírus da febre aftosa é altamente contagioso e pode ser transmitido através da baba do animal, que contém grande quantidade de vírus. O sangue dos animais infectados também contém grande quantidade de vírus durante a fase inicial da doença. O vírus dessa doença é muito resistente, podendo resistir por meses na medula óssea do animal (mesmo depois de morto), no pasto, na farinha de ossos e no couro. A doença também pode ser transmitida por contato indireto, através de alimentos, água, ar, pássaros e humanosque cuidam dos animais, e que podem levar os vírus em suas mãos, roupas ou calçados, e infectar animais sadios. Os primeiros sintomas apresentados pelo animal são febre alta e perda do apetite, seguidos de aftas na boca, na gengiva ou na língua, e principalmente por feridas nos cascos ou nos úberes. O animal baba muito, contaminando todo o ambiente e tem grande dificuldade para se alimentar e para se locomover, em razão das feridas nos cascos. A produção de leite, o crescimento e a engorda ficam prejudicados. A intensidade da doença é variável, mas sabe-se que ela atinge mais animais jovens, principalmente os que estão em aleitamento. O tratamento dessa doença é feito com a total desinfecção do local, fervura ou pasteurização do leite destinado ao consumo humano ou de outros animais, tratamento com medicação nas feridas dos animais e tratamento com tônicos cardíacos em animais com muita fraqueza. No Brasil, a prevenção dessa doença é feita por meio de vacina obrigatória aplicada de 6 em 6 meses, a partir do terceiro mês de vida do animal. A vacinação é obrigatória a todos os criadores de animais, de forma que as recomendações do fabricante com relação à dosagem, prazo de validade, modos de conservação, entre outros, sejam obedecidas. FEBRE AMARELA A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um Arbovírus do Gênero Flavivírus. Sua incidência se restringe à América Central, América do Sul e África. A transmissão se dá por meio da picada de mosquitos previamente contaminados, ao sugarem o sangue de um indivíduo acometido. Nas cidades, o responsável é o Aedes aegypti; e em ambientes de mata, os dos Gêneros Haemagogus e Sabethes. O período de incubação, ou seja, o tempo entre a picada e a manifestação de sintomas, é de aproximadamente três dias. Em algumas pessoas não há manifestação de sintomas; ao passo que em outras, o quadro se apresenta bastante sério. Febre, náuseas, dor de cabeça e nos músculos aparecem associados ao amarelamento da pele e dos olhos do paciente. Hemorragias, tanto internas quanto externas, podem também se manifestar. Seus sintomas duram, em média, dez dias. Nesses casos mais graves, além do quadro descrito, há o comprometimento dos rins, o que pode provocar problemas cardíacos, pulmonares e hepáticos; e morte em 50% dos casos. O diagnóstico é feito pela análise dos sintomas e por meio de exames. Em alguns casos, análises laboratoriais adicionais são requeridas para averiguar se há ou não complicações ou comprometimento de órgãos e/ou funções vitais. Não existe tratamento específico para a febre amarela e, dessa forma, os procedimentos médicos focam no controle de sintomas e prevenção de complicações. Repouso, ingestão abundante de água, boa alimentação e, no caso de hemorragias, reposição sanguínea, são importantes medidas. Após a cura, não há riscos de reinfecção. A melhor forma de se evitar a febre amarela é por meio da vacinação, disponível gratuitamente em postos de saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em portos e aeroportos. Ela é recomendada a indivíduos com nove meses de idade ou mais e deve ser reforçada de dez em dez anos. O controle do mosquito Aedes aegypti é outra medida eficaz, tendo a vantagem de também prevenir a dengue. Para pessoas cuja imunização por meio da vacina não é recomendada (gestantes, imunocomprometidos, etc.), o uso de bons repelentes, camisas de manga comprida, calça, meias e luvas – ao visitar áreas suscetíveis – é uma boa medida de prevenção. GASTRENTERITE VIRAL A diarreia está entre as cinco principais causas de morte por desidratação, em todo o mundo, sendo a maioria causada por vírus. A gastroenterite viral, também conhecida como gripe intestinal, pode ser