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SANIDADE ANIMAL (UAM)

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CADEIA EPIDEMIOLÓGICA 
É o processo de identificação dos mecanismos 
envolvidos no processo de propagação das doenças 
que envolve os hospedeiros, os agentes patogênicos, 
o ambiente e os meios pelos quais os agentes 
infectam os susceptíveis. 
O objetivo é sempre racionalizar o controle das 
doenças. A doença é estabelecida pelo parasitismo, 
infecção e no desequilíbrio da saúde. 
A cadeia epidemiológica é um sistema cíclico por 
meio do qual um agente etiológico é eliminado de um 
hospedeiro, é transferido ao ambiente e atinge um 
novo hospedeiro, no qual ele penetra, evolui e do qual 
é novamente eliminado. O conhecimento da cadeia 
epidemiológica é de fundamental importância para 
que se possa saber onde e como atuar, de forma a 
interrompê-la e impedir que a doença persista. 
A cadeia epidemiológica é composta por: 
• Fonte de infecção 
• Via de eliminação 
• Meio de transmissão 
• Porta de entrada 
 
FONTE DE INFECÇÃO 
É um organismo vertebrado, no qual o agente 
infectante pode desenvolver-se ou multiplicar-se e do 
qual pode ganhar acesso ao exterior. Alguns autores 
mencionam como fonte de infecção elementos 
inertes, tais como leite, água, solo etc. Tal conceito 
talvez possa até ser correto no caso de bactérias, 
fungos e parasitas, desde que aqueles elementos 
forneçam as condições necessárias para seu 
desenvolvimento. Já os vírus, por serem parasitas 
obrigatórios, requerem uma célula viva para sua 
replicação. Portanto, os elementos inertes servem 
puramente como veículo mecânico, transmitindo o 
vírus de uma fonte de infecção a um hospedeiro 
susceptível. 
Fontes de infecção: 
• Doente 
• Portador 
• Reservatório 
 
 
 
DOENTE 
É a fonte de infecção mais comum. É o indivíduo que 
apresenta os sintomas da enfermidade, sintomas 
esses devidos ao agente etiológico que albergam. De 
acordo com a manifestação desses sintomas, os 
doentes podem ser classificados em: 
• Doente típico 
• Doente atípico 
• Doente em fase prodrômica 
DOENTE TÍPICO 
É aquele que manifesta a sintomatologia 
característica da enfermidade. É, provavelmente, a 
fonte de infecção cujo combate causa menos 
problemas, pois a sintomatologia característica facilita 
o reconhecimento da enfermidade, permitindo assim 
pronta ação profilática. 
DOENTE ATÍPICO 
É aquele que apresenta sintomatologia diferente da 
que caracteriza a doença. Isso pode deverse à 
benignidade da infecção, como, por exemplo, nas 
formas subclínicas, ou por sua excessiva 
malignidade. Nesses casos, o diagnóstico é 
dificultado, podendo retardar significativamente a 
adoção de medidas profiláticas. 
DOENTE EM FASE PRODRÔMICA 
É aquele que apresenta uma sintomatologia 
inespecífica, no estágio inicial da doença. Durante 
esse período o doente pode eliminar o agente 
etiológico para o meio exterior, atuando como fonte 
de infecção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANIDADE ANIMAL 
PORTADOR 
É o hospedeiro que mantém em seu organismo um 
agente etiológico, sem apresentar sintoma devido a 
esse agente. 
Existem três tipos de portadores: 
• Portador saudável 
• Portador em incubação 
• Portador covalescente 
PORTADOR SAUDÁVEL 
É aquele que não apresenta os sintomas da 
enfermidade em nenhum momento do processo 
infeccioso, devido à resistência natural ou imunidade 
adquirida. O portador saudável apresenta grande 
importância do ponto de vista epidemiológico, pois, 
além de dificultar o diagnóstico, circula livremente 
entre a população. 
PORTADOR EM INCUBAÇÃO 
É aquele que ainda não apresenta os sintomas da 
enfermidade, que se encontra em fase de incubação, 
mas já elimina o agente etiológico. Após o período de 
incubação, o hospedeiro apresentará os sintomas da 
doença considerada. 
PORTADOR CONVALESCENTE 
É aquele que já não apresenta os sintomas da 
doença, por ter havido cura clínica, mas continua 
eliminando o agente etiológico. 
 
RESERVATÓRIO 
É um hospedeiro vertebrado, de espécie diferente da 
considerada, no qual o agente etiológico se instala, 
multiplica-se e é eliminado para o ambiente. 
 
VIAS DE ELIMINAÇÃO 
É a via por meio da qual o agente etiológico tem 
acesso ao meio exterior, ou seja, é eliminado de uma 
fonte de infecção. Embora o agente etiológico possa 
ser eliminado por diversas vias, normalmente uma é 
mais importante, tendo maior significado no estudo 
epidemiológico. O conhecimento da via de eliminação 
do agente etiológico é de fundamental importância, 
pois está associada ao mecanismo de transmissão da 
enfermidade. As vias de eliminação estão na 
dependência do local de multiplicação do agente 
etiológico. 
Dentre as vias de eliminação: 
• Secreções oronasais expectorais 
• Excreções (fezes ou urinárias) 
• Leite 
• Sangue 
• Exsudatos e descargas purulentas (uretrais ou 
vaginais) 
• Placenta 
• Descamação epitelial 
• Órgãos internos (cadáver) 
• Sêmen 
 
MEIOS DE TRANSMISSÃO 
É o conjunto de veículos, animados ou inanimados, 
por meio dos quais se dá a transmissão de um agente 
desde uma fonte de infecção até um hospedeiro 
susceptível. O meio exterior é geralmente 
desfavorável aos agentes etiológicos. 
CONTATO DIRETO 
O contato direto se dá quando ocorre contato físico 
entre a fonte de infecção e o hospedeiro susceptível e 
há transferência de material infectante. 
CONTATO INDIRETO 
Pressupõe a existência de um espaço entre a fonte 
de infecção e o novo hospedeiro, e a transferência do 
agente etiológico se dá por intermédio de um veículo, 
animado ou inanimado. 
AR 
Pode ser importante no caso de agentes expelidos 
com as secreções nasofaríngeas. A transmissão pelo 
ar se dá por meio de aerossóis ou de poeira. 
AEROSSÓIS 
Os aerossóis resultam da nebulização de secreções 
oronasais, em decorrência da emissão explosiva do 
ar. Há dois tipos de aerossóis: 
• Gotículas de Flugge: possuem um diâmetro 
superior a 0,1 mm 
• Gotículas de Wells: possuem um diâmetro de 
0,01 a 0,001 mm. 
POEIRA 
Agentes com relativa resistência ao ambiente 
resistem à dessecação e são ressuspensos no ar 
atmosférico devido a movimentação, no caso de 
vento, varredura etc. 
ALIMENTOS E ÁGUA 
A água é de grande importância, devido às inúmeras 
oportunidades de poluição e contaminação por 
microrganismos patogênicos. É o principal meio de 
transmissão das doenças entéricas. Os alimentos 
também constituem importante meio de transmissão. 
A contaminação dos alimentos pode ocorrer por 
manipulação inadequada ou na sua origem. 
SOLO 
Adquire particular importância quando nele o agente 
infectante realiza parte do ciclo evolutivo. É o caso 
das verminoses. 
HOSPEDEIRO INTERCALADO 
É um invertebrado que não participa ativamente na 
transmissão, mas que pode ser indispensável para o 
ciclo evolutivo do agente ou pode desempenhar 
importante papel na sua proteção durante a 
permanência no meio exterior. 
 
VETOR 
É um organismo vivo, invertebrado, geralmente um 
artrópode hematófago, e que veicula o agente 
etiológico. Fornece ao agente condições para sua 
multiplicação ou para sua proteção. Difere do 
hospedeiro intercalado porque participa ativamente 
no processo de transmissão. O vetor pode ser 
mecânico ou biológico. 
VETOR BIOLÓGICO 
É aquele em que é necessária a multiplicação ou o 
desenvolvimento do agente etiológico para que possa 
transmitir a enfermidade. O vetor biológico encarrega-
se de retirar o agente da fonte de infecção, oferece-
lhe proteção e geralmente o conduz a outro 
hospedeiro. A transmissão pode se dar pela saliva, 
durante a picada, pela regurgitação ou pela 
deposição, na pele, de agentes capazes de penetrar 
através do ferimento causado pela picada ou outra 
lesão. 
VETOR MECÂNICO 
Apenas transporta mecanicamente o agente 
etiológico, sem que em seu corpo ocorra alguma 
modificação desse agente. O vetor pode transportar o 
agente em suas patas ou probóscida ou pode ainda 
haver passagem do agente pelo trato intestinal,sem 
que ocorra multiplicação ou desenvolvimento do 
agente. 
FÔMITES 
São objetos que podem eventualmente levar o agente 
etiológico da fonte de infecção até o hospedeiro 
susceptível. Diferentes objetos podem atuar como 
fômites, tais como raspadeiras, arreios, baldes, 
seringas, agulhas, instrumentos cirúrgicos etc. 
OUTROS MEIOS DE TRANSMISSÃO 
Produtos de origem animal não comestíveis, tais 
como couro, lã, penas etc., também podem atuar na 
transmissão de agentes etiológicos. Produtos 
imunizantes, tais como soros e vacinas, também 
podem veicular agentes patogênicos. 
Os meios de transporte também podem auxiliar na 
difusão de um agente etiológico. Outro elemento que 
pode participar na difusão de um agente etiológico é o 
comunicante, ou contato, que é o indivíduo que 
esteve em tal associação com uma fonte de infecção 
ou com um ambiente contaminado a ponto de ter tido 
a oportunidade de contrair a infecção. 
 
PORTA DE ENTRADA 
É a via por meio da qual o agente etiológico consegue 
penetrar em um novo hospedeiro. A porta de entrada 
está associada ao meio de transmissão. 
MUCOSAS 
• Trato respiratório (gotículas e poeira) 
• Trato digestório (alimentos e água) 
• Aparelho geniturinário (contato direto) 
• Conjuntiva (vetores e gotículas) 
• Ducto galactóforo (solo e fômites) 
PELE 
A penetração através da pele pode se dar por contato 
direto, no caso de mordedura, por vetores, solo, 
fômites etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DETERMINANTES DA CADEIA 
EPIDEMIOLÓGICA: 
TRANSMISSÃO HORIZONTAL 
A doença é transmitida de um fonte de infecção para 
um hospedeiro. 
TRANSMISSÃO VERTICAL 
A doença é transmitida de uma geração para a 
próxima. 
SUSCEPTIBILIDADE 
Pode se restringir a uma espécie ou a várias espécies 
de agentes infecciosos. 
TRANSMISSIBILIDADE 
Refere-se a duração do período no qual o animal 
pode infectar e a quantidade de agentes infecciosos 
que o hospedeiro pode transmitir 
• Período pré-latente (parasitos) 
• Eclipse (vírus) 
• Latência (bactérias) 
INFECTIVIDADE 
É uma capacidade dos agentes de infectar e 
multiplicar no hospedeiro 
VIRULÊNCIA 
É a capacidade do agente em produzir danos graves 
ou fatais. 
PATOGENICIDADE 
É a qualidade que tem o agente infeccioso de uma 
vez instalado no organismo, produzir sinais clínicos 
em maior ou menor grau, dentre os hospedeiros 
infectados. 
ESTABILIDADE 
É o tempo que o agente infeccioso resiste fora do 
hospedeiro. 
CONTÁGIO 
É a transmissão rápida do material infectante da fonte 
de infecção ao hospedeiro, caracteriza-se pela 
presença de ambos no espaço e tempo. 
São eliminados pelos animais infectados via 
respiração, atingindo assim demais susceptíveis. 
 
