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Mãe/bebê/cultura e construção de vínculos afetivos
	Um bebê e uma mãe, situação que quando pensamos pode nos levar, a várias representações feitas por esta, que anteriormente ao nascimento do filho, planejado ou não, está vivenciando este momento de transformação em sua vida. Segundo Thomaz; Lima; Tavares e Oliveira (2005), “o contexto social, econômico, cultural e emocional influenciam diretamente a forma como a mulher irá vivenciar esse momento na sua vida”, ou seja, mesmo se esta for mãe de seu primeiro filho, não será uma “tabula rasa”, mas sim uma agente de cultura, que marca e é marcada por ela. E este bebê nasce para desenvolver-se, marcar e ser marcado por este meio também.
	Quando pensamos neste bebê, é importante lembrar que o mesmo está em desenvolvimento em todas as esferas de sua vida, biológica, cognitiva (aqui entram as emoções) e psicossocial (Papalia; Feldman; 2013). E segundo Thomaz; Lima; Tavares; Oliviera; (2005) apud Spitz, a atitude emocional da mãe e seu afeto orientam o bebê, conferindo qualidade à sua experiência. Ou seja, contribuindo para que o seu desenvolvimento aconteça da melhor forma possível. Esta atitude emocional se manifesta a partir de promoção de afetividade, manifesto entre contato íntimo entre mãe e bebê. Aqui cabe lembrar a importância dos sentidos deste bebê que se encontra na fase sensório-motor, onde o toque, o cheiro, o contato físico, o ouvir no manifestar de seus sentidos são fundamentais para que este desenvolvimento aconteça da melhor forma possível, bem como para construção do vínculo mãe\bebê, ou seja, das emoções a partir do afeto.
	A sociedade humana se manifesta de forma diversificada em diferentes culturas. Quando tratamos aqui de cultura, não queremos usar o conceito de forma hierárquica, nem classificatória, discriminando quem a possa ou não a possa ter, mas sim cultura como uma “maneira de viver de um grupo, sociedade, país ou pessoa” (Matta, 2011)
	Quando falamos de vínculo, afetividade e emoções entre mãe/bebê a diversidade cultural é observável na forma de execução e manutenção dos mesmos? Estudos atuais tem mostrado que nós seres humanos somos dotados de emoções, e que essa “emoção é entendida como base da afetividade que se desdobra passando a ser vinculada a processos relacionais e culturais” (Amorim, 2012), e acreditamos que esse manifestar do apego (vínculos/emoções) pode estar diretamente ligado ao que está mãe possa ter recebido culturalmente falando. 	
	Gutierrez; Castro; Pontes; (2008), falam acerca das maternidades, pois não há uma única forma de viver a maternidade, bem como, que a construção de vínculos se dará de acordo com o contexto sócio histórico cultural, em que estes sujeitos estão inseridos, pois hoje vivemos muitas culturas. Neste contexto, é relevante pensar que descendentes de certas culturas, podem vir a reproduzir formas de vínculos e maternidades, de acordo com sua cultura passada de geração em geração? Como que as marcas que o tempo pode trazer a mãe em sua forma de viver seu afeto\emoções e sua maternidade podem serem expressados aos seus filhos? Cabe aqui a reflexão.
DaMatta, Roberto. Você tem cultura? In Explorações: ensaios de sociologia interpretativa. Rio de Janeiro : Rocco, 2011. p. 120-127.

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