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Controle do crescimento bacteriano Metade do século XIX → Ignatz Semmelweiss e Joseph Lister → primeiras práticas de controle microbiano p/ proc. Médicos ➔ Lavagens de mãos com cloreto de cal; técnicas de cirurgias assépticas Cientistas continuaram a desenvolver métodos físicos e agentes químicos para controlar o crescimento microbiano. Métodos físicos: calor, filtração, baixas temperaturas, ressecamento, pressão osmótica e radiação Agentes químicos: vários grupos de substâncias que destroem ou limitam o crescimento microbiano na superfície do corpo e em objetos inanimados. Princípios do controle microbiano ESTERILIZAÇÃO – destruição de todas as formas de vida microbiana, incluindo os esporos, de um material ou objeto → aquecimento + comum (vapor sob pressão, gás esterilizante) - autoclave ESTERILIZAÇÃO COMERCIAL – tratamento limitado de calor p/ matar os endosporos do C. botulinum nos enlatados o tratamento com calor requerido para assegurar a esterilidade absoluta degradaria o alimento desnecessariamente DESINFECÇÃO – redução dos patógenos vegetativos a um número que eles não possam causar doença → o desinfetante é um agente químico usado em objetos Refere-se normalmente à destruição de patógenos na forma vegetativa, não formadores de endósporos (não é esterilidade completa) Uso de substâncias químicas, radiação ultravioleta, água fervente ou vapor ANTI-SEPSIA – destruição ou inibição dos patógenos vegetativos em tecidos vivos → o anti-séptico é um agente químico usado externamente em tecidos vivos uma mesma substância química pode ser denominada desinfetante para certo uso e antisséptico para outro DEGERMINAÇÃO - remoção mecânica, em vez de destruição, dos micro-organismos em uma área limitada → algodão com álcool em torno da injeção SANITIZAÇÃO - tratamento destinado a reduzir as contagens microbianas nos utensílios alimentares até níveis seguro de saúde pública → lavagem ou desinfetante químico. minimizar a transmissão de patógenos. Lavagem e desinfecção química TRATAMENTOS QUE CAUSAM MORTE DIRETA DO MICRO-ORGANISMO – sufixo – cida (morte) Germicida (bactericida, fungicida, virucida etc.) TRATAMENTOS QUE INIBEM O CRESCIMENTO E A MULTIPLICAÇÃO DO MICRO-ORGANISMO – sufixo – statico ou stase (parar ou diminuir) interrupção ou estabilidade. BACTERIOSTÁTICO, FUNGISTÁTICO etc. Retirado o agente bacteriostático → o crescimento pode ser retomado SEPSE – do grego: podre ou estragado → indica contaminação bacteriana ASSÉPTICO – objeto ou área está livre de patógenos ASSEPSIA – ausência de contaminação significativa Técnicas assépticas são importantes em cirurgias → minimizar a contaminação dos instrumentos, da equipe cirúrgica e do paciente. Empacotamento asséptico na indústria alimentícia e hospitalar A taxa de morte microbiana Quando as populações microbianas são aquecidas ou tratadas com substâncias químicas antimicrobianas → morrem em taxas constantes Fatores que influenciam a efetividade dos tratamentos antimicrobianos: ➔ O número de micróbios, quanto mais microrganismos no início, mais tempo é necessário para eliminar a população inteira ➔ As características microbianas ➔ Influências ambientais, a maioria dos desinfetantes atua melhor em soluções aquecidas. A presença de matéria orgânica inibe a ação dos antimicrobianos químicos. Hospitais. Biofilmes e matriz mucoide. ➔ Tempo de exposição, Ações dos agentes de controle microbiano Como é que os vários agentes realmente matam ou inibem os micróbios? Mecanismos de ação: - Alteração da permeabilidade da membrana plasmática (nem entra nutrientes, nem sai dejetos e todo o metabolismo e crescimento é afetado). Extravasamento do conteúdo celular no meio circundante - Danos às proteínas /enzimas (desnaturação proteica) e aos ácidos nucléicos – permanente ou temporária (Os ácidos nucleicos DNA e RNA são os transportadores da informação genética celular. Danos a esses ácidos nucleicos por calor, radiação ou substâncias químicas frequentemente são letais para a célula, que não pode mais se replicar, nem realizar funções metabólicas normais, como a síntese de enzimas) ligações químicas que unem as porções