 
CASO 
É um indivíduo afetado por determinada enfermidade. 
CASO PRIMÁRIO 
É o primeiro caso de determinada enfermidade a 
ocorrer em determinada área. 
CASO ÍNDICE 
É o primeiro caso de determinada enfermidade 
registrada em determinada área. 
CASO PRIMÁRIO 
É o caso que ocorre imediatamente após o caso 
primário, antes de transcorrido o período mínimo de 
incubação da doença, significa que teve a mesma 
exposição que o caso primário. 
CASO SECUNDÁRIO 
Aparece após o período máximo de incubação da 
doença (em relação ao primário), significa que se 
originou a partir do caso primário, e não da mesma 
fonte de infecção que deu origem aos casos primários 
e co-primários, o número de casos secundários 
caracteriza a difusibilidade da doença e reflete a 
infectividade do agente etiológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FASES DO PROCESSO INFECCIOSO DA 
DOENÇA 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO 
É o período decorrente entre a penetração do agente 
etiológico e o aparecimento dos primeiros sintomas 
clínicos. 
PERÍODO PRODRÔMICO 
Apresenta sinais e sintomas inespecíficos, o que 
dificulta o diagnóstico nesse período (exemplo de 
tosse, febre, mal estar). Tem curta duração, 
geralmente alguns dias, e alta transmissibilidade. 
Praticamente ausência de sinais patognomônicos. 
PERÍODO PRÉ-PATENTE 
Período decorrido entre a invasão (penetração) do 
agente etiológico no organismo até o aparecimento 
das primeiras formas detectáveis do agente (formas 
jovens iniciais como ovos, larvas, oocistos). 
PERÍODO DE LATÊNCIA 
Período no qual os sintomas de uma doença 
desaparecem, apesar do hospedeiro estar infectado, 
e ser capaz de transmitir a doença. 
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE 
É o intervalo de tempo em que há eliminação do 
agente etiológico, pelo hospedeiro, para o ambiente 
ou por meio de um vetor. Pode ser determinado por 
critérios clínicos ou por exames laboratoriais, sendo 
que o animal ou homem infectado pode ou não ter 
sintomas. 
 
 
 
 
LOCALIZAÇÃO DAS INFECÇÕES 
As infecções podem ser localizadas (sistema 
respiratório, gastrointestinal, derme, conjuntiva ou 
genital) ou sistêmicas. 
 
OCORRÊNCIA DAS DOENÇAS 
SURTO 
Acontece quando há o aumento repentino do número 
de casos de uma doença em uma região específica. 
Para ser considerado surto, o aumento de casos deve 
ser maior do que o esperado pelas autoridades. 
ENDEMIA 
Não está relacionada a uma questão quantitativa. 
Uma doença é classificada como endêmica (típica) de 
uma região quando acontece com muita frequência 
no local. As doenças endêmicas podem ser sazonais. 
EPIDEMIA 
Se caracteriza quando um surto acontece em 
diversas regiões. Uma epidemia a nível municipal 
acontece quando diversos bairros apresentam uma 
doença, a epidemia a nível estadual acontece quando 
diversas cidades têm casos e a epidemia nacional 
acontece quando há casos em diversas regiões do 
país. 
PANDEMIA 
Em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior 
dos cenários. Ela acontece quando uma epidemia se 
espalha por diversas regiões do planeta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA 
Uma enfermidade não pode ser separada do 
ecossistema em que interagem os elementos que 
concorrem para sua ocorrência. Esses elementos 
podem ser agrupados em três categorias: 
• Agente etiológico 
• Hospedeiro 
• Ambiente 
 
 
 
 
 
Esses elementos, que constituem a chamada tríade 
epidemiológica, podem coexistir em determinado 
ecossistema, sem que ocorra a enfermidade. 
Entretanto, qualquer desequilíbrio no estado de algum 
deles pode desencadear uma série de eventos que 
podem resultar em doença, como explica a figura 
abaixo. A essa sucessão de eventos, necessária para 
que a enfermidade ocorra, denomina-se processo 
epidêmico, e ao estudo das relações entre o agente 
etiológico e os demais componentes do ecossistema 
denomina-se história natural da doença. 
 
Para o desencadeamento desse processo, é 
necessária uma associação entre fatores do agente, 
do hospedeiro e do ambiente, ou seja, qualquer 
modificação em algum dos elementos do ecossistema 
resulta em adaptações dos outros elementos, as 
quais podem estar relacionadas com o 
desenvolvimento das enfermidades. 
 
 
 
AGENTE ETIOLÓGICO 
Os agente são formados por três tipos: 
• Físicos (traumatismo, queimaduras e etc) 
• Químicos (envenenamento, intoxicação e etc) 
• Biológicos (infecções, infestações e etc) 
AGENTE BIOLÓGICO: 
MORFOLOGIA 
Diversos aspectos da morfologia do agente etiológico 
são importantes, como, por exemplo, o tamanho, que 
vai influir na penetração do agente, no meio de 
transmissão etc. 
INFECCIOSIDADE 
É a capacidade que tem o agente etiológico de 
penetrar e multiplicar-se em determinado organismo, 
ou seja, de causar infecção, independentemente da 
ocorrência ou não de agravos à saúde. 
IMUNOGENECIDADE 
É a capacidade do agente de induzir uma resposta 
imune específica por parte do hospedeiro. Essa 
resposta imune resulta na formação de anticorpos 
circulantes, anticorpos locais e imunidade celular. 
Determinados agentes são capazes de induzir no 
hospedeiro uma resposta imunitária intensa e 
duradoura, enquanto outros determinam uma 
imunidade de curtaduração. 
VARIABILIDADE 
É a capacidade que tem o agente etiológico de 
adaptar-se às condições do hospedeiro e do 
ambiente. A variação antigênica é um exemplo do 
mecanismo seletivo de adaptação do agente a uma 
situação adversa, alterando suas características 
antigênicas para evitar os mecanismos de defesa do 
hospedeiro. 
Outro mecanismo relacionado com a variabilidade do 
agente é o desenvolvimento de resistência a agentes 
microbianos. 
RESISTÊNCIA 
É a capacidade do agente de sobreviver fora do 
hospedeiro, ou seja, no meio exterior. Reveste-se de 
grande importância porque a sobrevivência no 
exterior, por longo tempo, proporciona ao agente 
maiores oportunidades de atingir outro hospedeiro. 
 
 
PERSISTÊNCIA 
Reflete a capacidade de um agente de permanecer 
em uma população de hospedeiros por tempo 
prolongado, ou indefinidamente. Trata-se, pois, de 
uma característica estreitamente associada às 
demais propriedades do agente. 
Agentes que necessitam de parasitismo obrigatório, 
acometem uma única espécie hospedeira, são 
dotados de elevada capacidade letal, conferem sólida 
imunidade, apresentam curto período de 
transmissibilidade e baixa resistência às condições 
ambientais teriam uma limitada ou quase nula 
condição de manutenção na natureza 
 
HOSPEDEIRO 
Entende-se por hospedeiro todo indivíduo capaz de 
abrigar em seu organismo um agente causal de 
doença com o qual pode estabelecer relações 
variadas. Diversas características do hospedeiro 
influem sobre sua susceptibilidade às enfermidades. 
Essas características podem ser divididas em 
próprias e variáveis. 
CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS 
São aquelas que não são influenciadas pelo agente 
etiológico nem pelo ambiente. 
ESPÉCIE 
Determinadas enfermidades atingem somente 
determinadas espécies animais. 
RAÇA 
Pode existir diferença de susceptibilidade a 
determinada doença entre as raças. 
SEXO 
A diferença de susceptibilidade pode ser devida a 
caracteres anatômicos ou fisiológicos, ou à diferença 
de manejo e de utilização. 
IDADE 
A idade influi sobre a susceptibilidade do hospedeiro 
à maioria das enfermidades. Essa diferença deve-se 
principalmente ao estado imunológico. 
CARACTERÍSTICAS VARIÁVEIS 
São aquelas sujeitas a modificações por influência do 
agente e/ou do meio. 
 
ESTADO FISIOLÓGICO 
O estado fisiológico, como, por exemplo, gestação, 
lactação, subalimentação, estresse, pode modificar a 
susceptibilidade do hospedeiro ao agente etiológico. 
UTILIZAÇÃO 
Está ligada a características do ambiente e age 
diretamente sobre o estado fisiológico do hospedeiro. 
DENSIDADE 
Está ligada ao manejo. Determina, em grande parte, o 
risco de contágio. 
 