provocada pelo rotavírus, Norwalk vírus, astrovírus, calicivírus, adenovírus, parvovírus, norovírus, dentre outros. Ela afeta o estômago e o intestino, provocando fadiga, arrepios, perda de apetite, náusea, vômitos, diarreia, febre e dores musculares. Geralmente os sintomas não perduram por mais de três dias, e crianças são as pessoas mais frequentemente afetadas. Para alguns vírus, o organismo desenvolve defesas que evitam a reincidência. O contágio se dá pela ingestão dos vírus, seja por meio de alimentos ou água contaminados, contato íntimo com pessoas acometidas ou com objetos que entraram em contato com o patógeno. No organismo, provoca a inflamação de mucosas, provocando a manifestação de seus sintomas entre 10 e 70 horas após esse evento. O diagnóstico se dá pela análise dos sintomas e exames laboratoriais. Como não há tratamento específico para a doença, algumas medidas são essenciais, como hidratação com bastante água e bebidas ricas em minerais, e ingestão de alimentos leves. O repouso também é necessário. Em situações nas quais o vômito e/ou diarreia são persistentes, pode ser necessária a hidratação intravenosa. O médico pode receitar medicamentos para reduzir as manifestações sintomáticas. Quanto à prevenção, evitar o contato com fluidos corporais de pessoas acometidas ou desconhecidas, ou objetos que entraram em contato com eles; lavar frequentemente as mãos, higienizar frutas e verduras antes de consumi- las, cozer adequadamente os alimentos, somente ingerir água tratada ou previamente fervida e evitar aglomerações, são medidas muito eficazes. Além disso, é importante desinfetar, com produtos apropriados, superfícies que foram ou podem ter sido contaminadas com vômito e/ou fezes. Existe vacina apenas contra o rotavírus A. GRIPE Gripe e resfriado não é a mesma coisa! Ambas as doenças são de origem viral, transmitidas por meio de gotículas de saliva ou secreções nasais contendo estes micro-organismos, e apresentam como sintomas: cansaço, indisposição, dores musculares, corrimento nasal e dor de garganta. Entretanto, quando o sujeito se encontra gripado, estes são mais intensos e incapacitantes, fazendo com que, muitas vezes, nem tenha condições de sair da cama. Febre alta, de surgimento repentino, também tende a fazer parte do quadro gripal. Estes sintomas surgem em até uma semana após a exposição ao vírus, e perduram por aproximadamente cinco dias. Ocorrendo em todas as partes do mundo, é causada pelo vírus Influenza: um RNA vírus da Família Orthomyxoviridae, altamente contagioso e com grande capacidade de mutação. Existem três tipos de vírus Influenza: A, B e C. Os dois últimos acometem apenas a nossa espécie, sendo o do tipo C o mais brando e menos frequente. Já o Influenza A, é capaz de infectar diversas espécies animais, sendo também o responsável pelas epidemias e pandemias gripais. Este é classificado em subtipos, de acordo com o arranjo das moléculas de sua superfície. Nos séculos XX e XXI ocorreram três pandemias: a gripe espanhola, entre 1918 e 1919, causada pelo H1N1; a gripe asiática, 1957 – 1958, pelo H2N2; e a gripe A (anteriormente denominada gripe suína), em 2009, sendo o H1N1 responsável por ela. Crianças entre 6 e 23 meses de idade, idosos, portadores de doenças crônicas e indivíduos imunodeprimidos geralmente estão mais suscetíveis a este vírus, uma vez que tendem a ter o sistema imunológico mais frágil e, por isso, os riscos de desenvolver complicações, como pneumonias bacterianas, são maiores. Assim, é indicado que estes indivíduos, e também profissionais de saúde, vacinem-se anualmente contra a gripe. Prevenção: Alimentação balanceada e saudável; ingestão de líquidos, preferencialmente não muito gelados; dormir pelo menos oito horas por dia; e prática regular de exercícios - medidas necessárias para manter-se saudável e com o sistema imunológico ativo, evitando incidências de gripes e uma gama de outras doenças. Além destas medidas, vale ressaltar: Sempre lavar as mãos com água e sabão; Evitar aglomerados humanos, principalmente se houver pessoas doentes nestes locais; Em surtos de gripe, utilizar máscaras quando seu uso for indicado pelas autoridades;
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