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Carboidrat� Os carboidratos podem ser classificados, quanto à sua composição química, em monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. Do ponto de vista nutricional, os monossacarídeos e dissacarídeos são classificados como açúcares, e os polissacarídeos, como amidos. Os carboidratos mais fortemente associados à cárie dentária são os açúcares, por serem facilmente fermentados pelas bactérias, embora os amidos, alimentos com alto peso molecular, possam ser degradados em moléculas menores, servindo como fonte potencial de nutrientes para as bactérias do biofilme. Diversas espécies bacterianas presentes no biofilme são capazes de metabolizar carboidratos e gerar ácidos que causam a desmineralização dos tecidos dentários. Após o consumo de açúcar, o pH do biofilme bacteriano cai bruscamente, alcançando o nível mínimo em aproximadamente 10 minutos, quando começa a retornar vagarosamente à neutralidade, até atingir seus valores basais em aproximadamente 30 minutos. Quanto mais frequentemente este processo ocorrer ao longo do dia, mais tempo o pH do biofilme permanecerá abaixo do pH crítico, ocorrendo um predomínio dos processos de desmineralização do esmalte em relação aos períodos de remineralização, sendo maior a chance de estabelecimento da lesão de cárie. Quando a oferta de carboidratos é abundante, além de causar queda de pH, eles podem ser armazenados na forma de polissacarídeos intracelulares (PIC) e extracelulares (PEC): ➢ PIC: podem ser formados a partir de diferentes açúcares e atuarão como reserva nutrientes, a serem utilizados no metabolismo bacteriano em momentos de escassez, como entre as refeições. ➢ PEC: são importantes na adesão bacteriana e alteram a porosidade da matriz do biofilme, aumentando sua permeabilidade. Desta maneira, a difusão de nutrientes das camadas mais externas do biofilme (em contado com o ambiente bucal) até suas camadas mais profundas (próximas à estrutura dentária) é facilitada. Diferentemente dos PIC, que podem ser formados a partir de diferentes açúcares, somente a sacarose pode servir de substrato para produção de PEC, razão pela qual ela é o açúcar mais cariogênico. Micrografia eletrônica de transmissão mostrando a secção de bactérias com presença de reserva intracelular de polissacarídeos (seta). Grupos: ➢ monossacarídeos (ex. glicose, frutose) ➢ oligossacarídeos (ex. sacarose, lactose e maltose) ➢ polissacarídeos (ex. amido) OBS: quando estes carboidratos encontram-se associados, sua cariogenicidade é potencializada devido à maior capacidade de retenção na cavidade bucal que o amido confere aos alimentos Sacarose ➢ glicose + frutose → ligação glicosídica atípica. No momento que ocorre a quebra dessa ligação, por enzimas glicosiltransferases e frutosiltransferases, libera-se energia, utilizada por MO para sintetizar polissacarídeos extracelulares, os quais formaram a matriz extracelular. ➢ facilita a difusão de açúcares, facilitando a nutrição bacteriana. ➢ dificulta a ação da saliva na remoção dos ácidos. ➢ açúcar mais cariogênico → sacarose > frutose = glicose > lactose = amido solúvel. ➢ a sacarose é o açúcar mais cariogênico porque é o único que pode servir de substrato para a formação de PEC. Diversos outros açúcares geram quedas de pH semelhantes à sacarose e podem servir de substrato para a formação de PIC. Amido Diferentemente dos açúcares, os amidos são moléculas grandes e complexas que necessitam da ação enzimática para serem degradadas em moléculas menores, passíveis de utilização no metabolismo bacteriano. Dessa forma, sua cariogenicidade depende da forma de preparo dos alimentos. Durante o processamento industrial, as moléculas de amido sofrem uma série de modificações denominada gelatinização, como resultado do calor e dos processos mecânicos aos quais elas são submetidas. Quanto maior o grau de gelatinização