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DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA 
Os crimes contra a família estão expostos no Título VII da Parte Especial do Código Penal, cuja as sua divisões estão divididas em quatro capítulos: crimes contra o casamento (artigos 235 a 239); crimes contra o estado de filiação (artigos 241 a 243); crimes contra a assistência familiar (artigos 244 a 247); e crimes contra o pátrio poder, tutela ou curatela (artigos 248 e 249).
Diante disso são 14 modalidades de crimes contra a família que serão abordados a seguir, são eles: Dos Crimes Contra o Casamento (Bigamia, induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento, conhecimento prévio de impedimento, simulação de autoridade para celebração de casamento, simulação de casamento). Dos Crimes Contra o Estado de Filiação (registro de nascimento inexistente, parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido, sonegação de estado de filiação). Dos Crimes Contra a Assistência Familiar (abandono material, entrega de filho menor a pessoa inidônea , abandono intelectual e abandono moral). E por fim Dos Crimes Contra o Patrio Poder, Tutela ou Curatela ( induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes e subtração de incapazes).
1) Dos crimes contra o casamento (capítulo I)
1.1. Bigamia - Art. 235 do cp:
Art. 235. Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.
A redação do art. 235 do cp, diz que, comete Bigamia aquela pessoa que casada contrai um novo casamento, então é o estar em dois casamentos ao mesmo tempo. Porém, toda via, ela não se configura na situação em que uma pessoa casada se envolve em outro relacionamento, a Bigamia ela exige a celebração formal de um novo casamento sem que se tenha dissolvido o primeiro.
No Brasil é dificil a pessoa cometer este tipo de crime , porque tanto o casamento quanto o divórcio eles são averbados na certidão de nascimento de quem se casou ou se divorciou. Diante disso, a pessoa que irá celebrar um novo casamento no cartório, exigirá a certidão de nascimento de ambas as partes, se caso constar que a pessoa ainda está casada irá surgir como um impedimento para que não haja um novo casamento. O própio cartório de fiscalização faz o impedimento fazendo com que a situação não ocorra.
É comum o brasileiro casado morar no exterior, em outro país, e cometer o crime no Brasil. Entretando, em outro país não existe impedimento para que ocorra outra celebração. Ocorrendo então o crime, pois o casamento no Brasil continua vigente e o casamento celebrado no exterior ele é valido perante as leis brasileiras .
Para a doutrina o bem jurídico insultado na bigamia é a família e a ordem jurídica matrimonial. Por isto, o Código Penal determinou como crime a conduta daquele que, sendo casado, contrai novo vínculo matrimonial, como se nota essa previsão protege a instituição do casamento e a organização familiar que dele existe. 
Segundo Franscisco da Silva, "se a pessoa está separada judicialmente ou separada de fato, mas ainda não desfez o vínculo do casamento ela não pode contrair novo casamento, se o fizer haverá o crime de bigamia" (SILVA, 2015).
Jurisprudência
Além disso a jurisprudência tem se enunciado sempre no sentido de que só ocorrerá o crime de bigamia, quando houver o ato de contrair novo casamento, sendo legalmente casado. Todavia, é importante frisar que a união estável é entidade familiar, deve então ter a mesma proteção.
Uniformização de jurisprudência. Proposição de Súmula da Jurisprudência Predominante do Tribunal. Enunciado encaminhado pelo CEDES. Matéria de direito de família. Reconhecimento de uniões estáveis concomitantes. Inadmissibilidade. Enunciado n. 14 - "É inadmissível o reconhecimento dúplice de uniões estáveis concomitantes". Justificativa: A Constituição Federal reconheceu a união estável com o entidade familiar (artigo 226, par .3.). A moral da família é uma só. A duplicidade de casamentos implica na figura típica da bigamia, logo não pode ser admitida a "bigamia" na união estável. Enunciado a provado com a seguinte emenda de redação: "14 - É inadmiss ível o reconhecimento de uniões estáveis concomitantes".
(TJ-RJ- SUMULA DA JURIS.PREDOMINANTE(ART .122 RI): 5 RJ 2006.146.00005, Relator: DES. CASSIA MEDEIROS, Data de Julgamento: 21/12/2006, ÓRGÃO ESPECIAL, Data de Publicação : 25/01/2007)
Tipo objetivo: possui a conduta típica, no caso em questão, consiste em pessoa casada contrair, adquirir ou celebrar, novas núpcias, sendo pressuposto para o delito a existência formal de casamento anterior.
Tipo subjetivo: Dolo, pois é constituído pela vontade consciente de celebrar novo matrimônio, no entanto, já sendo casado.
Crime próprio: consiste em uma infração própria, pois só pode ser praticado por pessoas casadas e a ação penal consiste na violação de um dever.
Crime material: que portanto exige resultado naturalístico, consistente efetiva ofença de novo matrimônio.
Crime instantâneo de efeito permanente: O crime é instantâneo, mas demonstra ser permanente, pois o bígamo permanece casado com duas pessoas ao mesmo tempo dando a entender continuar ofendendo o bem jurídico protegido, que é o casamento. Ao praticar o delito de bigamia o agente, obrigatoriamente, comete também o de falsidade ideológica.
1.2. Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento - Art. 236 cp:
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Da mesma forma que o crime de Bigamia esse crime tem por objetivo tutelar a instituição do casamento, bem como a organização familiar. Vivemos em um país ocidental que adota a monogamia, então por esse motivo o Estado vem tutelar a instituição do casamento.
O art. 236 do código penal, nos trás o induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento, que aborda o ato de enganar o cônjuge, para se casar, escondendo fatos que possam inviabilizar a vida conjugal, ou suprimir situações que são impedimentos ao casamento.
É de suma importância abordar também, que, esse crime é de norma penal em branco homogênia, pois há compremeto por uma outra norma de mesma hierarquia, sendo o código civil.
O código civil do art. 1.557 da Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 também abordar o conceito de erro essencial:
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: 
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; 
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, 
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal; 
Já o art. 1.521 da Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 trás os impedimentos para o casamento:
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobreviventecom o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Ao se analisar o momento em que o crime se aperfeiçoa é de se crer que a tentativa é perfeitamente possível. Porém, segundo o doutrinador Cezar Roberto Bitencourt (2012, p. 214) quando diz que: 
A tentativa trata-se de fato juridicamente impossível em vias de a ação penal para a persecução criminal dever ser impetrada pelo cônjuge enganado, o que se dará após o casamento. Assim é que a ação civil de nulidade do casamento é uma condição de processibilidade em vistas de o início da ação penal apenas dar-se com a sentença de civil de nulidade, quando claramente já a consumação criminosa sendo assim a tentava juridicamente impossível.
