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Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 6 / 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 Cavalos, gatos e cães. Corrimento nasal e ocular, espirros, coceira no nariz, epistaxes. Microscopia: eosinófilos no exsudato. Miiase: larvas do gênero Rhinoestrus. Oestrus ovis. Migração - danos. Rinite catarral. Rinite Alérgica: Doenças parasitárias: Outros: Schistosoma nasalis (rinite granulomatosa) Habronema sp. Syngamus nasicola (ruminantes). Tumores: Primários: raros. Carcinomas, sarcomas, células escamosas, gato/cavalo. TVT: cães. Tumores etmoidais endêmicos (retrovírus). Ruminantes, cavalos e suínos. A nova classificação dos tumores epiteliais da cavidade nasal: Neoplasias epiteliais malignas de cavidade nasal: carcinoma de células escamosas; carcinoma transicional; adenocarcinoma; carcinoma adenoescamoso; carcinoma adenoide cístico; carcinoma de células acinares; carcinoma indiferenciado (anaplásico); neuroblastoma olfatório; e carcinoma neuroendócrino. Também podem ocorrer neoplasias mesenquimais na cavidade nasal, que podem ser benignas, como fibroma, condroma (ocorre em várias espécies) e osteoma (ocorre principalmente em bovinos e equinos), ou malignas, como o fibrossarcoma (a neoplasia mesenquimal maligna mais comum na cavidade nasal), o osteossarcoma (mais comum em cães e gatos) e o condrossarcoma. Outros fatores: dessecação da mucosa + vírus. Dispneia (nódulos linfóides – obstrução). Ressecamento da mucosa respiratória – favorece. Bolsas guturais – divertículo que vai da nasofaringe até o ouvido médio. Somente no cavalo. Faringe e bolsas guturais - Faringite crônica equina (hiperplasia linfóide). Equinos. Streptococcus zoeepidemicus + Moraxella sp. A faringite crônica com hiperplasia linfoide do equino é uma condição que ocorre em equinos jovens com menos de 5 anos de idade (principalmente entre 1 e 3 anos de idade). É um achado incidental de necropsia, uma vez que não resulta em morte do animal. Macroscopicamente, observam- se pequenas estruturas nodulares na superfície mucosa da região dorsolateral da faringe, que correspondem a acúmulos linfoides brancacentos. A etiopatogenia do processo é complexa e não está completamente esclarecida, mas, aparentemente, o processo é causado por estímulo persistente sobre o tecido linfoide, que é bastante desenvolvido nessa área. Tal estímulo é devido a agentes infecciosos, principalmente Streptococcus zooepidemicus e Moraxella sp., associados à baixa umidade relativa do ar e outros fatores predisponentes. - Empiema: Streptococcus equi. Fibrinosa/fibrinonecrótica: Aspergillus sp. Produzem muita fibrina e necrose, que podem se acumular dentro dessas bolsas guturais. Macro: lesão granulomatosa, frequentemente associada à necrose com grande quantidade de exsudato friável. A presença do fungo dá ao exsudato uma coloração azul esverdeada. Pode ocorrer destruição dos cornetos. Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 A causa do processo é a degeneração idiopática do nervo laríngeo recorrente esquerdo, que ocasiona atrofia do músculo cricoaritenoide e outros relacionados, cuja principal função é dilatar a laringe. A predileção pelo lado esquerdo provavelmente se deve ao fato de que os axônios do nervo do lado esquerdo são mais longos do que os do lado direito, o que faz com que o nervo do lado esquerdo seja mais suscetível a lesões axônicas causadas, por exemplo, por trauma ou neurite consequente à extensão de processos inflamatórios da bolsa gutural. Como consequência, ocorre atrofia dos músculos inervados pelo nervo laríngeo recorrente, particularmente o músculo cricoaritenoide, o que faz com que a cartilagem aritenoide esquerda seja projetada para dentro do lúmen da laringe. A consequência desse processo é a interferência do fluxo de ar, principalmente na inspiração durante exercício, o que resulta em ruídos anormais. Alterações circulaturas: - Hiperemia: inflamatória. - Hemorragias: salmonelose. Peteques. Hemorragia pode ser observada com relativa frequência na mucosa da epiglote, em que geralmente observam- se hemorragias do tipo petequial (hemorragias puntiformes). Tal achado está associado, com frequência, a doenças septicêmicas, como a salmonelose, bem como doenças virais, como a peste suína clássica. Hemorragia na epiglote também pode ser observada em associação a outras doenças que causem quadro de diátese hemorrágica (hemorragia generalizada), sendo frequente também o achado de petéquias e sufusões na mucosa traqueal nesses casos. As bolsas guturais também podem