do amido, mais suscetível ele estará à degradação enzimática, aumentando o seu potencial cariogênico. Por esta razão, o amido cru promove uma menor queda Na presença de sacarose, várias espécies bacterianas são capazes de sintetizar diversos tipos de polissacarídeos, sendo os polímeros de glicose e os polímeros de frutose os principais: ➢ polímeros de glicose (glicanos): formados pela enzima glicosiltransferase, apresentando-se como uma massa gelatinosa extracelular sobre a superfície da bactéria. podem apresentar a maioria das ligações na posição α-1.6, sendo denominados “dextranos”, ou predominância de ligações α-1.3, sendo chamados “mutanos”. Os mutanos são altamente insolúveis e rígidos e podem formar agregados fibrosos enquanto os dextranos formam cadeias flexíveis, sendo mais solúveis. ➢ polímeros de frutose (frutanos): formados pela enzima frutosiltransferase, são polímeros extracelulares de frutose bastante solúveis, com ligações β-2.6. Estes polímeros são formados em uma extensão menor do que os glicanos de pH do que o amido cozido. Quando consumidos em uma dieta com pequena ingesão de açúcar, acredita-se que os amidos apresentem um baixo potencial cariogênico, como demonstrado no estudo de Turku, em que apesar do alto consumo de amido, o grupo de indivíduos que utilizou xilitol para adoçar os alimentos por 25 meses apresentou um incremento de cárie muito pequeno. Os estudos citados até o momento avaliaram o efeito do consumo de amido sobre a ocorrência de cárie coronária. No que concerne à cárie radicular, o consumo de carboidratos pode promover quedas de pH suficientes para causar desmineralização da dentina. Nesse sentido, indivíduos com superfícies radiculares expostas ao meio bucal devem atentar para o consumo de amido, além de açúcar. Açúcareslivres Todos os monossacarídeos e dissacarídeos adicionados aos alimentos pelo fabricante, cozinheiro ou consumidor e açúcares naturalmente presentes no mel, xaropes, sucos e concentrados de suco de frutas. [OMS, 2015] → açúcares prejudiciais à saúde. FATOR DE RISCO ➢ Consumo de alimentos ricos em carboidratos em uma alta frequência e grande quantidade. Stephan: pH (Ph crítico) cai após a ingestão de alimentos açucarados; demorando em torno de 30 minutos para restabelecimento do pH. Tudo que fica abaixo desse pH crítico, é o tempo que está ocorrendo a desmineralização. Ph crítico do esmalte <5,5 e < 6,5 na dentina. Conclusão: quanto maior a frequência do consumo de açúcar maior risco de desmineralização dentária. STEPHAN RM, MILLER BF 1943 Estud� 1964 - Suécia; Gustapsson et al. ➢ realizado no hospital psiquiátrico de Vipeholm, num período de 5 anos. Questionamentos: ➢ A ingestão de carboidratos causava aumento na cárie dentária? ➢ Que fatores relacionados ao consumo eram importantes? ➢ A diminuição na ingestão de açúcar produziria uma diminuição na atividade da doença? Conclusão: ➢ O risco de cárie é maior se o açúcar for consumido frequentemente (entre as refeições), em consistência pegajosa, retido nas superfícies dentárias. ➢ A consistência do alimento desempenha um papel relevante: quanto maior o tempo em que o alimento permanecer na cavidade bucal, mais cariogênico ele será. ➢ Existe uma variabilidade individual, com alguns indivíduos sendo mais suscetíveis ao Alimentos protetores Enquanto alguns alimentos são vistos como “vilões” por apresentarem um alto potencial cariogênico, outros são considerados protetores, como é o caso do leite. Além de possuir lactose, um açúcar menos cariogênico, o leite é conhecido por apresentar fatores de proteção contra cárie como cálcio, fosfato e caseína. Estudos epidemiológicos recentes demonstraram o efeito positivo ou nulo do consumo de leite na ocorrência de cárie. De modo semelhante, o consumo de queijo tem sido descrito como anticariogênico, por estimular o fluxo salivar e aumentar a concentração de cálcio no biofilme. Além destas