Jurisprudência:
RECURSO DE AGRAVO – PRESCRIÇÃO – CONDENAÇÃO TRANSITADA 
EM JULGADO – COMPETÊNCIA DO JUÍZO DA EXECUÇÃO PENAL – ARTIGO 66, INCISO II, DA LEP – DECISÃO ALTERADA – RECURSO PROVIDO. Após o trânsito em julgado, a competência para apreciar a possível extinção da punibilidade pelo transcurso do prazo prescricional é do Juízo da Vara de Execuções Penais, nos termos do artigo 66, inciso II, da LEP. Recurso conhecido e provido. (TJPR - 5ª C.Criminal - 0036117-76.2018.8.16.0021 - Cascavel - Rel.: Desembargador Jorge Wagih Massad - J. 22.11.2018)
(TJ-PR - PET: 00361177620188160021 PR 0036117-76.2018.8.16.0021 (Acórdão), Relator: Desembargador Jorge Wagih Massad, Data de Julgamento: 22/11/2018, 5ª Câmara Criminal, Data de Publicação: 27/11/2018)
Tipo objetivo: o delito possui como finalidade contrair novo casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou lhe ocultando impedimento que não seja casamento anterior (se o impedimento for casamento anterior, o crime será o de bigamia, do art. 235). Como o CP não conceitua erro essencial, tampouco elenca as causas de impedimento, deve o intérprete da lei buscar a complementação no Código Civil. 
Tipo subjetivo: dolo, pois o crime não é punido quando praticado culposamente.
Crime comum:o agente ativo pode ser qualquer pessoa, pois a conduta tipificada no art. 236, CP, não exige qualificação muito menos condição especial para tal.
Crime material: esse delito não admite tentativa juridicamente, porque a norma do parágrafo único do art. 236 determina que só poderá ser iniciada a ação penal depois que transitar em julgado a sentença proferida no juízo cível, reconhecendo o erro ou o impedimento e anulando o casamento. 
Crime instantâneo de efeito permanente: pois, consuma-se no momento em que homologado o casamento, mas seus efeitos se arrastam no tempo.
1.3. Conhecimento prévio de impedimento - Art. 237 cp:
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Trata-se de um delito quando o agente contrai casamento, mesmo conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta do mesmo. 
Neste crime também temos a norma penal em branco homogênia, pois os impedimentos estão disciplinados no código civil no art. 1.521. Esse crime é um pouco similar ao art. 236 do código penal. A diferença é que no art. 236 abordamos ocultando o impedimento e neste fala sobre casar conhecendo a existência de impedimento.
De acordo com Cezar Roberto Bitencourt (2012, p. 218):
o crime em questão é um crime subsidiário em relação ao crime de Induzimento a Erro Essencial e Ocultação de Impedimento sendo diferente desse por não precisar o comportamento ativo do agente. Porém, no artigo 236 apenas o fato de ocultar impedimento já é incriminado e a ocultação é tida sim como um comportamento passivo. Logo, ao analisar-se é de se ter em conta que tratam-se se crimes idênticos ou extremamente semelhantes, o que acaba por revelar um erro prolixo do legislador que poderia muito bem ter posto o crime de conhecimento prévio de impedimento como um parágrafo do crime de ocultação de impedimento.
Jurisprudência:
APELAÇÔES CÍVEIS. AÇÕES CONEXAS. JULGAMENTO CONJUNTO. CIVIL E PROCESSO CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL POST MORTEM. REQUISITOS. CONCOMITÂNCIA DE RELACIONAMENTOS. UNIÃO ESTÁVEL . PUTATIVA. BOA-FÉ DA COMPANHEIRA . DESCONHECIMENTO DE IMPEDIMENTO. POSTERIOR CONHECIMENTO DA RELAÇÃO PARALELA INICIADA EM PERÍODO ANTERIOR. MA-FÉ DEMONSTRADA. TRANSMUDAÇÃO EM COMCUBINATO. SETENÇA MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDOS. 1. O ordenamento jurídico pátrio define como união estável a entidade familiar constituída por duas pessoas que não tenham impedimentos matrimoniais, configurada na convivência pública, contínua e duradora, com ânimo de constituir família , a ilustra inconteste comunhão de vida entre os companheiros, que vivem como se casados fossem (convivência more uxorio), permitindo seu reconhecimento e dissolução, inclusive post mortem. 2. Demonstrado na espécie, mediante provas documentais e testemunhas, que, após o divórcio da Apelada e do falecido, as partes se reconciliaram, passando a conviver novamente como uma família , de forma contínua. pública, estável e duradoura, impõe-se o reconhecimento da inícial, uma vez que presente os requisitos configuradores da entidade familiar em questão. 3. A teor do art. 1.723, § 1º, do Código Cívil, que dispõe sobre a impossibilidade de se reconhecer a união estável como unidade familiar se identificado algum dos impedimentos que se aplicam ao casamento (art. 1.521 do C.C), constatada a existência de um segundo relacionamento, configurado sob os moldes de união estável, mantido em paralelo com a união estável anterior, a princípio, entende-se haver impedimento legal ao reconhecimento dessa segunda união como entidade familiar. 4. A doutrina e a jurisprudência pátrias têm aceitado excepcionalmente, a configuração concomitante de união estável, acaso verificado que a pessoa particípe da segunda união desconhecia a existência do primeiro relacionamento. Assim, apurada a boa-fé da (o) companheira (o) que não sabia do impedimento prévio de seu par, aplica-se, por analogia, as regras do casamento putativo, reconhecendo-se, então, a segunda relação como união estável putativa. 5. No caso em apreço, demonstrado que a partir de dado momento a Apelante tomou conhecimento da existência de relacionamento anterior do de cujes com terceira pessoa, mantido de forma paralela e concomitante ao seu, entende-se ter cessado a boa-fé da companheira, de modo que a união estável reconhecida perde o caráter de putatividade, transmudando-se, a partir de então, para concubinato, ao qual não se confere proteção legal no âmbito do Direito de Família. 6. Sentença mantida. Recursos não promovidos.
(TJ-DF 07034202420198070005 - Segredo de Justiça 0703420-24.2019.8.07.0005, Relator: GETÚLIO DE MORAIS OLIVEIRA, Data de Julgamento: 18/11/2020, 7ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE: 12/02/2021. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
Tipo objetivo: nesse delito a conduta de contrair (dar efeito, realizar, efetuar) casamento com outrem sabendo da existência da causa de impedimento que lhe cause nulidade absoluta. Diante disso, deverá o direito penal atuar conjuntamente o diploma civil (art. 1.521 do CC).
Tipo subjetivo: dolo, livre vontade e consciente de contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause nulidade.
Crime comum: o agente dessa infração penal , pode ser qualquer pessoa por ser crime comum, a norma não exige qualificação nem condição especial para tal.
