Buscar

Artigo - Carolina Nunes da Silva

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1. Graduanda do curso de Engenharia Ambiental da Faculdade Anchieta de Ensino 
Superior do Paraná – FAESP. 
2. Professora Doutora da Faculdade Anchieta de Ensino Superior do Paraná – FAESP. 
Orientadora. 
 
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE EFLUENTE HOSPITALAR SOBRE O 
CRESCIMENTO DE INDICADOR MICROBIANO 
Carolina Nunes da Silva1, Maria Carolina Vieira da Rocha2 
RESUMO 
 
Uma grande preocupação da atualidade é a poluição dos corpos hídricos. Os 
princípios ativos de diversos medicamentos são descartados no meio ambiente, 
muitas vezes sem o adequado tratamento. Os antibióticos, por exemplo, quando 
presentes no meio ambiente, podem ocasionar o surgimento das superbactérias. O 
objetivo deste trabalho foi identificar a interferência dos fármacos presentes no 
efluente hospitalar sobre o crescimento de um indicador microbiológico. Assim, 
efluente bruto de um hospital oncológico foi coletado na cidade de Curitiba, Paraná e 
meios de cultura contendo 5%, 10%, 20%, 30%, 40% e 50% deste efluente foram 
produzidos. Como microrganismo indicador foi utilizado Saccharomyces cerevisiae. 
Após o crescimento das colônias, foi realizada as colorações com azul de metileno, e 
coloração de Gram. Como resultado, foi possível avaliar que o efluente não possui 
efeito inibitório sobre o micro-organismo indicador, e deve apresentar baixa 
toxicidade. Todas as placas apresentaram crescimento do micro-organismo indicador 
enquanto as placas de baixas concentrações apresentaram coloração Gram -, que 
pode indicar a presença de microrganismos ambientais com potencial patogênico. 
Uma possível explicação é que, em altas concentrações, o efluente inibiu o 
crescimento de microrganismos ambientais, já nas baixas concentrações, forneceu 
nutrientes para o seu crescimento. É importante salientar que os tratamentos 
convencionais não são capazes de remover os poluentes emergentes, como 
antibióticos e demais medicamentos, sendo necessário o constante monitoramento 
dos efluentes hospitalares e caracterização destes poluentes para a aplicação dos 
tratamentos eficientes. 
 
Palavras-chave: Fármacos; efluente hospitalar; microrganismo indicador; leveduras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EVALUATION OF HOSPITAL EFFLUENT INFLUENCE ON MICROBIAL INDICATOR 
GROWTH 
 
 
ABSTRACT 
A major concern of today's pollution of water bodies. The active ingredients of various 
medicines are disposed of into the environment, often without proper treatment. 
Antibiotics, for example, when present in the environment, may lead to the emergence 
of superbugs. The aim of this study was to identify the interference of pharmaceuticals 
present in hospital wastewater on the growth of a microbiological indicator. So, raw 
sewage from a cancer hospital was collected in the city of Curitiba, Paraná and culture 
media containing 5%, 10%, 20%, 30%, 40% and 50% of this effluent were produced. 
As indicator micro-organism Saccharomyces cerevisiae was used. After the growth of 
the colonies, was held the methylene blue staining and Gram stain. As a result, it was 
possible to assess that the effluent has no inhibitory effect on the indicator 
microorganism, and must present low toxicity. All the plates presented microorganism 
growth indicator while the low concentrations showed Gram stain-, which may indicate 
the presence of environmental microorganisms with pathogenic potential. A possible 
explanation is that, at higher concentrations, the effluent inhibited the growth of 
environmental microorganisms, already in low concentrations, provided nutrients to 
your growth. It is important to note that conventional treatments are not able to remove 
the emerging pollutants such as antibiotics and other medicines, requiring the constant 
monitoring of hospital waste and characterization of these pollutants for the purposes 
of efficient treatments. 
 
