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EXAMES DE IMAGEM DE FÍGADO E VIAS BILIARES (POR REBECA ZILLI)

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FÍGADO E VIAS BILIARES 
 AUTORIA DE 
 
 
Rebeca Zilli 
 
ANATOMIA DO FÍGADO E VIAS BILIARES 
 
O fígado é um órgão que fica em HD, dividido em 
dois lobos (direito e esquerdo) e 8 segmentos, que 
auxiliam a topografar as lesões hepáticas. A maior 
parte de sua vascularização vem da V. Porta 
(75%), sendo apenas 25% de responsabilidade 
das A. Hepáticas. A V. Porta é formada pelas veias 
mesentérica superior e esplênica, fazendo a 
drenagem do intestino e trazendo muitos 
nutrientes ao fígado. 
Em íntimo contato com ele está a vesícula biliar e 
as vias biliares, que armazenam, transportam e 
eliminam a bile durante a digestão. Há vias intra e 
extra-hepáticas, sendo a segunda composta por: 
ducto cístico, ducto hepático comum e ducto 
colédoco. 
Os ductos hepáticos D e E se juntam para formar o ducto hepático comum, que se junta com o ducto cístico 
originado na vesícula, formando o ducto colédoco, que desce com a bile até a segunda porção do duodeno, 
para eliminá-la durante a alimentação. 
 
 
 
 
MÉTODOS DE IMAGEM 
► RADIOGRAFIA (RX): não é um bom estudo para essas estruturas, trazendo poucas informações. Pelo 
RX conseguimos perceber aumento de tamanho do fígado (hepatomegalia), mas não consigo identificar s 
natureza desse aumento ou outros aspectos hepáticos, apenas o tamanho. Ainda, assim como na TC, a 
radiação ionizante não capta os cálculos biliares, sendo esses radiotransparentes e raramente vistos como 
radiopacos na radiografia. 
 
 
 
 
 
 
D. Cístico 
D. Hep. Comum 
TC de abdome 
Na tomografia, 
os segmentos 
mais superiores 
são I, II, IVa, VII 
e VIII; os mais 
inferiores são 
III, IVb, V, VI. 
RX de abdome superior 
Pela radografia, conseguimos ver as delimitações do 
fígado, e perceber que este está com seu tamanho 
aumentado. No entanto, não é possivel identificar 
outras informações ou motivos para este achado, 
sendo este um método limitado. 
 
► ESTUDO CONTRASTADO: neste alvo de estudo, recebe o nome de Colangiorafia, sendo o contraste 
administrado por via percutânea: insere-se agulha em HD, guiada pela USG, até achar a via biliar e injetar 
o contraste. Atualmente é pouco utilizado pois é um exame invasivo, desagradável e fornece informações 
limitadas. É método indicado para: 
 ● CPRE ou colangioRM não podem ser realizados; 
 ● Pesquisa de coledocolitíase; 
 ● Avaliação de estenose de via biliar. 
 
 
► ULTRASSONOGRAFIA (USG): é um ótimo método para fígado e vias biliares, sobretudo quando faz o 
uso da Elastografia Hepática, uma técnica do ultrassom que permite a medida direta da elasticidade de 
tecidos hepáticos, podendo explorar o fato de doenças crônicas alterarem as propriedades elásticas dos 
tecidos envolvidos (tornando-os geralmente mais duros) e permitindo uma identificação precoce de cirrose 
hepática por medida da dureza. É método indicado para: 
● Pesquisa de cirrose hepática; 
● Pesquisa de esteatose; 
● Avaliação de nódulos hepáticos; 
● Pesquisa de colelitíase; 
● Pesquisa de colecistite; 
● Estudo de pólipos vesicais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Colangiorafia 
Na primeira imagem vemos vários 
“risquinhos” em preto, que são as vias 
biliares intra-hepáticas. A segunda 
imagem mostra uma dilatação dessas 
vias, com outra área sem passagem 
de contraste, que indica alguma 
obstrução, neste caso por um tumor 
chamado Colangiocarcinoma, que 
comprime via biliar. 
USG de fígado 
Ao ultrassonografar o fígado, o 
transdutor é muito pequeno para 
captar toda sua extensão em uma 
imagem apenas, mas nesta imagem 
conseguimos identifica-lo por seus 
contornos, seu parênquima 
hipoecoico, veias (1) e ducto biliares 
(2), que se apresentam anecoicos 
pela presença de sangue/ bile. 
(1) 
(2) 
USG de vesícula biliar 
Esse outro utrassom mostra uma área anecoica com reforço 
acustico posterior, que representa a vesícula biliar; e dentro delas 
observamos uma imahem hiperecoica com sombra acústica 
posterior, indicativo de cálculo biliar. 
 
► TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC): é um ótimo método para fígado, mas é de avaliação limitada 
para vias biliares (não é muito bom). Faz o uso de contraste venoso (iodo) para Estudo Trifásico, que permite 
avaliar o comportamento de alterações hepáticas frente as fases do contraste. É método indicado para: 
● Pesquisa de cirrose hepática; 
● Pesquisa de esteatose; 
● Avaliação de nódulos hepáticos; 
● Dilatação de vias biliares (não é bom estudo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
► RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM): é um excelente método para fígado e vias biliares (é o mais 
adequado, porém nem sempre disponível). Faz o uso de contraste venoso (gadolínio) para Estudo Trifásico. 
É método indicado para: 
● Pesquisa de cirrose hepática; 
● Pesquisa de nódulos hepáticos; 
● Pesquisa de esteatose; 
● Avaliação de vesícula biliar; 
● Avaliação de cálculos biliares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TC de abdome alto corte axial 
Vemos este estudo com contraste em 
suas 4 etapas: 
 
 
 
É percebido um nódulo hepático que 
muda completamente ao longo 
dessas quatro fases. No caso da TC 
ao lado, é um Hemangioma, que será 
estudado a frente, mas outros 
nódulos hepáticos podem apresentar 
alteração de comportamento de 
captação de contraste, o que auxilia o 
diagnóstico. 
 
1) Sem contraste 
2) Arterial 
3) Venosa 
4) Tardia 
(1) (2) 
(3) (4) 
RM de abdome alto corte axial 
Vemos este estudo com 
contraste em suas 4 etapas: 
 
1) Sem contraste 
2) Arterial 
aorta captando contraste 
3) Venosa 
orgãos captando contraste 
4) Tardia 
excreção do contraste 
 
 
 
(1) (2) 
(3) (4) 
 
► COLANGIORESSONÂNCIA: é um tipo de RM voltada unicamente para vias biliares e qualquer 
alteração destas. Apresenta-se na sequência T2, sendo as vias em alto sinal. É método indicado para: 
● Avaliação da vesícula biliar; 
● Avaliação de vias biliares; 
● Pesquisa de colelitíase; 
● Pesquisa de estenoses. 
 
 
 
PRINCIPAIS DOENÇAS 
ESTEATOSE HEPÁTICA 
É a doença crônica hepática mais comum no mundo e consiste na presença de gordura o fígado. Pode ser 
desencadeada por etilismo, dislipidemias, uso de esteroides, drogas (quimioterapia), mas é uma doença 
reversível se tratada em associação à dieta e atividade física. Pode ser avaliada por USG, TC e RM. 
 
 
Colangioressonância 
Vemos tudo em baixo 
sinal, exceto a vesícula 
e vias biliares, que se 
apresentam em alto 
sinal, por deterem a 
bile. Assim, a 
visualização de 
comorbidades ligadas 
à essas estruturas é 
facilitada. 
USG de fígado 
É geralmente o método de 
escolha para essa condição. 
A primeira imagem mostra um 
fígado normal, que tende a ser 
mais hipoecoico, com bordas 
definidas, diferente do que é 
visto na segunda imagem: um 
fígado mais hiperecoico 
(aumento da ecogenicidade 
hepática), com perda de suas 
bordas, indicando Esteatose. 
 