Crime material: para a consumação, exige -se o resultado naturalístico, a celebração do casamento.
Crime instantâneo de efeito permanente: consuma -se com a celebração do casamento, mas os seus efeitos se arrastam no tempo.
1.4. Simulação de autoridade para celebração de casamento - Art. 238 cp:
Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.
A autoridade para celebrar o casamento é o juiz de paz, porém, neste artigo está abordadando o agente que não é juiz de paz, mas se atribui a essacondição.
Segundo o doutrinador Cezar Roberto Bitencourt (2012, p. 221), por sua vez, assevera acertadamente que: 
Não se trata de uma questão de incompetência mas de atribuição falsa de autoridade, caso em que uma pessoa comum faz-se forjar como um juiz de paz. Se, porém, ela for uma funcionária pública tratar-se-á de problema de incompetência que maculará a casamento com a nulidade durante o prazo de dois anos em que caso não seja argüida restará afastada a nulidade do casamento, mas não a tipicidade do crime.
Jurisprudência:
Falsificação de documento público qualificada. Fato tipico do artigo 297 parágrafo 1. do Código Penal. Prova segura para um juízo de reprovação. Sentença de 1. grau de jurisdição que se confirma nos termos regimentais. Recurso defensivo a que se nega provimento. Tipica, antijuridica e culpável da infração penal definida no artigo 297 parágrafo 1. do Código Penal a ação daquela pessoa que, se fazendo passar por Juiz de Paz, falsifica documento público nele inserindo assinatura falsa. Inviável a tese recursal defensiva a pretender a desclassificação para o crime do artigo 238 do Estatuto Repressivo Penal. Simulação de autoridade para celebração de casamento - ante sua expressa subsidiariedade. "In casu", comprovado por pericia grafotecnica que a Apelante falsificou a assinatura do MM.Dr. Juiz competente para celebrar o ato e inseriu na Ata de Celebracao de Casamento seu nome em falso, inegavelmente incidiu nas iras do artigo 297 parágrafo 2. do Código Penal, e, nao, daquele outro do artigo 238 deste mesmo diploma legal: "Lex consumens derrogat legi consumptae". Recurso defensivo, pois, a que se nega provimento, confirmando-se integralmente a sentenca apelada.(CEL)
(TJ-RJ - APL: 00141831619968190000 RIO DE JANEIRO CAPITAL 14 VARA CRIMINAL, Relator: JOSE CARLOS SCHMIDT MURTA RIBEIRO, Data de Julgamento: 01/07/1997, SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)
Tipo objetivo: consubstante ao verbo "atribui-se", isto é, imputar a si, falsamente (elemento normativo do tipo), a qualidade de autoridade para celebrar casamento.
Tipo subjetivo: dolo, vontade livre e consciente de atribuição para celebrar o casamento.
crime comum: pois, pode ser praticado por qualquer pessoa. 
Crime formal: consuma-se com o simples ato de o agente atribuir-se falsa autoridade, independentemente da efetiva realização do casamento. A tentativa será possível nas hipóteses em que o crime não se perfaz em um único ato.
Crime instantâneo: consuma- se em um momento determinado, sem continuidade no tempo.
1.5. Simulação de casamento - Art. 239 cp:
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pessoa:
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
O conceito desse delito, é quando o agente formata de maneira enganosa uma cerimônia de casamento. O legislador foi claro ao estabeler a conduta típica de simulação , é um cenário irreal. 
De acordo com Luiz Regis Prado: 
Portam-se como coautores todos aqueles que sabiam da farsa tramada além do cônjuge enganador. O ato de casar-se trata-se uma atitude deveras importante na vida de qualquer um, que afeta não só a sua própria mas de toda a sua família. Desta forma, tal ato da vida deve ser muito bem analisado a luz de todas as suas consequências e possibilidades. A simulação, portanto, acaba por macular um dos atos mais importantes na vida de uma pessoa sendo então acertadíssima a posição de punir todos aqueles que o ajudam a macular através da simulação.
Jurisprudência: 
PENAL. PROCESSO PENAL. DENÚNCIA VÁLIDA. SIMULAÇÃO DE CASAMENTO (ART. 239 DO CP). REGISTRO DE FILHO ALHEIO COMO PRÓPRIO (ART. 242 DO CP). DECLARAÇÃO FALSA EM PEDIDO DE TRANSFORMAÇÃO DE VISTO (ART . 125, XIII, DA LEI 6.815/81). 1. Não é inepta a denúncia que atende às exigências previstas no art. 41 do Código Processual Penal, expondo clara e objetivamente as circunstâncias dos fatos, sem deixar de descrever os elementos essenciais que lhe são inerentes, pois permite o pleno exercício de defesa. 2. Impõe-se a absolvição se há dúvida insanável quanto à ocorrência de simulação de casamento e dolo no registro de filho alheio. Por conseguinte, restam insuficientes as provas para condenação pelo delito de declaração falsa do estado civil em pedido de visto para fixação de residência definitiva no território nacional. 
(TRF- 4 - ACR: 22140 PR 2002.04.01.02214 0-0, Relator: LUIZ FERNANDO W OW K PENTEADO, Data de Julgamento: 09/11/20 05, OITAVA TURMA, Data de Publicação: DJ 3 0/11/2005 PÁGINA: 1011) 
Tipo objetivo: consiste em simular casamento, com intuito de enganar pessoas.
Tipo subjetivo: dolo, pois consistente na vontade livre e consciente de atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento.
Crime comum: pode ser qualquer pessoa do delito de simulação.
Crime formal: pois, a consumação não depende da conclusão da cerimômia.
Crime instantâneo: consuma- se em um momento determinado, sem continuidade no tempo.
2) Dos crimes contra o Estado de filiação (capítulo I)
2.1. Registro de nascimento inexistente - Art. 241 cp:
Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Esse tipo de delito é uma inscrição de um nascimento que nunca existiu. claramente incrimina-se a conduta de registrar-se o nascimento de um ser inexistente ou porque a própria gravidez e parto foram simulados ou ainda porque o feto não supervivente e foi registrado como vivo. Esse tipo de delito estará afastado em caso de erro de proibição e que este ainda absorve o crime falsidade ideológica pela sua especialidade. Diante disso, nota-se que o crime volta-se a proteger o bem jurídico da segurança do estado de filiação e da fé pública nos documentos oficiais.
Esse crime é de suma importância, pois, esse registro inexistente de alguma forma pode está ocasionando outro crime posterior. Exemplo: se o agente sequestrar uma criança e ir para outra cidade e apresentar que aquela crinça é a mesma que está registrada na certidão é difícil comprovar ao contrário. Por isso, esse tipo de crime possui uma pena alta.