propriedades, o queijo apresenta fosfopeptídeos de caseína e fosfato de cálcio amorfo, que parecem desempenhar um papel importante no processo de remineralização. Um recente estudo avaliando a relação entre dieta e cárie em crianças com baixa prevalência da doença demonstrou que o consumo de queijo foi inversamente associado à cárie dentária. Adoçantes Adoçantes não calóricos, como sacarina, ciclamato e aspartame são comumente utilizados para adoçar refrigerantes, sorvetes e geleias. Por não serem metabolizados pelas bactérias do biofilme, não apresentam potencial cariogênico. Com relação aos adoçantes calóricos, o sorbitol e o xilitol são alcoóis de açúcares bastante utilizados para adoçar chocolates, gomas de mascar e outros doces livres de açúcar. O sorbitol pode ser fermentado por algumas espécies bacterianas que compõem o biofilme (como a maioria das cepas do S. mutans e lactobacilos); no entanto, a queda de pH decorrente desta fermentação é muito lenta e não atinge o pH crítico para a desmineralização dos tecidos dentários. Diferentemente do sorbitol, o xilitol, com raras exceções, não é metabolizado pela maioria das bactérias do biofilme e, além disso, possui um efeito antibacteriano contra S. mutans. Tal efeito está relacionado ao acúmulo intracelular de xilitol 5-fosfato. Estudos atuais usando metaboloma evidenciaram a regulação metabólica no biofilme supragengival in vivo após bochecho com xilitol 10%. O xilitol não teve efeito na produção de ácidos do biofilme supragengival, embora o xilitol 5-fos- fato tenha sido produzido. Os resultados sugerem que o xilitol não é um inibidor da produção de ácidos, mas sim um poliol não fermentado pelo biofilme supragengival. O uso de produtos à base de xilitol é capaz de selecionar um biofilme com menor produção de ácidos e com diminuição do número de bactérias cariogênicas. O Lycasin® é um produto comercial que tem como base sorbitol, maltitol e alcoóis de açúcares de alto peso molecular, e é utilizado em balas duras, pirulitos e pastilhas. É considerado não cariogênico, assim como o sorbitol. A redução do consumo de doces em pacientes com atividade de cárie pode ser difícil de ser obtida durante o aconselhamento dietético. Nessas circunstâncias, opções de adoçantes que sejam seguros para os dentes e que possam ser usados em pequenas quantidades são muito úteis na prática clínica. Os substitutos do açúcar podem ser recomendados, atuando como coadjuvantes no tratamento dos pacientes com cárie. Recomendações da OMS - ingestão reduzida de açúcares livres durante todo o curso da vida (forte recomendação). - em adultos e crianças, a OMS recomenda reduzir a ingestão de açúcares livres para menos de 10% da ingestão total de energia (recomendação forte) → 12 colheres de chá / 2000 kcal - OMS sugere uma redução adicional da ingestão de açúcares livres para menos de 5% da ingestão total de energia (recomendação condicional). → 6 colheres de chá / 2000 kcal desenvolvimento da cárie dentária do que outros, mesmo sob condições alimentares semelhantes. 1967 - Austrália; Harris ➢ Hopewood House - orfanato. ➢ as crianças neste orfanato, possuíam uma dieta vegetariana; pouco açúcar; farinha refinada; alimentos crus; laticínios; ausência de flúor; higiene oral deficiente ➢ essas crianças também possuíam baixa prevalência e severidade de lesões cariosas. ➢ aumento significativo do número de lesões após a saída do orfanato ressalta o carátercomportamental da doença cárie. 1970 - Dinamarca Cárie experimental em humanos ➢ por 23 dias: ausência de higiene bucal; adição de bochechos com solução de sacarose a 50%, nove vezes por dia. ➢ Aqueles que bochecharam sacarose demonstraram um índice médio de cárie mais alto e um número maior de lesões de cárie precoces do que os que apenas se abstiveram de higiene bucal. ➢ É importante lembrar que as quedas de pH utilizando-se a frutose e a sacarose são semelhantes. No estudo de Turku, o consumo de amido foi alto e similar entre os 3 grupos, o que evidencia seu baixo potencial cariogênico. Um estudo similar conduzido com crianças de 3 a 12 anos demonstrou que o consumo de alimentos adoçados com sorbitol por 3 anos resultou em uma redução de 45% no incremento de cárie, quando comparado ao grupo que consumiu alimentos adoçados com sacarose. 