TC de abdome alto corte axial 
A TC conta com uma ferramenta que permite medir a 
densidade dos órgãos. Assim, fisiologicamente a densidade 
medida no fígado deve ser superior à do baço. Se esta 
relação estiver invertida, sei que há redução da densidade 
hepática e posso fazer diagnóstico de Esteatose Hepática. 
normal→ densidade do fígado > densidade do baço 
patológico→ densidade do fígado < densidade do baço 
 
 
CIRROSE HEPÁTICA 
É uma hepatopatia crônica que consiste na presença de fibrose no fígado, em resposta a agressões 
contínuas ao longo dos anos, principalmente por etilismo (70%) e hepatites virais (10%), mas pode ter origem 
idiopática, de doença biliar ou autoimune. Pode ser avaliada por USG, TC e RM. 
OBS.: uma técnica que a USG e a RM detém é a Elastografia Hepática, que mede a dureza do fígado e 
permite um diagnóstico e tratamento precoce de hepatopatias crônicas, visto que inicialmente a morfologia 
pode estar preservada, mas já haver fibrose. 
Quando a doença já está instaurada,os exames de imagem permitem visualizam um fígado com: 
→ dimensões reduzidas; 
→ hipertrofia relativa de lobo esquerdo e caudado; 
→ contornos irregulares; 
→ presença de nódulos de regeneração (nódulos fibróticos no parênquima); 
→ ecogenicidade heterogênea; 
→ presença de Carcinoma Hepatocelular (CHC) 
O CHC é um tumor hepático primário que mais acomete o fígado, e está extremamente ligado à cirrose. 
Assim, é importante realizar exames de imagem continuamente neste paciente cirrótico a fim de buscar uma 
detecção precoce deste tipo de tumor. 
Ainda, concomitantemente à fibrose no fígado, surge e Hipertensão Porta, uma vez que a Veia Porta, 
responsável por levar o maior aporte sanguíneo ao fígado, tem dificuldade de passar por um fígado 
endurecido pela fibrose, acumulando sangue e ocasionando alterações como: 
→ esplenomegalia; 
→ ectasia de V. Porta e V. Esplênica; 
→ circulação colateral (periesplênica, esofagiana e umbilical); 
→ ascite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
USG de fígado 
Na USG de um fígado cirrótico, este está com seu 
tamanho reduzido, além de contorno irregular e 
apresentação da ecogenicidade de forma heterogênea. 
Acima do fígado, ainda, vemos uma grande área 
anecoica, que indica líquido livre na cavidade 
abdominal, a ascite. 
 
TC de abdome axial/ coronal 
No corte axial, vemos claramente 
o contorno irregular do fígado, 
com líquido livre ao seu redor 
(hipodenso). No corte coronal, fica 
evidente a redução do tamanho 
hepático e o volume da ascite. 
É normal também achar 
esplenomegalia no exame de 
imagem, por conta da congestão 
resultante da Hipertensão Porta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NÓDULOS HEPÁTICOS 
Podem ser achados benignos, como o Hemangioma, Hiperplasia nodular focal (HNF) e Adenoma; ou 
malignos, como Metástase hepática, CHC, Colangiocarcinoma. Podem ser avaliados pelo USG, TC e RM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
► Hemangioma: é um tumor benigno originário de malformação vascular, muito comum, sobretudo no sexo 
feminino. Como diagnóstico diferencial, temos outros tumores benignos como o Adenoma e HNF. 
USG: quando vemos um nódulo hiperecoico em meio à parênquima hepático, podemos dizer que é 
provavelmente um Hemangioma. Para ter certeza, peço a TC ou RM. 
TC e RM: por esses métodos, consigo fazer o diagnóstico pelas características que assume frente à 
captação de contraste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RM de fígado em T2 
axial/ coronal 
Nessa sequência, líquido 
fica em alto sinal. Logo, a 
coleção em alto sinal a 
direita, ao redor do 
fígado, é representativa 
da ascite. Também 
vemos os contornos 
irregulares do fígado. 
 
USG de fígado 
A ultrassonografia é efetiva para identificar nódulos, não é limitada 
para avaliar sua natureza, ou seja, não é capaz de dizer se é 
benigno, maligno, etc 
Na imagem ao lado, nota-se uma figura hiperecoica no meio do 
parênquima hepático, a qual podemos dizer ser um nódulo 
hepático. São necessários outros métodos, TC e/ou RM, para 
caracterizar esse nódulo, sendo a RM superior, mas nem sempre 
disponível. Por vezes, a TC basta para o diagnóstico. 
 
