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Leitura e apropriação de textos por escravos e libertos no Brasil do século XIX

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Leitura e apropriação de textos por escravos e libertos no Brasil do século XIX – Sarita Maria 
Affonso Moysés 
 
As práticas de leitura dos grupos negros, que, taticamente, inventaram maneiras de ler, 
apropriando-se da leitura em voz alta era bastante difundida na época. 
Fala da constituição da sociedade brasileira como sociedade letrada, no século XIX – rupturas, 
busca de idéias, cópias, contradições. 
Sociedade brasileira do século XIX – transformações de práticas culturais, posturas diante da 
escrita – pouco estudadas na história da alfabetização. 
Pano de fundo: 1872 – relação de escravos para alfabetizados – 01 para 999 e no caso das 
mulheres, esta situação piora: 06 para 999,4. 
Objetivo do texto: discutir mudanças no contexto do letramento 
A escravidão moldou estruturas de poder, articulou estruturas de personalidade pela dinâmica 
da violência e os hábitos dos seus habitantes em relação ao conhecimento. 
O que fazer com a ignorância do escravo quando o seu trabalho garante a riqueza econômica 
em um período que ainda não se aventa a imigração européia branca? 
Contradições das falas e discursos sobre a cidadania – p. 201 - modernização do Estado e 
escravidão – incoerências e incongruências. 
Discurso que legitima a condição negra de inferioridade – p. 202 grifo nosso. 
O negro que aprende a ler e escrever não é mais um negro das ocorrências policiais. O acesso 
à leitura é considerado um bom comportamento desse indivíduo que consegue se distinguir de 
uma comunidade inferior. 
Em 1872 registros oficiais informam que na Bahia 30% das crianças brancas eram 
escolarizadas. Nada se fala das crianças negras. 
Para serem aceitas precisam negar suas tradições – precisavam embranquecer. 
“Relativizando-se a interdependência do indivíduo negro com o seu grupo social, constituído 
por práticas culturais orais, instaurou-se mecanismos de poder e de censura sobre ele e seu 
acesso à leitura”. 
Discurso oficial – única possibilidade histórica em relação ao conhecimento letrado (p.205) em 
detrimento da diversidade de modos de pensar a escrita desses vários grupos sociais. 
O acesso à leitura e a escrita significa separação das práticas culturais de seu grupo – 
inferioridade interiorizada. 
O iletrado branco é diferente do iletrado negro. Diferentes formas de apropriação de tradições 
orais. 
Os registros escritos sobre escravos no Brasil são relatos na palavra do branco. 
Histórica separação das práticas culturais de negros e brancos. 
Passagem pela oralidade religiosa – uma leitura pelos ouvidos. Ouvinte de uma leitura em voz 
alta. (p. 208) 
As práticas de leitura eram estruturadas na moral, na educação. 
Leitor negro, leituras ouvidas. 
Negros e o contato com o material impresso: sempre mediada pela religião e pela escrita e a 
imagem religiosa.

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