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– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Sequência clínica em Prótese Total: • Exame do paciente; • Moldagem anatômica; • Moldagem funcional; • Relações Maxilomandibulares, montagem em ASA e seleção dos dentes; • Prova dos dentes em cera e seleção da gengiva; • Instalação; • Controles. Exame do paciente: O exame é a coleta de informações que vão orientar na determinação do plano de tratamento. • Tratamentos mais complexos necessitam de um número maior de etapas, de maior custo e mais tempo. É mérito do profissional idealizar um planejamento que atenda às necessidades do paciente, aliando qualidade e simplicidade. Para isso, é necessária uma percepção profunda e abrangente dos problemas do indivíduo. O exame inclui: 1. Anamnese; 2. Exame físico; 3. Exames complementares; 4. Diagnóstico; 5. Planejamento individualizado. • Primeiro contato com o paciente; • Entrevista com o paciente; • Dados devem ser anotados em ficha clínica; • Avaliação do estado de saúde geral do paciente – Diabetes, problemas cardiovasculares, medicações utilizadas (que podem interferir na produção de saliva, que é muito importante para a retenção de uma PT); • Queixa principal e relatos (o motivo que o levou a buscar o tratamento); • Hábitos parafuncionais (apertamento e bruxismo); • Expectativa em relação às próteses totais. • altura do terço inferior da face ou a relação da mandíbula em relação à maxila no plano vertical. ▪ Dimensão vertical de repouso; ▪ Espaço funcional livre – 3mm; ▪ Dimensão vertical de oclusão; Esses pacientes com a dimensão vertical alterada, apresentam a face encurtada, aumento dos sulcos nasolabiais, lábios intruídos, boca arqueada para baixo, aumento de rugas periorais e pode possuir queilite angular nas comissuras labiais. • quando o paciente perde os dentes, o lábio e a pele acompanha a reabsorção óssea. Então, o paciente sem a prótese, normalmente apresenta um perfil côncavo. Quando esse volume é recuperado com o uso da prótese, observa-se um perfil mais convexo. ▪ Deve-se pedir ao paciente que retire a prótese para avaliar o perfil. ▪ Deve haver um ângulo de 90º entre o nariz e o lábio – esse é o ângulo adequado. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto ▪ Anotar na ficha clínica caso haja necessidade de realizar melhorias na prótese nova, para fornecer um suporte correto aos lábios. • exame extremamente importante para identificar estalos (acontece por conta do posicionamento inadequado do disco articular) na ATM. Deve-se avaliar se o paciente apresenta alguma limitação funcional imposta pela presença prévia de disfunção temporo-mandibular ou dor orofacial. Também pode-se observar crepitação (processo degenerativo da ATM – o disco articular/ligamentos estão desgastados) – não é comum em pacientes jovens. ▪ Deve ser feita a avaliação da musculatura e da ATM. Masseter, temporal, demais músculos da face, músculos cervicais e ATMs devem ser palpados (com uma pressão de mais ou menos 1 kg) e auscultadas em busca de sinais ou sintomas preexistentes. ▪ Uma dimensão vertical diminuída pode causar DTM (e a confecção de uma nova prótese pode melhorar esse processo degenerativo da ATM). • Examinar as próteses atuais do paciente: as próteses que o paciente já utiliza diz muito sobre a história do relacionamento desse paciente com próteses dentárias. Deve-se avaliar: ▪ Grau de higiene e cuidados; ▪ Espaço protético; ▪ Área chapeável (extensão da base das próteses); ▪ Características estéticas; ▪ Características dos dentes artificiais; ▪ Hábitos parafuncionais (pela presença de desgastes acentuados e/ou próteses danificadas); ▪ Relações maxilomandibulares. Nesta etapa, inspecionam-se tecidos moles, músculos e rebordo remanescente. Deve ser realizada uma inspeção visual e palpação das seguintes áreas: ▪ Bochechas; ▪ Lábios; ▪ Áreas de suporte; ▪ Assoalho da boca; ▪ Língua. Essa avaliação é realizada para se obter um prognóstico da prótese (que pode ser bom ou ruim). 