A posição do doutrinador Luiz Regis Prado (2011, p. 750) retrata que:
É de se notar, todavia, que em caso de recém-nascido natimorto o nascimento de fato existiu, apenas o recém-nascido não é apto ao registro. Logo, a lei expressa poderia tornar-se uma limitadora em relação a incriminação da conduta do registro de natimorto se o princípio da taxatividade penal fosse levado às suas últimas consequências. 
Jurisprudêcia:
PENAL. APELAÇÕES CRIMINAIS INTERPOSTAS PELOS RÉUS. ART. 241 DO CP (PROMOÇÃO DE REGISTRO DE NASCIMENTO INEXISTENTE) E ART. 12 5, XIII, DA LEI N º 6.815/80 (DECLARAÇÃO FALSA EM PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DE VISTO). MATERIALIDADE, AUTORIA E DOLO COMPROVADOS. REDUÇÃO DA PENA FIXADA A PENAS PARA O CRIME PREVISTO NO ART. 125, XII I, DA LEI N º 6.815/80. I - Apelações criminais interpostas pelos réus que foram condenados pela prática dos crimes previstos no art. 241 do CP (promoção de registro de nascimento inexistente) e no art. 125, X III, da Lei nº 6.815/80 (declaração falsa em processo de transformação de visto temporário em permanente). II - Materialidade e autoria dos crimes comprovadas de forma cabal e exaustiva, inclusive no que tange ao aspecto subjetivo, através de provas periciais e testemunhais, devendo ser ressaltada a perícia realizada na Declaração de Nascido Vivo, assinada em cartório, e a transcrição fonográfica dos arquivos de áudio contidos no celular de Rosilene (mãe fictícia da criança registrada). III - Com relação à dosimetria, a sentença recorrida mostra -se irretocável quanto ao crim e descrito no art. 241 d o CP, merecendo reparos apenas com relação ao crime descrito no art. 125,XIII, da Lei 6.8 15/80, mas não em função dos argumentos trazidos pelos apelantes e, sim , em razão do procedimento por mim adotado no cálculo da pena. IV - Em linhas gerais, esta relatoria tem procedido do seguinte modo, no cálculo da pena, para chegar ao acréscimo correspondente a cada circunstância judicial negativa: divide- se a escala penal (diferença entre as penas máxima e mínima) pelo número de circunstâncias (oito), obtendo -se a média para cada circunstância judicial negativa. V - As penas fixadas para Melchiore e Maria Aparecida pela prática do crime de declaração falsa em processo de transformação de visto devem ser reduzidas para 1 ano e 6 meses, mantendo- se integralmente, no mais, a sentença recorrida. VI - Apelações de Melchiore e Maria Aparecida parcialmente providas e Apelação de Marly desprovida. 
(TRF- 2 - APR: 20095 0010065488 , Relator: Desembargador Federal ME SSOD AZULAY NETO, Data de Julgamento: 09/ 07/2013, SEGUNDA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: 23/07/2013) 
Tipo Objetivo: esse tipo de crime integra em (dar causa, provocar) no registro civil a incrição de registro inexistente.
Tipo subjetivo: doloso, pois não há previsão legal para a figura culposa.
Crime comum: qualquer pessoa pode praticá-lo.
Crime material: consuma-se com a produção do resultado naturalístico, com a efetiva inscrição no regitro civil de nascimento inexistente.
Crime instantâneo de efeitos permanentes: sua consumação não se alonga no tempo, embora seus efeitos perdurem.
2.2. Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido - Art. 242 cp:
 Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos. 
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: 
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.
Ao se analisar esse tipo de delito é de observar-se que há a incriminação de quatro condutas diferenciadas. A primeira delas consiste em que o agente insere no meio familiar uma criança, o chamado parto suposto. A segunda conduta incriminadora é quando registra-se em nome própio o filho de uma outra pessoa, é a chamada de adoção brasileira. A terceira delas é ocultar o recém-nascido. Por fim, a quarta conduta consiste substituir a criança por outro.
Segundo o entendimento doutrinário do Luiz Regis Prado onde ele aduz que :
O crime em questão trata-se de delito misto cumulativa. De tal sorte, é de entender-se que em vistas de tipificar-se como delito quatro condutas diferentes tais condutas quando praticadas mais de uma destas pelo sujeito ativo nao sao fungíveis. Assim é que praticando-se mais de uma conduta tipificada no artigo 242 do Código Penal o agente responderá por delitos diferentes em concurso conforme o artigo 69 do Código Penal e nao apenas pelo delito de Parto Suposto e Supressão ou Alteração de Direito Inerente ao Estado Civil de Recem-Nascido.
A eventual falsidade que venha a servir de delito meio para a prática do crime do art. 242 fica absorvida por este. Com a criação da Lei n. 6.898, de 30 de março de 1981, o presente dispositivo passou a predominar sobre o crime de falsidade ideológica (art. 299), em virtude do princípio da especialidade da norma penal. 
Jurisprudência:
APELAÇÃO CRIMINAL. PARTO SUPOSTO (ART. 242 DO CÓDIGO PENAL). 1. PLEITO ABSOLUTÓRIO. IMPROCEDÊNCIA. EXISTÊNCIA DE PROVAS APTAS E SEGURAS NO SENTIDO DA MANUTENÇÃO DO DECRETO CONDENATÓRIO. 2. PEDIDO DE APLICAÇÃO DO PERDÃO JUDICIAL. POSSIBILIDADE. VERIFICAÇÃO DE MOTIVO DE RECONHECIDA NOBREZA. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJPR - 4ª C. Criminal - AC - 1411098-6 - Região Metropolitana de Londrina - Foro Regional de Ibiporã - Rel.: Desembargadora Lidia Maejima - Unânime - J. 18.02.2016)
(TJ-PR-APL: 14110986 PR 1411098-6 (Acórdão), Relator: Desembargadora Lidia Maejima, Data de Julgamento: 18/02/2016, 4ª Câmara Criminal, Data de Publicação: DJ: 1760 15/03/2016)
Tipo objetivo: consiste em dar, registrar, ocultar ou substituir a ação penal do crimr de parto suposto.
Tipo subjetivo: dolo, consiste na vontade consciente do agente.
Crime próprio: dar parto alheio como próprio "mulher".
Crime material: sua execução causa transformação, no mundo exterior, deixando vestígio.
Crime instantâneo: consuma-se em um momento determinado, sem continuidade no tempo.
2.3. Sonegação de Estado de filiação - Art. 243 cp:
Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Esse tipo de crime abordado pelo código penal relata, que a conduta incriminada é o abandono de filho próprio ou alheio em asilos em que por isso resta prejudicado os direitos dos recém-nascidos ao estado de filiação, visto que estes são desprotegidos sem que revele sua filiação ou mesmo com filiação falsa. Tal caractere é fundamental, visto que apenas o abandono não é suficiente para caracterizar o crime em questão, em que poderá haver tipificação nos delitos de abandono de incapaz ou recém-nascido, a depender do caso concreto.
