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Profa. Leila Rodrigues Central de material e esterilização -Cme- CME É a área responsável pela limpeza e processamento de artigos e instrumentais médico-hospitalares. É no CME que se realiza o controle, preparo, esterilização , acondicionamento e distribuição dos materiais utilizados dentro da instituição hospitalar. • CENTRODEMATERIALEESTERILIZACAO CEMAT https://www.youtube.com/watch?v=vi7JXR4cS44 • Central de Material Esterilizado - Instituto Central do Hospital das Clínicas https://www.youtube.com/watch?v=JbIYQWVDgqE • Central de materiais esterilizados \ Bastidores de um hospital acreditado https://www.youtube.com/watch?v=XJNTtjP-Kto https://www.youtube.com/watch?v=vi7JXR4cS44 https://www.youtube.com/watch?v=JbIYQWVDgqE https://www.youtube.com/watch?v=XJNTtjP-Kto CME Unidade de apoio técnico a todas as áreas assistenciais, sendo responsável pela: • Recepção • Limpeza; • Preparo; • Esterilização; • Acondicionamento; • Distribuição de materiais para as unidades do estabelecimento de saúde. RDC 50/2002 • Revestimento que permita limpeza e desinfecção (ex: piso resistente ao calor, à umidade; parede lisa e plana) • Janela: ampla, alta e telada • Porta de material lavável • Bem iluminada (geral e direta nas bancadas) http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.hupaaufal.org/images/stories/fotos/cme.jpg&imgrefurl=http://www.hupaaufal.org/index.php?option%3Dcom_content%26view%3Darticle%26id%3D79:cme-tera-automatizacao-na-desinfeccao-e-limpeza-de-materiais-medico-cirurgicos%26catid%3D36:materias%26Itemid%3D57&h=172&w=261&sz=22&tbnid=u2atWCnBR595YM:&tbnh=78&tbnw=119&prev=/search?q%3Dcentral%2Bde%2Bmaterial%2Be%2Besteriliza%C3%A7%C3%A3o%26tbm%3Disch%26tbo%3Du&zoom=1&q=central+de+material+e+esteriliza%C3%A7%C3%A3o&usg=__T1Bgb9cy3H7X9WVvsO96Jn5kryU=&hl=pt&sa=X&ei=FrOrUNH4GpSc9QT034H4CQ&ved=0CB0Q9QEwAA PODE SER DIVIDIDA EM TRÊS TIPOS: ➢Descentralizada : cada unidade é responsável por preparar e esterilizar os materiais que utiliza. ➢Semi-centralizada : cada unidade prepara o seu material , mas o encaminha à central de material para ser esterilizado. ➢Centralizada : os materiais de uso nas unidades são totalmente processados na central. VANTAGENS DA CENTRALIZAÇÃO DE MATERIAIS. ✓Padronizar as técnicas de limpeza, preparo e empacotamento, a fim de assegurar economia de pessoal, material e tempo. ✓Manter reserva de material a fim de atender prontamente a necessidade de todo o hospital. ✓Desenvolver treinamentos específicos permitindo maior produtividade. ✓Facilitar o controle do consumo e da qualidade do material esterilizado. ARTIGOS HOSPITALARES DEFINIÇÃO – São materiais empregados na assistência à saúde; PODEM SER: – ARTIGOS DESCARTÁVEIS : seringas, abocath, agulhas, eletrodos, etc. –ARTIGOS PERMANENTES: aparelho de pressão, termômetro, endoscópio, etc. CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS • CRÍTICOS • SEMI-CRÍTICOS • NÃO CRÍTICOS ARTIGOS CRÍTICOS São aqueles que penetram através da pele, mucosas, atingindo os tecidos sub-epiteliais, sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente conectados com este sistema e que possuem alto risco para aquisição de infecção; Ex: ✓agulhas ✓instrumentais cirúrgicos ✓cateteres urinários ✓bisturi. ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS São artigos que entram em contato com a pele não-integra ou com mucosas íntegras. Ex: ✓endoscópios gastrointestinais; ✓equipamento de terapia respiratória; ✓espéculo vaginal; ARTIGOS NÃO CRÍTICOS São aqueles que entram em contato apenas com pele íntegra ou não entram em contato com pacientes e apresentam baixo risco de transmissão de infecção; Ex: ✓comadres ✓papagaios ✓aparelho de pressão ✓termômetro ✓cubas Indicação ❖CRÍTICOS– Indicação de esterilização ❖SEMI-CRÍTICOS– Esterilização não obrigatória; no mínimo desinfecção. ❖NÃO-CRÍTICOS– Dependendo do grau de contaminação, podem ser submetidos à limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível. DESINFECÇÃO Consiste na inativação ou redução dos micro- organismos presentes num material inanimado ou em superfícies com exceção de esporos bacterianos, por meios físicos ou químicos. . A