TC em Estudo Trifásico 
Na fase sem contraste, nota-se uma 
lesão hipodensa em meio ao 
parênquima hepático. Na fase arterial, 
esse nódulo começa a captar 
contraste perifericamente, por ser um 
Nódulo Hipervascular, e conforme 
passam as demais fases, há uma 
progressão centrípeta da captação 
do contraste (para o centro). Até que, 
na fase tardia, o nódulo está de 
mesma densidade que o resto do 
fígado. 
Essa característica da imagem 
permite diagnosticar o Hemangioma, 
cujo tratamento é conservador, não 
precisando nem de acompanhamento. 
 
 
 
► Carcinoma Hepatocelular (CHC): é um tumor maligno primário mais comum no fígado, e o 5º mais 
comum do corpo todo. Está fortemente associado à Cirrose Hepática, sendo importante fazer a pesquisa 
deste nódulo regularmente para diagnóstico precoce. 
É um dos poucos tumores que não preciso do exame histopatológico (biópsia) para diagnosticar, sendo o 
diagnóstico radiológico, por TC ou RM. A interpretação da imagem é padronizada pelo LI-RADS (BI-RADS 
para o fígadao), tal como o estadiamento do achado. 
TC e RM: por esses métodos, consigo fazer o diagnóstico pelas características que assume frente à 
captação de contraste. 
 
 
 
 
 
 
► Metástase: é um tumor maligno secundário à um sítio primário (mama, pulmão, intestino), o mais comum 
do fígado, que se apresenta com múltiplos nódulos no parênquima hepático. 
USG: as múltiplas nodulações se apresentam hipoecoicas. 
TC e RM: os nódulos assumem aspecto hipovascular (o oposto do hipervascular, que capta contraste 
em fase arterial), podendo te impregnação periférica por contraste e restrição à difusão na RM (que 
só ocorre em abcesso, morte celular, multicelularidade→ que é o caro dos tumores). 
RM T2 em Estudo Trifásico 
Vemos novamento um 
Hemangioma, em alto sinal, 
captando contraste de forma 
parecida com a vista na TC. 
TC de abdome em Estudo Trifásico 
Seja na TC, ou na RM, vemos um fígado com hepatopatia crônica (com aqueles achados da cirrose), 
além de Nódulo Hipervascular, que capta muito contraste em fase arterial. No entanto, na fase tardia, o 
contraste é perdido, na chamada lavagem do contraste. 
Este achado é característico do CHC e, quando visto, pode fechar diagnóstico para esse tipo de tumor. 
 
 
 
 
 
 
 
COLELITÍASE 
É a presença de cálculo na vesícula biliar, sendo a maioria dos pacientes são assintomáticos, mas pode 
cursar com cólica biliar: dor em HD após alimentação gordurosa. Geralmente não se usa RX e TC para 
investigação dessa condição, uma vez que a grande maioria dos cálculos são radiotransparentes e não irão 
aparecer nesses métodos. 
USG e RM: são os melhores estudos para visualização de cálculo, sendo estes hiperecoicos com 
sombra acústica posterior na USG e alto sinal na RM T2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
USG de fígado 
Vemos nódulo no fígado com 
componente cístico no centro. 
TC de abdome alto 
Há multiplos nódulos hipodensos 
que podem aumentar o fígado. 
 
RM de abdome alto 
Vemos nódulos em alto sinal, 
indicativos de Metástase. 
RX de abdome 
É uma radiografia pouco 
usual, pois raramente vejo 
cálculos neste método, pois 
são radiotransparentes. 
USG de vesícula biliar 
Vemos dentro da vesícula 
anecoica o cálculo 
hiperecoico com sombra 
acústica posterior. 
TC de abdome 
Também é raro ver cálculo 
pela TC; estes são visíveis 
pois estão calcificados. 
RM de abdome em T2 
Como nessa sequência vemos 
líquido em alto sinal, os cálculos 
são as bolinhas em baixo sinal. 
É o melhor método. 
 