adjacentes da cadeia de aminoácidos, à medida que ela se dobra sobre si mesma. Algumas dessas ligações são ligações de hidrogênio, que são suscetíveis ao rompimento pelo calor ou por certos produtos químicos. Métodos Físicos de Controle Microbiano Idade da pedra → secagem (dessecação) e uso do sal (pressão osmótica) Ao selecionar métodos de controle microbiano → considerar os efeitos sobre outros itens além dos micróbios. Ex. nutricional, conservação de materiais, econômico etc. certas vitaminas ou antibióticos em uma solução podem ser inativados pelo calor. Muitos materiais de laboratório ou hospitalares, como as sondas de borracha e látex, são danificados por ciclos repetidos de aquecimento. Existem também considerações econômicas; por exemplo, pode ser mais barato usar instrumentos plásticos pré- esterilizados, descartáveis, do que lavar e reesterilizar repetidamente objetos de vidro. • CALOR: ÚMIDO SECO • FILTRAÇÃO • BAIXAS TEMPERATURAS • RESSECAMENTO • PRESSÃO OSMÓTICA • RADIAÇÃO CALOR ÚMIDO – coagulação protéica (desnaturação) – geralmente irreversível (fervura, autoclave, pasteurização) Autoclave, panela de pressão Presença da água Em que se aplica o calor úmido na prática? Autoclave – 120°C/ 15minutos Pequena autoclave de bancada Calor úmido – PASTEURIZAÇÃO Homenagem a Pasteur – cerveja e vinho→ leite Pasteurização clássica: 63°C/30 minutos Pasteurização atual: 72°C/15 segundos (pasteurizacão de alta temperatura e curto tempo/high-temperature, short-time -HTST) conserva bem sob refrigeração. Esterilização do leite ≠ pasteurização (tratamento de temperatura ultra-elevada/ultra-high temperature – UHT) armazenado sem refrigeração. Em menos de 5 segundos a temperatura sobe de 74 para 140 e retorna para 74°C. Tratamentos equivalentes CALOR SECO – oxidação (chama direta, ar quente) Ex. Estufa (170°C/2horas), chama direta Porque é necessário maior temperatura na estufa do que no autoclave? A água conduz o calor mais rápido que o ar Em que se aplica o calor seco na prática? FILTRAÇÃO Passagem de um líquido ou gás através de uma tela, com poros pequenos que retêm os micro-organismos Em que se aplica a filtração na prática? Bebidas A filtração é usada para esterilizar os materiais sensíveis ao calor, como alguns meios de cultura, enzimas, vacinas e soluções antibióticas Filtros de membrana - ésteres de celulose ou polímeros plásticos, tornaram-se populares para uso industrial e laboratorial BAIXAS TEMPERATURAS Depende do micro-organismo e da intensidade da aplicação Refrigerador comum 0 -7°C → taxa metabólica é tão reduzida → não podem se reproduzir ou sintetizar toxinas (EFEITO BACTERÓSTATICO) Em que se aplica as baixas temperaturas na prática? Geladeira RESSECAMENTO Retirada da água (liofilização) O microorganismo não consegue crescer nem se reproduzir, contudo, permanecem viáveis por anos. quando a água é oferecida a eles, podem retomar seu crescimento e divisão Em que se aplica o ressecamento na prática? Leite em pó, café solúvel PRESSÃO OSMÓTICA Uso de altas [ ] de sais e açúcares → conservação de alimento Retirada de água da célula (ambiente hipertônico) Em que se aplica a pressão osmótica na prática? industrial Destaque para os fungos – crescem bem em altas quantidades de açúcar RADIAÇÃO Vários efeitos sobre a célula dependendo do comprimento de onda, intensidade e duração Ionizante e não -inonizante O espectro de energia radiante RADIAÇÃO IONIZANTE O principal efeito da radiação ionizante é a ionizaçãoda água, que forma radicais hidroxila altamente reativos. Esses radicais destroem os organismos reagindo com seus componentes orgânicos celulares, sobretudo o DNA, danificando-os. Raios gama, Raios X →comprimento de onda < 1nm Mais curto que a radiação não ionizante, assim transporta muito mais energia R. gama – cobalto radioativo (feixes de elétrons aceleram elétrons e máquina) R. X – feixes de elétrons em máquina: Ioniza a água → radicais hidroxila altamente reativos → reagem com o DNA → mutações que matam o micro-organismo Em que se aplica a radiação ionizante na prática? Alimentos A indústria alimentícia está expandindo o uso da radiação para a conservação de alimentos RADIAÇÃO