1. que reveste o rebordo: pode está normal ou patológica. O paciente deverá ser alertado quanto a presença de alterações (como os estalos), para que não venha a relacionar um eventual aparecimento desses sintomas com o tratamento (com a prótese nova). Se o paciente for diagnosticado com DTM, esta deve ser tratada antes da instalação da nova prótese. Mas se o paciente apresentar apenas estalos e não sente dores, isso não representa um problema (nada grave) e a conduta para a colocação da prótese pode ser seguida. É uma conduta prudente reproduzir, nas próteses novas, características que estão adequadas nas próteses antigas, com as quais o paciente já está acostumado. Condição que é observada frequentemente – Candidíase. Deve-se: ▪ Orientar quanto à higiene; ▪ Orientar a não dormir com a prótese; ▪ Corrigir irregularidades da prótese; ▪ Prescrever o uso de nistatina (suspensão oral 100.000 UI – 4X ao dia); ▪ Tratar a candidíase antes da confecção da nova PT. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto ▪ Rígida: bem aderida ao osso, não se deforma com pressão; ▪ Resiliente: que sofre pequenas alterações de volume quando uma pressão é aplicada, mas depois normaliza com a retirada da pressão; ▪ Flácida: fibromucosa mole, maleável, sem suporte de osso. Sofre grandes deformações quando uma pressão é aplicada; ▪ Mista: quando o paciente possui dois tipos de fibromucosa diferentes. ▪ Quando estão muito próximas do rebordo – a prótese deve acompanhar essas inserções. Pois, se não acompanhar, toda vez que esses músculos estiverem tencionados, a prótese irá sair de posição; ▪ O ideal, é que essas inserções estejam longe do rebordo. 1. o volume da tuberosidade deve ser verificado. Um volume excessivo pode dificultar a instalação da prótese. É necessário diminuir a altura da tuberosidade. Tuberosidade enconstando no rebordo inferior. 2. : trata-se de um crescimento ósseo excessivo. Acontece por conta de algum trauma ocorrido durante a formação óssea e pode aumentar ao longo da vida. É mais comum na maxila (na região de rafe palatina). Não é comum em pacientes desdentados. ▪ Se for pequeno e estiver localizado em uma área que fica recoberto pela prótese – não é necessário remover; ▪ Se for muito grande e estiver localizado em área que impede o vedamento da prótese – é necessário remover cirurgicamente. A fibromucosa flácida: ▪ Diminui a estabilidade da prótese; ▪ Pode causar trauma, pois machuca mais (a prótese se mexe mais, acompanhando o movimento da fibromucosa); ▪ Necessita de técnicas de moldagem mais adequadas; ▪ Requer remoção de parte do tecido – para melhorar o suporte da prótese. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 3. pode ser alto, médio ou baixo, de acordo com a intensidade da reabsorção do osso. Quando o rebordo é alto é melhor para a retenção e estabilidade da prótese. Quanto mais área de suporte houver, melhor é a retenção. ▪ Tipo “U” – arredondado: base e crista possuem quase a mesma largura – esse tipo apresenta um melhor prognóstico, maior área de suporte; ▪ Tipo “V”: base do rebordo muito maior que a crista (a crista é fina) – área de suporte um pouco menor; ▪ Tipo “Lâmina de faca”: muito estreito na região de crista – prognóstico ruim, a prótese pode machucar bastante esse rebordo. ▪ Quantidade; ▪ Qualidade: serosa – fluida e aquosa (melhor para a retenção da prótese) ou mucosa - espessa e viscosa (mais fácil de ser rompida). Além daperda de retenção, a falta de saliva pode facilitar a formação de ulcerações traumáticas na mucosa pelo contato direto da prótese com a mesma. ▪ Verificar os medicamentos que o paciente utiliza – para identificar medicações que causam a diminuição do fluxo salivar. Pode-se indicar ingerir mais água ou saliva artificial. Medicamentos que causam a diminuição do fluxo salivar. 