1976 - Sheinn et al ➢ conhecido como “Estudo de Turku”. ➢ 125 adultos foram divididos em 3 grupos de acordo com o tipo de açúcar utilizado para adoçar alimentos por um período de 25 meses: sacarose, frutose e xilitol (substituto do açúcar). Neste trabalho, todo o consumo dos produtos doces foi substituído pelo fornecido pela pesquisa. ➢ o grupo que consumiu sacarose apresentou uma experiência de cárie significativamente maior do que os indivíduos dos outros grupos. Os grupos que consumiram frutose e xilitol apresentaram incrementos de cárie 32% e 85% menores do que o grupo que consumiu sacarose, respectivamente. ➢ Além de demonstrar claramente a relação entre consumo de açúcar e cárie, este estudo também evidenciou a maior cariogenicidade da sacarose quando comparada à frutose. A diferença de 32% entre sacarose e frutose foi observada com a total substituição dos doces da dieta por frutose, motivo pelo qual ela não pode ser transferida diretamente para a clínica. Na vida real, o indivíduo consome, além da frutose, a sacarose, podendo ter a formação de uma placa porosa (pelo consumo de sacarose) e ter a baixa de pH pelo consumo da frutose. ➢ foi sugerido que as propriedades não e anticariogênicas do xilitol dependem principalmente de sua falta de adequação para o metabolismo microbiano e os efeitos físico químicos na placa e na saliva. É importante lembrar que as quedas de pH utilizando-se a frutose e a sacarose são semelhantes. No estudo de Turku, o consumo de amido foi alto e similar entre os 3 grupos, o que evidencia seu baixo potencial cariogênico. Um estudo similar conduzido com crianças de 3 a 12 anos demonstrou que o consumo de alimentos adoçados com sorbitol por 3 anos resultou em uma redução de 45% no incremento de cárie, quando comparado ao grupo que consumiu alimentos adoçados com sacarose. 1980 - Fluoretos ➢ O flúor não impede a perda de mineral, mas a reduz de maneira significativa! ➢ uso de flúor + disciplina de consumo de açúcar. ➢ Desmineralização significativa ocorre após 3 exposições a sacarose por dia sem a presença de fluoretos. Com o uso de dentifrício fluoretado, poderia ser ingerido sacarose 7 vezes ao dia. ➢ o uso disseminado de fluoretos conferiu uma “margem de segurança” em relação ao consumo de açúcar. Em outras palavras, na presença de flúor no meio bucal, uma maior frequência de consumo de açúcar é necessária para o estabelecimento da doença cárie. Assim, com o amplo acesso a produtos fluoretados existentes hoje, a relação entre açúcar e cárie é mais fraca do que era antigamente. Aumento na "margem de segurança" do consumo de produtos doces em relação ao seu potencial de causar dano à saúde bucal (SHEIHAM, 1991) ➢ Curva de Stephan: esmalte < 4,5 ; dentina < 5,5 O papel da dieta não é mais tão determinante na ocorrência da doença como foi na era pré-flúor. (BURT; PAI, 2001). À luz do conhecimento atual, a cárie dentária tem uma causa específica: açúcares livres que induzem a formação de ácidos que é finalmente a causa das lesões. (Sheiham & James, 2014), ⤹ Essa visão forçará a redirecionar os esforços preventivos para modificar os padrões alimentares na população de alto risco. Atualmente Fator d� risc� - à desfech� relacionad� à saúd� buc� �- Riscos relacionados aos fatores comportamentais e biológicos → alto consumo de açúcar: ➢ cárie precoce na infância (Early childhood cárie - ECC) ➢ adolescentes ➢ idosos ➢ baixa renda ➢ ambiente de trabalho OBS: Em indivíduos com boa higiene e exposição regular a fluoretos, níveis