Buscar

historia colonia-1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Da escravidão à abolição
Os escravizados africanos foram retirados de seu continente num processo conhecido como diáspora africana. Vítimas de maus tratos iniciados antes mesmo de entrarem nos navios, os negros ficavam à espera do momento do embarque, amontoados e em condições precárias e eram levados por embarcações pequenas até o navio. O lugar destinado aos escravizados era o porão do navio, onde muitas vezes homens, mulheres e crianças ficavam amontoados e acorrentados num local sem ventilação, nem higiene adequada e com alimentação bastante restrita, pequenas porções de farinha e carne seca, com um pouco de água. No decorrer da viagem, em alto mar, os escravos eram soltos nos porões e regularmente levados ao convés para se exercitarem, porém, quando o navio se aproximava do porto, ocorria o novo aprisionamento em correntes. 
Assim que chegavam ao Brasil, os que conseguiam sobreviver eram vendidos para grandes proprietários de terras e assim recomeçava uma nova luta pela sobrevivência no desconhecido continente. No início, os escravos eram trazidos principalmente para Nordeste, para a atividade açucareira, sobretudo para fazendas na Bahia e em Pernambuco. Em menor número eram enviados ao Pará, Maranhão e Rio de Janeiro, mas com a descoberta do ouro na província de Minas Gerais elevou-se o volume do tráfico, que passou a levar os cativos para a região das minas. O ouro sucedeu o açúcar na demanda de escravos, o café substituiu o ouro e o açúcar e a negociação de escravos foi o principal para o comércio no momento. Várias regiões do nosso país se beneficiaram dessa mão de obra, uma vez que, no campo trabalhavam nas lavouras e nas cidades desenvolviam diversas atividades, tanto na casa dos senhores quanto nas ruas, exercendo um papel fundamental no dia a dia das urbes.
Desenvolvendo diversas atividades e fortalecendo a economia brasileira, alguns eram enganados nos trabalhos com falsas promessas de liberdade e, numa mistura de etnias, partiam para regiões e cidades diferentes, com o intuito de impedir a concentração da mesma origem na colônia, pois assim evitavam que eles se unissem e se rebelassem. 
Muitos dos que se revoltaram foram presos, outros tantos mortos indiscriminadamente, a insurreição terminou, mas ficaram para a História os grandes exemplos de que os negros jamais se conformaram com a condição escrava e que sempre estiveram prontos para agir em busca de sua liberdade, com diversas formas de resistência à escravidão que iam desde fugas isoladas, depressão profunda, que os levava à morte, assassinatos, rebeliões e revoltas organizadas contra os senhores, que os maltratavam em praças públicas. 
Então, com o surgimento de um novo modo de pensar entre os escravos e com os primeiros movimentos de liberdade, além de uma ação autônoma da classe trabalhadora escrava, houve a pressão que resultou no surgimento da legislação abolicionista com ajuda de alguns senhores das fazendas, devido à grande quantidade de escravos que já existia no país. Por outro lado, essa mesma medida incomodou os vários proprietários de terra que ainda dependiam da exploração do trabalho dos cativos para produzirem em suas propriedades. 
É certo que a escravidão não acabou no Brasil do dia para a noite, pois a extinção do trabalho escravo no país demandou tempo e dependeu da aprovação de leis que, nesse meio tempo, seriam de impacto para toda a sociedade. No entanto, a conquista da liberdade dos escravos foi muito difícil, mesmo depois que eles foram libertos. Ao saírem das fazendas, os negros não receberam nenhum suporte, não tinham moradia e nem como se sustentar, a discriminação e o preconceito dificultavam o ingresso no mercado de trabalho e era muito raro encontrar um empregador que admitisse negros recém livrados da escravidão. 
O preconceito e a discriminação racial passaram a ser o novo desafio, afinal de contas os alforriados não tiveram nenhum tipo de auxílio ou projeto que facilitasse a inserção deles na sociedade brasileira. Livres, mas sem condição de um trabalho digno como um novo cidadão brasileiro.

Continue navegando