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MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS

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MICRORGANISMOS 
PATOGÊNICOS
PATOLOGIA é o estudo científico das doenças (do grego pathos = sofrimento; logos = ciência).
O primeiro objeto de estudo da patologia é a causa, ou ETIOLOGIA, de uma doença. Em segundo
lugar, ela lida com a PATOGÊNESE, que é a maneira como uma doença se desenvolve. Por fim, a
patologia analisa as mudanças estruturais e funcionais decorrentes da doença e seus efeitos finais
no organismo.
Embora os termos doença e infecção sejam eventualmente usados como sinônimos, eles
apresentam diferenças em seus significados. INFECÇÃO é a invasão ou colonização do corpo por
microrganismos patogênicos; a DOENÇA ocorre quando uma infecção resulta em qualquer mudança
no estado de saúde do hospedeiro.
A doença é um estado anormal no qual parte ou todo o organismo não se apresenta
propriamente ajustado ou é incapaz de desenvolver suas funções normais. Uma infecção pode existir
na ausência de doença detectável. Por exemplo, o organismo pode ser infectado pelo vírus que
causa a Aids, porém sem que haja qualquer sintoma de doença.
A presença de um tipo particular de microrganismo em uma parte do corpo
onde ele normalmente não é encontrado também é chamada de INFECÇÃO,
podendo acarretar no surgimento de doença. Por exemplo, embora enormes
quantidades de E. coli normalmente estejam presentes no intestino saudável, sua
infecção no trato urinário em geral leva à doença.
Poucos microrganismos são patogênicos. De fato, a presença de alguns micro-
organismos é até mesmo benéfica para o hospedeiro. Portanto, antes de discutirmos
o papel dos micróbios no desenvolvimento de doenças, examinemos as relações
entre os microrganismos e o organismo humano saudável.
MICROBIOTA NORMAL
Os animais, incluindo os seres humanos, geralmente são livres de microrganismos quando
no útero materno. Ao nascimento, no entanto, populações microbianas normais e características
começam a se estabelecer. Imediatamente antes de a mulher dar à luz, lactobacilos em sua
vagina se multiplicam rapidamente. O primeiro contato entre o recém-nascido e os
microrganismos em geral ocorre com esses lactobacilos, que se tornam os microrganismos
predominantes no intestino do bebê. Com a respiração e o início da alimentação, mais
microrganismos são introduzidos no corpo do recém-nascido a partir do meio ambiente. Após o
nascimento, E. coli e outras bactérias provenientes de alimentos começam a habitar o intestino.
Esses microrganismos permanecerão nesse sítio para o resto da vida do indivíduo e, em
resposta a condições ambientais anormais, podem aumentar ou diminuir seu número e contribuir
para o surgimento de doenças.
Muitos outros microrganismos normalmente inóculos também se estabelecem em outras partes do corpo
saudável de um indivíduo adulto e em sua superfície. O corpo humano possui, tipicamente, 1 × 1013 células
próprias. No entanto, contém um número estimado de 1 × 1014 células bacterianas (ou 10 vezes mais células
bacterianas do que células humanas). Isso nos dá uma ideia da abundância de microrganismos que normalmente
residem no corpo humano. Os microrganismos que estabelecem uma residência mais ou menos permanente
(colonizam), mas não geram doença em condições normais, são membros da microbiota normal, ou flora normal, do
corpo. Outros, denominados microbiota transiente, podem estar presentes por vários dias, semanas ou mesmo
meses, e depois desaparecem. Os micro-organismos não são encontrados em todo o corpo humano, mas estão
localizados em certas regiões.
Muitos fatores determinam a distribuição e a composição da microbiota normal. Entre eles
estão nutrientes, fatores físicos e químicos, defesas do organismo hospedeiro e fatores mecânicos.
Os micróbios variam de acordo com os tipos de nutrientes que eles podem utilizar como fonte
de energia. Consequentemente, esses micróbios colonizam apenas os sítios do corpo que podem
supri-los com os nutrientes apropriados. Esses nutrientes podem ser derivados de produtos
celulares secretados ou excretados, substâncias em fluidos corpóreos, células mortas e alimentos
no trato gastrintestinal.
Vários fatores físicos e químicos influenciam o crescimento dos microrganismos e, assim, a
composição e o crescimento da flora normal. Entre esses fatores estão o pH, a presença de
oxigênio e dióxido de carbono, a salinidade e a luz solar.