AMBIENTE 
As características básicas do agente e do hospedeiro 
susceptível são determinadas, em sua maior parte, 
geneticamente. Entretanto a conduta desses 
elementos depende da interação com o meio que 
habitam. As características do ambiente constituem 
as condições fundamentais para o comportamento do 
agente etiológico em uma população susceptível. As 
características do ambiente podem ser divididas em 
três categorias: físicas, biológicas e socioeconômicas. 
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS: 
CLIMA 
As condições climáticas podem influir de diversas 
maneiras sobre o agente e sobre o hospedeiro. A 
temperatura ambiente exerce efeito direto sobre os 
agentes. Temperaturas elevadas destroem 
rapidamente a maioria dos vírus. Contrariamente, 
podem favorecer a multiplicação de bactérias, desde 
que elas encontrem os elementos nutritivos de que 
necessitam, e podem também favorecer a 
multiplicação de insetos. Também a umidade relativa 
do ar pode ser prejudicial aos vírus e pode ser 
favorável ao desenvolvimento de outros agentes 
(fungos, parasitas, bactérias, insetos etc.) e vetores. 
É importante para o ciclo fora do hospedeiro. As 
variações bruscas de temperatura e umidade 
geralmente são prejudiciais à sobrevivência dos 
agentes etiológicos. Os raios solares são prejudiciais 
aos agentes infecciosos, tanto por efeito direto, pela 
ação do calor, como por efeito indireto, provocando 
mutações letais (raios ultravioleta). As chuvas e as 
secas atuam diretamente sobre os hospedeiros, 
determinando alterações na densidade populacional, 
migrações etc. Também atuam indiretamente, 
afetando os componentes biológicos do ambiente e, 
portanto, as condições para a nutrição. Ventos atuam 
principalmente sobre a difusão dos agentes. 
HIDROGRAFIA 
A distribuição e o curso dos rios também exercem 
grande influência sobre a ocorrência das 
enfermidades. Determinam a disponibilidade de água 
para bebida e irrigação do terreno e podem servir 
para a transmissão de agentes etiológicos. Os cursos 
de água também são importantes como locais de 
concentração de animais e agentes favorecedores de 
migrações, determinadas por inundações. 
Dependendo do grau de correnteza, podem ser 
favoráveis à multiplicação de agentes etiológicos e 
vetores. 
TOPOGRAFIA 
As serras ou montanhas servem de barreira natural 
contra a difusão de agentes etiológicos. A altitude 
também pode atuar como fator limitante para a 
sobrevivência e multiplicação de artrópodes 
transmissores de enfermidades. 
SOLO 
As características do solo são importantes para a 
determinação dos componentes biológicos do 
ambiente. O solo representa o suporte físico de todo 
o sistema de interações nele estabelecida, bem como 
os nutrientes essenciais ao componente biológico. 
CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS 
A fauna e a flora são de fundamental importância na 
determinação da ocorrência de enfermidades. A flora 
determina os elementos nutritivos disponíveis para a 
fauna e, portanto, influi no estado fisiológico do 
hospedeiro susceptível, bem como no manejo, na 
utilização e na densidade. A fauna, por sua vez, 
determina a presença ou ausência do hospedeiro 
susceptível, assim como a presença de reservatórios 
e vetores. 
CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS 
Os componentes socioeconômicos do ambiente 
referem-se a todas as influências que o ser humano 
exerce sobre o agente, o hospedeiro, o ambiente e, 
portanto, sobre a ocorrência da enfermidade. 
ESTRUTURA DA PRODUÇÃO 
O tipo de estrutura econômica de produção pecuária 
influi diretamente sobre todas as características 
sociais da comunidade rural, como, por exemplo, 
poder aquisitivo, grau de instrução, emprego de 
tecnologia, consciência sanitária etc. Determina, 
ainda, a forma de comercialização de animais (livre 
ou centralizada), o tipo de divisão da terra (minifúndio 
ou latifúndio) e, portanto, a densidade dos rebanhos. 
COMERCIALIZAÇÃO DE ANIMAIS 
Toda a forma de comercialização que propicia o 
agrupamento de animais provenientes de áreas 
distantes tenderá a aumentar o risco de difusão de 
uma enfermidade. Esse é o caso das feiras e leilões, 
por exemplo. A participação de intermediários na 
comercialização pecuária também é fator de risco de 
difusão de doenças. Por outro lado, a comercialização 
direta entre o produtor e o abatedouro, por exemplo, 
evita o contato de animais de origens diversas, 
permite um melhor controle e registro da origem e do 
destino dos animais e facilita a aplicação de medidas 
preventivas. 
COSCIÊNCIA DA COMUNIDADE 
O nível de consciência sanitária da comunidade influi 
sobre programas de vigilância epidemiológica e de 
combate às enfermidades. 
VIAS DE COMUNICAÇÃO 
Estão relacionadas ao trânsito de animais e veículos 
e também às possibilidades de rápida notificação, 
visitas etc. 
MANEJO 
O manejo está intimamente relacionado aos hábitos e 
costumes dos animais e dos criadores, sendo, em 
grande parte, responsável por fatores que 
condicionam o aparecimento de doenças, como, por 
exemplo, a densidade populacional. 
HIGIENE AMBIENTAL 
Está intimamente ligada à consciência sanitária e 
pode ser um fator fundamental para a presença de 
agentes e vetores. 
EMPREGO DE TÉCNOLOGIAAGROPECUÁRIA 
O uso de novas tecnologias - tais como ordenhadeira 
mecânica, inseminação artificial, formação de 
pastagens, fornecimento de concentrados, 
transferência de embriões etc. - pode influir, positiva 
ou negativamente, sobre a disseminação de agentes 
etiológicos. 
 
 
 
 
 
SAÚDE 
É o estado de completo bem-estar físico, mental e 
social e, não simplesmente a ausência de doenças. 
SAÚDE POPULACIONAL 
É o valor médio resultando do agrupamento dos 
diferentes graus de saúde dos indivíduos que 
compõem a população. 
GRAUS DE SAÚDE DE UMA POPULAÇÃO: 
1 
Sem sinais clínicos, sem lesões e sem problemas 
comportamentais graves. 
2 
Sem sinais clínicos, sem lesões aparentes, sem 
problemas comportamentais graves, mas 
apresentando infecções, infestações, tumores e etc. 
3 
Com leves alterações de saúde. 
4 
Com sinais clínicos, com lesões aparentes e com 
problemas comportamentais graves. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES EPIDEMIOLÓGICAS 
• Por que alguns adoecem e outros não? 
• Onde a doença ocorre e por que naquele 
lugar? Há vetores envolvidos? 
• Quando a doença ocorre e por que existem 
variações na sua ocorrência? 
• Qual o risco associado a esta infecção? 
 
 
INDICADORES 
EPIDEMIOLÓGICOS 
São valores utilizados para avaliar o estado de 
saúde de uma população. Os valores numéricos 
referentes a qualquer evento de interesse em saúde 
são necessários para o conhecimento das condições 
de saúde de uma população. 
Todo indicador está relacionado a um local 
(município, estado, país e continente), espaço de 
tempo (horas, dias, semanas, mês, ano e década) e 
em determinada população (espécie, gênero, idade, 
raça etc). 
FREQUÊNCIA RELATIVA 
COEFICIENTE OU TAXA 
Mede sempre uma probabilidade, ou seja, mede o 
risco médio que um indivíduo da população tem de 
sofrer determinado evento. 
 
MORBIDADE 
É a frequência de doentes ou infectados numa 
população. Ela avalia a probabilidade de um 
indivíduo estar doente ou infectado numa população. 
INCIDÊNCIA (I) 
Também chamado de coeficiente de morbidade. Ele 
avalia a frequência com que surge novos casos 
numa população. 
Mede o risco que correu um indivíduo daquela 
população de ser atingido por aquela enfermidade, 
naquele período de tempo, e tem por objetivo avaliar 
a frequência com que estão surgindo casos novos da 
doença na população. 
 
PREVALÊNCIA (P) 
Também chamado de coeficiente de morbidade 
prevalente. Mede a frequência de casos de 
doenças existentes numa população em um 
determinado momento ou intervalo de tempo restrito 
sem distinguir os casos novos dos casos antigos. 
 
LETALIDADE (L) 
Expressa o risco de morte por determinada doença 
dos que estão expostos os indivíduos por ela 
acometidos e oferece elementos para o prognóstico 
da doença. É a chance da população que está com a 
doença morrer por ela. 
 
MORTALIDADE (M) 
Reflete o risco que um indivíduo de determinada 
população morrer por qualquer causa durante o 
período considerado. É expressado de maneira muito 
genérica a qualidade da vida da população. 
 
NATIMORTALIDADE (NM) 
É a relação entre o número de nascidos mortos e o 
total de nascimentos ocorridos em uma população de 
dado lugar, em um dado período de tempo. 
 
MORTALIDADE INTRAUTERINA (MIU) 
 
FECUNDIDADE (F) 
 
NATALIDADE (N) 
Avalia a intensidade do crescimento populacional. 
Mede a velocidade relativa com que os nascimentos 
estão ocorrendo numa população. 
 
TESTES 
LABORATORIAIS 
DIAGNÓSTICOS 
Teste de diagnóstico é qualquer recurso utilizado para 
identificar uma fonte de infecção. Os testes são 
importantes para identificar a doença no animal e o 
seu destino (tratamento ou eutanásia) ou identificar 
a ausência da doença do mesmo (introdução de um 
animal na população, acompanhamento pós 
tratamento ou GTA). 
Os objetivos dos métodos de diagnósticos é de 
estimar a prevalência das doenças e manter a sua 
vigilância em uma população, além de fazer análises 
de risco sobre ela. 
 
TIPOS DE DIAGNÓSTICO: 
CLÍNICO 
É baseado nos sinais e sintomas clínicos e constitui 
um diagnóstico de suspeição. É o mais seguro nos 
casos em que o indivíduo apresenta um quadro típico. 
EPIDEMIOLÓGICO 
É feito por meio de evidências circunstanciais, que 
podem levar ao descobrimento da fonte de infecção. 
LABORATORIAL 
Métodos especiais que por si só permitem um 
resultado mais ou menos conclusivo, ou então 
fornecem informações adicionais capazes de levar ao 
diagnóstico definitivo. 
 
DIRETOS 
Quando visam reconhecer a presença do agente 
etiológico no organismo do hospedeiro. Neste 
caso, não existiriam resultados falso-positivos, uma 
vez que um resultado positivo seria um indício 
definitivo da infecção. 
 
INDIRETOS: 
Quando visam constatar indiretamente a presença 
do agente etiológico. Os métodos indiretos podem 
ser classificados em quantitativos ou qualitativos 
QUANTITATIVOS 
Os procedimentos de natureza quantitativa buscam 
expressar, por meio de valores numéricos, 
evidências de anormalidades nos parâmetros dos 
elementos orgânicos do hospedeiro. 
QUALITATIVOS 
Os métodos qualitativos são de natureza dicotômica, 
isto é, buscam sempre revelar a presença ou a 
ausência de um atributo ou caráter passível de ser 
associado a determinada condição ou agravo. 
• Primários: são aqueles que medem 
diretamente a união primária do antígeno com 
o anticorpo, não dependendo da ocorrência de 
fenômenos secundários (IF, ELISA e 
radioimunoensaio). 
• Secundários: são aqueles que se baseiam 
em fenômenos secundários que ocorrem após 
a união primária do antígeno com o anticorpo 
(precipitação, aglutinação e fixação de 
complemento). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TESTES IMUNOLÓGICOS 
Usado para pesquisar de antígeno ou anticorpo do 
agente. São técnicas de detecção e quantificação de 
antígeno-anticorpo. 
Os testes detectam a presença de anticorpos contra 
parasitas, fungos, bactérias ou vírus. Podem 
também detectar a presença dos antígenos desses 
agentes, indicando diretamente a sua presença no 
hospedeiro. Os testes imunológicos podem ainda ser 
utilizados para a detecção de hormônios, drogas, 
citocinas e receptores de células. 
Esses testes identificam a presença ou a ausência de 
antígeno ou anticorpo na amostra. 
IMUNOCROMATOGRAFIA 
São testes que funcionam por capilaridade e 
dispensam o uso de reagentes e equipamentos. A 
amostra é chamada de analito e pode ser: sangue, 
soro urina ou fezes. 
O sistema é realizado em uma matriz constituída de 
membrana de nitrocelulose ou de náilon coberta 
por acetato transparente para facilitar a visualização 
do teste. 
 