Key-words: Drugs; hospital effluent; indicator micro-organism; yeasts 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Uma grande preocupação da atualidade é a poluição e contaminação de ar, 
solo e, principalmente, água. A contaminação da água pode ocorrer através de vários 
meios, como esgoto doméstico não tratado, descarte de resíduos sólidos em rios ou 
entornos, e o modo mais grave e preocupante, contaminação por fármacos, lançados 
pelo homem em rios e demais corpos hídricos sem o devido tratamento. 
 Os princípios ativos de diversos medicamentos, como por exemplo, anti-
inflamatórios, hormônios e antibióticos são descartados no meio ambiente. 
 Os fármacos podem contaminar os corpos hídricos de três maneiras: 
excretados pelo organismo humano após o consumo do medicamento; no efluente 
lançado e encaminhado às Estações de Tratamento; e no descarte incorreto de 
medicamentos vencidos, muitas vezes devido à falta de conhecimento da população. 
Há também os efluentes de instalações hospitalares lançados em corpos hídricos que, 
quando comparados às demais formas de contaminação citadas, podem conter a 
maior concentração de fármacos. 
 Os fármacos, no meio ambiente, podem ocasionar problemas nos seres 
humanos e em todos os organismos eucariontes. No caso dos antibióticos, podem 
ocasionar o surgimento das superbactérias, ou seja, bactérias existentes no meio 
ambiente que fizeram modificações em seu material genético, criando assim, 
resistência a esses fármacos. Nos seres humanos, faz com que o corpo humano crie 
resistência aos princípios ativos dos medicamentos em questão, sendo ineficaz no 
combate de doenças. 
O objetivo deste trabalho foi identificar o potencial de inibição dos fármacos 
presentes no efluente hospitalar sobre o crescimento de um micro-organismo 
indicador. Para isso, foi realizada a coleta do efluente hospitalar bruto e elaborado um 
meio de cultura contendo diferentes concentrações do efluente, para avaliar o 
crescimento do microrganismo indicador selecionado, Saccharomyces cerevisiae. 
 
 
2. REVISÃO DA LITERATURA 
 
2.1. Os fármacos 
 
De acordo com a Portaria n° 3.916/GM do Ministério da Saúde, de 30 de 
outubro de 1998, fármaco é a substância química que é o princípio ativo do 
medicamento A palavra fármaco origina-se do grego e significa “aquilo que tem o 
poder de transladar as impurezas” (KAWANO, 2006). Na Antiguidade já se utilizava 
preparos de origem animal, mineral ou vegetal para tratar doenças. Na Idade Média, 
Paracelsus (1493 – 1541) disse que “a diferença entre o medicamento e o veneno é a 
dose” mostrando, com isso, o início do entendimento dos efeitos dos fármacos. Com a 
descoberta da química orgânica, no século XIX, os primeiros medicamentos puderam 
ser identificados, iniciando, em 1805, pela morfina isolada por Sertuner extraída do 
ópio. Nos anos seguintes, muitos ouros fármacos foram descobertos, como a 
penicilina em 1928 por Fleming, o prontosil por Domagk em 1935, as tiazidas em1950 
por Beyer e o propranolol e os barbitúricos. 
 
 2.2. Efluente hospitalar 
 
 Muitos estudos já demostraram preocupação com a contaminação de águas 
superficiais e efluentes por fármacos, os chamados poluentes emergentes. Neste tipo 
de efluente podem ser encontrados antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos, 
hormônios e antineoplásicos (utilizados no tratamento de câncer) em concentração na 
faixa de micro a nano gramas por litro. Michelini (2013) cita fármacos utilizados para 
tratar pacientes com câncer em concentrações de 50 a 170 pg/L na Suíça. 
Fármacos citostáticos são utilizados na quimioterapia de pacientes com câncer, 
estes impedem a multiplicação e crescimento das células (SOMENSI,2013). Desta 
forma, este tipo de fármaco possui potencial cancerígeno e podem afetar todos os 
organismos eucariontes. 
 