Certas regiões do corpo estão sujeitas a forças mecânicas que podem afetar a colonização
pela microbiota normal.
Por exemplo, a ação de mastigação dos dentes e a movimentação da língua podem desalojar
microrganismos adsorvidos aos dentes e às superfícies mucosas. No trato gastrintestinal, o fluxo de
saliva e secreções digestivas e os vários movimentos musculares da garganta, do esôfago, do
estômago e dos intestinos podem remover micróbios desalojados. A ação de descarga da urina
também pode remover micróbios soltos no trato urinário. No sistema respiratório, o muco prende
micróbios, que são então propelidos em direção à garganta pelo movimento ciliar das células desse
sítio para posterior eliminação.
As condições existentes em um determinado sítio do corpo humano variam de pessoa para
pessoa. Entre os fatores que também afetam a microbiota normal estão idade, estado nutricional,
dieta, estado de saúde, existência de deficiências, hospitalização, estado emocional, estresse, clima,
localização geográfica, condições de higiene pessoal, condições socioeconômicas, ocupação e estilo
de vida.
Animais sem microbiota podem ser obtidos e mantidos em condições laboratoriais. A maioria
dos mamíferos livres de germes usados em pesquisa é obtida por sua criação em ambientes
estéreis. Por um lado, pesquisas com animais livres de germes mostram que a presença de
micróbios não é absolutamente necessária à vida animal. Por outro lado, as mesmas pesquisas
mostram que animais livres de germes apresentam sistema imune subdesenvolvido e são
extremamente suscetíveis a infecções e doenças severas. Animais livres de germes também
requerem mais calorias e vitaminas em sua alimentação do que animais normais.
RELAÇÕES ENTRE A MICROBIOTA NORMAL E O HOSPEDEIRO
Uma vez estabelecida, a microbiota normal pode beneficiar o hospedeiro ao impedir o
crescimento de microrganismos potencialmente perigosos. Esse fenômeno é conhecido como
ANTAGONISMO microbiano, ou exclusão competitiva. O antagonismo microbiano envolve a
competição entre micróbios. Uma consequência dessa competição é o fato de que a microbiota
normal protege o hospedeiro contra a colonização por micróbios potencialmente patogênicos ao
competir com eles por nutrientes, produzir substâncias prejudiciais aos micróbios invasores e afetar
condições como o pH e a disponibilidade de oxigênio. Quando o equilíbrio entre a microbiota normal
e os micróbios patogênicos é alterado, o resultado pode ser o surgimento de doenças.
Por exemplo, a microbiota bacteriana normal da vagina de uma mulher adulta mantém o pH
local em torno de 4. A presença da microbiota normal inibe o crescimento excessivo da levedura
Candida albicans, que pode crescer quando o balanço entre a flora normal e os patógenos é alterado
e o pH modificado. Se a população bacteriana é eliminada por antibióticos, pelo uso excessivo de
ducha higiênica ou desodorantes, o pH da vagina é revertido até a neutralidade, condição em que a
C. albicans floresce e se torna o microrganismo predominante nesse local. Essa condição pode levar
a uma forma de vaginite (infecção vaginal).
Outro exemplo de antagonismo microbiano ocorre no intestino grosso. Células de E. coli
produzem bacteriocinas, proteínas que inibem o crescimento de outras bactérias da mesma espécie
ou proximamente relacionadas, como as bactérias patogênicas Salmonella e Shigella. Uma bactéria
que produz uma determinada bacteriocina não é afetada por ela, mas pode ser eliminada por outras.
As bacteriocinas são usadas na microbiologia médica para auxiliar na identificação de diferentes
cepas de bactérias. Essa identificação ajudaa determinar se um surto severo de doença infecciosa é
causado por uma ou mais cepas de bactérias.
A relação entre a microbiota normal e o hospedeiro é chamada de simbiose, uma relação entre
dois organismos na qual pelo menos um é dependente do outro. Na relação simbiótica denominada
comensalismo, um dos organismos se beneficia enquanto o outro não é afetado de forma alguma.
Muitos microrganismos que fazem parte de nossa microbiota normal são comensais, incluindo as
corinebactérias, que habitam a superfície dos olhos, e certas micobactérias saprofíticas, que habitam
os ouvidos e a genitália externa. Essas bactérias vivem em secreções e células descamadas e não
trazem nenhum benefício ou prejuízo aparente para o hospedeiro.