acumular material, os guturólitos, que são pedras formadas pelo pus que perdeu umidade e se solidificou. Uni ou bilateral. Degeneração: Lesão no nervo laríngeo recorrente esquerdo. Atrofia/paralisia da musculatura – músculos cricoaritenoideos. Trauma, inflamação regional, tumores, idiopática. Tumores: raros (carcinomas de células escamosas). Laringe e traqueia: Malformações: raras. - Hipoplasia de epiglote: cavalos e suínos. - Hipoplasia de traquéia/brônquios: cães. A hipoplasia traqueal é uma alteração rara, caracterizada por redução do diâmetro luminal de toda a traquéia. Ao contrário do que ocorre no colapso traqueal, nos casos de hipoplasia não há achatamento da traqueia, que permanece com conformação cilíndrica normal, mas com evidente redução em seu diâmetro. Ocorre em cães, particularmente na raça Bulldog. Pode acontecer da cartilagem traqueal não se formar completamente, levando a uma estenose, devido a mucosa descer e diminuir o lúmen. Hipoplasia parcial da cartilagem. Paralisia laringeana (cavalo roncador). A hemiplegia laríngea é a causa mais comum de ruído respiratório anormal em equinos, o que caracteriza a condição comumente designada como “cavalo roncador”, que, além de ruído respiratório anormal, resulta em intolerância ao exercício. Na maioria dos casos, a lesão ocorre do lado esquerdo, mas, raramente, pode ser bilateral ou afetar o lado direito. Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 Hemorragia e necrose de parede. Já falada anteriormente. Sygamus laryngeus. Capillaria aerophila. Filaroides osleri – obstrução da passagem de ar – dispnéia. Spirocerca lupi. Metaplasia escamosa do epitélio da traqueia A metaplasia escamosa é caracterizada pela substituição do epitélio normal da traqueia, que é pseudoestratificado ciliado e com células secretoras, por um epitélio estratificado pavimentoso (escamoso). A metaplasia escamosa pode ser causada por deficiência de vitamina A, uma vez que a vitamina A é responsável por processos de maturação e diferenciação de células epiteliais, ou por intoxicação por iodeto. - Alterações por corpos estranhos – deglutição. Osso de galinha. - Rinotraqueite bovina infecciosa. As lesões localizam -se no trato respiratório superior e na traqueia. O vírus provoca lesão nas células ciliadas e nas células produtoras de muco. Parasitoses: Entre os parasitas que se localizam na traqueia e laringe, os mais frequentes são: Eucoleus aerophilus (anteriormente denominado Capillaria aerofila) e Filarioides osleri, ambos parasitas de canídeos e Mammomonogamus laryngeus (anteriormente denominado Syngamus laryngens), que se localiza na laringe de bovinos e bubalinos; este último tem como característica o fato de o macho e a fêmea ficarem justapostos permanentemente, conferindo ao parasita um formato semelhante ao da letra Y. Edema: inflamação, alergia, doença do edema (E. coli). As principais causas de edema nesses segmentos do trato respiratório são: inflamação aguda; doença do edema em suínos (causada por Escherichia coli toxigênica); e anafilaxia ou hipersensibilidade tipo 1, que se desenvolve como resultado de exposição a alergênios potentes após sensibilização prévia. Essa condição pode, por exemplo, ser resultante de picadas de abelhas ou inalação de substâncias irritantes. - Inflamações: Processos regionais. - Necrobacilose oral: terneiros e suínos (Fusobacterium necrophorum). Intoxicação por arsênico. Uma causa importante de laringite em bovinos e suínosé a extensão de necrobacilose oral, causada pela infecção por Fusobacterium necrophorum. Nesses casos, que são caracterizados por laringite necrótica, as lesões são bem demarcadas, com superfície amarela ou acinzentada e circundada por área de hiperemia da mucosa. O tecido necrótico (amarelo acinzentado) é friável, aderente à superfície, podendo se desprender, deixando áreas de ulceração profunda da mucosa. Esporadicamente, podem ser observadas lesões na mucosa da laringe causadas por F. necrophorum na ausência de lesões na cavidade oral. Outras causas infecciosas de laringite incluem Histophilus somni (Haemophilus somnus), particularmente em bovinos adultos, Trueperella pyogenes, previamente denominado Arcanobaterium (Corynebacterium) pyogenes, em bezerros e ovinos, e o vírus da influenza A em suínos. O processo inflamatório de origem não infecciosa: laringite necrótica iatrogênica, por sonda; traqueítes, decorrentes de traqueostomia. Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 Obliterante (tecido de granulação: vírus e gases).Fechamento parcial ou total da luz. Lesões graves de bronquíolos que formam tecidos de granulação que ocupam espaço na luz. Dificilmente tem- se a oportunidade de observar as lesões características dessa doença por ocasião da necropsia, uma vez que a taxa de letalidade é extremamente baixa. Pode haver ausência completa de lesões macroscópicas ou pode haver até uma traqueobronquite mucopurulenta. - Bronquiolite: semelhante. Geralmente, bronquiolite ocorre como extensão de outros processos, em particular de broncopneumonias. Na espécie equina, ocorre a condição chamada de complexo bronquiolite enfisema crônico, também conhecida como asma equina ou doença pulmonar obstrutiva crônica. Essa condição afeta principalmente animais mantidos em ambientes empoeirados, e, por isso, alguns a classificam como uma doença ocupacional do equino. O risco de desenvolvimento da doença aumenta com a idade, sendo mais comum em animais com mais de 5 anos de idade. Nesses casos, aparentemente como resultado da inalação constante de partículas de poeira, ocorre o desenvolvimento de bronquite crônica, que provoca obstrução parcial e intermitente das vias respiratórias, particularmente dos bronquíolos. Em geral, há infiltração peribrônquica ou peribronquiolar de linfócitos, com acúmulo intraluminal de neutrófilos e, ocasionalmente, infiltração de eosinófilos, associada à hipersecreção de muco. Além disso, ocorre hipertrofia da musculatura lisa brônquica e hipercontração desta, o que é resultado de estímulo direto por Catarral, purulenta, fibrinosa (FCM, IBR). Necrosante (aspiração, parasitária). Crônica: infecções recorrentes. Tumores: Raros. Carcinomas de células escamosas. Papilomas. Condrossarcoma. Brônquios e bronquíolos: - Bronquite: aerógena. As causas de bronquite incluem agentes virais, bacterianos, micóticos e parasitários, além de gases tóxicos, corpos estranhos e alergênios. O curso da bronquite depende da natureza e persistência do agente causador, e pode ocorrer resolução completa, com reepitelização e ausência de fibrose. Portanto, na maioria dos casos, as consequências de bronquite são discretas, mas o processo pode, eventualmente, evoluir para broncopneumonia, broncoestenose ou bronquiectasia. Bronquite crônica é mais comum em cães devido à infecção por Bordetella bronchiseptica. A bronquite crônica, na maioria dos casos, é de fato caracterizada por um processo do tipo crônico-ativo. Macroscopicamente, o principal achado é o excesso de muco ou exsudato mucopurulento preenchendo a árvore brônquica. A mucosa brônquica está espessa, podendo apresentar edema e hiperemia. Ocasionalmente, em casos crônicos, podem ser observadas projeções polipoides para dentro do lúmen brônquico. Um exemplo de doença que cursa com bronquite é a traqueobronquite infecciosa dos cães (comumente chamada de tosse dos canis), que é uma doença de etiologia complexa, causada por associação entre vírus e bactéria (parainfluenza tipo 2, adenovírus canino 2 e Bordetella bronchiseptica). Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 Para que haja o desenvolvimento de bronquiolite crônica obliterante, é necessário que ocorram os seguintes eventos: necrose do epitélio na junção bronquíolo alvéolo e acúmulo de exsudato rico em fibrina no lúmen bronquiolar, o que estimula a infiltração e a maturação de fibroblastos e de seus precursores. A lesão típica, observada microscopicamente, é caracterizada por formação polipoide de tecido conjuntivo fibroso, em variados estágios de organização, obliterando parcial ou totalmente o lúmen bronquiolar de forma permanente e irreversível. As consequências da bronquiolite são mais graves do que aquelas secundárias à inflamação dos grandes brônquios. Frequentemente, ocorre extensão para o parênquima pulmonar, podendo evoluir para broncopneumonia, atelectasia ou enfisema. Sequelas de bronquite e bronquiolite crônicas incluem alterações no diâmetro luminal dos brônquios e bronquíolos, como a broncoestenose, que corresponde à diminuição do lúmen brônquico, e a bronquiectasia, que é a dilatação brônquica. - Broncoestenose – diminuição do lúmen. Essa alteração pode ser causada por bronquite, compressões externas e contração da musculatura lisa brônquica. Os casos em que a obstrução brônquica é parcial resultam em enfisema, enquanto, nos casos de obstrução total, ocorre atelectasia. Isso se deve ao fato de os movimentos inspiratórios serem ativos, devido à contração do diafragma e dos músculos intercostais, ao passo que os movimentos expiratórios são passivos e decorrentes de relaxamento muscular. mediadores da inflamação ou, indiretamente, por estímulo do sistema