COLECISTITE 
É a inflamação da vesícula biliar, sendo geralmente uma evolução da colelitíase. Desconfio desta condição 
quando as cólicas biliares persistem por mais de 6 horas. 
USG e RM: são os melhores estudos, mas a USG é o método mais utilizado pela disponibilidade e 
preço. Permitem uma boa avaliação do espessamento parietal, além de possibilitar a identificação 
de cálculos. 
TC: é um método de menor sensibilidade, de rara visualização do cálculo, mas que permite a 
identificação de sinais de inflamação, como o espessamento parietal e densificação da gordura 
adjacente. 
 
 
 
 
 
 
 
COLEDOCOLITÍASE 
É uma outra complicação de colelitíase, que ocorre quando o cálculo, até então dentro da vesícula biliar 
migra para o ducto colédoco, impactando e dilatando as vias biliares. Esse paciente vai cursar com clínica 
de dor, icterícia, colúria e acolia fecal. Pode ser avaliada por USG, TC e RM. 
USG: é, geralmente, o primeiro estudo a ser escolhido, no qual é possível observar dilatação das 
vias biliares intra e extra-hepáticas, mas há dificuldade de detectar o cálculo. 
TC: também revela dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas e pouca sensibilidade de 
detecção do cálculo. 
RM ou colangiorressonância: são os melhores estudos para avaliação da árvore biliare cálculos 
presentes nesta. 
 
USG de vesícula biliar 
Vemos o espessamento da 
parede, que é determinante 
para o diagnóstico de colecistite, 
além de colelitíase associada. 
TC de abdome alto 
A TC está em fase venosa, 
permitindo visualização do 
espessamento da parede e 
borramento da gordura 
 
RM T2 de abdome alto 
Além da parede espessada e 
gordura borrada, observa-se 
uma coleção líquida em alto 
sinal, indicando um cisto. 
 
USG de via biliar 
A seta aponta para o ducto colédoco 
distendido pela impactação de um 
cálculo (*). Nesse caso, consegui 
localizar o cálculo pela USG. 
 
TC de abdome corte coronal 
Vemos na imagem um ducto colédoco 
obstruído e dilatado e o cálculo 
(hiperdenso) causador da obstrução. 
* 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASOS CLÍNICOS 
1. Sexo masculino, 40 anos, dor abdominal, náuseas e vômitos. 
 
O RX permite observar que há uma distensão de alças, mas não dá muitas informações adicionais quanto 
a causa. Para melhor elucidar, pode ser solicitada a TC, que é o melhor exame para estudo de obstrução 
quando se procura o nível, causa e complicações desta. A USG não é um bom para avaliar obstrução, pois 
há muito gás, o que atrapalha a visualização no USG. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RM/ colangiorressonância 
Esses exames delimitam melhor o ducto 
colédoco, que fica em alto sinal. Assim, 
visualiza-se melhor a presença dos 
cálculos, em baixo sinal (preto) dentro 
do ducto, dilatando a via biliar. 
RX de abdome 
É possível notar que há alças dos cólons ascendente, 
transverso e descendente distendidas. Em contrapartida, não 
vejo gás em cólon sigmoide e reto. Esses são indícios de um 
processo obstrutivo intestinal baixo (de cólon). Sei que se trata 
do I. grosso pois essas alças têm haustrações, além de 
disposição mais periférica, formando uma moldura no abdome. 
A principal hipótese é de Tumor, por ser a principal causa de 
obstrução intestinal baixa. 
TC de abdome 
Nas imagens, é possível ver o 
cólon distendido e uma área de 
redução abrupta do calibre 
(setas), que está causando a 
obstrução. Esse achado me leva 
a pensar em tumor, mas também 
pode se tratar de complicação de 
Diverticulite, que é a causa do 
caso ao lado. Também é 
observado o borramento da 
gordura adjacente, indicando a 
inflamação dos divertículos (*). 
 
* 
* 
 
OBS.: o diagnóstico diferencial entre diverticulite e tumor no caso de obstrução intestinal é muito difícil. 
Por isso, é indicado fazer colonoscopia após passar o processo inflamatório a fim de confirmar se é apenas 
a diverticulite. 
 
2. Sexo masculino, 70 anos. Dor abdominal difusa, náuseas e vômitos, cirurgia prévia de hérnia 
abdominal. 
 
Novamente, para avaliar causa, solicita-se TC, por ser um exame mais sensível à detecção da redução do 
calibre da alça. 
 