MUTUALISMO é um tipo de simbiose que beneficia ambos os organismos. Por exemplo, o
intestino grosso contém bactérias, como a E. coli, que sintetizam vitamina K e algumas vitaminas do
complexo B. Essas vitaminas são absorvidas pelos vasos sanguíneos e distribuídas para serem
usadas pelas células do corpo. Em troca, o intestino grosso provê nutrientes usados pelas bactérias,
garantindo sua sobrevivência.
O recente interesse na importância das bactérias para a saúde humana levou ao estudo dos
PROBIÓTICOS (pro = para, bios = vida) que são culturas de micróbios vivos que devem ser
aplicadas ou ingeridas para que exerçam um efeito benéfico. Os probióticos podem ser
administrados juntamente com PREBIÓTICOS, substâncias químicas capazes de promover
seletivamente o crescimento de bactérias benéficas.
Diversos estudos têm mostrado que a ingestão de bactérias do ácido lático (BALs) pode aliviar
a diarreia e prevenir a colonização por Salmonella enterica durante a antibioticoterapia. Se essas
BALs colonizam o intestino grosso, o ácido lático e as bacteriocinas produzidas por elas podem inibir
o crescimento de certos patógenos.
Pesquisadores estão testando também o uso de BALs para prevenir infecções de feridas
cirúrgicas causadas por Staphylococcus aureus e infecções vaginais causadas por E. coli. Em
um estudo da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, a infecção por HIV foi reduzida
em mulheres tratadas com uma cepa geneticamente modificada de BAL que produz a proteína
CD4, a qual se liga ao HIV.
Em uma outra forma de simbiose, um organismo se beneficia da extração de nutrientes,
com prejuízo ao outro organismo; esta relação é chamada de PARASITISMO. Muitas bactérias
causadoras de doenças são parasitas.
MICRORGANISMOS OPORTUNISTAS
Embora a categorização das relações simbióticas por tipo seja conveniente, lembre-se de que,
sob certas condições, as relações podem mudar.
Por exemplo, em circunstâncias apropriadas, um organismo mutualístico como a E. coli pode se
tornar prejudicial. A E. coli geralmente é inofensiva enquanto permanece no intestino delgado de seu
hospedeiro; mas, ao acessar outras regiões do corpo, como o trato urinário, pulmões, medula espinal
ou feridas, ela pode causar infecções urinárias, infecções pulmonares, meningites ou abscessos,
respectivamente. Micróbios como a E. coli são chamados de patógenos oportunistas.
Eles normalmente não causam doença quando presentes em seu habitat normal em uma
pessoa saudável. Entretanto, podem gerar doença quando em diferentes ambientes.
ETIOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS
- POSTULADOS DE KOCH
Koch foi um médico alemão que teve um papel importante no estabelecimento da ideia de que
os microrganismos podem causar doenças específicas. Em 1877, ele publicou alguns dos primeiros
artigos sobre antraz, ou carbúnculo, uma doença do gado que também pode afetar os seres
humanos. Koch demonstrou que certas bactérias, hoje conhecidas como Bacillus anthracis, sempre
estiveram presentes no sangue de animais que tinham a doença e não estavam presentes em
animais saudáveis. Ele sabia que a mera presença das bactérias não provava que elas haviam
causado a doença; as bactérias poderiam estar como resultado da doença. Assim, ali continuou
suas experiências.
Ele obteve uma amostra de sangue de um animal doente e injetou em um animal saudável. O
segundo animal desenvolveu a mesma doença e morreu. Ele repetiu esse procedimento várias
vezes, sempre obtendo os mesmos resultados. (Um critério-chave para a validação de qualquer
prova científica se baseia no fato de que os resultados experimentais possam ser repetidos.) Koch
também cultivou o microrganismo em fluidos fora do corpo do animal, demonstrando que a bactéria
causaria a infecção mesmo após muitas transferências de cultura.
Koch demonstrou que uma doença infecciosa específica (antraz) é causada por um
microrganismo (B. anthracis) que pode ser isolado e cultivado em meios artificiais. Depois ele utilizou
o mesmo método para demonstrar que a bactéria Mycobacterium tuberculosis é o agente causador
da tuberculose.
Eles podem ser resumidos da seguinte forma:
1. O mesmo patógeno deve estar presente em todos os casos da doença.
2. O patógeno deve ser isolado do hospedeiro doente e cultivado em cultura pura.
3. O patógeno obtido da cultura pura deve causar a doença quando inoculado em um
animal de laboratório suscetível e saudável.
