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Termodinâmica – Professor Vladimir 18 UNIVERSIDADE FEDERALDE ITAJUBÁ Instituto de Engenharia Mecânica Ensaio de Laboratório de EME 28 - TERMODINÂMICA 4º ENSAIO - BALANÇO ENERGÉTICO E EXERGÉTICO DA CENTRAL DIESEL 1 – OBJETIVO Fazer o balanço energético de uma central diesel, apresentando os seus fluxos na forma de diagrama. 2 – DESRIÇÃO O sistema utilizado para o ensaio é composto basicamente por um Motor Diesel Mercedez Benz, um Alternador “Brushless” Negrini, um quadro de comando elétrico e um quadro de medição de temperatura e vazão de combustível. A Figura 1 apresenta um esquema geral do sistema utilizado com o gerador e o motor diesel. A Figura 2 mostra o fluxo principal de conversão de energia no ensaio. Quadro elétrico Gerador Motor Diesel Figura 1 Esquema Básico da Central Diesel Termodinâmica – Professor Vladimir 19 Figura 2 Fluxo Básico de Conversão de Energia 2.1 – Esquema de Medidas e Instrumentação Potência elétrica e de Atrito A Figura 3 mostra o esquema de ligação dos aparelhos elétricos de medida de potência elétrica (wattimetros) e de corrente elétrica (amperímetros). Quadro elétrico Watímetro Amperímetro Voltímetro Gerador Figura 3 esquema de ligação dos aparelhos elétricos de medida de potência elétrica e de corrente elétrica Devido ao alto valor da corrente, que não seria suportado por sistemas de medição direta, fez-se necessário ligar que as bobinas de corrente através de Transformadores de Corrente (CT’s). Já as medição de tensão dos watímetros é ligada diretamente à saída do gerador (tensão de 220 V). Para a medida da corrente elétrica é utilizado um amperímetro tipo alicate devido ao fato deste aparelho realizar a leitura através do efeito de indução, não sendo, portanto necessário o seccionamento dos condutores que realizarão a conecção entre o gerador e o quadro elétrico. ALTERNADOR MOTOR DIESEL Weixo QC Welét. FLUXO DE POTÊNCIAS Termodinâmica – Professor Vladimir 20 Massa de Combustível A Figura 4 esquematiza o sistema utilizado para a medida do consumo de combustível pelo motor. Figura 4 Medidor de Vazão de Combustível O motor e o tanque de combustível estão conectados através de uma válvula de comando. Durante a operação normal o motor é suprido pelo óleo diesel do tanque. Ao ser acionada a botoeira de comando o motor passa a consumir o óleo diesel contido no medidor da Fig.4. O medidor está inicialmente enchido acima da marca superior (inicial) volume. O volume entre a marca superior (inicial) e uma marca inferior (final) é calibrado. Quando a superfície do diesel começa a abaixar de nível e passa pela marca inicial dispara-se um cronômetro, que só será travado no momento em que a superfície do óleo passar pela marca inferior (final). Logo após libera-se a botoeira de modo que o motor volte a ser suprido com o óleo do tanque. Portanto, tem-se o volume (calibrado) de óleo diesel consumido em um determinado tempo. Vazão de Ar A Figura 5 demonstra a maneira utilizada para medir-se a massa de ar aspirada pelo motor durante a sua operação. Botoeiras de comando Volume com Diesel Marca Inicial Marca Final Termodinâmica – Professor Vladimir 21 Reservatório Orifício Calibrado Coluna d’água Figura 5 Sistema de Medição da Vazão de Ar A vazão de ar é medida através da queda de pressão em um orifício calibrado, que é colocado na entrada de um reservatório ligado ao coletor de admissão de ar ao motor. O manômetro d’água mede a diferença entre a pressão externa (pressão atmosférica local) e a pressão no interior do tubo. Vazão de Água A Figura 6 mostra o aparelho utilizado para medir a vazão de água que circula através do motor e do