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AULA 3 – RS: Características e Classificações Profª/Dra. Liliane Garcia Eng. Ambiental e Segurança no Trabalho Curso Técnico em Agroindústria Gestão Ambiental e Tratamento de Sólidos CLASSIFICAÇÃO DOS RS Existem várias maneiras possíveis de classificar os RS, em: • natureza física: seco ou molhado - 2 • composição química: matéria orgânica e inorgânica - 2 • origem (PNRS) – local da fonte de geração - 9 origens • periculosidade (ABNT) – danos à saúde humana e ao ambiente - 2 classes TIPOS DE CLASSIFICAÇÕES NATUREZA FÍSICA Quanto à presença de umidade, o RS é separado em: • Seco: aparentemente sem umidade; • Molhado: visilmente molhado. NATUREZA FÍSICA - IMPORTÂNCIA COMPOSIÇÃO QUÍMICA Quanto à composição, o RS pode ser separado em dois grupos: • Orgânico: são os materiais que possuem origem biológica (sementes, ossos e restos de alimentos ) • Inorgânico: são os materiais produzidos pelo homem (plástico e o vidro) TIPOS DE RS FONTES RESÍDUOS GERADOS Doméstico Residência Sobras de alimentos, lixo de banheiro, embalagens de papel, metal, vidro, plástico, isopor, pilhas, eletrônicos, baterias, fraldas, entre outros. FONTES DE ORIGEM DOS RS TIPOS DE RS FONTES RESÍDUOS GERADOS Comercial Empresas, comércios e escolas Papel, plásticos, embalagens diversas, e resíduos de asseio dos funcionários, tais como papéis-toalha, papel higiênico, etc. FONTES DE ORIGEM DOS RS TIPOS DE RS FONTES RESÍDUOS GERADOS Industrial Indústria Plástico, papel, madeira, metal, cinza, lodo, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, efluentes, entre outros. FONTES DE ORIGEM DOS RS FONTES DE ORIGEM DOS RS TIPOS DE RS FONTES RESÍDUOS GERADOS Serviços de Saúde Hospitais, clínicas, laboratórios, etc. Biológicos: sangue, tecidos, resíduos de análises clínicas, etc. Químicos: medicamentos vencidos, termômetros e objetos cortantes. Radioativos. Comuns: Não contaminados, papeis, plásticos, vidros, embalagens, entre outros. FONTES DE ORIGEM DOS RS FONTES DE ORIGEM DOS RS TIPOS DE RS FONTES RESÍDUOS GERADOS Agrosilvilpastoris Agricultura e Pecuária Embalagens de medicamentos veterinários e de agrotóxicos, plásticos, pneus e óleo usados. FONTES DE ORIGEM DOS RS TIPOS DE RS FONTES RESÍDUOS GERADOS Limpeza pública Serviços de limpeza pública urbana Restos vegetais diversos, embalagens, etc. TIPOS DE RESÍDUOS - ORIGEMFONTES DE ORIGEM DOS RS TIPOS DE RS FONTES RESÍDUOS GERADOS Serviços de Transporte Materiais de higiene e asseio pessoal que estão portos, aeroportos e terminais rodoviários que podem veicular doenças provenientes de outros países Os resíduos não-sépticos destes locais, são considerados como domiciliares. TIPOS DE RESÍDUOS - ORIGEMFONTES DE ORIGEM DOS RS TIPOS DE RS FONTES RESÍDUOS GERADOS Entulhos Resíduos da construção civil Demolições e restos de obras, solos de escavações diversas, etc. TIPOS DE RESÍDUOS - ORIGEMFONTES DE ORIGEM DOS RS TIPOS DE RS FONTES RESÍDUOS GERADOS Rejeitos de mineração Resíduos resultantes dos processos de mineração em geral (lavra, pré- processamento, etc) Reagentes e material minerado – rejeitos. ORIGEM DO RS RESPONSÁVEL Domiciliar Prefeitura Comercial Prefeitura* Público Prefeitura Industrial Gerador (indústrias) Serviços de Saúde Gerador (hospitais, .... e etc.) Serviços de Transporte Gerador (portos, .... e etc.) Agrícola Gerador (agricultor) Entulho Gerador RESPONSABILIDADE DO GERENCIAMENTO *A prefeitura é responsável por quantidade até 50 Kg (legislação específica), assim quantidades superiores é responsabilidade é do gerador. • Classificação de resíduos envolve a identificação (Quali e Quantitativa) dos constituintes e características • Comparação com tabelas da ABNT de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido Perigosos (Classe I) e Não-Perigosos (Classe II) CLASSIFICAÇÃO NBR/ABNT 10004 •Característica apresentada por um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas pode apresentar: I) Riscos à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices II) Riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado (manuseio e destino) de forma inadequada CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PERICULOSIDADE PERICULOSIDADE Ambiente - CLASSE II – NÃO PERIGOSOS Saúde humana - CLASSE I -PERIGOSOS IMPORTANTE CARACTERÍSTICA DA CLASSIFICAÇÃO PERICULOSIDADE CLASSE I -PERIGOSOS Inflamabilidade Toxicidade Patogenicidade Corrosividade Reatividade CLASSE II – NÃO PERIGOSOS Não Inertes