O antígeno ou o anticorpo é fixado na membrana na 
forma de linhas ou pontos e o restante da membrana 
é bloqueado com proteína inerte como nos testes 
imunoenzimáticos (ELISA). 
Para detecção de antígenos podem ser utilizados 
anticorpos fixados na linha de captura e como 
conjugado um segundo anticorpo conjugado ao 
corante. 
 
Um dos métodos imunológicos desses testes 
emprega corante insolúvel, como ouro coloidal 
(róseo) ou prata coloidal (azul marinho) como 
revelador da interação antígeno-anticorpo. 
A amostra aplicada se liga ao conjugado colorido e 
após a migração por cromatografia a formação do 
imunocomplexo é revelada pelo depósito do corante 
coloidal na linha de captura. 
 
ELISA 
O teste de “ELISA” (do inglês “Enzyme Linked 
ImmunonoSorbent Assay) se baseia reações 
antígeno-anticorpo detectáveis através de reações 
enzimáticas. A enzima mais comumente utilizada 
nestas provas é a peroxidase, que catalisa a reação 
de desdobramento da água oxigenada (H2O2) em 
H2O mais O2. É um teste quantitativo. 
O ensaio pode ser empregado com uma variedade de 
sistemas de detecção, que vão de leituras visuais a 
fotométricas, com substratos coloridos, fluorescentes 
ou luminescentes. 
O princípio básicoda reação de ELISA é a 
imobilização de um dos reagentes em uma fase 
sólida, enquanto outro reagente pode ser ligado a 
uma enzima, com preservação tanto da atividade 
enzimática como da imunológica do anticorpo. A fase 
sólida pode ser constituída por partículas de agarose, 
poliacrilamida, dextran, poliestireno, etc. Placas 
plásticas são as mais difundidas, por permitirem a 
realização de múltiplos ensaios e automação. Após 
cada etapa, como sensibilização, incubação com a 
amostra e com o conjugado, as cavidades das placas 
são lavadas para a remoção do material não ligado à 
fase sólida. 
IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA 
Fluorescência é um processo do qual um elemento 
chamado fluorocromo absorve energia na forma de 
espectro luminoso, tornando-se eletricamente 
“excitado”; ao liberar essa energia emitem luz num 
comprimento de onda específico. A 
imunofluorescência é uma técnica baseada na ligação 
de anticorpos com fluorocromos. 
Na IF indireta a placa de fluorescência já vem com 
antígenos específicos, testa-se o soro do paciente e 
depois adiciona-se um anti-anticorpo marcado com 
fluorocromo. 
HEMAGLUTINAÇÃO 
Quando um antígeno é particulado, a reação de um 
anticorpo com o antígeno pode ser detectada pela 
aglutinação (agrupamento) do antígeno. O termo 
geral aglutinina é usado para descrever anticorpos 
que aglutinam antígenos particulados. Quando o 
antígeno é um eritrócito é usado o termo 
hemaglutinação. Todos os anticorpos podem 
teoricamente aglutinar antígenos particulados mas 
IgM, devido à sua elevada valència, é particularmente 
uma boa aglutinina e se pode às vezes inferir que um 
anticorpo deve ser da clase IgM se for um bom 
anticorpo aglutinador. 
TESTES MOLECULARES 
Procura-se a presença ou ausência de um agente a 
partir do seu material genética (ácidos nucleicos, DNA 
ou RNA). 
PCR-RT 
Reação em cadeia de polimerase em tempo real. 
Permite que uma amostra específica de um paciente 
que contenha ácidos nucleicos DNA ou RNA, de 
doenças infecciosas e parasitárias para que sejam 
amplificadas milhares de vezes em curto espaço de 
tempo. O objetivo do PCR é multiplicar trechos 
específicos dos ácidos nucleicos. 
Esta reação é composta de 2 partes: a transcrição 
reversa e a amplificação propriamente dita. Seu 
principal diferencial é que na verdade esta reação não 
parte de um molde de DNA diretamente extraído da 
amostra; a amostra fornece o RNA, que é convertido 
em cDNA (DNA complementar). Ferramenta útil em 
estudos de expressão gênica, pois avaliando o 
mRNA, podemos detectar quais proteínas estão 
sendo efetivamente expressas. No entanto, o estudo 
direto do RNA (principalmente o mRNA) é inviável, 
devido à sua alta sensibilidade a vários fatores e a 
altas temperaturas. O primeiro passo da reação 
consiste na síntese de uma fita de DNA utilizando 
como template uma fita de RNA numa reação 
catalisada por uma transcriptase reversa. 
 
 
RESULTADOS 
O resultado do teste deve ser sempre interpretado 
com as demais informações do paciente: histórico, 
manifestações clínicas, contactantes, espécie e 
outros resultados diagnósticos. 
FALSO-NEGATIVO E FALSO-POSITIVO 
• Presença de anticorpos maternais 
• Vacinação 
• Tempo pós infecção em relação ao tempo de 
produção de anticorpos 
• Resposta imunológica individual: humoral e 
celular 
• Pesquisa de antígenos do agente em teste 
sorológico 
• Pesquisa de DNA ou RNA molecular 
• Fazes da doença em relação a presença do 
agente nas amostras 
• Amostra adequada 
MÉTODOS IMUNOLÓGICOS COM ALTA 
SENSIBILIDADE E BAIXA ESPECIFICIDADE 
SENSIBILIDADE 
É a capacidade de um teste de fornecer um resultado 
positivo quando o indivíduo testado é infectado. A 
falta de sensibilidade implica aumento de resultados 
falso-negativos. 
É utilizado em: 
• Emergências para avaliação rápida de 
doenças potencialmente graves 
• Método de triagem 
• População em que a doença possui alta 
prevalência 
 
MÉTODOS IMUNOLÓGICOS COM ALTA 
ESPECIFICIDADE E BAIXA SENSIBILIDADE 
ESPECIFICIDADE 
É a capacidade do teste de fornecer um resultado 
negativo quando o indivíduo testado está livre da 
infecção. A falta de especificidade implica aumento do 
número de falso-positivos. 
É utilizado em: 
• É utilizado em testes confirmatórios (quando o 
animal é positivo no teste de triagem: apenas 
os animais positivos nos dois testes são 
considerados infectados) 
• Muito utilizado em programas de erradicação 
quando se pratica a eutanásia de animais 
(necessário ter certeza de resultados 
positivos) 
• Em situações de baixa prevalência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VACINAS 
A vacinação consiste na administração de um 
antígeno ao animal de maneira que responda 
eficazmente frente a este e desenvolva uma memória 
imunitária específica. A exposição posterior ao 
mesmo antígeno ocasionará uma segunda resposta 
mais rápida e de maior intensidade e duração. 
As vacinas estimulam o organismo para a produção 
de anticorpos dirigida, especificamente, contra o 
agente infeccioso ou contra seus produtos tóxicos; 
além disso, desencadeiam uma resposta imune 
específica mediada por linfócitos, bem como tem por 
objetivo formar células de memória, as quais serão 
responsáveis por desencadear uma resposta imune 
de forma rápida e intensa nos contatos futuros. 
Quando o indivíduo é vacinado o seu organismo tem 
a oportunidade de prevenir a doença sem os riscos 
da própria infecção. O organismo do paciente 
desenvolve proteínas denominadas “anticorpos” ou 
“imunoglobulinas” que impedem a disseminação do 
micro-organismo juntamente com outras moléculas e 
células do organismo. O sistema imunológico pode 
induzir “células de memória” que circulam no 
organismo e guardam na memória como produzir 
esses anticorpos durante muito tempo, muitas vezes 
a vida toda. Desta forma, se o indivíduo for exposto 
novamente à doença, as células do sistema imune 
produzirão os anticorpos e serão capazes de inibir os 
microorganismos antes de desenvolverem a doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMUNIZAÇÃO 
IMUNIDADE PASSIVA 
É a imunidade que pode ser adquirida sem que o 
sistema imune seja exposto ao antígeno. É feito pela 
transferência de soro ou imunoglobulinas de um 
doador imune para um indivíduo não-imune. 
IMUNIDADE PASSIVA NATURAL 
Imunidade feita pela transferência da mãe para o feto 
através da transferência placentária de IgG ou 
transferência pelo colostro IgA. 
IMUNIDADE PASSIVA ARTIFICIAL 
Imunidade frequentemente transferida artificialmente 
pela injeção com gamaglobulinas (Ac) de outros 
indivíduos ou gamaglobulinas (Ac) de um animal 
imunizado. A transferências passiva de Ac é praticada 
em numerosas situações agudas, infecções ou 
envenenamento. Esse meio de imunização tem a 
vantagem de prover proteção imediata. As 
gamaglobulinas heterólogas são eficientes durante 
apenas por uma curta duração. 
IMUNIZAÇÃO ATIVA 
Esta se refere a imunidade produzida pelo corpo após 
exposição ao antígeno com produção de memória 
imunológica. 
IMUNIDADE ATIVA NATURAL 
Exposição a diferentes patógenos que resulta em 
uma resposta imune protetiva contra esses 
patógenos. São infecções naturais à vírus, bactérias e 
entre outros agentes. 
 
IMUNIZAÇÃO ATIVA ARTIFICIAL 
Imunização pode ser conseguida ao administrar 
patógenos vivos ou mortos ou de seus componentes. 
São vacinas usadas para imunização ativa 
consistente em antígenos vivos (atenuados), 
organismos completos mortos, componentes 
microbianos ou toxinas secretadas (que tenham sido 
detoxificados). 
 