3. Sexo masculino, 45 anos, dor abdominal intensa e de início súbito. 
 
RX de abdome 
É possível notar que há alças do delgado 
distendidas, e sei que se trata do I. delgado pois 
essas alças têm calibre menor que as do cólon, 
além de disposição mais central e do aspecto 
dado pelas válvulas coniventes em 
empilhamento de moedas. Trata-se de outro tipo 
de obstrução, uma obstrução intestinal alta. 
A principal hipótese é obstrução por brida, por ser 
a principal causa de obstrução intestinal alta. 
Neste caso, a informação de cirurgia prévia já foi 
entregue, mas quando vejo esta condição, devo 
sempre indagar sobre realização de cirurgias 
abdominais prévias, pois podem gerar brida a 
qualquer tempo após (meses, anos). 
 
OBS.: os pontinhos brancos à direita representam 
tela subcutânea deixada após a cirurgia prévia de 
hérnia. 
RX de abdome em ortostase 
Observa-se hipertransparência em formato 
crescente infradiafragmática e bilateralmente. Com 
esse achado, pensa-se em Pneumoperitônio. São 
causas dessa condição: úlcera perfurada, trauma, 
tumor perfurado, isquemia mesentérica (com 
rompimento da alça), obstrução intestinal (também 
com rompimento da alça). 
O tratamento é cirúrgico, não preciso pedir outro 
método. Mas posso pedir para diferenciar a causa e 
coletar informações para a cirurgia a ser feita. 
É importante conhecer o diagnóstico diferencial de 
Pseudopneumoperitônio para não confundir o 
diagnóstico. Neste, não há ar livre na cavidade 
como no pneumoperitonio, mas uma interposição 
de alça, geralmente entre fígado e diafragma, no 
chamado Sinal de Chilaiditi. 
 
4. Sexo masculino, 90 anos, distensão abdominal, parada de eliminação de gases. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Sexo masculino, 75 anos, dor abdominal intensa, ausência de irritação peritoneal. 
 
TC de abdome axial/ coronal 
Na primeira imagem, vemos apenas o intestino distendido, mas não vemos a causa. Já na segunda, 
uma TC a nível de bexiga (em que vemos até a cabeça do fêmur), é possível identificar uma alça 
intestinal a frente da parede abdominal, local onde não deveria se encontrar. Esse achado indica 
Hérnia Inguinal. 
Às vezes, quando um orifício herniário é muito pequeno, pode acabar comprimindo a alça e levar ao 
seu encarceramento, sem suprimento sanguíneo. Na imagem, a hipodensidade ao redor da alça 
herniada sugere presença de líquido e aponta para sofrimento desta estrutura. 
RX de abdome 
A primeira imagem é em decúbito 
dorsal, e a segunda em ortostase, 
pois vejo nível hidroaéreo. Nesta 
radiografia, suspeito de obstrução 
intestinal alta, pois não é normal 
ter toda essa quantia de gás em 
delgado. Sei que é delgado pela 
distribuição central no abdome e 
calibre, além de poder ver um 
pouco do aspecto de 
empilhamento de moeda, 
característico de distensão de 
delgado. 
RX de abdome 
A idade e clínica deste paciente me levam a pensar em 
Isquemia Mesentérica. Na radiografia, observa-se a 
presença de pneumatose (seta), ar na parede do 
intestino, indicando que a alça está necrosada e não é 
mais viável. 
No entanto, nem todos os pacientes com isquemia 
mesentérica apresentam um RX com alterações como 
a pneumatose. Por isso é importante investigar o 
paciente que reclama de muita dor, mas ao exame não 
há achados muito significativos. 
Devo solicitar outros exames de imagem para 
elucidação diagnóstica, e o de escolha é a AngioTC de 
vasos mesentéricos, pois a lesão pode ser arterial ou 
venosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Sexo feminino, 28 anos, USG de rotina. 
 
 
7. Sexo masculino, 60 anos, dor e distensão abdominal, história de trauma grave na 
adolescência com necessidade de transfusão sanguínea. 
 