Inerte CLASSIFICAÇÃO DA ABNT São aqueles que em função de suas propriedades apresentam riscos à saúde pública e/ou ao meio ambiente ou uma das seguintes características: • Inflamabilidade (P.Fulgor < 60 oC, < 20% álcool, ...); • Corrosividade (2 < pH < 12,5); • Reatividade (instável explosivos c/ água, CN, S,..); • Toxicidade; • Patogenicidade (microorganismos ou toxinas capazes de gerar doenças). Ex. Metais pesados (Cr, Pb,...), solventes CLASSE I - PERIGOSOS INFLAMÁVEL • Ser Líquido e ter ponto de fulgor < 60 oC; • Não ser líquido e ser capaz de a 25°C e 1atm) produzir fogo por fricção, absorção de umidade ou por alterações químicas espontâneas e, quando inflamada, queimar vigorosamente e persistentemente. • Ser oxidante (fonte de oxigênio), estimulando a combustão, aumentando a intensidade do fogo CLASSE I - PERIGOSOS CORROSIVO • Ser aquoso e apresentar (2 < pH < 12,5); • Quando não aquosa, sua mistura com água (1:1 em peso) gerar uma solução que apresente (2 < pH < 12,5); • Ser líquido ou, quando misturada em peso equivalente de água, produzir um líquido e corroer o aço. CLASSE I - PERIGOSOS Perigosos - Resíduos Classe I REATIVO • Ser instável e reagir de forma violenta e imediata • Reagir violentamente com água • Formar misturas potencialmente explosivas com água • Gerar gases, vapores e fumaças tóxicas (em quantidade suficiente para provocar danos a saúde pública ou ao meio ambiente), quando misturados com água • Ser explosivo (produzam explosões ou efeitos pirotécnicos) CLASSE I - PERIGOSOS Perigosos - Resíduos Classe I TÓXICO • Quando o extrato obtido desta amostra (NBR/ABNT 10005) contiver contaminantes em concentrações superiores aos valores pré- estabelecidos Ex. Benzeno (limite 0,5 mg.L-1) (Cód. Ident. D030) • Quando possuir uma ou mais substância tabeladas (NBR 10004) Ex. Ácido fórmico (Código Ident. U123.) • Ser constituídos restos de embalagens contaminadas c/ pesticidas • Ser comprovadamente letal ao homem (teratogênicos, mutagênicos, carcinogênicos ou ecotóxicos) CLASSE I - PERIGOSOS Perigosos - Resíduos Classe I PATOGÊNICO Contém microrganismos patogênicos, proteínas virais, DNA, RNA, organismos geneticamente modificados, toxinas capazes de produzir doenças em homens, animais e vegetais Ex. Restos de animais de clínicas. Obs. Os resíduos gerados nas estações de tratamento de esgotos domésticos e os resíduos sólidos domiciliares não são classificados segundo os critérios de patogenicidade. CLASSE I - PERIGOSOS PRODUTO PROPRIEDADE Fluídos de freio e de transmissão e gasolina. Inflamáveis Óleo diesel, óleo usado e querosene Inflamáveis Bateria de carros Corrosivo Esmalte, a base de óleo e látex Inflamáveis Ácidos para piscina e cloro Corrosivos Baterias e pilhas Corrosivos Lodo de ETA Patogénico Fertilizantes químicos Tóxico Processamento e produção de explosivos Reativo EXEMPLOS - CLASSE I - PERIGOSOS IIA – NÃO INERTES Não se enquadram nas classificações de Resíduos Classe I – Perigosos ou Classe IIB – Inertes Podem apresentar características de: • Combustibilidade • Biodegradabilidade • Solubilidade c/ possibita riscos a saúde ou ao ambiente Ex. materiais orgânicos da indústria alimentícia, borracha, varreduras, polietileno e embalagens, .... CLASSE II – NÃO-PERIGOSOS IIB – INERTES Resíduos submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhumde seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, exceto em: cor, turbidez, dureza e sabor Ex. Rochas, tijolos, vidros, .... CLASSE II – NÃO-PERIGOSOS PRODUTO PROPRIEDADE Resíduo de madeira Combustibilidade, biodegradabilidade e solubilidade Bagaço de cana Combustibilidade, biodegradabilidade e solubilidade Resíduo de papel e papelão Combustibilidade, biodegradabilidade e solubilidade Resíduos de borracha Combustibilidade Resíduo de restaurante (restos de alimentos) Biodegradabilidade e solubilidade Resíduos de plástico polimerizado Combustibilidade EXEMPLOS - CLASSE II – NÃO- PERIGOSOS Resíduo Consta nos anexos A ou B? O resíduo tem origem conhecida ? Resíduo perigoso Classe I Tem características de: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade? sim não Resíduo não perigoso Classe II Possui constituintes que são solubilizados em concentrações superiores ao anexo G? Resíduo Inerte Classe II B Resíduo Não-Inerte Classe II A Interpretação “Resíduo” nã o CARACTERÍSTICAS DOS RS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS 1. Geração per capita 2. Composição gravimétrica 3. Peso