desinfecção não implica na eliminação de todos os micro-organismos viáveis, porém elimina a potencialidade infecciosa do objeto, superfície ou local tratado. CLASSIFICAÇÃO DA DESINFECÇÃO ➢Desinfecção de baixo nível: elimina bactérias, vírus e fungos; não tem ação contra esporos, mas não elimina micobactérias e o bacilo da tuberculose; ➢O composto mais comumente utilizado é álcool etílico, hipoclorito de sódio 0,025% - 30 minutos. EPI ➢Desinfecção de nível médio: elimina bactérias, a maioria dos vírus, fungos e micobactérias; não destrói esporos. Hipoclorito de sódio 1% - 30 minutos. EPI ➢Desinfecção de alto nível: destrói todas as bactérias, micobactérias, fungos, vírus e parte dos esporos. O enxágue deve ser feito com água estéril e a manipulação deve seguir o uso de técnicas assépticas. Glutaraldeído 2% (20 – 30 minutos). Portaria n0 3/2006. EPI ( Máscara de filtro químico, avental impermeável, óculos, luva de borracha cano longo, botas) – vapores: irritação nos olhos, nariz e garganta/ corrosivo para alguns artigos de metal. Validade 14 ou 28 dias. Ácido Peracético 0,2% - 10 minutos. (Atóxico e sem efeito residual) Não corrosivo/ EPI. Validade 30 dias. LIMPEZA Remoção de sujidade visível orgânica e inorgânica e por conseguinte de sua carga microbiana. A limpeza concorrente desta área deve ser realizada diariamente, no piso, nas pias, nas mesas e nos balcões e, pelo menos uma vez por semana, a Limpeza terminal deve ser feita incluindo os itens limpos diariamente e mais as paredes, os armários, os vidros e as janelas. OBJETIVOS -Remover sujidades; -Remover ou reduzir a quantidade de micro-organismos; -Remover resíduos (químicos, orgânicos, endotoxinas– lipopolissacarídeos Da parede celular de bactérias gram-negativas - biofilmes – cj. de células microbianas associadas á superfície) -Garantir a eficácia do processo de desinfecção e esterilização. Limpeza manual Fricção com escovas e dos uso de soluções de limpeza; Restringir aos artigos delicados, desmontáveis; Preferencial solução enzimática - constituem combinações de detergentes e enzimas utilizados comumente em instrumentos de difícil acesso e lumens estreitos; Utilizar EPI apropriado: luva grossa de borracha antiderrapante de cano longo, avental, bota, gorro, protetor facial, máscara e óculos de proteção; Friccionar artigos sob a água para evitar aerossóis. Uso de EPIs : É imprescindível o uso correto dos EPIs para o desenvolvimento das técnicas de limpeza e desinfecção. São eles: aventais impermeáveis, luvas anti-derrapantes de cano longo, óculos de proteção, máscaras. Limpeza mecânica ➢Lavadora Ultra-Sônica: convertem ondas sonoras de ultra-alta frequência em vibrações mecânicas que se movem na água, criando bolhas microscópicas. Ideal para artigos de conformação complexa ➢Lavadora Pasteurizadora: inativação de bactérias patogênicas por meio de calor, relativamente a baixas temperaturas (660C) ➢Lavadora Termodesinfetadora: limpam e desinfetam, por meio térmico ou químico (detergente é aplicado sob pressão por meio de bicos ou braços rotativos) Produtos utilizados Limpadores enzimáticos são compostos basicamente por enzimas, surfactantes e solubilizantes. A combinação balanceada desses elementos faz com produto possa remover a matéria orgânica do material em curto período de tempo. Soluções enzimáticas apresentam excelente ação de limpeza, mas não possuem atividade bactericida e bacteriostática. Enzimas São substâncias produzidas que degradam a matéria orgânica presente no material. Uma vez produzidas pelas células, uma enzima pode ser isolada e irá manter suas propriedades. As enzimas são classificadas em três maiores grupos funcionais dependendo do tipo de substrato que irão afetar: proteases, lípases e amilases que atuam em substratos protéicos, gorduras e carboidratos. Esterilização• Processos físicos - Esterilização por vapor saturado sob pressão # Vapor: (esporos necessitam de calor e umidade), temperatura e pressão (121ºC a 134ºC e o tempo (15 a 30 minutos) PROCESSO FÍSICO Calor seco (estufa) – Não recomendável Caiu em desuso, pois as pesquisas colocam em dúvida a sua efetividade. O processo de esterilização ocorre com o aquecimento dos artigos