6. associadas ao uso das próteses. Intervenções cirúgicas são necessárias nos seguintes casos: • Tórus; • Tuberosidade; • Freios ou inserções musculares; • Rebordos irregulares; • Hipertrofia da fibromucosa. Nos casos de uma mandíbula muito absorvida (restando apenas o osso basal) não é possível realizar enxerto ósseo, pois o que sobrou dessa absorção é osso cortical (muito compacto e com pouca vascularização). Por conta da falta de irrigação sanguínea, o osso enxertado necrosa. A vantagem é que a região do mento, normalmente, preserva uma quantidade de osso suficiente para colocar o implante. Mandíbula reabsorvida (osso basal). – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • O exame radiográfico mais pedido para pacientes desdentados totais é a radiografia panorâmica, permite uma visão das duas arcadas. • Para pacientes geriátricos (que geralmente possuem comorbidades associadas), pode-se realizar os seguintes exames: ▪ Hemograma; ▪ Glicemia; ▪ Desintometria óssea; ▪ Tomografia. Moldagem anatômica: É a moldagem que visa a obtenção de um modelo anatômico (ou de estudo), que contém informações sobre o rebordo residual (área chapeável) e servirá como base para a confecção de moldeiras individuais, utilizadas nas moldagens funcionais. • Primeira moldagem realizada no paciente. Superior: 1. Espaço coronomaxilar; 2. Fundo de vestíbulo bucal; 3. Fundo de vestíbulo labial; 4. Freio labial; 5. Término posterior /linha vibrátil – divisão entre o palato duro e o palato mole. Inferior: 1. Chanfradura do masseter; 2. Fundo de vestíbulo Bucal (linha oblíqua externa); 3. Fundo de vestíbulo labial; 4. Fossa distolabial ou retroalveolar; 5. Flange Sublingual (linha oblíqua interna); 6. Freio lingual. “o sucesso em reabilitações orais depende talvez mais de como usamos os meteriais ao invés do que usamos” Schuyler, JPO, 3:711.714, 1953. Área chapeável/área basal: é a área da mucosa bucal que é coberta pela prótese total. É aquela onde pode e deve assentar-se uma prótese, de acordo com a qualidade dos tecidos que a integram e a necessidade de satisfazer as condições de retenção, suporte e estabilidade. Moldeiras para pacientes desdentados – são mais baixas – para moldar apenas o rebordo. Pode ser perfurada (o ideal) ou lisa. São universais – vários tamanhos que servem em vários pacientes. Para selecionar a moldeira: • Escolher a numeração que se encaixa melhor na arcada do paciente. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Há diversos materiais de moldagem no mercado. A técnica pode ser a chave para o sucesso, ao invés do material utilizado. Elásticos Poliéter Polissulfeto Silicone de adição Anelásticos Pasta de Zinco eugenólica • Os materiais elásticos são aqueles que sofrem uma alteração, mas depois retornam à sua conformação. Os anelásticos não possuem a capacidade de recuperar a sua conformação após uma deformação. • O gesso não é mais utilizado atualmente para fazer moldagem (foi um dos primeiros materias de moldagem para desdentados); • Os mais utilizados são: alginato, silicone de condensação e godiva. ▪ No caso de pacientes desdentados totais: pode-se utilizar materiais anelásticos (pois os rebordos não apresentam tanta retenção); ▪ Se o paciente tiver dentes na cavidade oral, não se usa materiais anelásticos e sim os elásticos. Sendo assim, para a moldagem anatômica/preliminar/de estudo (estática) – modelos de estudo, o mais importante é a fidelidade dimensional do que a riqueza de detalhes. Por isso, geralmente se usa alginato, silicone de condensação (na forma densa) e godiva. • Mucosa normal (resiliente/rígida): utiliza-se alginato, godiva (qualquer material de moldagem) e qualquer elastômero (incluindo silicones, polissulfeto e poliéter); • Mucosa flácida: materiais de baixa/média viscosidade (mais fluido): alginato (mais utilizado). Um material muito denso irá pressionar e deformar a fibromucosa. • Moldeiras de estoque; • Alginato; • Medidores água e pó; • Cuba e espátula; • Cera periférica. Objetivos e finalidades da moldagem anatômica: • Obter a conformação geral das áreas que vão suportar as PTs, afastando ao máximo os tecidos adjacentes; • Avaliar necessidades cirúrgicas – exostoses, frênulos próximos à crista do rebordo, áreas de grande retenção; • Delimitar a área de suporte; • Confeccionar moldeiras individuais. A cera é utilizada para individualizar a moldeira. Quando a moldeira fica muito distante do fundo de vestíbulo, utiliza-se essa cera como suporte, para ajudar o alginato a chegar nessa região e manter ele lá. Também diminui a ocorrência de bolhas e mantém o material em posição até a presa final. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Moldeira individualizada com cera periférica. 1. Proporção 1:1 – 1 medida de pó para uma medida de água; 2. Colocar primeiro água e depois o pó na cuba; 3. Espatulação – iniciando pelo fundo da cuba, depois utiliza as paredes da cuba para esfregar o material. A espatulação deve ser feita até a mistura apresentar uma consistência lisa. 4. Preenchimento da moldeira com alginato; 5. Depois de remover da boca do paciente – avaliar o molde (toda a área chapeável deve está sem bolhas) . 1. Utilizar alginato; 2. Realizar primeira moldagem; 3. Fazer recorte no molde – recortar o que corresponde à área mais flácida; 4. Preparar nova mistura de alginato (dessa vez com mais água – 1 medida de pó para uma 1 medida e meia de água (50% a mais de água), para que o alginato fique mais fluido); 5. Levar novamente à cavidade oral; Essa técnica é utilizada quando a mucosa não pode ser retirada cirúrgicamente e a moldagem tem que ser realizada com essa mucosa flácida. O objetivo dessa técnica é deformar menos a mucosa flácida – certificando-se que o material de moldagem não modificou a mucosa. • Hipoclorito de sódio – 1% por 10 minutos; • Depois lavar em água corrente e realizar o vazamento em gesso. Material e instrumental: • Moldeiras de estoque; • Silicone de condensação do tipo pesada. 1. Preparar o silicone de condensação – utilizando a colher medidora. (ex: 3 medidas dessa colher). Instruções na bula do produto. Leva a boca do paciente e espera tomar presa. 2- 4 minutos No caso da mucosa flácida: não pode usar material de moldagem duro (denso). Pois, esse material pode empurrar a mucosa e o molde copiar de uma forma diferente do que se encontra na cavidade oral. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 2. Nesse exemplo, o fabricante diz que para cada colher de silicone, coloca-se duas medidas do catalisador (como foram 3 colheres, serão 6 medidas do catalisador).Essas medidas devem ser depositadas dentro da marca realizada pela colher. 3. Manipular o silicone, misturando-o ao catalisador. Até obter um material de cor uniforme. Barão, VA; Hadaad, MF. 4. Preenchimento da moldeira. 5. Levar a cavidade oral do paciente – tempo de presa de 4-5 minutos. Depois de ter tomado presa, é retirada da boca do paciente.O silicone de condensação pode ser utilizado quando a arcada do paciente possuir uma fibromucosa resiliente/rígida. Para rebordos com reabsorção severa (principalmente em mandíbula) – o ideal é utilizar material com maior viscosidade (mais denso) – silicona de condensação pesada, para afastar melhor os tecidos paraprotéticos. Pode-se realizar um refinamento com material leve (alginato ou silicona de condensação leve) – para obter mais detalhes da cavidade. • Com hipoclorito de sódio 1% por 10 minutos; • Ou com glutaraldeído 2% por 10 minutos; • Lavar o molde em água corrente e secar. • Gesso pedra tipo III; • Cubeta de borracha; • Espátula para manipulação; • Recortador de modelo; • Faca para gesso; • Balança para gesso; • Frasco medidor de água. 1. Proporção do gesso – de acordo com o fabricante. O Gesso pedra tipo III: 30 ml de água para 100 gramas de gesso. 2. Manipulação do gesso; 3. Vazamento do molde – utilizando um vibrador (o gesso fica mais fluido e se acomoda no molde). No molde da mandíbula deve-se fazer um preenchimento no local da língua. 4. Fazer a base do modelo – deixar a base mais alta, evitando que modelo frature. 5. Retirar o modelo do molde. 6. Fazer o recorte do gesso, para remover os excessos. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 7. Identificar o modelo antes de enviar para o laboratório (fazer a delimitação da área chapeável também). Referências: TELLES, Daniel. Prótese Total: convencional e sobre implantes. São Paulo: Livraria Santos Editora Ltda, 2009. Aula teórica de Reabilitação Oral (fundamentos da prótese). Professora Luana Maria Martins de Aquino. Faculdade Maurício de Nassau, Odontologia, 2021
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