específico aparente 4. Teor de umidade 5. Compressividade FÍSICAS: Geração per capita Quantidade de resíduos urbanos (domiciliar + público + entulho, podendo incluir de serviços de saúde) gerada diariamente e o número de habitantes (0,5 a 0,8kg/hab./dia - Brasil) IMPORTÂNCIA: Geração per capita CÁLCULO: Geração per capita CÁLCULO: Geração per capita FÍSICAS: Composição gravimétrica Traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra de lixo analisada IMPORTÂNCIA: Composição gravimétrica CÁLCULO: Composição gravimétrica CÁLCULO: Composição gravimétrica Fórmula: CG (%) = peso resíduo específico (kg) x 100 peso total da amostra do resíduo (kg) CÁLCULO: Composição gravimétrica FÍSICAS: Peso específico aparente Peso do lixo solto em função do volume ocupado livremente, s/ qualquer compactação (kg/m3) IMPORTÂNCIA: Peso específico aparente CÁLCULO: Peso específico ou densidade aparente CÁLCULO: Peso específico ou densidade aparente CÁLCULO: Peso específico ou densidade aparente Exemplo: Determine o peso específico ou densidade aparente da amostra para o seguinte resíduo, onde: a) Peso= 20 Kg; b) Volume do latão= 60 l ou 0,006 m3. D (kg/m3)= 20/0,006≅ 3.333,33 kg/ m3 FÍSICAS: Teor de umidade Quantidade de água presente no RS, medida em % do seu peso – estações do ano varia de 40 a 60% IMPORTÂNCIA: Teor de umidade CÁLCULO: Teor de umidade CÁLCULO: Teor de umidade CÁLCULO: Teor de umidade Exemplo: Determine o teor de umidade da seguinte amostra do resíduo, onde: a) a= 20 Kg; b) b= 15 Kg U (%)= 20-15/ 20 x 100= 25% de umidade sobre o peso seco (kg) FÍSICAS: Compressividade Grau de compactação ou a redução do volume que uma massa de RS pode sofrer quando compactado (volume passa em 1/3 a1/4 em relação ao original) IMPORTÂNCIA: Compressividade CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS 1. Poder calorífico 2. Potencial hidrogeniônico (pH) 3. Composição química 4. Relação carbono/nitrogênio (C:N) QUÍMICAS: Poder calorífico Capacidade potencial de um material desprender determinada quantidade de calor quando submetido à queima IMPORTÂNCIA: Poder calorífico QUÍMICAS: pH Indica o teor de acidez ou alcalinidade dos resíduos - faixa de 5 a 7 IMPORTÂNCIA: pH QUÍMICAS: Composição química Determinação dos teores de cinzas, matéria orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e gorduras IMPORTÂNCIA: Composição química QUÍMICAS: C:N Grau de decomposição da matéria orgânica do lixo nos processos de tratamento/disposição final IMPORTÂNCIA: C:N CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS Determinadas pela população microbiana e dos agentes patogênicos presentes no RS IMPORTÂNCIA: CACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS FATORES INFLUÊNCIA CARACTERÍSTICAS FATORES INFLUÊNCIA CARACTERÍSTICAS FATORES INFLUÊNCIA CARACTERÍSTICAS Temática dos RS é um PRINCIPAIS PROBLEMAS da sociedade contemporânea • reforçado crescimento da população • processo de ocupação do território • acentuado consumo dos bens de popularizados pela indústria CONSIDERAÇÕES FINAIS 1. Conceitue e exemplifique um material utilizando as classes da NBR/ANBT 10.004:2004. 2. Por que é importante o Técnico em AGRO saiba conhecer as características físicas, químicas e biológicas dos RS? 3. Quais são os aspectos relevantes sobre a importância de cada características (físicas, químicas e biológicas) nos RS? EXERCÍCIOS • Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.004: Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro: ABNT, 1987. 63p. • BRASIL, República Federativa. Lei n.º 12.305/2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n.º 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília: DOU, 2010. • ______. Gestão integrada de resíduos sólidos: manual gerenciamento integrado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001. 200p. • COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA A RECICLAGEM, CEMPRE. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. São Paulo: CEMPRE, 2010. • JARDIM, A.; YOSHIDA, C.Y.M.; MACHADO FILHO, J.V. (Ed.). Política Nacional, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. 2012. • LEITE, P.R. Logística reversa e a regulamentação da política nacional de resíduos sólidos. Tecnologística, Ano XVI, n. 183, 2011. • MACHADO, P.A.L. Princípios da política nacional de resíduos sólidos. Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, 2012. REFERÊNCIAS 73 FIM DA AULA
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