4. O patógeno deve ser isolado do animal inoculado e deve ser, necessariamente, o
organismo original.
EXCEÇÕES AOS POSTULADOS DE KOCH
Embora os postulados de Koch sejam úteis para se determinar o agente causador da maioria
das doenças bacterianas, existem algumas exceções para sua aplicação. Alguns micróbios, por
exemplo, apresentam requerimentos nutricionais únicos para seu cultivo. A bactéria Treponema
pallidum é conhecida por causar a sífilis, mas cepas virulentas nunca foram cultivadas em meios
artificiais. O agente causador da lepra, o Mycobacterium leprae, também nunca foi cultivado em meio
artificial. Além disso, patógenos virais e riquétsias não podem ser cultivados em meios artificiais, pois
se multiplicam apenas dentro de células.
A descoberta de microrganismos que não podem ser cultivados em meios artificiais exigiu
algumas modificações nos postulados de Koch e o uso de métodos alternativos de cultivo e detecção
de certos micróbios.
CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS INFECCIOSAS
Toda doença que afeta o organismo altera suas estruturas e/ou funções de modo específico, e
essas alterações são percebidas por diversos tipos de evidências. O paciente, por exemplo, pode
apresentar certos sintomas, ou mudanças em funções corporais, como dor ou indisposição (um
sentimento vago de desconforto corporal). Essas mudanças subjetivas não são aparentes a um
observador. O paciente pode também exibir sinais, que são mudanças objetivas que o médico pode
observar e medir. Sinais frequentemente avaliados incluem lesões (mudanças produzidas em um tecido
pela doença), inchaços, febre e paralisia. Um grupo específico de sintomas e sinais pode acompanhar
sempre uma doença em particular; esse grupo é então denominado síndrome.
O diagnóstico de uma doença é feito pela avaliação dos sinais e sintomas, juntamente com
resultados de testes laboratoriais.
Doenças frequentemente são classificadas em termos de como se comportam dentro de um
hospedeiro e dentro de uma população específica. Qualquer doença que se dispersa de um
hospedeiro a outro, tanto direta como indiretamente, é chamada de DOENÇA COMUNICÁVEL.
Catapora, sarampo, herpes genital, febre tifóide e tuberculose também são exemplos de doenças
contagiosas, isto é, facilmente transmitidas de uma pessoa à outra.
Uma DOENÇA NÃO COMUNICÁVEL não é transmitida de um hospedeiro a outro. Essas
doenças são causadas por microrganismos que normalmente habitam o corpo e apenas
ocasionalmente causam doença, ou por microrganismos que residem fora do corpo e causam doença
apenas quando introduzidos no hospedeiro. Um exemplo desse último caso é o tétano: Clostridium
tetani produz doença apenas quando é introduzido no corpo através de feridas ou abrasões.
OCORRÊNCIA DE UMA DOENÇA
A INCIDÊNCIA de uma doença representa o número de pessoas em uma populaçãoque desenvolve
uma doença em um período específico. É um indicador da disseminação da doença. A PREVALÊNCIA de
uma doença representa o número de pessoas em uma população que desenvolve uma doença em um
tempo específico, independentemente de quando ela surgiu pela primeira vez. A prevalência leva em
consideração tanto os casos antigos quanto os novos. É um indicador da gravidade e do tempo que a
doença afeta uma população.
A FREQUÊNCIA DE OCORRÊNCIA é outro critério utilizado na classificação de uma doença. Se uma
determinada doença acontece apenas ocasionalmente, ela é chamada de DOENÇA ESPORÁDICA (febre
tifóide nos Estados Unidos). Uma doença constantemente presente em uma população é chamada de
DOENÇA ENDÊMICA (resfriado comum). Se muitas pessoas em uma dada região adquirem certa doença
em um período de tempo relativamente curto, ela é denominada DOENÇA EPIDÊMICA (a gripe causada
pelo vírus influenza). Uma doença epidêmica que atinge toda população mundial é chamada de DOENÇA
PANDÊMICA.
GRAVIDADE E DURAÇÃO DE UMA DOENÇA
Uma DOENÇA AGUDA é aquela que se desenvolve rapidamente, porém dura apenas um
período curto; um bom exemplo é a gripe.
Uma DOENÇA CRÔNICA se desenvolve mais lentamente, e as reações do corpo podem ser
menos graves, porém a doença provavelmente apresentará recorrências por longos períodos.