nervoso autônomo. A etiopatogênese dessa condição envolve um processo de hipersensibilidade, desencadeado por antígenos inalados, particularmente fungos termofílicos e actinomicetos que crescem em feno mofado, poeira e endotoxinas bacterianas. Essa condição resulta em hipoxia e, consequentemente, menor tolerância do animal ao exercício ou trabalho. O esforço respiratório excessivo crônico, devido à obstrução parcial e intermitente das vias respiratórias, resulta em enfisema alveolar e leva à hipertrofia dos músculos oblíquos abdominais, que pode ser observada externamente. O gato também apresenta um processo semelhante à asma (bronquite alérgica) do ser humano. Clinicamente, essa condição afeta principalmente animais adultos e se caracteriza primariamente por tosse e dispneia. Aparentemente, a patogênese desse processo no gato envolve o mecanismo de hipersensibilidade do tipo I, desencadeado pela aspiração de alergênios, que resulta em inflamação de brônquios e bronquíolos, associada à infiltração de eosinófilos. O processo inflamatório dos bronquíolos frequentemente evolui para a condição conhecida como bronquiolite crônica obliterante, que é uma resposta inflamatória inespecífica dos bronquíolos e alvéolos adjacentes a vários agentes lesivos. Essa condição tem várias causas, que estão detalhadas a seguir no item broncopneumonia, incluindo: infecções virais (p. ex., vírus da influenza); gases tóxicos, como NH3 , H2S e oxigênio puro (concentração de 100%); vermes pulmonares; e pneumotoxinas. Patologia EspecialPatologia Especial D A T A 2 9 - 1 0 - 2 0 2 1 Extensão ao redor dessas vias aéreas (brônquios/bronquíolos). Nódulos linfocitários (vírus, micoplasmas/suínos). Esse fator diminui a capacidade de resolução das broncopneumonias devido à dificuldade de remoção de todo o exsudato, o que favorece a ocorrência da bronquiectasia, que é, portanto, uma consequência comum de broncopneumonia em bovinos. Por isso, a bronquiectasia geralmente localiza- se cranioventralmente nos pulmões, o que coincide com a distribuição das broncopneumonias. A hipótese mais aceita para o desenvolvimento da bronquiectasia (primeiro mecanismo) é de que, devido ao processo inflamatório (bronquite purulenta crônica ou broncopneumonia), há acúmulo de exsudato nolúmen, com enfraquecimento e destruição da parede brônquica em decorrência da inflamação, inclusive de sua musculatura lisa. Como consequência, tecido de granulação substitui a maior parte ou toda a parede brônquica, o que impede a contração brônquica mediada pela musculatura lisa. Desse modo, o brônquio afetado se dilata durante a inspiração e não tem capacidade de contração durante a expiração; consequentemente, sofre dilatação progressiva e, devido ao processo inflamatório, fica preenchido por exsudato inflamatório. - Peribronquite e peribronquiolite. Por isso, quando a obstrução é parcial, o ar continua entrando nos alvéolos em resposta aos movimentos inspiratórios ativos, mas o movimento expiratório passivo não é suficiente para expulsar todo o ar, resultando em retenção de ar nos alvéolos, com ruptura de suas paredes (enfisema). Entretanto, nos casos de obstrução total, mesmo com os movimentos inspiratórios ativos, o ar não chega aos alvéolos, resultando no colapso alveolar e na atelectasia do parênquima pulmonar correspondente. - Bronquiectasia – dilatação do lúmen. Costuma ser uma consequência de bronquite crônica e, portanto, é uma alteração adquirida e, geralmente, permanente, embora raramente possa ser uma alteração congênita. Do ponto de vista anatômico, a bronquiectasia pode se apresentar de duas formas: sacular ou cilíndrica. A bronquiectasia sacular é pouco frequente e caracteriza -se por dilatação de uma pequena porção da parede brônquica ou bronquiolar, resultando em uma formação saculiforme. Geralmente, resulta de inflamação associada à necrose da parede brônquica, principalmente nos bovinos e ovinos. Essa condição é mais frequentemente provocada pela aspiração de corpos estranhos. A bronquiectasia cilíndrica, que é a forma mais comum, atinge o brônquio de maneira parcial ou total, resultando em dilatação uniforme de um segmento brônquico e, consequentemente, em um aspecto cilíndrico. Essa alteração é comum em bovinos e quase sempre é sequela de bronquite supurada crônica, que, por sua vez, geralmente é uma consequência de broncopneumonia. Os bovinos são mais comumente afetados, e tal predisposição se deve à septação lobular completa, o que faz com que não haja ventilação colateral nessa espécie.
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