 
 
 
 
TIPOS DE VACINAS: 
1 - VACINA MORTA OU INATIVADA 
São formadas pelos organismos completo (bactéria, 
vírus ou fungo) e inativados por algum método físico 
sem que alterem suas propriedades imunológicas. 
Também são consideradas vacinas mortas as 
produzidas a partir de exotoxinas bacterianas 
inativadas (toxóides). 
2 - VACINAVIVA ATENUADA 
São constituídas por agentes infecciosos vivos não-
virulentos. A atenuação é geralmente de forma 
natural (como adaptação de um hospedeiro 
diferente), por métodos de laboratório clássicos 
(mediante a passagens ou subcultivos e adaptações 
a outras temperaturas) ou mediante a manipulação 
genética. Estas vacinas podem proporcionar um bom 
nível de proteção, mas são menos seguras que as 
inativadas pela possível reversão à virulência. 
3 - VACINAS GENÉTICAS 
Baseiam-se na utilização de técnicas de engenharia 
genética para clonar em diferentes fatores os genes 
que codificam proteínas imunogênicas de um agente 
infeccioso ou para eliminar os genes que codificam 
proteínas relacionas com a virulência de um 
patógeno. 
3 - VACINAS ACELULARES OU DE 
SUBUNIDADES 
As vacinas de organismos inativadas (sintéticas ou de 
subunidade) atuam como antígenos exógenos 
induzindo uma resposta do tipo humoral (produção de 
Ac com geração de linfócitos B de memória). Neste 
caso pode-se incorporará diferentes tipos de 
adjuvantes que melhoram a resposta imunitária. 
4 - VACINA COMESTÍVEL 
Ocorre a exposição das células da planta às bactérias 
causadoras da doença. Esta bactéria contém um 
gene que a torna imune a ação do antibiótico. 
Após um certo tempo de cultura, um forte antibiótico é 
adicionado ao meio e todas as células da planta que 
não tiveram sofrido transferência genética irão morrer. 
Para finalizar ocorrer a brotação e enraizamento do 
callus e depois só plantar e gerar uma muda. 
 
 
 
5 - ADJUVANTES 
Qualquer substância que quando adicionado a uma 
fórmula vacinal aumenta a sua imunogenicidade. 
TIPOS: 
IMUNOESTIMULADORES 
Feita a partir de complexos moleculares de vírus, 
bactérias e outros microrganismos 
• Saponinas 
• Citocinas (IL-2, IL12) 
• GM-CSF 
• DNA bacteriano 
• LPS 
• MPL e derivados sintéticos 
• Lipopeptídeos 
PARTICULADOS 
Feito de partículas lipídicas, sais minerais ou 
micropartículos de microrgagnismos. São substâncias 
mais duras. 
• Lipossomos 
• Emulsões 
• SAF e MF59 
• Virossomos 
• ISCOMS e COCLEATOS 
• Hidróxio de Al- 
• Fosfato de Al- 
• Fosfato de Ca2+ 
• Microparticula de PLG 
• Partículas de Poloxames 
• Partículas de Vírus-like 
MUCOSA 
Estimula as mucosas em vacinas que sejam 
intranasais ou orais. 
• Heat labile enterotoxin 
• Colera toxin 
• Mutant toxins LTK63 
• Coleatos 
 
 
 
 
 
 
6 - VETORES RECOMBINANTES 
Nas vacinas atenuadas ou microrganismos vivos se 
replicam no hospedeiro. As vacinas de vetor 
recombinante e as vacinas DNA não são replicadas 
no animal, mas dão lugar à síntese das proteínas 
antigênicas. Em todos estes casos a síntese destes 
antígenos endógenos estimulam uma resposta celular 
TH1 e a geração de linfócitos memória. 
A composição do gene de interesse é inserido em um 
vírus. 
Formação: 
• PCR do antígeno de interesse 
• Clonagem em vetor de expressão para 
bactéria, levedura e células 
• Transformação de bactérias e leveduras com 
plasmídeos 
• Purificação do antígeno recombinante e 
adição de adjuvante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DAS VACINAS 
INTRAMUSCULAR 
 
SUBCUTÂNEA 
 
INTRADÉRMICA 
 
INTRANASAL 
 
ORAL 
 
TRANSDÉRMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFEITOS OU REAÇÕES SECUNDÁRIAS 
As vacinas comerciais são seguras e raramente 
provocam efeitos ou reações secundárias como 
consequência de sua plicação 
• Dor 
• Alopecia localizada 
• Abscessos 
• Sarcoma de aplicação em felinos 
REAÇÕES ADVERSAS 
Acontece em algumas raras ocasiões após a 
aplicação da vacina, aparecendo reações adversas 
sistêmicas. 
• Febre e mal-estar 
• Abortamento 
• Reações de hipersensibilidade 
• Doenças autoimunes 
• Imunossupressão 
 
 
FALHAS VACINAIS 
As vacinas não conferem uma proteção imediata 
após sua aplicação, pois é necessário que se ative o 
sistema imune e se desenvolva a memória 
A efetividade e duração da memória imunitária 
depende de diversos fatores relacionados: vacina, 
administração vacinal e condições do animal 
vacinado. Falhas nesses fatores relacionados causa 
falha vacinal. 
 
 
 
 
 
 
 
JANELA DE SUSCETIBILIDADE 
Apesar dos anticorpos maternos serem importantes 
nos primeiros dias de vida, eles podem persistir por 
até 16 semanas de idade ou mais, em níveis 
considerados não protetores, mas que são capazes 
de interferir na vacinação, período denominado 
“janela de suscetibilidade”. Este período pode ser 
variável em decorrência dos níveis de 
imunoglobulinas transferidas ao animal e tempo de 
meia-vida. Esta inibição é linfócito B-específica e 
depende da concentração de anticorpos maternos 
presentes no animal. 
 
 
LIMITAÇÃO DAS VACINAS CONTRA 
PARASITAS 
Parasitas evitam, confundem e escapam do sistema 
imune do hospedeiro, além do seu ciclo de vida ser 
complexo, dificultando a identificação de bons 
antígenos alvo. 
 
 
ENTERITES VIRAIS 
São entidades mórbidas infectocontagiosas do 
sistema digestório que acometem principalmente 
animais neonatos. Os sintomas mais comuns são os 
de gastroenterites geralmente causados por vírus do 
gênero coronavírus, rotavírus, adenovírus, 
bredavírus e parvovírus. 
A ocorrência das enterites virais tem uma distribuição 
sazonal, estando mais presente no inverno. A 
diminuição da luz UV, da umidade e do aumento 
populacional entre os animais faz com a propagação 
do vírus seja mais fácil. 
PATOGENIA 
A patogenia das enterites virais são semelhantes. 
Após a ingestão, as partículas virais percorrem o trato 
digestivo e alcançam a luz intestinais. Esses vírus 
possuem tropismo marcante pelas células do 
intestino delgado. Os vírions penetram nos 
enterócitos maduros, localizados na região apical 
das vilosidades intestinais. 
A partir desse momento, é iniciado o ciclo replicativo 
no interior dos enterócitos, culminando com a lise e 
descamação do epitélio intestinal. Os vírions 
liberados, após a descamação celular, irão infectar 
novos enterócitos, contribuindo para a propagação da 
infecção. Os vírus são excretados nas fezes por até 
sete dias pós-infecção. Em decorrência da grande 
injúria tecidual pode ocorrer atrofia das vilosidades. 
Com a lise e descamação do etitélio intestinal, as 
enzimas unidas à membrana das células epiteliais, 
especialmente a lactase, não podem completar a 
digestão do conteúdo intestinal. A fermentação da 
lactose provoca a diminuição do pH, por aumento 
dos ácidos graxos de cadeia curta, que não podem 
ser contrastados pelo poder tampão do conteúdo 
intestinal. A alteração causada pelo caráter ácido do 
conteúdo digestivo no epitélio do cólon provoca uma 
reabsorção insuficiente de água e então ocorre o 
quadro clínico de diarreia. 
O processo é agravado pela exsudação, inflamação 
e maior secreção que é produzida pela participação 
de sorotipo de Escherichia coli produtores de 
toxinas. Animais jovens podem morrer em 
consequência da desidratação ou da infecção 
bacteriana secundária. 
 
 
CORONAVÍRUS CANINO 
ETIOLOGIA 
Os coronavirus canino (CVoC) são classificados na 
ordem Nidovirales, da família Coronaviridae; 
pertencem ao gênero Alphacoronavirus da espécie 
Alphacoronavirus-1. 
Os coronavírus são envelopados, pleomórficos e 
aproximadamente arredondados. Possuem RNA fita 
simples não-segmentado e de sentido positivo. 
São estáveis em pH de 5-7,4 e de 4-37°C. 
Seu genoma é composto por genes codificadores de 
proteínas estruturais: proteína de nucleocapsídeo (N), 
proteína de matriz (M), proteína de envelope (E) e 
proteína de espícula (S). A proteína S é a principal 
proteína estrutural de envelope sendo responsável 
pela atividade hemaglutinante do qual é o principal 
alvo para anticorpos neutralizantes. 
EPIDEMIOLOGIA 
A infecção por CCoV é restrita ao trato 
gastrointestinal e ocorre principalmente em canis e 
abrigos para cães, umavez que por se tratar de um 
vírus altamente contagioso se difunde rapidamente 
pela população canina. 
Cães de todas as idades e raças são susceptíveis à 
infecção pelo Coronavírus canino. No entanto os 
filhotes são mais sensíveis e frequentemente 
desenvolvem sinais clínicos de enterite, além de 
apresentarem índices maiores de mortalidade 
A principal via de infecção é oral, sendo as fezes e 
fômites as principais fontes de infecção. O CCoV é 
eliminado nas fezes por até 2 semanas pós-infecção, 
prolongando-se por até 180 dias em alguns casos. 
Cães saudáveis podem excretar o vírus nas fezes por 
longos períodos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROTAVÍRUS CANINO 
ETIOLOGIA 
É um vírus de genoma RNA segmentado, dupla fita, 
sem envelope e de simetria icodaédrica de três 
camadas proteicas. É capaz expressar vários tipos de 
sorotipos, facilitando assim a sua mutação genética. 
Os rotavírus são classificados em grupos, sendo até o 
momento oito identificados: A, B, C, D, E, F, G e H, 
denominados eletrogrupos. 
Das doze proteínas dos rotavírus, seis são 
estruturais, denominadas VP (do inglês “viral 
protein”), sendo elas VP1, VP2, VP3, VP4, VP6 e 
VP7, e outras seis não estruturais, NSP, a NSP1, 
NSP2, NSP3, NSP4, NSP5 e NSP6, (ESTES, 
KAPIKIAN, 2007). As proteínas estruturais extra-
capsídeo, VP4 e VP7, são responsáveis pela 
neutralização do vírus 
EPIDEMIOLOGIA 
O rotavírus possui grande importância 
epidemiológica, pois está posicionado entre os 
agentes etiológicos mais prevalentes nas doenças 
diarreicas em crianças e animais. Acredita-se que 
estejam distribuídos por todo o mundo em diversas 
espécies. Os rotavírus são predominantemente 
espécie-específicos, porém infecções heterólogas 
também são relatadas com grande frequência. A 
OMS considera a rotavirose como uma zoonose com 
possibilidade de ser transmitida pela água 
contaminada. 
A transmissão ocorre por via fecal-oral por meio de 
partículas virais encontradas no ambiente, na água e 
nos alimentos contaminados pelas fezes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CORONAVÍRUS BOVINO 
ETIOLOGIA 
O coronavírus bovino (BCoV) é um RNA vírus 
pertencente à ordem Nidovirales, família 
Coronaviridae, gênero Betacoronavirus. 
EPIDEMIOLOGIA 
O BCoV é responsável pela desinteria do inverno em 
adultos, diarreia neonatal e de processos 
respiratórios em bezerros. 
A disenteria de inverno é uma doença altamente 
contagiosa que afeta frequentemente bovinos adultos 
durante a estação fria. A síndrome clínica inclui 
disenteria profusa de surgimento agudo, fezes 
esverdeadas com estrias de sangue, sanguinolentas 
ou marrom-escuras, redução da produção de leite, 
graus variáveis de depressão, anorexia e sinais 
respiratórios. 
A diarreia neonatal em bezerros é complexo e 
envolve diferentes microorganismos, como bactérias, 
protozoários, e vírus. Em todo o mundo, rotavírus 
bovino grupo A (BoRVA) é o agente viral mais comum 
associado com diarréia na panturrilha. 
 