Uma doença intermediária entre aguda e crônica é descrita como DOENÇA SUBAGUDA. Uma
DOENÇA LATENTE é aquela na qual o agente causador permanece inativo por algum tempo, mas
então se torna ativo novamente, gerando sintomas da doença.
A taxa na qual uma doença ou uma epidemia se dissemina e o número de indivíduos
afetados são determinados, pelo menos em parte, pela imunidade da população. A vacinação
pode promover a geração de imunidade de longa duração, algumas vezes para a vida inteira,
protegendo um indivíduo contra certas doenças. As pessoas que são imunes a uma doença
infecciosa não serão portadoras, reduzindo, portanto, a ocorrência da doença. Os indivíduos
imunes funcionam como uma barreira para a disseminação de agentes infecciosos.
Mesmo quando uma doença altamente comunicante apresenta o potencial para causar uma
epidemia, muitas pessoas não imunes estarão protegidas, devido à baixa probabilidade de
entrarem em contato com uma pessoa infectada.
Uma grande vantagem da vacinação é que um número suficiente de indivíduos em uma
população estará protegido da doença, impedindo sua disseminação rápida para aqueles que
não estão vacinados. Quando muitas pessoas imunes estão presentes em uma comunidade,
existe IMUNIDADE GRUPAL.
EXTENSÃO DO ENVOLVIMENTO DO HOSPEDEIRO
As infecções também podem ser classificadas de acordo com a extensão em que o organismo do
hospedeiro é afetado. Uma INFECÇÃO LOCAL é aquela na qual os microrganismos invasores se limitam a
uma área relativamente pequena do corpo. Alguns exemplos de infecções locais incluem abscessos e
furunculoses.
Em uma INFECÇÃO SISTÊMICA (GENERALIZADA), os microrganismos e seus produtos se
dispersam por todo o corpo através do sangue ou da linfa. O sarampo é um exemplo de infecção sistêmica.
Muito frequentemente, agentes causadores de infecções locais entram na corrente sanguínea ou nos
vasos linfáticos e se disseminam para outras partes específicas do corpo, onde permanecem confinados.
Essa condição é chamada chamada de INFECÇÃO FOCAL que podem surgir de infecções em áreas como
os dentes, as tonsilas ou os seios da face.
A SEPSE é uma condição inflamatória tóxica que surge da dispersão de micróbios, especialmente
bactérias e suas toxinas, a partir de um foco de infecção. A SEPTICEMIA, também conhecida como
envenenamento sanguíneo, é uma infecção sistêmica que surge da multiplicação de patógenos no sangue,
sendo um exemplo comum de sepse. A presença de bactérias no sangue é conhecida como BACTEREMIA.
TOXEMIA e VIREMIA referem-se à presença de toxinas e vírus no sangue, respectivamente.
O estado de resistência do hospedeiro também determina a extensão das infecções. Uma INFECÇÃO
PRIMÁRIA é uma infecção aguda que causa doença inicial. Uma INFECÇÃO SECUNDÁRIA é aquela
causada por um patógeno oportunista, depois que a infecção primária já enfraqueceu as defesas do
organismo hospedeiro. Infecções secundárias da pele e do trato respiratório são comuns e eventualmente
mais perigosas que a infecção primária.
PADRÕES DA DOENÇA
Uma sequência de eventos definida normalmente acontece durante a infecção e a doença.
- FATORES PREDISPONENTES
Um fator predisponente é aquele que torna o corpo mais suscetível a uma doença e pode
alterar seu curso (genéticos, sexuais, climáticos, nutrição inadequada, fadiga, idade, meio ambiente,
hábitos, estilo de vida, ocupação, doenças preexistentes, quimioterapia e distúrbios emocionais).
- DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA
Uma vez que o micro-organismo suplanta as defesas do hospedeiro, o desenvolvimento da
doença segue certa sequência, que tende a ser similar, independentemente de a doença ser aguda
ou crônica.
● PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Intervalo entre a infecção inicial e o surgimento dos primeiros sinais e sintomas. Em algumas doenças,
o período de incubação é sempre o mesmo; em outras, ele varia consideravelmente. O tempo de incubação
depende do tipo específico de microrganismo envolvido, de sua virulência (grau de patogenicidade), do
número de micro-organismos infectantes e da resistência do hospedeiro.
