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Desenvolvimento das estruturas orofaciais Desenvolvimento das estruturas orofaciais DEFINIÇÃO → As estruturas orofaciais se desenvolvem entre a 4ª e a 12ª semana de desenvolvimento pré-natal, abrangendo o final do período embrionário e o início do período fetal. → Aborda o desenvolvimento das seguintes estruturas orofaciais: palato, septo nasal, cavidade nasal e língua. DESENVOLVIMENTO DO PALATO → A formação do palato começa durante a 5ª semana de desenvolvimento pré-natal, no período embrionário. O palato nesse momento é formado a partir de duas estruturas embrionárias separadas: o palato primário e o palato secundário. → Dessa forma, o desenvolvimento do palato ocorre em três estágios consecutivos: formação do palato primário, formação do palato secundário e a complementação final do palato. FORMAÇÃO DO PALATO PRIMÁRIO → O segmento intermaxilar surge como resultado da fusão de ambos os processos nasais mediais no embrião. É constituído de uma massa em forma de cunha que se estende inferior e profundamente às fossetas nasais, na parte interna do estomodeu. Ele forma o assoalho da cavidade nasal e do septo nasal. O segmento intermaxilar dá origem ao palato primário (ou palato primitivo). Nesse momento, o palato primário serve apenas como uma estrutura que separa parcialmente as cavidades nasal e oral em desenvolvimento. FORMAÇÃO DO PALATO SECUNDÁRIO → Durante a 6ª semana de desenvolvimento pré-natal, os processos maxilares dão origem às duas prateleiras palatinas (ou processos palatinos laterais). Essas prateleiras crescem inferior e profundamente no interior do estomodeu, em direção vertical, de cada lado da língua em desenvolvimento. A língua está sendo formada sobre o assoalho da faringe nesse momento, e, conforme se desenvolve, inicialmente preenche a cavidade comum às regiões nasal e oral. → Por causa de forças de elevação desconhecidas, as prateleiras palatinas, depois de crescerem em direção vertical, “dobram-se” em direção superior dentro de poucas horas depois do movimento da língua. Assim, as prateleiras se movimentam para assumir uma posição horizontal, situando-se agora superiormente à língua em desenvolvimento. Em seguida, as duas prateleiras palatinas se alongam e movimentam-se medialmente, uma em direção à outra, encontrando-se e fundindo-se para formar o palato secundário. → O palato secundário dará origem aos dois terços posteriores do palato duro, situado posteriormente ao forame incisivo, que contém certos dentes superiores anteriores (caninos) e dentes posteriores, ao palato mole e à úvula palatina. A rafe do palato, presente na mucosa, e a sutura palatina mediana entre os ossos do adulto indicam a linha de fusão das prateleiras palatinas. COMPLEMENTAÇÃO DA FORMAÇÃO DO PALATO → Para que se complete a formação do palato, a parte posterior do palato primário se encontra com o palato secundário, e essas estruturas gradualmente se fundem em sentido anteroposterior. Durante a 12ª semana, esses três processos se fundem completamente, formando o palato, constituído por palato duro e palato mole. Agora, a cavidade oral madura torna-se completamente separada da cavidade nasal. → A formação óssea (ou ossificação) já se iniciou na parte anterior do palato duro no momento que se concluiu a fusão do palato. Em contrapartida, no palato mole mais posteriormente, o mesênquima do primeiro e segundo arcos branquiais migram para esse local com o intuito de formar os músculos do palato, envolvidos na deglutição e na fala. DESENVOLVIMENTO DO SEPTO E DA CAVIDADE NASAL → A cavidade nasal e o palato formam-se ao mesmo tempo, da 5ª à 12ª semana de desenvolvimento pré- natal. Essa cavidade constituirá parte do sistema respiratório. → O futuro septo nasal também está se desenvolvendo durante a formação do palato. A estrutura do septo nasal, semelhante à do palato primário, é um prolongamento da fusão dos processos nasais mediais. Os tecidos que formam o septo nasal irão desenvolver-se inferior e profundamente aos processos nasais mediais e superiormente ao estomodeu. → O septo nasal vertical funde-se em seguida com o palato final orientado no sentido horizontal. DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA → A língua desenvolve-se da quarta à 8ª semana de desenvolvimento pré-natal, a partir de saliências independentes formadas pelos quatro primeiros arcos branquiais, no assoalho da faringe primitiva. → Durante a 4ª semana de desenvolvimento pré-natal, a língua começa a se desenvolver. O desenvolvimento da língua começa como uma saliência mediana triangular, denominada tubérculo ímpar. FORMAÇÃO DO CORPO DA LÍNGUA → O corpo da língua especificamente se desenvolve a partir do primeiro arco branquial, e a raiz se origina posteriormente, a partir do segundo, terceiro e quarto arcos branquiais. → Em seguida, duas saliências linguais laterais ovais (ou brotos distais da língua) desenvolvem-se de cada lado do tubérculo ímpar. As duas saliências fusionadas crescem demasiadamente e englobam o tubérculo ímpar em involução, para formar os dois terços anteriores, ou corpo da língua, situado na cavidade própria da boca. → Em torno das saliências linguais, as células degeneram, formando um sulco que libera o corpo da língua do assoalho da boca, exceto na região mediana para fixação do frênulo da língua. FORMAÇÃO DA RAIZ DA LÍNGUA → Posterior à fusão dessas saliências anteriores, um par de saliências, a cópula, torna-se evidente. → A cópula é formada a partir da fusão do mesênquima principalmente do terceiro e de partes do quarto arco branquial. A cópula gradualmente se sobrepõe ao segundo arco branquial, ou arco hióideo, para formar a raiz da língua, ou terço posterior. → Ainda mais posteriormente à cópula encontra-se uma projeção correspondente a uma terceira saliência mediana, a saliência epiglótica, que se desenvolve do mesênquima das partes posteriores dos quartos arcos branquiais. Essa saliência marca o desenvolvimento da região mais posterior da língua e da futura epiglote. COMPLEMENTAÇÃO DA FORMAÇÃO DA LÍNGUA → À medida que a língua se desenvolve, a cópula da raiz da língua, depois de sobrepor-se ao segundo arco branquial, funde-se com as saliências anteriores do primeiro arco branquial do corpo da língua, durante a 8ª semana. Essa fusão é demarcada superficialmente pelo sulco terminal da língua, no dorso da língua formada, um sulco em forma de V invertido que demarca o limite entre o corpo e a raiz da língua. → No final da 8ª semana, a fusão dessas saliências linguais está completa. → As papilas linguais, pequenas elevações da mucosa especializada no dorso da língua, surgem no final da 8ª semana. DISTÚRBIOS DE DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA → As anomalias da língua são incomuns. Entretanto, o tipo mais comum é a anquiloglossia, conhecida como “língua presa”, resultante de um frênulo da língua curto, que se insere em seu ápice. Esse distúrbio restringe o movimento da língua em maior ou menor grau e pode estar associado a outras anomalias craniofaciais. Entretanto, o frênulo da língua normalmente alonga-se com o tempo. No entanto, se não se ajustar ao longo do tempo, e o movimento ainda não for funcional, pode-se tentar a terapia miofuncional orofacial (TMO) antes de a cirurgia ser considerada.
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