 
 
FATORES DE RISCO PARA A INSTALAÇÃO 
DAS ENTERITES VIRAIS 
• Fêmeas primíparas. A mãe às vezes deixa de 
dar o colostro ao filhote por falta de 
experiência 
• Falha colostral 
• Animais de idades diferentes num mesmo 
espaço 
• Localização do setor de creche 
• Coleções de água 
• Vetores 
• Outras criações 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO: 
DIRETO 
O diagnóstico deve ser baseado nos dados 
epidemiológicos, observações clínicas e isolamento 
do agente. O isolamento do vírus pode ser feito 
através de secreções nasais, sangue, fezes (direto 
do reto), linfonodos e intestinos. Nos primeiros dias 
de sintomas são os quais mais contém cargas virais 
(108-109 partículas virais/ml de fezes). 
É feito o diagnóstico direto para coleta de amostras. 
As amostras são levadas para laboratório e 
submetidas a ELISA, PCR, microscopia eletrônica, 
isolamento viral e eletrosforese em gel de 
poliacrilamida (rotavírus). 
INDIRETO 
É feito por uma amostragem de soro sanguíneo ou 
por amostras pareadas de soro sanguíneo do qual 
indica infecção recente se houver soroconversão. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• E. coli, Salmonella sp, C. perfringens, 
Campylobacter, Cryptosporidium parvum, 
Eimeira sp e Giárdia 
• Alterações na dieta 
• Estresse 
 
PREVENÇÃO E CONTROLE 
• Diagnóstico periódico 
• Ambientação 
• Separação entre idades 
• Quarentena em animais novos e 
assintomáticos 
• Higienização e desinfecção (fenol, formol, 
cloro, etanol, iodo e amônia quartenária), 
controle de vetores e destino ideal de excretas 
• Biosseguridade 
• Colostragem aos neonatos nas primeiras 
horas ao nascimento 
• Banco de colostro 
• Vacinação IM em vacas prenhes (7° e 9° 
meses de gestação) 
 
 
DOEÇAS 
RESPIRATÓRIAS 
CANINAS 
As doenças respiratórias em cães são muito comuns 
em abrigos pelo alto índice populacional e 
perpetuando a transmissão entre eles. Muitos abrigos 
não possuem áreas de isolamento adequados para 
abrigar cães com infecções respiratórias contagiosas. 
É uma doença sazonal muito presente no inverno e 
em lugares com alta aglomeração de animais. O 
aparecimento da doença pode coincidir com um 
histórico recente de vacinação (principalmente em 
animais jovens). A doença é mais grave em animais 
jovens e com maior número de agentes implicados. 
Fatores de risco: 
• Temperaturas extremas e ventilação reduzida 
• Elevada densidade animal 
• Carga microbiológica ambiental alta 
• Deficiência nas medidas de higiene e 
desinfecção 
 
Agentes envolvidos: 
• Parainfluenza virus (CPiV) 
• Adenovirus type 2 (CAV2) 
• Distemper virus (CDV) 
• Herpes virus (CHV) 
• Influenza virus H3N8 (H3N8 CIV) 
• Influenza virus H3N2 (H3N2 CIV) 
• Respiratory coronavirus (CRCoV) 
• Pneumovirus (CnPnV) 
• Bordetella bronchiseptica (Bordetella) 
• Streptococcus zooepidemicus bacteria (Strep 
zoo) 
• Mycoplasma cynos (Mycoplasma) 
 
Embora a maioria desses patógenos possam causar 
infecções primárias, a maioria dos cães apresentam 
coinfecções virais e bacterianas. Os vírus geralmente 
são os primeiros agentes a causarem os sintomas 
seguidos por bactérias oportunistas. Os filhotes são 
mais susceptíveis que os adultos. 
 
SINTOMAS 
Os sintomas podem ser leves ou graves. Todos os 
agentes causam sintomas de gripe: tosse, espirros, 
secreções nasais e ocular. 
A tosse é geralmente paroxística (seca e com sons 
laríngeos) e pode ocorrer febre. 
A forma grave da doença costuma ser em filhotes ou 
em animais muito jovens ou com má nutrição. Os 
sintomas costumam ser: tosse dolorosa, seca ou 
mucóide progressiva acompanhada de descargas 
nasais, oculares e broncopneumonia. 
 
PARAINFLUENZA 
ETIOLOGIA 
O vírus da Parainfluenza Canina (CPiV) pertence à 
família Paramyxoviridae, classificado presentemente 
como do gênero Paramyxovírus. É um vírus RNA com 
envoltório. 
O seu genoma codifica oito proteínas virais 
denominadas nucleoproteína (NP), fosfoproteína (P), 
proteína V, proteína matriz (M), proteína de fusão (F), 
pequena proteína hidrofóbica (SH), hemaglutinina-
neuraminidase (HN) e grande proteína (L). 
EPIDEMIOLOGIA 
É um vírus altamente contagioso entre os cães. Sua 
infecção sem coinfecções é rara, de taxa de 
morbidade 3-50% e de mortalidade quase nulo. 
Sua transmissão ocorre por aerossóis ou contato 
direto entre os animais, porém não permite por muito 
tempo no ambiente. O vírus geralmente causa 
infecção limitada ao sistema respiratório, mas pode 
ocorrer doenças sistêmica e encefalite. É um dos 
principais vírus envolvidos na Traqueite infecciosa 
canina (tosse dos canis). 
Este vírus é relativamente lábil, não sobrevive por 
muito tempo no ambiente e é facilmente inativado por 
desinfetante químico. 
PATOGENIA 
Causa infecção do trato respiratório, replicando-se, na 
maioria das vezes as vias aéreas superiores, mas 
pode replicar-se nas vias inferiores também. São 
expelidos nas secreções respiratórias, propagandoa 
infecção. Infecção por CPiV são autolimitantes, mas 
sua afinidade por macrófagos causa pneumonia 
intersticial. 
ADENOVÍRUS TIPO 2 
ETIOLOGIA 
O adenovírus canino tipo 2 (CAV-2) é da família 
Adenoviridae do gênero Mastadenovirus. É um vírus 
de DNA e sem envoltório. 
Por possuírem genoma de DNA fita dupla e por não 
apresentarem envelope 4 lipídico, os adenovírus são 
resistentes a condições ambientais e a solventes 
orgânicos, porém 5 podem ser inativados pelo calor e 
por desinfetantes comuns. 
EPIDEMIOLOGIA 
Cuasa tipicamente quadro de infecção de vias aéreas 
superiores, sendo um dos agentes etiológicos do 
complexo doença infecciosa respiratória canina. 
A infecção pelo CAdV-2 é 19 caracterizada por sinais 
clínicos respiratórios de baixa gravidade, e está 
associado a uma 20 doença multicausal denominada 
traqueobronquite infecciosa canina ou tosse dos 
canis, 21 juntamente com outros agentes etiológicos 
como Bordetella bronchiseptica, CPIV, reovírus 22 
canino, Mycoplasma spp e Ureaplasma spp. 
PATOGENIA 
Nas infecções por CAdV-2, o epitélio de superfície 
da cavidade nasal, 6 faringe e traqueia são os 
principais acometidos. Em geral, as infecções são 
auto-limitantes e 7 em 3 a 6 dias pós-infecção a 
replicação viral diminui acentuadamente graças ao 
aumento de 8 anticorpos locais. Em casos mais 
graves, o pulmão pode ser acometido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BORDATELLA BRONCHISEPTICA 
ETIOLOGIA 
O gênero Bordatella é composto por cocobacilos 
pleomórficos, com fímbrias e Gram-negativos 
pertencentes à família Alcaligenacea. 
O agente é catalase e oxidase-positiva, não fermenta 
carboidratos, utiliza o citrato como fonte de carbono 
orgânico, reduz nitrato, degrada uréia, cresce em 
ágar MacConkey e obtém energia através da 
oxidação de aminoácidos. 
EPIDEMIOLOGIA 
É habitante primária do trato respiratório superior de 
animais e humanos e é mundialmente distribu[ido 
possuindo afinidade pelo tecido ciliar do trato 
respiratório. É um dos agentes envolvidos na “tosse 
dos canis”. Infecções isoladas em filhotes causa 
pneumonia grave com risco de vida se não for 
reconhecida e tratada. 
PATOGENIA 
Aderem-se por meio de suas fimbrias nos cílios da 
traqueia e brônquios, onde se multiplicam 
rapidamente. 
Elas produzem toxinas (dermonecrótica e traqueal), 
inibem a fagocitose e causa a paralização do 
movimento ciliar (favorecendo a sua colonização e de 
outros microrganismos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MYCOPLASMA 
ETIOLOGIA 
As bactérias do gênero Mycoplasma spp. pertencem 
à família Mycoplasmataceae, e classe Mollicutes. São 
organismos de vida livre, pequenos e não possuem 
parede celular. Fazem parte da microbiota existente 
nas membranas mucosas, podendo se associar às 
hemácias, resultando no quadro de anemia hemolítica 
durante uma imunossupressão. 
Os cães podem ser acometidos por duas espécies: 
Mycoplasma haemocanis e Candidatus 
Mycoplasma haematoparvum. 
EPIDEMIOLOGIA 
O hemoparasita pode ser transmitido através da 
picada de vetores hematófagos, como pulgas e 
carrapatos, assim como pela via transplacentária, 
transfusão sanguínea ou uso indevido de material 
hospitalar contaminado. Outra forma de transmissão 
é através de conflitos por fêmeas, alimento e território 
entre os animais, quando estes são expostos a 
sangue infectado pelo agente etiológico da 
micoplasmose. 
PATOGENIA 
Desencadeiam processos inflamatórios das vias 
respiratórias, podendo até causar pneumonia. 
 