Segundo o ensinamento de Noronha:
É certor que se ele abandona a criança, deixando, porém, a indicação de sua filiação, falta um dos elementos exigidos pelo tipo. Pela mesma razão, se ignora a filiação do menor, não pode ocultá-la. Tal ação poderá integrar, então, outro crime.
Jurisprudência:
APELAÇÃO CRIMINAL- Falsidade Ideológica. A sentença deve ser confirmada que se baseou em provas robustas e condenou a apelante pela prática de crime de falsidade ideológica. Indivíduo que produz documento no qual fez inserir declaração falsa, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante - Prescrição - inadmissibilidade - Por exceção, nos delitos de bigamia e de falsificação ou alteração de assentamento de registro civil, o fluxo prescricional não se inicia da data de consumação dessas figuras criminosas, mas do dia em que tais delitos se tornaram conhecidos da autoridade pública. SONEGAÇÃO DE ESTADO DE FILIAÇÃO - Aquele que deixa no asilo a criança, ocultando-lhe a filiação, ou atribuindo-lhe outra, já com isso prejudica o seu estado de filiação. Recurso improvido.
(TJ-SP - APR: 01336613220108260000 SP 0133661-32.2010.8.260000, Relator: Paulo Rossi. Data de Julgamento: 15/09/2010, 12ª Câmara de Direito Criminal)
Tipo objetivo: o crime esrtá apresentado pelo verbo deixar ( abandonar, desamparar, largar) filho próprio ou alheio, sendo necessário que o agente oculte a filiação do menor ou a altere. Não a declare ou lhe dê outra.
Tipo Subjetivo: dolo, pois consiste na vontade consciente de deixar menor em asilo de expostos ou em local similar.
Crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa.
Crime material: causa transtorno no mundo exterior.
Crime instantâneo: a consumação não se alonga no tempo, configurando-se em momento determinado.
3) Dos crimes contra a assistência familiar (capítulo III)
3.1. Abandono material - Art. 244 cp:
 Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado deemprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada. 
O crime de abandono material possui como objeto de sua proteção jurídica a assistência familiar. Esse tipo de delito é muito comum no século em que vivemos e essa lei é de suma importância, pois é um assunto sério que gera consequências tanto de maneira física como também psicológica pra muitos indivíduos porque envolve não somente a questão financeira como também a emocional. Esse delito é conhecido como abandono familiar ou ainda sentimental.
Diante do art. 244 do Código Penal o abandono material que consiste na exclusão de forma injustificada daquele que deve pagar, ou seja, de prover materialmente com o necessário para a subsistência da vítima, como deixar de quitar pensão alimentícia judicialmente acordada ou fixada, ou que por intermédio deixar de socorrer ascendente (Pais) ou descendente (Filho) sem justa causa, sendo que a pessoa pode ser cônjuge, convivente, ascendente portador de necessidade especial ou maior de sessenta anos, sem exercermos o filho menor de dezoito anos ou inapto para o trabalho. A atitude do autor deve ser reiterada e a observação recai no elemento normativo ”sem justa causa”. Não se poderia culpar um filho maior e capaz que é presente na vida dos pais mas não possui muitos recursos financeiros capazes de ajudar-lhes.
Segundo o doutrinador Rogério Greco admite que nos tempos modernos os filhos se tornaram mais dependentes de seus pais e que nas situações de filhos maiores e capacitados para o trabalho, não existe justificativa para determinada conduta:
Devemos ressaltar, no entanto, que a lei penal não deve fomentar o ócio. Assim, se aquele que necessita de recursos para que possa subsistir possui força suficiente para conquistar o pão de cada dia com o suor de seu resto, entendemos que haverá justa causa para a recusa da promoção de sua subsistência pelos pais. Com a virada do século XX para o século XXI, surgiu uma nova geração de filhos, que ficou conhecida como geração "canguru", uma vez que se recusa a sair da casa dos pais, pois que lá encontra o conforto necessário sem que, para tanto, tenha que desembolsar qualquer importância. Mesmo maiores e capazes, continuam a viver à custa de seus genitores. Nesse caso, não havendo qualquer motivo justificado que os incapacitem para o trabalho, seus pais estão liberados da obrigação de mantê-los, não podendo a lei penal obrigá-los a isso, sob pena de ser premiada a total inversão de valores, vale dizer, o trabalho pela vadiagem. (2008, p.667)
Jurisprudência:
 EMBARGO INFRINGENTES. APELAÇÃO. CRIME DE ABANDONO MATERIAL. ART. 244. CAPUT, DO CP.
Demonstrada a existência do fato e a qutoria do delito, já que o réu não deu assistência à sua filha menor, desde o nascimento, tendo sido preso algumas vezes por não pagar a prestação alimentícia. Prevalência do voto vencedor para condenar o réu pela prática do delito de abandono material. EMBARGOS INFRINGENTES DESACOLHIDOS. POR MAIORIA. (Embargos infringentes e de Nulidade Nº 70076691955, Quarto Grupo de Câmaras Criminais, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ivan Leomar Bruxel, Julgador em 26).
(TJ-RS - EI: 70076691955 RS, Relator: Ivan Leomar Bruxel, Data de Julgamento: 26/10/2018, Quatro Grupo de Câmaras Criminais, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 08/11/2018)
Tipo objetivo: tem-se a conduta de deixar prover a subsistência , faltar com o pagamento da pensão alimentícia e deixar de socorrer a vítima. 
Tipo subjetivo: dolo, não havendo previsão para a conduta culposa.
Crime própio: somente pode ser praticadas pelas pessoas indicadas no tipo penal.
Crime formal: consumação antecipada ou de resultado cortado, consuma-se com a prática da cunduta criminosa, independente da produção do resultado naturalístico.
Crime permanente: a consumação se prolonga no tempo, durante todo o período em que subsistir a falta dolosa e injustificada da assistência material.
3.2. Entrega de filho menor a pessoa inidônea - Art. 245 do cp:
Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior. 
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro.
Esse tipo penal incrimina-se a entrega do filho menor de 18 anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo. É necessário, pois, que essa pessoa, cuja companhia o filho é entregue, possa colocá-la em perigo moral ou material.
Basta a situação de perigo abstrato. Embora a rubrica se mencione a pessoa indonêa redação do dispositivo alcança não só o perigo moral, como o material. O risco material são aquelas pessoas quem podem conduzir a atividades arriscadas, insalumbres, temerárias. E o moral são pessoas que se dedicam à prostituição, crime, contravenções de jogo ou de mendicância.