NÃO-IONIZANTE Comp. onda > 1nm Luz ultra-violeta (UV) Danifica o DNA → forma dímeros de timinas → inibem a replicação correta do DNA durante a reprodução celular 260nm → comp. onda absorvido pelo DNA (mais eficazes para destruir microrganismos) os organismos a serem destruídos devem ser expostos diretamente aos raios. Organismos protegidos por sólidos e coberturas, como papel, vidro e tecidos, não são afetados Em que se aplica a radiação não-ionizante na prática? Mata microorganismos no ar E o micro-ondas? Agitação das moléculas de água Os alimentos contendo umidade são aquecidos pela ação das micro-ondas, e o calor destruirá a maioria dos patógenos na forma vegetativa Métodos Químicos de Controle Microbiano Pontos importantes a se levar em conta ao utilizar desinfetantes químicos e anti-sépticos: • TIPO DE MICRÓBIO ➢ Muitos apresentam efeito maior → Gram- positivas ➢ As Pseudomonas (Gram-negativas) → especial interesse → comuns nos ambientes → resistentes a atividade química → crescem ativamente em desinfetantes e antisépticos – resistentes a muitos antibióticos (porinas) → problemáticas em ambiente hospitalar (Via endemerof ) ➢ As micobactérias – resistência maior que o normal aos desinfetantes ➢ Os endosporos de bactérias, cistos de protozoários e alguns vírus → particularmente ao cloro no trat. Da água → importante p/ saúde pública • AMBIENTE ➢ Matéria orgânica geralmente interfere com a ação dos agentes químicos. ➢ Hospitais → presença de matéria orgânica no vômito, fezes → alguns desinfetantes são mais efetivos, sob essas condicões. Os agentes químicos são usados para controlar o crescimento microbiano em tecidos vivos e objetos inanimados → infelizmente poucos alcançam a esterilidade → a maioria só reduz as formas vegetativas. MUITO DIFICIL UM AGENTE QUIMICO SER ESTERILIZANTE Problema comum → seleção de um agente Nenhum desinfetante isolado será apropriado para todas as circunstâncias PRINCÍPIOS DA DESINFECÇÃO EFETIVA ➢ Ler o rótulo ➢ A [ ] afeta sua ação → usar diluição determinada pelo fabricante ➢ Considerar a natureza do material (mat. orgânico, o pH do meio) ➢ Se o desinfetante entrará facilmente em contato com os micróbios (limpar antes) ➢ Pode ser necessário deixá-lo por várias horas na superfície ➢ Quanto > a temperatura em que o desinfet. é aplicado + efetivo ele será TIPOS DE DESINFETANTES ➢ Fenol e compostos fenólicos ➢ Biguanidas ➢ Halogênios ➢ Álcoois ➢ Metais pesados e seus compostos ➢ Agentes de superfície ➢ Compostos de amônio quaternários (Quats) ➢ Conservantes químicos de alimentos ➢ Antibióticos ➢ Aldeídos ➢ Quimioesterilizantes gasosos ➢ Peroxigênios (Agentes Oxidantes) Avaliação de desinfetantes pelo método de disco- difusão em diferentes bactérias TIPOS DE DESINFETANTES 1- FENOL E COMPOSTOS FENÓLICOS O fenol é efetivo mas irritante → foi quimicamente alterado (comp. fenólicos) Lesa a memb. plasm; inativa enzimas e desnatura proteínas Permanecem ativos na presença de comp. orgânicos → estáveis e persistem por longos períodos após aplicação Um dos + usados → derivado do alcatrão → cresóis (O- fenilfenol) desinfetante de superfície muito bom Bifenol → hexaclorofeno → usado p/ controlar infecções hospitalares (estafilococos e estreptococos) 2- BIGUANIDAS A clorexidina é um membro dessa classe → parece em estrutura e aplicação com o hexaclorofeno. Usada na pele e membranas mucosas (forte afinidade e baixa toxidade) Combinada a um detergente ou álcool → escovação cirúrgica das mãos e preparo pré-operatório da pele em pacientes Lesão à membrana plasmáticas 3- HALOGÊNIOS Iodo e cloro → efetivos tanto isoladamente (em solução) como constituintes de compostos orgânicos e inorgânicos. O IODO é um dos anti-sépticos mais antigos e efetivos (todos os tipos de bactérias, muitos endosporos, vários fungos e alguns vírus) Se combina com com a tirosina → inibe a função protéica Oxida os grupos sulfidrila de alguns a.a. importantes para manter a estrutura das proteínas. Disponível como tintura (álcool aquoso) e iodóforo (mol. orgânica onde é liberado lentamente) Muito usado na desinfecção de pele e no tratamento de feridas. O CLORO é muito usado como hipoclorito de sódio (água sanitária) Forte