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Epistaxe: Hemorragia Nasal em Animais

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Epistaxe 
 
Definição 
Epistaxe é a denominação utilizada 
para designar os casos em que ocorre 
hemorragia nasal. Porém, apesar da 
definição, sua origem não é 
necessariamente da cavidade nasal, há 
casos em que a hemorragia pela narina 
pode ter origem na nasofaringe ou no 
sistema respiratório inferior, e nessas 
situações haverá uma denominação 
especifica para cada local. 
Nos casos em que a hemorragia é 
proveniente da própria cavidade nasal, 
a condição é designada como 
rinorragia. A hemorragia nasal 
originada no trato respiratório inferior, 
como nos casos de hemorragia 
pulmonar ou brônquica intensa, é 
chamada de hemoptise. 
Causas 
Epistaxe pode ter várias causas, como: 
trauma; exercício intenso em equídeos; 
inflamação; neoplasias; diáteses 
hemorrágicas; micose da bolsa gutural; 
e trombose da veia cava caudal em 
bovinos. Epistaxe secundária a traumas 
pode ocorrer em qualquer espécie, 
sendo mais frequente em cães e em 
equinos; nesta última espécie ocorre 
principalmente devido ao traumatismo 
da mucosa nasal causado pela 
introdução de sonda nasogástrica. 
Epistaxe devida a exercício físico intenso 
ocorre nos equídeos, e, nesses casos, o 
sangue é originário dos pulmões. Esse 
processo é conhecido como hemorragia 
pulmonar induzida por exercício. 
Aproximadamente 75% dos cavalos têm 
hemorragia detectável por endoscopia 
após exercício intenso, como em uma 
prova de corrida, mas somente 1 a 10% 
destes apresentam sangramento nasal. 
A hemorragia nasal pode ser 
ocasionada por processos inflamatórios 
agudos ou crônicos nos quais ocorre 
ulceração da mucosa. Neoplasias 
associadas à ruptura de vasos também 
são causas importantes. Cabe salientar 
aqui a condição não neoplásica 
conhecida como hematoma etmoidal 
progressivo do equino, que 
frequentemente está associado à 
epistaxe recorrente. 
Doenças Associadas 
Nas doenças em que ocorre hemorragia 
generalizada, ou seja, nas diáteses 
hemorrágicas, frequentemente há 
envolvimento da mucosa nasal. 
Hemorragia nasal nos casos de diátese 
hemorrágica ocorre principalmente em 
associação à trombocitopenia, ou seja, 
diminuição na contagem de plaquetas 
no sangue. Além disso, também pode 
estar associada à deficiência de 
vitamina K, intoxicação por 
dicumarínicos (varfarina), intoxicação 
aguda por samambaia, septicemias, 
entre outras condições que cursam com 
diátese hemorrágica. Nos casos de 
hemorragia generalizada, a hemorragia 
nasal pode resultar em epistaxe ou 
manifestarse simplesmente como 
petéquias ou sufusões na mucosa nasal. 
Micose das bolsas guturais ou bursite 
gutural micótica ocorre com frequência 
em equídeos como consequência de 
infecção por Aspergillus sp. Devido ao 
angiotropismo do agente, pode ocorrer 
invasão de vasos adjacentes à bolsa 
gutural, inclusive da artéria carótida, 
com consequente desvitalização da 
parede arterial e eventual ruptura, 
resultando em intensa hemorragia e 
epistaxe que pode levar à morte por 
choque hipovolêmico. 
Em bovinos, epistaxe grave, que pode 
resultar em morte por choque 
hipovolêmico, geralmente está 
associada à hemoptise devida à lesão 
pulmonar tromboembólica, secundária 
à trombose da veia cava caudal. 
Bovinos são particularmente suscetíveis 
ao desenvolvimento de abscessos 
hepáticos, que, quando localizam-se 
adjacentemente à veia hepática ou 
cava caudal, podem levar ao 
desenvolvimento de trombose. Êmbolos 
sépticos originários dessa lesão se 
alojam no pulmão, levando a erosões 
em arteríolas com hemorragia intensa 
para o lúmen brônquico e consequente 
hemoptise grave. Suínos acometidos 
por rinite atrófica progressiva, 
enfermidade discutida em detalhe à 
frente, podem apresentar epistaxe por 
rinorragia em decorrência das lesões 
necróticas de cornetos nasais. 
É importante ressaltar que o achado de 
espuma sanguinolenta no nariz do 
cadáver, principalmente de ovinos e 
suínos, não deve ser confundido com 
epistaxe. Nesses casos, esse achado 
indica congestão, edema e hemorragia 
pulmonares. 
Referência 
Patologia Veterinária - Renato de Lima Santos, 
Antônio Carlos Alessi. 2.ed. Rio de Janeiro: 
Roca, 2016.

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