radiador. Termodinâmica – Professor Vladimir 22 Figura 6 Medidor da Vazão de Circulação de Água do Motor O aparelho, denominado de Rotâmetro é instalado entre a saída do radiador e a entrada do motor, de modo que a água que circule através dele já esteja resfriada. A leitura da vazão de água é realizada diretamente em uma escala fixada no corpo do aparelho, e fornece o valor diretamente em litros por minuto (1/min). Temperaturas A Figura 7 esquematiza o sistema utilizado na medição das temperaturas relevantes do sistema. Água que circula pelo radiador e pelo motor Termodinâmica – Professor Vladimir 23 Figura 7 Esquema do Sistema de Medida de Temperaturas Três (3) sensores de temperatura estão conectados a um termômetro digital através de uma chave seletora. O primeiro termopar está imerso na saída do radiador, de modo a permitir a medida da temperatura da água que irá entrar novamente no motor. O segundo termopar está instalado na saída de água do motor (conseqüentemente, na entrada de água do radiador) de modo a possibilitar a medida da temperatura da água que será resfriada. O terceiro termopar está instalado na saída dos gases de escapamento (base do cano de escapamento, próximo ao bloco do motor) para a medida da temperatura dos gases que deixam o motor. A Figura 7 mostra, além disso, o fluxo de água no radiador, que se dá de cima para baixo, pois a água esfriada mais densa do que a água quente se encontra no fundo do radiador de donde é bombeada de volta para o motor. 2.2- Procedimento de Medida de dados Para a análise da Central Diesel são necessários os seguintes dados: - Temperatura de saída dos gases - Temperatura ambiente - Temperatura da água entrando no radiador - Temperatura da água saindo do radiador - Vazão de ar entrando no motor - Vazão de combustível entrando no motor - Vazão de gases de exaustão saindo do motor - Vazão de água circulando pelo radiador - Potência de atrito do motor - Potência elétrica gerada. 1 2 3 Termodinâmica – Professor Vladimir 24 As medidas dos parâmetros para o balanço são realizadas da seguinte forma: 1. As medidas de temperatura com termopares ligados a um transdutor digital. 2. Vazão de ar na admissão do motor, medida através da queda de pressão em um orifício circular calibrado. A queda de pressão é medida através de um manômetro em U de coluna d’água. 3. Vazão de combustível, medida cronometrando o tempo gasto pelo motor para consumir um volume calibrado de combustível. 4. Vazão dos gases de exaustão que saem do motor que é obtida somando as vazões de ar e de combustível (conservação de massa, considerando escoamento em regime permanente através do motor). 5. Vazão de água circulante no radiador, medida por um rotâmetro instalado no motor. 6. A potência gerada é medida por Watímetros. 7. A potência de atrito é medida de maneira semelhante à da potência gerada, com a diferençaque a máquina elétrica funciona como motor e não como gerador. 2.3 - Dados dos Equipamentos A) MOTOR Motor Diesel Mercedez Benz Tipo OM 352 Motor N 344.919.008-547032 B) ALTERNADOR Alternador Negrini 60 KVA N 14010 Tipo: ATE Mos: 27/21 Serv. Contínuo Volt Amp 220/127 157 380/220 91 440/254 78 60Hz Classe B rpm : 1800 fases : 3 cos : 0.8 T : 80 [C] Amp. Exc.: 3 Volt Exc.: 60 Termodinâmica – Professor Vladimir 25 3 - PROCEDIMENTO DE ENSAIO O ensaio segue os passos abaixo: - Partida do motor - Aceleração do motor até rotação nominal (1800 rpm) - Espera para aquecimento - Sincronização da central com a rede da concessionária - Aplicação de carga e espera para estabilização - Medição de V, I, Tamb, Tea, Tsa, Tesc, tcom, h, mA, Vcomb, e d - Motorização do alternador e medição de V e I - Retirada da central da rede - Desligamento da central 3.1 - Instruções para partida no motor - Verificar o nível do óleo lubrificante - Verificar o nível de água no radiador - Ligar a chave geral da bateria - Verificar se o quadro de comando está desligado – deve estar desligado antes da partida – ligar depois de funcionar o conjunto. 