● PERÍODO PRODÔMICO
Período relativamente curto que se segue ao período de incubação de algumas doenças. Ele é
caracterizado pelo surgimento de sintomas precoces e leves de doença, como dores e indisposição.
● PERÍODO DE DOENÇA
O quadro é mais severo. A pessoa exibe sinais e sintomas claros. Durante o período de doença, o
número de leucócitos pode aumentar ou diminuir. Geralmente, as respostas imunológicas e outros
mecanismos de defesa do paciente suplantam o patógeno, o que demarca o fim do período de doença.
Quando a doença não é controlada (ou tratada) com sucesso, o paciente morre durante esse período.
● PERÍODO DE DECLÍNIO
Os sinais e sintomas perdem a intensidade, e a febre diminui, assim como a sensação de indisposição.
Nessa fase, que pode durar de menos de 24 horas a vários dias, o paciente se encontra vulnerável a
infecções secundárias.
● PERÍODO DE CONVALESCÊNCIA
Pessoa recobra sua força e o organismo
retorna ao estado anterior à doença.
Ocorre a recuperação
DISSEMINAÇÃO DA INFECÇÃO
- RESERVATÓRIOS DE INFECÇÃO
Para que uma doença se perpetue, é necessária a existência de uma fonte contínua do
organismo causador da doença. Essa fonte pode ser um organismo vivo ou um objeto
inanimado que fornece ao patógeno condições adequadas de sobrevivência e multiplicação,
assim como a oportunidade de ser transmitido. Essa fonte é denominada reservatório de
infecção.
● RESERVATÓRIOS HUMANOS
O principal reservatório vivo de doenças humanas é o próprio corpo humano. Muitas pessoas
hospedam patógenos e os transmitem direta ou indiretamente para outros indivíduos. Pessoas que
apresentam sinais e sintomas de uma doença podem transmiti-la; além disso, algumas pessoas
podem hospedar e transmitir patógenos sem exibir qualquer sinal ou sintoma de doença.
Essas pessoas, denominadas CARREADORES, são importantes reservatórios vivos de
infecção. Alguns carreadores possuem infecções inaparentes, sem nunca exibir sinais ou sintomas
de doença. Outros, como aqueles que apresentam infecções latentes, carreiam a doença durante os
estágios livres de sintomas, durante o período de incubação (antes do surgimento dos sintomas) ou
durante o período de convalescência (recuperação).
● RESERVATÓRIOS ANIMAIS
Tanto animais domésticos quanto silvestres podem ser reservatórios vivos de micro-organismos que
causam doenças em seres humanos. Doenças que ocorrem principalmente em animais, domésticos ou
silvestres, e podem ser transmitidas a pessoas são chamadas ZOONOSES. A raiva (encontrada em
morcegos, gambás, raposas e cães) e a doença de Lyme(encontrada em camundongos do campo) são
exemplos de zoonoses.
A transmissão aos seres humanos pode ocorrer de várias maneiras: por contato direto com animais
infectados; por contato direto com detritos de animais domésticos (como ao limpar uma caixa de areia ou
gaiola); pela contaminação de água ou alimentos; pelo ar, através de pelos ou penas; pelo consumo de
produtos derivados de animais infectados; ou por insetos vetores (insetos que transmitem patógenos).
● RESERVATÓRIOS INANIMADOS
Os dois maiores reservatórios inanimados de doenças infecciosas são a água e o solo. O solo contém
patógenos como os fungos, que causam micoses, incluindo as tinhas e as infecções sistêmicas; o Clostridium
botulinum, a bactéria que causa o botulismo; e o C. tetani, agente etiológico do tétano. Devido ao fato de
ambas as espécies de Clostridium fazerem parte da microbiota normal do intestino de cavalos e gado, essas
bactérias são encontradas especialmente em solos onde as fezes desses animais são usadas como fertilizante.
A água contaminada por fezes de seres humanos ou animais é o reservatório de diversos patógenos, em
especial aqueles responsáveis por doenças gastrintestinais, incluindo o Vibrio cholerae, que causa a cólera, e a
Salmonella typhi, que causa a febre tifoide. Outra importante fonte de infecções são alimentos preparados ou
armazenados de modo inadequado. Eles podem ser fonte de doenças como a triquinelose e a salmonelose.