Segundo o doutrinador Cezar Roberto Bitencourt "basta a simples entrega do menor à pessoa inidônea, considerando se tratar de um crime de perigo abstrato".
Jurisprudência:
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE ENTREGA DE FILHO MENOR À PESSOA INIDONÊA. SENTEÇA CONDENATÓRIA. RECURSO DA DEFESA. PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO. VIABILIDADE, AUSÊNCIA DE PROVA DO DOLO. RECURSO CONHECIDO E APROVADO. 1. A absolvição é medida imperiosa, se não há prova do dolo da acusada noa autos, uma vez que deixou seu filho aos cuidados de uma criança mais velha, já acostumada com tal tarefa, por um período de tempo, em um local cercado de segurança, com acesso à portaria do estabelecimento prisional, acreditando que o menor não estaria exposto a perigo moral ou material. 2. Recurso conhecido e promovido para absolver a ré do crime previsto no artigo 245, caput, do Código Penal, com fundamento no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal.
(TJ-DE 20161210013776 - Segredo de Justiça 0001355-81.2016.8.07.0012, Relator: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, Data de Julgamento: 10/08/2017, 2ª TURMA CRIMINAL, Data de Publicação: Publicado no DJE : 15/08/2017 . Pág.: 187/191 
Tipo objetivo: é o verbo entregar, no sentido de deixar o filho menor de 18 anos de idade aos cuidados de pessoa que o agente saiba ou deva saber que ficará em perigo moral ou material.
Tipo subjetivo: é o dolo direto "saiba" ou dolo eventual "deve saber", consistente na vontade livre o consciente do agente em entregar seu filho menor de 18 anos a pessoa inidônea moral ou materialmente. Inexiste modalidade CULPOSA.
Crime própio: só podem ser sujeitos ativos os pais ( mesmo que adotivos), que entregam filho menor de 18 anos para pessoa que coloca o menor em perigo moral ou material.
Crime material ou casual: de perigo concreto (exige prova da situação de perigo material ou moral da criança ou adolescente).
Crime instantâneo de efeitos permanentes: sua consumação não se alonga no tempo, embora seus efeitos perdurem.
3.3. Abandono intelectual - Art. 246 do cp: 
 
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Segundo o código penal é um crime cometido pelos pais que deixarem de proporcionar aos seus filhos a instituição primária, ou seja, quando os pais não matriculam os filhos na idade escolar nos estabelecimentos das redes pública ou particular.
Em nosso país o ensino é obrigatório entre os 4 a 17 anos. Os pais são responsáveis por essa triagem.
Contudo, essa lei possui amparo na Constituição Federal em seu Art. 205, onde diz: 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e suaqualificação para o trabalho.
O Estado tem obrigação de fornecer de priorizar o atendemento educacional a todas as crianças. 
O código civil em seu Art. 1634 também aborda sobre o tema em questão:
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: 
I - dirigir-lhes a criação e a educação; 
Os descumprimento de criar e educar os filhos pode impricar crime de abandono intelectual.
Conforme aborado por Jamil Cury:
O direito à educação – longa conquista da sociedade brasileira-hoje disposto na Constituição e em um conjunto de leis infraconstitucionais vem se tornando uma dimensão incontornável para o exercício da cidadania e o desenvolvimento pleno da pessoa humana. A partir dos apontamentos do autor pode-se entender que o direito à educação assim como os demais direitos sócias, são provenientes de incessantes conflitos e de várias contendas de interesses manifestados ao longo da trajetória sócio-político, culturais, econômicos ideológicos entre os mais diversos grupos sociais sob a égide de um modelo de Estado, ora absolutista, ora social, ora democrático, ora opressor, ora limitador.
Jurisprudência: 
CRIME DE ABANDONO INTELECUTUAL- CONDENAÇÃO À PENA DE 12 DIAS-MULTA -TRANSCURSO DO PRAZO PRESCRICIONAL DE DOIS ANOS ENTRE O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA E A PÚBLICAÇÃO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA - PRESCRIÇÃO RETROATIVA VERIFICADA - MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA - RECONHECIMENTO DE OFÍCIO - ANÁLISE DO MÉRITO PREJUDICADA - EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE QUE SE IMPÕE.
(TJ-SC - APL: 00000608820168240059 São Carlos 00000060-88.2016.8.24.0059, Relator: Alexandre Morais da Rosa, Data de Julgamento: 11/03/2020, Terceira Turma Recursal)
Tipo objetivo: esse crime consite em deixar de promover a instrução primária da criança.
Tipo subjetivo: dolo, não há previsão na modalidade culposa.
Crime próprio: somente os pais poderão ser sujeitos ativos do delito de abandono intelectual.
Crime formal: e consumação antecipada ou de resultado cortado.
Crime permanente: a consumação se prolonga no tempo.
3.4. Abandono moral - Art. 247 do cp:
Art. 247- Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:
I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida;
II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza;
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;
IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
O delito prevêr quando uma pessoa responsável permite ao menor de 18 anos que esteja sob seu poder ou foi confiado à sua guarda ou vigilância frequente casas de jogos, tendo convivência com pessoas má afamadas, frequente espetáculo que possa pervertê-lo, resida ou trabalhe em casa de prostituição, que mendigue ou sirva de mendigo para influenciar os sentimentos da população.
Esse crime de abandono moral é muito parecido com o crime de entrega de filho menor a pesso inidônea. A diferença entre os dois é que o art. 245 é uma conduta comissiva, conduta ativa do verbo entregar, já no art. 247 é uma conduta omissiva.
Exemplo: quando o pai fica sabendo que a mãe está deixando o filho de 10 anos com a tia dentro de um prostíbulo para a criança ajudar a fazer faxina do local. Mesmo que o local esteja fechado, essa criança está tendo contato com algumas informações, e ver camisinhas, cocaínas em fim é um ambiente não saúdavel para a criança se desenvolver. 
Segundo o doutrinador Álvaro Villaça Azevedo e Silvio de Salvo Venosa, ele ressalta o abandono como uma falta de cuidado e descanço dois pais, e afirma que esssa conduta deve ser punida, para que isso não mais ocorra:
O descaso entre pais e filhos é algo que merece punição, é abandono moral grave, que precisa merecer severa atuação do Poder Judiciário, para que se preserve não o amor ou a obrigação de amar, o que seria impossível, mas a responsabilidade ante o descumprimento do dever de cuidar, que causa o trauma moral da rejeição e da indiferença (2004, p. 14).
Jurisprudência:
APELAÇÃO CÍVEL. ECA. DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR. NÃO CUMPRIDOS OS DEVERES INERENTES AO EXERCÍCIO DO PODER FAMILIAR. NEGLIGÊNCIA DOS GENITORES. ABANDONO MORAL. E MATERIAL. MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA. MENORES COLOCADOS EM FAMILIA SUBSTITUTA. RECUIRSO DESPROVIDO.