3.2 - Partida - Desligar a chave de interrupção da cebolinha de óleo empurrando-a - Ligar a chave de ignição empurrando-a - Apertar o botão de partida o suficiente para o motor funcionar - Depois de mais ou menos 1 min, “puxar” a chave da cebolinha - Deixar o motor funcionar uns 3 min em marcha lenta. (800 rpm) - Acelerar até atingir a rotação de trabalho, ou seja, 1800 rpm 3.3 - Ligação do quadro - Ligar a chave do regulador automático de tensão, feito isto o ponteiro do voltímetro registrará 200 [V], sendo ajustado através do reostato de regulagem fina - Ligar para baixo a chave geral 3.4 - Conexão em paralelo Convém, neste ponto, dar especial atenção ao procedimento de conectar a central diesel com a rede elétrica da concessionária (CEMIG). Para que os dois sistemas possam entrar em paralelo são necessárias três condições: mesma tensão, mesma freqüência e mesmo ângulo de fase. Termodinâmica – Professor Vladimir 26 O procedimento para colocação dos sistemas em paralelo é composto por: - Ajuste da tensão gerada para que tenha o mesmo nível da tensão da concessionária (220 [V]). Este procedimento é realizado com auxílio de um equipamento eletrônico e sua monitoração feita em um voltímetro duplo. - Ajuste de freqüência da tensão gerada para que seja a mesma da concessionária (60 [Hz]). Esse procedimento é realizado através do ajuste do acelerador do motor diesel e monitorado através de um freqüencimetro duplo. - Sincronização do ângulo de fase (). Sua monitoração é realizada através de um fasímetro. Como a sua sincronização é difícil torna-se necessário que o operador fique observando o fasímetro e com as mãos na chave de conecção paralela. No momento que o fasímetro indica ângulo nulo o operador aciona a chave. 3.5 - Parada - Desligar o quadro - Virar a chave de ignição no sentido horário até o segundo contato e esperar que o motor pare totalmente - Desligar a chave de ignição se for o caso até retirá-la do contato - Para desligar chave deve-se virá-la no sentido anti-horário exatamente 2 contatos 4 – CÁLCULO 4.1 - Balanço Energético Potência Elétrica (Gerador) cosiv3Wel = (1) onde: v = tensão [V] i = corrente [A] W el = potência elétrica [kW] cos = fator de potência Potência Mecânica alt el m W W = (2) onde: W m = potência mecânica [kW] W el = potência elétrica [W] alt = rendimento alternador (ver gráfico em anexo) Potência Elétrica (Motorização) =− cosi.v.3W motel (3) onde: W el-mot = potência elétrica motor [kW] v = tensão [V] i = corrente [A] cos = fator de potência Termodinâmica – Professor Vladimir 27 Potência de Atrito do motor altmotelmatr *WW = −− (4) onde: W atr-m = potência de atrito motor[kW] W el-mot = potência elétrica motor [kW] alt = rendimento alternador Potência de Atrito do Gerador matrmotelgatr WWW −−− −= (5) onde: W atr-g = potência de atrito gerador[kW] W el-mot = potência elétrica motor [kW] alt = rendimento alternador Vazão em Massa de Combustível t V m c = (6) onde: cm = vazão em massa de combustível [kg/s] = massa específica do combustível = 833 [kg/m3] v = volume de combustível [m3] t = tempo de escoamento [s] Calor Liberado pelo Combustível PCI.mQ cc = (7) onde:Q c = Calor Liberado Pelo combustível [kW] cm = vazão em massa de combustível [kg/s] PCI = poder calorífico inferior [kJ/kg] Perda de Calor pelos Gases de Escapamento ( ) ( )ambescpgggg TT.c.mhmQ −== (8) onde: Q g = calor dos gases [kJ/s] m g = vazão em massa dos gases [kg/s] c p = calor específico médio dos gases à pressão constante (ver página 17) Tesc = Temperatura dos gases de escape [C] Tamb = Temperatura ambiente [C] Vazão dos Gases combarg mmm += (9) onde: gm = vazão dos gases [kg/s] m ar = vazão de ar [kg/s] m comb = vazão de combustível [kg/s] Termodinâmica – Professor Vladimir 28 Calor Perdido no Radiador ( )esAAA TT.c.mQ −= (10) onde: Q A = calor no radiador [kW] m A = vazão de água no radiador [kg/s] c A = calor específico da água [kJ/kg.C] Ts = Temperatura de saída da água [C] Te = Temperatura de entrada da água [C] Vazão de Ar Admitido no Motor ar águaágua 2 ar h.g.2 C 4 d m = (11) onde: d = diâmetro do furo [m] C = constante do orifício = 0,59 g = gravidade local [m/s2] águah = diferença de pressão [m] ar = densidade do ar [kg/m3] Densidade do Ar T.R patm ar = (12) onde: patm = pressão atmosférica local [N/m2] T = temperatura [K] R = 287 J/kg K O balanço energético é realizado de acordo com a equação abaixo: matrgatrelAgcp WWWQQQQ −− −−−−−= onde: Q p = perdas de energia no motor diesel Q c = calor liberado pelo combustível Q g = calor dos gases de escapamento Q A = calor da água de arrefecimento W el = trabalho elétrico W atr-g = trabalho de atrito do gerador W atr-m = trabalho de atrito do moto Termodinâmica – Professor Vladimir 29 5 – TABELAS DE VALORES LIDOS E CALCULADOS A Tabela 1 contem os valores lidos durante o ensaio. Tabela 1 Grandeza Valor Unidade 1 Wel 32 kW 2 Wel-mot 17 kW 3 V 218 V 4 Vel-mot 218 V 5 i 46,5 A 6 iel-mot 92, 93, 97, 101, 104 A 7 Tamb 24 C 8 Te 63 C 9 Ts 72 C 10 Tesc 390 C 11 V agua 33,6 1/min 12 hágua 300-13 mm H20 13 t 24 seg 14 V 75 ml 15 patm 694 mmHg 16 d 45 mm A tabela 2 deve ser preenchida com os valores para os cálculos, retirados das tabelas. Tabela 2 Grandeza Valor Unidade 1 ho (25 C) kJ/kg 2 hágua de entrada C kJ/kg 3 hágua de saída C kJ/kg 4 PCI 42.886,8 kJ/kg Termodinâmica – Professor Vladimir 30 A Tabela 3 expõe todos os valores calculados. Tabela 3 Grandeza ValorUnidade 1 Wel kW 2 Wm kW 3 Wel-mot kW 4 Watr-m kW 5 Watr-g kW 5 mc kg/s 6 Qc kW 7 mar kg/s 8 mg kg/s 9 Qg kW 10 QA kW Termodinâmica – Professor Vladimir 31 6 – DIAGRAMA Deverá ser feito, para a central diesel, o diagrama de Sankey como mostra a Figuras 8. Indicando as transferências de energia em escala (por exemplo, em papel milimetrado). Termodinâmica – Professor Vladimir 32 A seguir é mostrado o gráfico e a equação que indica o rendimento em função da corrente I (A) solicitada ao gerador. ...C+C+C+C= 3 3 2 210 IIIalt Para corrente entre 23 a 159 A C0 84.9637 C1 -2.69854 C2 0.206562 C3 -0.00761624 C4 0.000172372 C5 -2.56007E-006 C6 2.54863E-008 C7 -1.68917E-010 C8 7.16293E-013 C9 -1.75966E-015 C10 1.9049E-018 GERADOR NEGRINI MOD. ATE 60 KVA RENDIMENTO ELÉTRICO - AMPERAGEM TENSÃO: 220 V COS Y: 0,8 60 65 70 75 80 85 90 95 20 40 60 80 100 120 140 160 I (A) R e n d im e n to ( % ) Termodinâmica – Professor Vladimir 33 CALOR ESPECÍFICO A PRESSÃO CONSTANTE O calor específico do ar seco na temperatura T, (K), é dado por: ...TC+TCT+C+C=c 3 3 2 210Tpar, (J/kg K) Para temperatura entre 200 a 800K C0 = +1,0189134 E+03 C1 = -1,3783636 E-01 C2 = +1,9843397 E-04 C3 = +4,2399242 E-07 C4 = -3.7632489 E-10 O calor específico à pressão constante dos produtos da combustão na forma polinomial são dados por : TCp,Tar,p,T,gp f+1 f +c=c (J/kg K) onde ar comb m m f = ....+TPC+TPCT+PC+PC= 3 3 2 210TCp, Para temperatura entre 200 a 800K CP0 = -3,5949415 E+02 CP1 = +4,5163996 E+00 CP2 = +2,8116360 E-03 CP3 = -2,1708731 E-05 CP4 = +2.8688783 E-08 CP5 = -1.2226336 E-11
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