TC de abdome axial 
Vejo gás circundando 
toda a alça intestinal, 
penso logo em 
isquemia mesentérica. 
É uma condição de alta 
mortalidade, sendo 
importante o rápido 
diagnóstico. 
USG de fígado 
Vemos uma lesão nodular em parênquima 
hepático, de aspecto hiperecoico e limites bem 
definidos. Minha principal hipótese vai se 
Hemangioma, o principal nódulo benigno a 
acometer o fígado. 
Para ter certeza do meu diagnóstico, o ideal é 
solicitar TC ou RM em estudo trifásico, de 
modo a observar a forma como este nódulo vai 
captar o contraste durante as fases do estudo: 
se há evolução centrípeta do contraste, fecho 
diagnóstico de hemangioma, informo e 
tranquilizo a paciente. 
RX de abdome 
Está um pouco distendido, mas não vejo obstrução 
(há gás até no reto). No entanto, há uma 
opacificação periférica com alças intestinais em 
posição mais central, sugerindo que algo está 
empurrando centralmente as alças. Também não é 
possível visualizar o m. íliopsoas. 
Esses achados indicam que o abdome está cheio de 
líquido, caracterizando um quadro de Ascite. 
 
 
 
 
 
8. Sexo masculino, 56 anos, desconforto abdominal, fígado palpável e doloroso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
USG de fígado/ baço 
Na primeira imagem vemos um 
fígado de contornos irregulares, de 
tamanho reduzido, ecogenicidade 
heterogênea. Ao redor, vemos 
líquido livre, indicando Ascite.Na segunda imagem, vemos um 
baço aumentado, bem maior em 
relação ao fígado (esplenomegalia). 
Esses achados corroboram para um 
diagnóstico de Cirrose Hepática 
com Hipertensão Portal. 
TC de abdome axial/ coronal 
Vemos também um fígado todo 
irregular, reduzido em relação ao 
baço, além de uma área hipodensa 
ao seu redor, que representa líquido 
livre (Ascite). Toda essa quantia de 
líquido explica o por que das 
estruturas intestinais estarem 
centrais na radiografia: o líquido 
está empurrando. 
RX de abdome 
Vemos um fígado aumentado, mas não consigo mais 
informações sobre ele na radiografia. Preciso de outro método 
para ajudar a diagnosticar e saber o motivo 
O mais indicado é a USG, que é bom pra avaliar fígado e barato. 
USG de fígado 
Nota-se a presença de vários nódulos hepáticos hipoecoicos, 
que nos levam a pensar em Metástase Hepática. 
O exame seguinte a ser pedido é a TC ou RM. Se confirmada a 
hipótese, devo procurar o sítio primário. 
 
 
9. Sexo feminino, 29 anos, dor abdominal em cólica de longa data, com piora após alimentação 
(principalmente após comidas gordurosas). 
A suspeita é de Colelitíase, visto que há uma queixa clássica de cólica biliar. O primeiro exame a ser 
solicitado pra investigação é a USG. Não preciso fazer rotina radiográfica, pois não é abdoem agudo 
e não visualizo bem os cálculos no RX. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se a mesma paciente evoluir com dor abdominal intensa e 
contínua, além de icterícia, penso que evoluiu para quadro 
de Coledocolitíase, sendo a colangiorressonância o 
estudo de escolha. 
 
USG de vesícula biliar 
Na imagem, vemos a vesícula biliar anecoica, além de várias 
“bolinhas” hiperecoicas com muita sombra acústica posterior: são 
os cálculos biliare. Quanto menor o cálculo, mais perigoso, pois 
fica mais fácil de sair no colédoco e fazer alguma obstrução. 
Não há espessamento de parede vesicular, então afasto 
diagnóstico de colecistite. 
TC de abdome corte coronal 
Na TC, muitas vezes os cálculos estão radiotransparentes, então 
não é um estudo muito confiável para tal avaliação. No entanto, 
essa tomografia revela a presença de cálculos na vesícula. 
 
Colangiorressonância 
É o exame mais sensível para verificação de cálculos em 
vias biliares. Na imagem, vemos a vesícula em alto sinal, 
repleta de cálculos em baixo sinal. Também vemos 
cálculos no ducto colédoco, que confirmam nossa 
hipótese diagnóstica.

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