(Apelação Cível, N° 70083442087, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado em: 30-01-2020)
Tipo objetivo: é permitir, que pode ser concretizado tanto por ação como omissão, equivale a propiciar, consentir, deixar que o menor de 18 anos de idade realize qualquer dos comportamentos descritos nos incisos do referido art. 247 CP.
Tipo subjetivo: o crime ocorre a título de dolo.
Crime próprio: somente pode ser praticalo pelo titular do poder familiar ou pessoa a quem tenha sido confiada a guarda ou vigilância de menor de 18 anos de idade.
Crime formal: consuma-se com a prática da conduta criminosa, independentemente da superveniência do resultado naturalístico.
Crime permanente : nas espécies (conviver e residir) e crime instantâneo (participar ou mendigar).
4) Dos crimes contra o pátrio poder, tutela e curatela (capítulo IV)
Esse capítulo atualmente não mais se refere sobre a figura do pátrio poder que tem por significado que o pai é o chefe de familia, mas sim sobre o poder familiar, ou seja, o casal em sí exercem o poder familiar.
4.1. Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes - Art. 248 do cp:
Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem jusca causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
O delito do Art. 248 do código penal possui um tipo misto cumulativo com três figuras típicas, das quais é: induzimento a fuga de incapazes; entrega arbitrária de incapazes e sonegação de incapazes.
É quando uma pessoa responsável permite ao menor de 18 anos que esteja sob seu poder ou foi confiado à sua guarda ou vigilância frequente casas de jogos, tendo convivência com pessoas má afamadas, frequente espetáculo que possa pervertê-lo, resida ou trabalhe em casa de prostituição, que mendigue ou sirva de mendigo para influenciar os sentimentos da população.
O legislador tem por finalidade proteger a tutela, curatela, e o poder familiar, pois é considerado de extrema importância para o convívio em sociedade. 
O doutrinador Rogério Sanches susteta que :
O entendimento de que o agente deve estar na posse do incapaz previamente de forma regular, e, posteriormente, se recusa a entregá-la a quem de direito. Ou seja, a posse anterior do incapaz deve ser regular (legítima e autorizada).
Jurisprudência: 
Habeas Corpus n° 0001131-78.2017.8.19.9000. Impetrante: PAULO PEDRO PALMESCIANO. Paciente: RICARDO GOMES DE PAIVA DE FARIA. Impetrado: IV Juizado Especial Criminal. EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE SONEGAÇÃO DE INCAPAZ. CONDUTA ATÍPICA, eis que para esta configurado o crime de sonegação de incapazes não deve existir "justa causa" na recusa em entregar o menor ou o incapaz a quem o reclame. CONSTRAGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO, já que o paciente deixou de entregar a criança a genitora por acreditar que a menor corria risco em sua integridade psicológica. CONCESSÃO DA ORDEM. RELATÓRIO Trata-se de habeas corpus impetrado em favor de R. G de P. de F. objetivando o tratamento do processo n°0097545-09.20106.8.19.0001, em curso no Juizo de Direito do IV Juizado Especial Criminal, por vislumbrar ausência de lastro mínimo probatório para deflagação da ação penal, causando constragimento ilegal ao paciente. O paciente R. G. de P. de F. foi denunciado pelo Ministério Público em atuaçãono IV Juizado Especial Criminal, porque supostamente, não devolveu, sem justa causa, a sua filha R. M. T. M; estando incurso no crime previsto no artigo 248 do Código Penal, ou seja, deixar, sem justa causa, de entregar menor de 18 (dezoito) anos ou icapaz a quem a legitimidade a reclame . Decisâo deste Relator, às fls. 23/24, deferimento a liminar determinando a suspensão do processo até o julgamneto do presente writ. Informação prestada pela autoridade coatora às fls. 29/30. Manifestação do assistente de acusação às fls. 31/43. Parecer do Ministério Público atuante nesta Turma, às fls. 92/95, opinando pela não concessão da ordem. É o relatório. VOTO O Paciente R. P. P. foi denunciado pelo Ministério Público, estando incurso nas penas previstas no artigo 248 do Código Penal, isto porque, segundo a peça primeira deixou de entregar a sua filha, R. M T. M; sem justificativa, a sua mãe P. M. M; que possuía a guarda unilateral da menor. Restou incontroverso que o paciente R. P. P. pegou sua filha no dia 30 de outubro de 2015, não a devolvendo no dia 02 de novembro, comforme determinado na sentença prolatada pelo Juizo Competente, o que ensejou a expedição de mandado de busca e apreensão e afetivo cumprimento pelo Oficial de Justiça no dia 06 de novembro. No caso em tela, verifico que a conduta do paciente é atípica , eis que não restou evidenciado, como quer o tipo penal, a ausência de justificativa do paciente em não devolver a filha à mãe. O crime de sonegação de incapazes ocorre quando o agente, sem justa causa, deixa de entregar o menor ou o interdito a qwuem legitimamente o reclamou. Cumpre destacar que no dia 30 de outubro, o paciente após receber as seguintes mensagens de sua filha: "Daddy mamãe não deixou eu descer"; "Daddy, socorro mamãe está me maltratando me tira daqui"; " Me tira daqui Daddy! Mamãe está me maltratando!!", dirigiu-se à delegacia de polícia, relatando o ocorrido, tendo os policiais acompanhados o paciente até a casa da mãe da criança, onde após entregar a menor ao pai, ora paciente. Ato seguinte, vale dizer, após entregar a menor ao pai, na presença dos policiais, a genitora foi até a delegacia de polícia registrar nova ocorrência informando que o paciente descumpriu o determinado na sentença da Vara de de Família, eis que teria deixado de buscar a criança naquele dia. Diante de não devolução da menor pelo pai á genitora na segunda-feira seguinte, a mãe ajuizou ação de busca e apreensão no Juizo de Plantão, onde foi determinado a apreensão da menor e a suspensão do direito de visitação do paciente. Em agravo de instrumento, a menor R. M. T. M. foi ouvida pelo Exmo. Dr. Sr. Desembargador Gilberto Dutra Moreira, em audiência realizada na 9ª Câmara Cível, onde relatou que sofre ameaças, violência verbal e maus tratos por sua mãe e que prefere ficar com seu pai. Diante do depoimento seguro da menor, o Exmo. Sr. Dr. Desembargador revogou a decisão do Juízo Monocrático, além de inverter a guarda unilateral, passando-a para o pai. ora paciente, sendo certo que decição foi mantida, por unanimidade, pelo colegiado. Diante da aparente relação conflituosa existente entre a menor e sua mãe, o paciente, sendo certo que a decisão foi mantida, por unanimidade, pelo Colegiado. Diante da aparente relação conflituosa existente entre a menor e sua mãe, o paciente deixou de devolver a criança mo dia 02 de novembro, vale dizer, na segunda-feira, mas não sem justo motivo, pois acreditava que sua filha corria risco em sua integridade psicológica caso a entregasse, contra sua vontade, à genitora. É certo que deveria o paciente ter procurado os órgãos competente, como Conselho Tutelar ou mesmo o Plantão Judiciário, para relatar o ocorrido e buscar, dentro da legalidade, o melhor para a criança, mas é evidente, diante do princípio da intervenção mínima do Direito Penal, que o conflito deve e foi solucionado pela Justiça Especializada, que em acórdão da 9ª Câmara Cível, inverteu a guarda unilateral da monor, passando-a para o pai. Assim o voto pela atipicidade da conduta do paciente, que não deixou de entregar a menor a sua mãe por acreditar que agia no melhor para a criança. Ante ao exposto e sem mais delongas, por vislumbrar constragimento ilegal a ser amparado pela via constitucional eleita, VOTO pela CONCESSÃO DA ORDEM, determinando o trancamento do processo nº 0097547-09.20106.8.19.0001. Oficie-se ao Juízo impetrado, Rio de Janeiro, 11 de julho de 2017. Juarez Costa de Andraide Juiz Relator Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Comarca da Capital II Turma Recursal Criminal.