 
DIAGNÓSTICO 
LABORATORIAL 
• PCR e qPCR 
• Sorologia 
• Imunocromatografia IC 
• Imunofluorescência indireta 
• ELISA 
• Swab e isolamento bacteriano 
 
PREVENÇÃO E CONTROLE 
• Remoção imediata de cães clinicamente 
afetados é a estratégia mais eficaz para 
controlar a disseminação de infecções 
respiratórias 
• Quarentena de cães sintomáticos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CINOMOSE 
ETIOLOGIA 
É uma doença viral multissistêmica altamente 
contagiosa e severa que afeta cães e outros 
carnívoros. É causada pelo gênero Morbillivirus, da 
família Paramyxoviridae. 
O agente viral da cinomose canina é relativamente 
lábel, e a sua infectividade é liberada pelo calor e por 
obter um pH instável menores que 4,5 inativado pelo 
calor em 1 hora a 55 °C e em 30 minutos a 60 °C. 
Também são inativados pelo detergente, solventes de 
lipídios, desinfetantes a base de amônia quaternária a 
0,3 % em 10 minutos, formol a 0,5% em 4 horas e 
com fenol a 0,75% em 10 minutos. O VCC é 
suscetível à radiação ultravioleta e as lâmpadas 
germicidas. 
O VCC é um vírus envelopado, pleomórfico, 
relativamente grande. O genoma viral consiste de 
uma fita de RNA simples com polaridade negativa, 
não segmentada. As principais proteínas é a 
hemaglutinina (H) responsável pela ligação ao 
receptores celulares e a proteína de fusão (F) 
responsável pela penetração do vírus na célula. 
É um vírus que tem tropismo por vários tipos de 
células (epiteliais, mesenquimais, neuroendócrinas e 
hematopoiéticas) no organismo e de replicação no 
citoplasma. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
O VCC tem uma distribuição enzoótica mundial. A 
infecção dissemina-se rápido entre os cães, sendo os 
não imunizados de qualquer idade, sexo ou raça os 
mais susceptíveis, porém a doença é mais comum 
em filhotes entre 3 e 6 meses, já que provavelmente 
não possuem mais a imunidade passiva derivada da 
mãe. 
O VCC acomete uma ampla variedade de 
hospedeiros além de cães domésticos, como raposa, 
dingo, coiote, lobo e chacal (família canidae), da 
família mustalidae tais como furão, vison, doninha, 
marta, cangambá, texugo e lontra. 
O vírus é relativamente lábil, e sua transmissão 
ocorre através da exposição ao ar, e é liberado por 
animais infectados em todas as secreções e 
excreções do corpo, com isto, a disseminação ocorre 
onde os cães são mantidos em grupos, mantendo-se 
o vírus instável no ambiente. Cadelas prenhes 
infectadas estão aptas a transmitir o vírus por via 
transplacentária, gerando abortos, fetos natimortos ou 
o nascimento de filhotes fracos e imunossuprimidos. 
É considerado um importante patógeno devido sua 
alta taxa de morbidade que varia de 25 a 75% e a 
relação fatalidades/casos chega frequentemente até 
50-90%, conforme a cepa do vírus. 
PATOGENIA 
Em condições naturais de exposição, CDV infecta 
inicialmente o trato respiratório superior. Durante 
as primeiras 24 horas após a infecção, ocorre a 
replicação viral em macrófagos e linfócitos B e T 
circulantes, até que as partículas virais se espalham 
pela via linfática para os gânglios e tonsilas. 
Durante os primeiros quatro a seis dias após a 
infecção, a replicação viral ocorre no sistema 
linfático, medula óssea, timo, baço, nódulos 
linfáticos, mesentéricos, placas de Peyer, as 
células de Kupffer e as células mononucleares nos 
pulmões. Entre os segundo e sexto dia pode ser 
observado uma hipertermia em decorrência à alta 
taxa de multiplicação viral nos órgãos linfoides, bem 
como a leucopenia causada pela depleção de células 
linfoides. Cerca de oito a dez dias pósinfecção, o 
CDV migra por meio de vias hematogênicas ou pelo 
LCR para os tecidos epiteliais e o sistema nervoso 
central. 
 
 
SINTOMAS: 
OFTÁLMICOS 
• Secreção nos olhos e conjuntivite severa 
RESPIRATÓRIAS 
• Secreção nasal, tosse e pneumonia 
TEGUMENTAR 
• Pústulas abdominais 
• Hiperqueratose dos coxins plantares 
DIGESTIVA 
• Vômito e diarreia 
NEUROLOGIA 
• Tremores musculares, incoordenação motora 
e convulsões 
 
DIAGNÓSTICO: 
LABORATORIAL 
O vírus pode ser detectado através de diversas 
amostras biológicas como urina, sangue total, 
leucócitos, fezes, saliva e secreção respiratória. A 
urina tem sido a amostra de eleição devido à alta 
quantidade viral e por ser um método de colheita não 
invasivo. 
• ELISA• IF D 
• Imunocromatografia 
• RT-PCR 
• Imunohistoquímica 
• Isolamento viral 
 
PREVENÇÃO E CONTROLE 
• A vacinação com vacinas de antígeno não-
vivo não é 100% eficaz, pois as vacinas com 
vírus total da cinomose inativado não 
proporcionam imunidade suficiente para evitar 
a infecção após desafio por exposição 
• Vacinas com vírus vivo-modificado, pois a 
vacinação com vacinas contendo VVM 
proporciona forte proteção contra a infecção 
pelo vírus da cinomose 
 
 
PARVOVIROSE 
ETIOLOGIA 
O Parvovírus Canino pertence à família Parvoviridae, 
sendo um vírus muito pequeno, não envelopado, 
composto por uma única fita simples de DNA rodeada 
por uma capa proteica e simetria ecosaédrica. 
O agente etiológico da parvovirose canina pode ser 
diferenciado em dois tipos, o Parvovírus Canino Tipo 
1 (CPV-1) que é pouco patogênico, podendo está 
associado a gastroenterite e/ou miocardite em cães 
com idade entre 1 a 3 semanas; e o Parvovírus 
Canino Tipo 2 (CPV-2) que provoca a enterite 
parvoviral clássica, sendo descritos atualmente 
estirpes (CPV-2 a, b e c). O CPV-2 e suas variantes 
genéticas na maioria das vezes provocam sinais 
clínicos que permanecem de 5 a 12 dias após o 
animal ser infectado, possui tropismo por células em 
divisão como as progenitoras da medula óssea e 
epitélio da cripta intestinal. 
EPIDEMIOLOGIA 
O vírus é transmitido pela eliminação fecal e a porta 
de entrada é a via oral. 
O principal meio de transmissão do vírus se dá pela 
exposição às fezes contaminadas as quais possuem 
alta concentração de partículas virais. No entanto, 
fômites, insetos, roedores e até mesmo as pessoas 
podem carrear o vírus. A disseminação entre os cães 
ocorre rapidamente, dando início a replicação viral 
nos tecidos linfóides. A transmissão orofecal pode 
ocorrer desde a fase mais aguda da doença até uma 
a duas semanas após a recuperação do animal, pois 
o CPV ainda é eliminado em quantidades 
significativas durante este período. 
Por se tratar de vírus altamente resistente, o CPV 
pode permanecer infeccioso de cinco a sete meses 
no ambiente e em fômites, tendo estes importante 
participação na transmissão da parvovirose aos cães. 
As raças Rottweiler, Husky e Doberman são as raças 
mais predispostas à doença. 
PATOGENIA 
A partir do momento que o CPV, entra no organismo 
de cães que de alguma forma estão desprotegidos da 
doença, ele irá se replicar no tecido linfático da 
orofaringe e no timo, disseminando-se para a corrente 
sanguínea. 
Devido a viremia, o agente é disseminado pelo 
organismo do hospedeiro, onde alcança tecidos 
fundamentais para a sua replicação como: medula 
óssea, tecido linfóide e epitélio intestinal, por se 
tratarem de tecidos cujas células apresentam alto 
potencial de mitose. 
O CPV infecta o epitélio germinativo das criptas 
intestinais, tendo como consequência o achatamento 
das vilosidades, a necrose e o colapso do epitélio, 
acarretando a exposição da lâmina própria da 
mucosa. A consequência da destruição da mucosa 
intestinal será evidenciada através de uma 
leucopenia e o sangramento dos capilares 
subjacentes ao revestimento epitelial, sendo uma 
característica observada clinicamente através da 
presença de diarreias hemorrágicas. 
As infecções por CPV são acompanhadas por 
infecções bacterianas gram-negativas secundárias. 
 
 
 
DIAGNÓSTICO: 
LABORATORIAL 
• PCR 
• Hemograma para detecção de leucopenia 
• Exame histopatológico de porções afetadas de 
intestino e de miocárdio em necrópsia 
• Imunocromatografia (Snap) 
• ELISA 
PREVENÇÃO E CONTROLE 
 
 
 
 
 
 
CONTROLE DE CARRAPATOS 
EQUINOS 
Os principais carrapatos que afetam os equinos é o 
Amblyomma sculptum, o popular “carrapato-estrela” 
(conhecido como Amblyomma cajennense até o ano 
de 2014), e o Dermacentor nitens, conhecido como 
“carrapato da orelha-do-cavalo”, única espécie do 
gênero Dermacentor no país. 
 
AMBLYOMMA SCULPTUM 
Essa espécie possui baixa especificidade parasitária 
em especial nas fases imaturas. Assim sendo, 
parasitam uma ampla gama de hospedeiros, inclusive 
seres humanos. Os cavalos, capivaras 
(Hydrochoerus hydrochaeris) e antas (Tapirus 
terrestris) são considerados como seus hospedeiros 
principais (primários), sendo assim, pelo menos um 
desses animais deve estar presente em um local para 
que a população de A. sculptum se estabeleça. 
Outros animais já foram reportados como 
hospedeiros eventuais (secundários), tais como: 
bovinos, suínos domésticos e selvagens, cães 
domésticos, cachorro do mato (Cerdocyon thous), 
onça pintada (Panthera onca), onça parda (Puma 
concolor), jaguatirica (Leopardus pardalis), quati 
(Nasua nasua), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga 
tridactyla), tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), 
gambá de orelha branca (Didelphis albiventris), 
cervídeos, tatus, uma variedade de pequenos 
roedores, seriema (Cariama cristata). 
 
Embora, como dito anteriormente, o carrapato A. 
sculptum seja parasita principalmente de capivaras, 
equinos e antas, essa espécie sabidamente possui 
um grande potencial para parasitar seres humanos. 
É o principal vetor da bactéria Rickettsia rickettsii no 
Brasil, a qual é responsável por causar a Febre 
Maculosa Brasileira. 
 
 
A transmissão das riquétsias ocorre pela picada de 
carrapatos infectados qualquer que seja a fase de 
vida que ele se encontre (larva, ninfa ou adulto).Além 
de atuar como vetor da R. rickettsii o carrapato A. 
sculptum é responsável pela manutenção dessa 
riquétsia por sucessivas gerações, atuando como 
reservatório dessa bactéria na natureza. 
CICLO DE VIDA 
Amblyomma sculptum é um carrapato que apresenta 
ciclo de vida trioxeno (de três hospedeiros). Cada 
fase de sua vida é necessária um hospedeiro 
diferente. 
 
