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Acidose respiratória

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Epidemiologia e fisiopatologia 
A acidose respiratória caracteriza-
se por uma elevação primária da 
PCO2 , que se reflete na redução 
do pH arterial com elevação 
variável na concentração de HCO3 
− . É mais frequentemente 
causada pela diminuição na 
ventilação alveolar devido a 
doença pulmonar, fadiga muscular 
respiratória ou anomalias no 
controle ventilatório. 
Manifestações clínicas 
Os achados clínicos na acidose 
respiratória estão relacionados ao 
grau e a duração do distúrbio, e à 
presença ou ausência de 
hipoxemia. A súbita elevação da 
PCO2 pode resultar em confusão, 
ansiedade, psicose, asterixe, 
convulsões e espasmos 
mioclônicos, com depressão 
progressiva do sensório até a 
ocorrência de coma em uma PCO2 
arterial superior a 60 mmHg 
(narcose por CO2 ). 
A hipercapnia, que aumenta o 
fluxo e o volume sanguíneo 
cerebral, pode resultar em sinais e 
sintomas de elevação da pressão 
intracraniana, incluindo cefaleias 
e papiledema. Outros achados na 
acidose respiratória aguda 
incluem sinais de liberação de 
catecolaminas, como rubor 
cutâneo, diaforese, e aumento da 
contratilidade e do débito 
cardíaco. 
Os sintomas da hipercapnia 
crônica consistem em fadiga, 
letargia e confusão, além dos 
achados observados na 
hipercapnia aguda. Uma vez que 
estas doenças se instalam de 
maneira lenta, os rins conseguem 
adaptar-se para a compensação. 
À medida que as doenças vão 
progredindo, a excreção renal de 
hidrogênio aumenta às custas da 
eliminação do amônio e da 
geração e reabsorção do 
bicarbonato a ponto de se 
restaurar o pH sistêmico próximo 
aos valores normais. Este processo 
compensatório só consegue 
atingir o seu máximo após 3 a 5 
dias do início da acidose 
respiratória. 
Diagnóstico 
Os distúrbios que causam uma 
acidose respiratória incluem 
efeitos centrais de medicamentos, 
acidente vascular cerebral e 
infecção; obstrução das vias 
aéreas; processos 
parenquimatosos primários como 
a doença pulmonar obstrutiva 
crônica e a síndrome de angústia 
respiratória aguda;transtornos de 
ventilação; e doenças 
neuromusculares como a 
miastenia grave ou distrofias 
musculares. 
Recentemente, a hipercapnia 
permissiva tem sido utilizada 
clinicamente em pacientes com 
Acidose Respiratória 
síndrome de angústia respiratória 
aguda para limitar a lesão 
pulmonar secundária à ventilação 
mecânica. Pode ser difícil 
distinguir os sinais da hipercapnia 
daqueles da hipoxemia, visto que 
ambas frequentemente aparecem 
juntas. Entretanto, se a correção 
da hipoxemia não melhorar o 
quadro clínico, pode-se pressupor 
que a hipercapnia seja 
responsável.

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