agente oxidante e impede o funcionamento de boa parte do sistema enzimático. Usado como alvejante e desinfetante doméstico. Em casos emergenciais na água para melhorar sua qualidade. As cloraminas (cloro e amônia) são usadas como desinfetantes, anti-sépticos ou agentes de sanitização 4- ÁLCOOIS Matam efetivamente as bactérias e os fungos, mas não os endosporos e os vírus não-envelopados Geralmente desnatura proteínas, rompe membranas e dissolve lipídeos. Mais usados: etanol (70%) e isopropanol O etanol é mais efetivo a 70% do que puro → desnaturação necessita de água O isopropanol é mais eficaz, menos volátil, mais barato e mais facilmente obtido que o etanol. Álcool concentrado é fixador, a água é um facilitador da entrada do álcool no microorganismo 5- METAIS PESADOS E SEUS COMPOSTOS Prata, mercúrio, cobre e zinco (ação oligodinâmica) A PRATA → usada em solução de nitrato de prata 1% (anti-séptico) O MERCÚRIO → uso limitado por ser tóxico O COBRE → uso como sulfato de cobre (algicida) O ZINCO → usado como cloreto de zinco (sol. bochecho) 6- AGENTES DE SUPERFÍCIE (Tensoativos ou Surfactantes) Reduz a tensão superficial das membranas dos micróbios e das moléculas de um líquido Inclui sabões e detergentes Tem pouco valor como anti-séptico → função importante na remoção mecânica dos micróbios → esfregação COMPOSTOS DE AMÔNIO QUATERNÁRIO (QUATS) Os agentes de superfície mais amplamente usados → detergentes iônicos → especilamente o quats (íon amônio de 4 valências) Sua capacidade de limpeza → parte positivamente carregada (cátion) da molécula Fortemente fortemente bactericidas → Gram (+) Pouco menos p/ Gram (-) Fungicidas, amebicidas, viricidas Alteram a permeabilidade celular → perda de elementos essenciais Cloreto de benzalcônico; cloreto de cetilpiridínio (Cepacol) 7- CONSERVANTES QUÍMICOS DE ALIMENTOS Adicionados aos alimentos para retardar a deterioração Benzoato de sódio e Ácido ascórbico: p/ bolores em alimentos ácidos como queijo e refrigerantes Propionato de cálcio: p/ bolores e Bacillus em pães Interfere no metabolismo ou na integridade de sua membrana plasmática. Nitrato e nitrito de sódio: p/ bactérias (C. botulinum) em carnes e derivados 🡪 nitrosaminas (cancerígenas) 8- ANTIBIÓTICOS Nisina: bacteriocina → em queijo p/ bactérias formadoras de endosporos (presentes naturalmente em vários laticínios) Natamicina → antifúngico usado em queijos 9- ALDEÍDOS Entre os mais efetivos Formaldeído e glutaraldeído: inativam proteínas O gás de formaldeído (formalina) → excelente desinfetante O glutaraldeído → desinfecção de equipamentos hospitalares Podem ser usados para embalsamar corpos 10- QUIMIOESTERILIZANTES GASOSOS Substância químicas que esterelizam em uma câmera fechada (similar ao autoclave)Óxido de etileno Desnatura proteínas Mata todos os micróbios e endosporos → mas requer um período de exposição mais prologado (4 – 18h) Por ser altamente tóxico e explosivo → misturado a um gás não inflamável (dióxido de carbono ou nitrogênio) Usados em suprimentos e equipamentos médicos 11- PEROXIGÊNIOS (AGENTES OXIDANTES) Oxida os componentes celulares Ozônio, peróxido de hidrogênio e o ácido paracético O Ozônio: usado p/ complementar o cloro na água O peróxido de hidrogênio: desinfeta efetivamente objetos inanimados. O ácido paracético: efetivo esporicida p equipamentos médicos. Micróbios relativamente Resistentes aos agentes químicos Os antimicrobianos químicos não são uniformemente efetivos contra todos os grupos ou forma de micróbios As Gram (+) são mais suscetíveis que as Gram (-) em especial as Pseudomonas . Essa resistência a antimicrobianos químicos está relacionada principalmente às características de suas porinas (orifícios presentes na parede das bactérias gram-negativas; ver Figura 4.13c, p. 82). As porinas são altamente seletivas em relação às moléculas que penetram na célula Os endosporos são afetados por poucos agentes químicos líquidos As micobactérias também são relativamente resistentes Os vírus não-envelopados, com somente um revestimento de proteína, são relativamente resistentes. ( os agentes antimicrobianos lipossolúveis)
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