Secretarias das Turmas Recursais Cível e Criminais Avenidas Erasmo Braga, 155, Lâmina V, 1º andar, Rio de Janeiro/ RJ - CEP 20021-380 Tel.: +55 21 3133-3221
(TJ-RJ - HC: 00011317820178199000 RIO DE JANEIRO CAPITAL IV JUI ESP CRIM, Relator: JUAREZ COSTA DE ANDRAIDE, Data de Julgamento: 08/08/2017, CAPITAL 2a. TUEMA RECURSAL DOS JUI ESP CRIMINAIS, Data de Publicação: 25/08/2017)
Tipo objetivo: se encontra no ato de "induzir" o incapaz a sair do local onde seu responsável ordenou-lhe que ficasse, ou entrega-lo arbitrariamente a alguém sem a autorização de seus pais ou responsáveis, ou ainda o ato de não entregar o incapaz a quem o reclame legalmente, caracterizando a sonegação de incapaz.
Tipo subjetivo: dolo, se consuma quando no momento em que o incapaz foge por indução, é sonegado ou entregue arbitrariamente a alguém, sem legitimidade ou justa causa, e, principalmente sem a autorização de seus pais ou representantes legais
Crime comum: pode ser cometido por qualquer pessoa.
Crime formal: (induzimento à fuga, com divergência doutrinária, e sonegação de incapazes) ou material (entrega arbitrária).
Crime instantâneo: consuma-se em momentos determinados, sem continuidade no tempo.
4.2. Subtração de incapazes - Art. 249 do cp:
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro crime.
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.
O art. 249 trata-se da subtração de incapazes, que é quando subtraí crianças ou adolescentes sem autorização dos pais. Desde que os pais de alguma forma em tese saibam onde essa criança está ou o agente acaba avisando, caso esse, que não descaracteriza o crime. Crime esse um pouco parecido com o delito de sequestro sendo a sua distinção que no caso do sequestro o agente pega aquela criança sem autorização dos pais e leva para um local onde os pais não conhecem.
Essa questão de subtrair pode acontece até entre os pais. Exemplo, quando o pai só tem autorização de pegar os filhos aos fins de semana e mesmo assim ele quer pegar as crianças em uma terca-feira, porém a mãe nega argumentando que ele só possui o direito aos fins de semana, e mesmo assim ele insiste em ir a escola e pegar os filhos para ir ao cinema, deixando uma mensagem para a mãe das crianças explicando o caso e dizendo que assim que terminar o filme ele leva os filhos para a casa. É notável que está ocorrendo a subtração de incapaz, pois está rompendo a autoridade que tem sobre a criança ou adolescente.
Heleno Cláudio Fragoso, aborda a duração na subtração como crime instantâneo:
Afirma-se também a necessidade de certa duração (gewisse Dauer) na subtração (SCHÖNKE-SCHRÖDER, Kommentar, p. 660) a fim de que possa configurar-se o crime. É a mesma questão já anteriormente estudada, a propósito da retenção. (refere-se à forma de deixar de entregar contemplada no art. 248 CP, que nitidamente contém tipos delitivos fungíveis e permutáveis –Mischgesetze- de que não cuida o tipo de delito em exame, pois o legislador penal serviu-se do conceito civil de pátrio poder, sendo este portanto integrativo comona tipicidade do furto de coisa alheia móvel. Parece-nos que se trata de matéria de fato, a ser resolvida em cada caso c oncreto, pelo prudente arbítrio do juiz, constatando-se a ofensa ao bem jurídico que a lei penal tutela , e que é o pátrio poder, a tutela ou a curatela. Nesse sentido, vale reproduzir a lição de MAGGIORE (Diritto Penale, p. 699) :” A duração da subtração não conta; pelo menos, não se pode estabelecer a priori; pode ser longa ou breve, e constituir violação do direito ao pátrio poder, segundo os critérios do juiz. O qual só tem uma obrigação: de acertar, independentemente da duração da subtração, se o menor esteve efetivamente subtraído à esfera de influência do genitor.
Jurisprudência:
EMENDA: HABEAS CORPUS - ABANDONO MATERIAL E SUBTRAÇÃO DE INCAPAZES - RÉU CITADO POR EDITAL - PRISÃO PREVENTIVA DECRETADA - AUSÊNCIA DO RÉU - IMPOSSIBILIDADE. - O art. 366 do CPP autoriza a prisão preventiva quando presentes os motivos previstos no art. 312 do CPP. No entanto, a simples ausência do réu não é motivação suficiente para o decreto de medidas extremas, se não houver outros elementos que justifiquem a restrição de sua liberdade.
(TJ-MG - HC:10000160705745000 MG, Relator: Denize Pinho da Costa Val, Data de Julgamneto: 01/11/2016, Câmara Criminais / 6ª CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 11/11/2016)
Tipo objetivo: consiste em retirar o menor de 18 anos ou o interdito da esfera de vigilância de quem exerce o poder familiar, tutela, curatela ou guarda.
Tipo subjetivo: dolo, é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o delito infra. Não havendo previsão legal para a modalidade culposa.
Crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa.
Crime material: consuma-se com a produção do resultado naturalístico, consite na efetiva retirada do menor de 18 anos ou interditado do poder de quem detém sua guarda.
Crime instantâneo: consuma-se em um momento determinado, sem continuidade no tempo.

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