O A. sculptum, larvas, ninfas ou adultos, necessita 
separadamente de um hospedeiro para realizar o 
repasto sanguíneo (período de alimentação). Para 
cada instar esse período de alimentação pode variar 
e, após o ingurgitamento, o carrapato se desprende 
do hospedeiro e volta ao solo para mudança de 
estádio de vida ou ecdise (larvas e ninfas) e, no 
caso das fêmeas ingurgitadas, para realizar 
oviposição. 
Considerando o início do ciclo de vida pelas larvas, 
elas permanecem à espreita por um hospedeiro nas 
pontas das folhas de arbustos e gramíneas. 
Geralmente ficam em aglomerados de larvas, 
também chamados de “bolinhos de larvas”. 
Após entrarem em contato com um hospedeiro em 
potencial as larvas fixam-se no animal e nele realizam 
o repasto sanguíneo. Em seguida, ao estarem 
completamente alimentadas (ingurgitadas) se 
desprendem do animal caindo ao solo. No solo 
buscam por um local adequado com um 
microambiente favorável onde permanecem até a 
realização da ecdise (muda), finalizando assim a 
fase larval. 
Após a ecdise surgem as ninfas que diferem das 
larvas por apresentarem quatro pares de pernas. 
Estas, por sua vez, também necessitam de um 
hospedeiro para se alimentarem. É interessante 
lembrar que as ninfas podem realizar busca ativa 
pelo hospedeiro, percorrendo curtas distâncias até o 
animal. Tal procedimento pode ser chamado de 
comportamento de ataque. Ou então, permanecem 
nas pontas das folhas de gramíneas ou arbustos à 
espera de algum hospedeiro em potencial (hábito de 
espreita). 
Assim que as ninfas entram em contato com o 
hospedeiro as mesmas se fixam e realizam o repasto 
sanguíneo. Ao término de sua alimentação, que pode 
ser maior do que o tempo das larvas, as ninfas caem 
ao solo e então buscam abrigo seguro sob a 
vegetação, onde permanecem até a ecdise. Depois 
dessa muda se transformam em adultos, encerrando, 
por sua vez, a fase ninfal. 
A partir de então, com dimorfismo sexual, os adultos 
(machos e fêmeas) são diferenciados das ninfas pela 
presença do orifício genital. Ao tornarem-se aptos a 
se alimentar, apresentam comportamento semelhanteao descrito para ninfas, ficando à espreita de um 
hospedeiro ou realizando busca ativa. 
Assim que os adultos encontram um hospedeiro 
fixam-se, se alimentam e realizam a cópula. 
Somente as fêmeas ficam completamente repletas de 
sangue (ingurgitadas), sendo nesse momento 
denominadas teleóginas. 
Após o completo repasto sanguíneo, as fêmeas 
ingurgitadas se desprendem do hospedeiro voltando 
ao solo, os machos, por sua vez, permanecem no 
hospedeiro buscando novas fêmeas para copular. 
Preferencialmente, as teleóginas se desprendem do 
hospedeiro nos horários mais frescos do dia, ou 
seja, início da manhã ou final da tarde e início da 
noite. Assim que caem ao solo buscam um local 
seguro sob a vegetação para realização da 
oviposição. Decorrido o período necessário ao 
término da ovipostura, a fêmea morre deixando sua 
massa de ovos, os quais ali permanecem durante 
todo o tempo necessário à incubação. Após o 
intervalo de incubação as larvas eclodem, dando 
início a um novo ciclo de vida desse carrapato. 
Em condições naturais, na região Sudeste do Brasil, 
este carrapato realiza apenas uma geração anual, 
sendo que cada uma das fases de vida predomina em 
uma determinada época do ano. As larvas ocorrem 
no início do período seco do ano, sendo 
encontradas de abril a julho, enquanto que as ninfas 
são predominantes de julho a outubro (final do 
período seco e início do período de chuvas). A 
ocorrência dos adultos coincide com os meses mais 
quentes e úmidos, sendo sua maior ocorrência de 
outubro a março. 
 
Essa dinâmica populacional dos carrapatos A. 
sculptum ao longo do ano é determinada pela 
influência do período de diapausa comportamental 
das larvas. Esse período corresponde ao tempo em 
que as larvas permanecem no solo, inativas. Disso 
resulta um período prolongado no qual não se 
alimentam. As larvas eclodidas entre os meses de 
outubro a março, que corresponde ao período de 
atividades dos adultos, permanecem no solo até o 
mês de abril para, só então, saírem da diapausa e 
iniciar suas atividades de busca por hospedeiros 
subindo nas folhas de capins e arbustos. Entre os 
fatores que desencadeiam o término da diapausa 
está o fotoperíodo e a temperatura. 
 
 
 
 
TRATAMENTO: 
PULVERIZAÇÃO 
A pulverização com anticarrapaticida à base de 
Piretróides ou Organofosforado é o método mais 
empregado para A. sculptum. Aplica-se por todo o 
corpo do equino de baixo para cima, concentrar o 
produto no abdômen (área de maior concentração 
dos carrapatos). 
No 1° ano é feito banhos de pulverização a cada 7 
dias durantes os meses de abril a outono. Nessa 
época do ano é onde encontram-se as larvas. 
No 2° ano é feito o mesmo procedimento, realizar 
banhos de pulverização a cada 7 dias durante os 
meses de maio a agosto. 
No 3° ano repete-se o mesmo procedimento, realizar 
banhos de pulverização a cada 7 dias durante os 
meses de abril e julho. 
No 4° ano e diante, espera-se que a população de 
carrapatos esteja controlável, faz-se banhos de 
pulverização com intervalos de 30-60 dias. 
PREVENÇÃO E CONTROLE 
É necessário o manejo zootécnico da pastagem. 
Pastagens altas e sujas favorecem a disseminação e 
infecção pelos carrapatos. 
Afastar animais que participam do ciclo, 
principalmente os hospedeiros primários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DERMATOCENTOR NITENS 
Conhecido popularmente como “carrapato-da-
orelha-do-cavalo” a espécie D. nitens apresenta 
ampla distribuição em todo o território brasileiro e 
possui os equídeos como hospedeiros principais. 
 
Conhecido pelos danos causados na orelha dos 
animais, essa espécie de carrapato tem por 
predileção parasitar o pavilhão auricular, períneo, 
divertículo nasal e a região da crina, podendo ainda, 
quando em altas infestações, parasitar outros locais 
do corpo do animal. Relata-se que 60% dos 
carrapatos D. nitens de um animal estão presentes no 
pavilhão auricular. 
Devido à sua predileção por parasitar o pavilhão 
auricular, esse carrapato pode causar lesões 
permanentes na cartilagem do pavilhão auricular dos 
animais, desencadeando perda de valor zootécnico 
dos equídeos. Essa espécie é responsável, também, 
por proporcionar condições favoráveis à instalação de 
miíases e/ou infecções secundárias e as altas 
infestações podem, ainda, promover uma redução 
dos valores hematológicos dos animais tornando-os 
mais susceptíveis a infecções. 
Outro fator agravante é a transmissão aos equídeos 
da Babesia caballi, que é o agente causador da 
babesiose equina. 
CICLO DE VIDA 
Diferentemente de A. sculptum, a espécie D. nitens 
depende de um único hospedeiro para completar 
seu ciclo de vida (ciclo monoxeno), podendo este 
ciclo, de modo simplificado, ser dividido em duas 
fases: parasitária e não parasitária. 
A fase parasitária se inicia com a fixação da larva em 
um animal e termina com o desprendimento da 
teleógina. Essa fase tem duração média de 25 a 27 
dias. Cada um dos estádios de desenvolvimento do 
carrapato tem um período médio de alimentação, 
sendo que as larvas, ninfas e fêmeas levam em 
média oito, nove e oito dias, respectivamente, para 
completarem seu repasto sanguíneo. 
Finalmente, quando a teleógina completa sua 
alimentação ela se desprende do animal caindo no 
solo e dando início à fase não parasitária. Assim 
como outros Ixodídeos, ao se desprender do 
hospedeiro, a teleógina busca um local adequado sob 
a vegetação para iniciar o processo de ovipostura. 
Esse processo pode levar alguns dias e, após 
encerrar a oviposição, a fêmea morre. Os ovos que ali 
permanecem são naturalmente incubados. Após esse 
período de incubação eclodem as larvas que, ao 
estarem aptas para buscarem por hospedeiros, 
sobem até as pontas das folhas das gramíneas e ali 
permanecem à espreita de um animal, reiniciando o 
ciclo de vida. 
Deve-se, contudo, sempre levar em conta que a fase 
não parasitária sofre influência direta dos fatores 
abióticos, tais como as condições climáticas 
(temperatura e umidade), bem como dos bióticos, 
porque estão susceptíveis a inimigos naturais, como 
formigas, algumas espécies de aves, entre outros. 
Baixas temperaturas, por exemplo, podem aumentar 
o período de incubação dos ovos, prolongando a fase 
não parasitária do carrapato e retardando, assim, o 
término do seu ciclo de vida. A baixa umidade pode 
influenciar negativamente sobre a eficiência 
reprodutiva de fêmeas ingurgitadas, reduzindo 
significativamente o número de sua descendência. 
Por isso, após uma teleógina se desprender do 
animal, vários fatores podem influenciar a sua 
sobrevivência e prolificidade, bem como a 
sobrevivência de seus descendentes. Tais fatores 
podem, por vezes, resultar na morte da fêmea antes 
da ovipostura, na produção de ovos inférteis, ou 
ainda, na morte das larvas que não entrarem em 
contato com um hospedeiro. 
Com relação à dinâmica populacional, na região 
Sudeste do Brasil, essa espécie de carrapato 
apresenta de três a quatro gerações anuais e os 
maiores picos de infestação ocorrem no primeiro 
semestre do ano (época de água). 
 
TRATAMENTO 
PULVERIZAÇÃO 
Fazer banhos de pulverização a cada 24 dias durante 
4 meses por ano, preferir meses de primavera e 
verão. 
 
 
BOVINOS 
RHIPICEPHALUS (BOOPHILUS) MICROPLUS 
R. microplus é um parasita que precisa 
obrigatoriamente passar por um período sobre o 
bovino, ingerindo substratos teciduais e 
principalmente sangue, sendo um dos principais 
transmissores dos parasitas Babesia bovis e 
Babesia bigemina, causadores da piroplasmose 
bovina. Esta doença, popularmente conhecida como 
tristeza bovina. 
CICLO DE VIDA 
O carrapato R. microplus apresenta duas etapas 
distintas no seu ciclo de vida: uma fase parasitária 
durante um período médio de 21-22 dias sobre um 
único hospedeiro e uma fase não parasitária que 
ocorre no solo que pode durar de dois a três meses, 
dependendo

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