TRANSMISSÃO DE INFECÇÃO
- TRANSMISSÃO POR CONTATO
A transmissão por contato é a disseminação de um agente infeccioso por contato direto,
indireto ou através de gotículas. A TRANSMISSÃO POR CONTATO DIRETO, também
chamada de transmissão pessoa a pessoa, é a transmissão direta de um agente por contato
físico entre sua fonte e um hospedeiro susceptível, não havendo envolvimento de um objeto
intermediário. As formas mais comuns de transmissão por contato direto são toque, beijo e
relação sexual. Patógenos potenciais também podem ser transmitidos por contato direto entre
animais (ou produtos de origem animal) e seres humanos.
A TRANSMISSÃO POR CONTATO INDIRETO ocorre quando o agente da doença
infecciosa é transmitido de seu reservatório a um hospedeiro suscetível, por meio de um
objeto inanimado. O termo geral para qualquer objeto inanimado envolvido na disseminação
de uma doença é FÔMITE. Exemplos de fômites incluem tecidos, lenços, toalhas, roupa de
cama, fraldas, copos, talheres, brinquedos, dinheiro e termômetros.
A TRANSMISSÃO POR GOTÍCULAS é o terceiro tipo de transmissão por contato em
que os micróbios são disseminados em perdigotos (gotículas de saliva e muco) que percorrem
distâncias curtas. Um único espirro pode produzir até 20.000 perdigotos.
- TRANSMISSÃO POR VEÍCULO
A transmissão por veículo é a dispersão de um agente infeccioso por um meio como água,
alimento ou ar. Outros meios incluem o sangue ou outros fluidos corporais, as drogas e os fluidos
intravenosos.
Na TRANSMISSÃO PELA ÁGUA, os patógenos em geral são disseminados por águas
contaminadas com esgoto não tratado. Doenças transmitidas dessa forma incluem a cólera, a
shigelose (disenteria bacilar) e a leptospirose.
Na TRANSMISSÃO POR ALIMENTOS, os patógenos em geral são transmitidos por alimentos
crus, mal cozidos, mal refrigerados ou preparados em condições sanitárias impróprias. Os patógenos
transmitidos por alimentos contaminados causam doenças como a intoxicação alimentar, a infestação
pela solitária e a cisticercose.
A TRANSMISSÃO PELO AR se refere à dispersão de agentes infecciosos por gotículas e
perdigotos em partículas de sujeira que percorrem mais de 1 metro do reservatório ao novo
hospedeiro.
- VETORES
Os artrópodes formam o mais importante grupo de vetores de doenças – animais que
transportam patógenos de um hospedeiro a outro.
A TRANSMISSÃO MECÂNICA é o transporte passivo de patógenos nas patas ou outras partes
do corpo do inseto. Se o inseto entrar em contato como alimento de um hospedeiro, os patógenos
podem ser transferidos ao alimento e mais tarde ser ingeridos pelo hospedeiro.
A TRANSMISSÃO BIOLÓGICA é um processo ativo e mais complexo. O artrópode pica
uma pessoa ou animal e ingere sangue contaminado. Os patógenos então se reproduzem no
vetor, e o aumento do número de patógenos multiplica as chances de serem transmitidos para
outro hospedeiro tato como alimento de um hospedeiro, os patógenos podem ser transferidos
ao alimento e mais tarde ser ingeridos pelo hospedeiro.
As aulas são baseadas a partir da extração do material atualizado dos principais livros de microbiologia e
conteúdos online, passando por uma triagem crítica e responsável de modo a trazer as informações mais atualizadas e
condizentes com a conteúdo.
 Manual de métodos de análise Microbiológica de Alimentos e água / Neusely da Silva (et al.) / 4. Ed. / São Paulo /
Livraria Varela / 2010.
 Microbiologia dos alimentos / Irineide Teixeira Carvalho / Recife / EDUFRPE / 2010.
 Biotecnologia: Ensino e Divulgação / Maria Antonia Malajovich / 2ª Edição / Rio de Janeiro / 2016.
 Microbiologia / Gerard J. Tortora (et al.) / 12. ed. / Porto Alegre / Artmed / 2017.
 Microbiologia industrial : bioprocessos : volume 1 / Bernardo Dias Ribeiro (et al.). - 1. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier,
2018.
 Khan Academy / acessado em 01.03.2021 / www.khanacademy.org.
 Microrganismos: Relações ecológicas / Microbiologia Geral / Departamento de Fitopatologia e Nematologia / Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” / acessado em 01.03.2021.
http://www.khanacademy.org/
MUITO OBRIGADO
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