por irradiação do calor das paredes laterais e base da estufa, com conseqüente destruição dos MO por desidratação das células. O calor seco tem baixo poder de penetração, pois se faz de forma irregular e vagarosa, necessitando de longos ciclos de exposição. PROCESSO FÍSICO-AUTOCLAVE É altamente eficiente pelo seu poder de penetração realizado por autoclaves. O vapor saturado, ou seja, de temperatura equivalente ao ponto de ebulição da água, na pressão atmosférica de 1 a 1.8, é o meio de esterilização mais econômico para materiais termo resistentes. Controle do processo Parâmetros Físicos Tempo, temperatura e pressão – impressora ou manual Controle Químico Indicadores químicos – norma: ISO, 2005; Indicadores Químicos Classe I: Indicadores de processo: Tiras impregnadas com tinta termo- química que muda de coloração quando exposto a temperatura. (fita zebrada) amarelo p/ marrom geralmente Informa que passou pela esterilização usados externamente em todos os pacotes evidenciam a passagem do material pelo processo Indicadores Químicos Teste de BOWIE & DICK – Indicadores para uso em testes específicos - testa a eficácia do sistema de vácuo da autoclave pré- vácuo. Classe II: verifica a eficiência da bomba de vácuo espera-se mudança uniforme da cor do papel, em toda sua extensão recomenda-se que seja feito no primeiro ciclo do dia, com equipamento pré-aquecido e com a câmara vazia. caso não haja homogeneidade na revelação, efetuar revisão imediata do equipamento Teste OK Falha no teste Indicadores Químicos Indicador de parâmetro únicoClasse III: controla um único parâmetro: a temperatura pré-estabelecida. Indicador multiparamétrico – dois ou mais parâmetros críticos Classe IV: controla a temperatura e o tempo necessários para o processo Indicadores Químicos Integrador: controla temperatura, tempo e qualidade do vapor. Reagem com todos os parâmetros Classe V: Classe VI: Indicadores de simulação: Integrador mais preciso por oferecer margem de segurança maior. Reage quando 95% do ciclo é concluído. Resumo : INDICADORES QUÍMICOS Classe 1: Classe 6: Classe 2: Classe 3: Classe 4: Classe 5: Tiras impregnadas com tinta termo-química que muda de coloração quando exposto a temperatura. Teste de Bowie & Dick testa a eficácia do sistema de vácuo da autoclave pré-vácuo. Uso diário no 1° ciclo, sem carga, a 134°C por 3,5 a 4 minutos sem secagem. Controla um único parâmetro: a temperatura pré-estabelecida. Indicador multiparamétrico: controla a temperatura e o tempo necessário para o processo. Integrador: controla temperatura, tempo e qualidade do vapor. Intervalo de confiança maior que classe 5. Indicadores Biológicos Preparação padronizada de esporos bacterianos autocontidos, com suspensões de 106 esporos por unidade de papel filtro. Indicam se a esterilização foi efetiva Esporos Geobacillus stearothermophilus Primeira geração: tiras de papel com esporos microbianos, incubados em laboratório de microbiologia com leitura em 7 dias. Indicadores Biológicos Segunda geração: autocontidos com leitura em 24 a 48 horas pela mudança de cor decorrente da mudança de pH do meio. Incubação na própria CME Terceira geração: autocontidos com leitura em 1 a 3 horas a 560C. Interação de uma enzima associada ao esporo bacteriano com um substrato no meio de cultura. Ausência de fluorescência: esporo destruído Esterilização físico-química Esterilização por óxido de etileno (ETO) Gás incolor, explosivo e inflamável Termossensíveis Portaria Interministerial n0482/1999 Parâmetros: temperatura (500C a 650C), concentração do gás (450 a 1200mg/L) umidade (45 a 85%), tempo de exposição e aeração (2 a 5 horas respectivamente) e pressão interna da câmara. ETO Alta penetração, difusibilidade – esteriliza artigos estreitos, longos (até 2 metros). Objetivo: saída do ETO residual • Etilenocloridrina - produto derivado da reação do óxido de etileno com o cloro. • Etilenoglicol - produto derivado da reação do óxido de etileno com água. Esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio • Termossensíveis Autoclave de peróxido de hidrogênio - STERRAD® Gera plasma por meio do substrato de peróxido de hidrogênio bombardeado por ondas de radiofreqüência ( cada ampola 1,8 ml H2O2) Curto de 51 min/ Longo de 72 min (lúmens longos > 1m até 2 metros – cateteres, extensor de micronubulizador, circuitos respiratórios– Inter V) Diâmetro interno ≥ 1mm No caso > 1m ciclo longo com Difusor/Adaptador (cateteres, endoscópios, colonoscópios) – se metal: comprimento 40-50 cm Esterilização Química Imersão dos artigos em germicida químico Utilizar produtos autorizados e registrados na ANVISA Ácido Peracético Mistura entre ácido acético, peróxido de hidrogênio e água; Rápida ação contra todas as formas de microorganismos, incluindo esporos microbianos, mesmo em baixas concentrações (0,001% a 0,2%) - 60 minutos; Pode ser aplicado em artigos termossensíveis; Cuidado: componentes metálicos que não sejam de ácido inoxidável. Glutaraldeído Tempo de 10 a 12 horas de imersão do artigo na solução Para esterilização a frio de artigos críticos termossensíveis, como cateteres, drenos, tubos. E para artigos termoresistentes como pinças, instrumentos metálicos endoscópios, laparoscópicos. Não é recomendado: - Monitoramento da concentração, - Manipulação incorreta (contaminação bacteriana – infecções pós cirúrgicas), - Limpeza incorreta, - Tempo de imersão por período inferior ao recomendado, resistência microbiana ao produto, - Diluição do produto durante a sua utilização ao longo do tempo Armazenamento ARMAZENAGEM “Todo material processado deve possuir local adequado para armazenagem de forma que não haja risco de recontaminação e que facilite a distribuição.” “O prazo de validade de esterilização está diretamente relacionado à qualidade da embalagem e condições de armazenagem.” ✓O local adjacente à área de esterilização, distantes de fonte de água, janelas abertas, portas, tubulações expostas e drenos ✓Trânsito limitado de pessoas, manipulação mínima e cuidadosa Cuidados com os Artigos Esterilizados Condições de estocagem do artigos esterilizados •Quanto ao ambiente: deve ser limpo; arejado e seco; deve ser restrito à equipe do setor. •Quanto ao artigo: após o processo de esterilização, não colocá-lo em superfície fria (pedra ou aço inoxidável ), utilizar cestos ou recipientes vazados até que esfriem; •invólucro (tecido de algodão cru, tecido não tecido, papel grau cirúrgico, papel crepado, papel com filme, tyvec ou caixas metálicas perfuradas) deve permanecer íntegro e ser pouco manuseado para evitar que os pacotes rasguem ou solte o lacre; •ser estocado em armários fechados com prateleiras; •prateleiras identificadas de modo a facilitar a retirada do material; •material deve ser estocado de acordo com a data de vencimento da esterilização para facilitar a distribuição e não ficar material vencido no estoque; •estocar separadamente dos não estéreis para reduzir o nível de contaminantes externos. Tempo de validade de esterilização de artigos •A validade de esterilização vincula-se ao risco de recontaminação, tipo e configuração do material de embalagem, número de vezes que é manipulado antes do uso. •Estocagem em prateleira aberta ou fechada, condições ambientais na área de estocagem (limpeza, temperatura e umidade). •Atualmente é um contra-senso estabelecer prazos genéricos por que os fatores contaminantes do ambiente variam entre um serviço e outro. •Devido às diferençastanto em tipos de invólucros quanto em características de estocagem é impossível recomendar tempos de estocagem para itens estéreis que possam ser aplicados universalmente (AORN) Referências Bibliográficas 1-SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERGEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO, RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO (SOBBEC).Práticas Recomendadas.4ed. São Paulo, 2007. 2- POSSARI,J.F. Centro de material e esterilização: planejamento e gestão.3ed.São Paulo, 2007.165p. 3-KAVANAGH,CMG. Elaboração do Manual de Procedimentos em Central de Materiais e Esterilização.São Paulo: Atheneu, 2007. 4-OLIVEIRA, AC.Infecções Hospitalares: epidemiologia, prevenção e controle.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 5- FERNANDES, AT.Infecção Hospitalar e suas interfaces na área da saúde. São Paulo: Atheneu, 2002.
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