ainda mais elevados de açúcar poderiam ser tolerados (curva d). Por isso, na prática clínica, não há necessidade de modificar os hábitos alimentares de pacientes sem atividade de cárie. O consumo de sacarose é uma realidade, e pacientes que apresentam o processo de desmineralização e remineralização em equilíbrio dispensam qualquer intervenção dietética. Abordage� individual�ad� Estratégia multifatorial de controle de cárie → abordagem individualizada de dieta. Identificação do paciente de alto risco. Investigação de dieta cariogênica diário de dieta ➢ por recordatório, ou diário de dieta por 24 horas ou 3-4 dias. ➢ em pacientes com cárie ativa e que as orientações de higiene não fornecem sucesso. ➢ interessante definir já as datas no diário. Importante: ➢ incluir sábado ou domingo. ➢ enfatizar a importância de anotar TODOS os alimentos. ➢ para crianças os pais devem responder. ➢ avalie o diário junto com o paciente/pais. ➢ identifique as refeições que contêm açúcares livres. → grifar ➢ considere frequência, quantidade e consistência. ➢ diagnostique se o paciente fazalto consumo de alimentos cariogênicos. ➢ explique o efeito do alto consumo de açúcar na produção de ácidos no biofilme de forma simples e a importância de alterar seus hábitos. Orientações escritas: ➢ escovação dental com dentifrício fluoretado ➢ após a alimentação. Frequência: ➢ comer nas refeições principais. ➢ doce como sobremesa. ➢ nos casos em que é difícil remover ou substituir o açúcar, deve-se recomendar que o paciente procure consumir alimentos açucarados nas principais refeições, reduzindo, assim, a frequência diária de consumo. Substituições: ➢ balas/gomas sem açúcar/xilitol ➢ café/ chá adoçado por água ➢ achocolatado por chocolate em pó ➢ açúcar por adoçantes → açúcares não calóricos não são utilizados na fermentação por bactérias Restrições: ➢ implantação do dia do doce ➢ mamadeira sem açúcar ➢ cafezinho sem açúcar Entrevista de 24 horas O paciente relata verbalmente ao profissional todos os alimentos e bebidas consumidos nas últimas 24 horas. Por ser realizado sem aviso prévio, reduz-se o risco de o paciente modificar sua dieta previamente ao registro. O uso da entrevista de 24 horas pode ficar prejudicado em pacientes idosos, os quais frequentemente relatam não se lembrar de todos os alimentos ingeridos. Recomenda-se a utilização do diário alimentar como primeira alternativa. No caso de pacientes não colaboradores, que não realizam o correto preenchimento do diário, a entrevista de 24 horas será a segunda alternativa. OBS: recentemente, foi desenvolvido um questionário de frequência alimentar (QFA) específico para a quantificação de açúcar. Neste instrumento, o indivíduo é questionado sobre o consumo de 94 itens, incluindo pães, biscoitos e cereais; leites e derivados; molhos; carnes; frutas; bebidas; cereais, tubérculos e massas; leguminosas; verduras e legumes; sopas; pratos mistos; e doces e miscelâneas. A partir de dados referentes à frequência de consumo e à quantidade ingerida, é possível calcular em massa a quantidade de açúcar ingerido. Este QFA deverá ser validado e ter sua reprodutibilidade avaliada previamente ao seu uso na prática clínica. Um estudo realizado no Sul do Brasil demonstrou o efeito do aconselhamento dietético sobre a ocorrência de cárie em crianças a longo prazo. Duzentas mães receberam aconselhamento dietético visando à adoção de hábitos saudáveis para seus filhos recém-nascidos. Visitas domiciliares foram realizadas mensalmente até os 6 meses de vida das crianças, e novas visitas foram realizadas aos 8, 10 e 12 meses. Trezentas mães foram utilizadas como controle. Após 4 anos, foi possível observar que o aconselhamento dietético reduziu a incidência de cárie precoce da infância em 22%, demonstrando seu efeito benéfico no padrão de saúde oral das crianças a longo prazo.
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