2.3. Microrganismos indicadores 
 
Microrganismos indicadores são grupos ou espécies de microrganismos que, 
quando presentes em água ou alimentos, podem fornecer informações sobre a 
ocorrência de contaminação, sobre a provável presença de patógenos além de indicar 
condições sanitárias inadequadas nomanuseio e tratamento. 
Para ser um microrganismo ser utilizado com indicador é necessário que o 
mesmo atenda a alguns critérios, como: ser fácil e rápido de detectar no meio, 
facilmente distinguível, não deve estar presente como contaminante natural, e deve 
apresentar necessidades de crescimento e velocidade de crescimento semelhante às 
do patógeno (PORTAL EDUCAÇÃO). 
As leveduras são organismos pertencentes ao grupo dos fungos, unicelulares e 
que se reproduzem de modo assexuado. A levedura Saccharomyces cerevisiae é um 
microrganismo aeróbio facultativo, que tem a habilidade de se ajustar 
metabolicamente, tanto em condições de aerobiose como de anaerobiose 
(ENGQUIMICASANTOSSP). 
A Saccharomyces cerevisiae possui formato oval ou esférica e suas colônias 
tem aspecto semelhante a das bactérias, e podem se reproduzir sexuada ou 
assexuadamente. A reprodução assexuada acontece por meio de divisão da célula 
gerando indivíduos iguais, enquanto a reprodução sexuada requer a fusão de dois 
gametas. 
 
2.4. Meio de cultura 
 
Os meios de cultura são composições de substâncias que fornecem os 
nutrientes necessários para o desenvolvimento de microrganismos (PORTAL 
EDUCAÇÃO). Os meios de cultura podem ser classificados de acordo com seu estado 
físico, como sólido, quando é adicionado um agente solidificante como o ágar, 
semissólido, que possui uma quantidade reduzida de agente solidificante, e líquido, 
que é caracterizado como caldo, pois não possui agente solidificante. 
De acordo com a finalidade, os meios especiais podem ser classificados em 
meios de pré-enriquecimento, para amostras que sofreram algum processo físico ou 
químico; de enriquecimento, desenvolvimento de bactérias gerais; seletivo, inibem o 
crescimento de alguns microrganismos e favorecem o desenvolvimento de outros; 
diferencial, permite a diferenciação de microrganismos parecidos; triagem, permite a 
identificação de vários microrganismos; identificação, para realização de provas 
bioquímicas e funções fisiológicas do organismo a ser identificado; dosagem, 
determinações de aminoácidos, vitaminas e antibióticos, contagem, determinação 
quantitativa da população microbiana; manutenção, conserva os microrganismos. 
O Ágar Sabouraud Dextrose é um meio utilizado para isolamento de leveduras 
e fungos. A alta concentração de dextrose, pH ácido, da fórmula deste ágar permite a 
seletividade dos fungos. Este meio é composto por 5,0 g/L de Digestão Pancreática de 
Caseína, 5,0 g/L de Digestão Péptica de Tecido Animal, 15,0 g/L de Ágar e 40,0 g/L de 
Dextrose. 
 
 
2.5. Legislação 
 
A Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos, classifica como resíduos dos serviços de saúde aqueles gerados 
nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas 
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS. Desta forma, o efluente lançado 
por hospitais em corpos receptores se enquadra nesta classificação. 
A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 358/2005, 
que dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de 
saúde, define em seu art. 1º: 
“Esta Resolução aplica-se a todos os serviços relacionados com o atendimento 
à saúde humana e animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de 
trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, 
funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamento (tanatopraxia e 
somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de 
manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de 
controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, 
distribuidores e produtores de materiais e controle para diagnóstico in vitro; unidades 
móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre 
outros similares.” 
Portanto, todo e qualquer resíduo hospitalar deve passar por tratamento e ter a 
disposição final adequada. Ainda, as unidades geradoras devem elaborar e 
implementar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 
(PGRSS), abordando o manejo, a identificação, o transporte interno, o 
armazenamento, o tratamento e a disposição final. 
Sendo assim, a Resolução RDC nº 306 de 7 de dezembro de 2004, que dispõe 
sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de 
saúde, define em seu Capítulo III: 
“O gerenciamento dos RSS constitui-se em um conjunto de procedimentos de 
gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, 
normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e 
proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, 
visando à proteção dos trabalhados, a preservação da saúde pública, dos recursos 
naturais e do meio ambiente.” 
Assim, devido à alta carga poluidora que um efluente hospitalar pode lançar no 
meio ambiente, o mesmo deve estar incluso no PGRSS e necessita de prévio 
tratamento para ser lançado no corpo receptor, assim como descreve a Resolução 
RDC nº 306: 
“Os resíduos líquidos provenientes de esgoto e de águas servidas de 
estabelecimento de saúde devem ser tratados antes do lançamento no corpo receptor 
ou na rede coletora de esgoto, sempre que não houver sistema de tratamento de 
esgoto coletivo atendendo a área onde está localizado o serviço, conforme definido na 
RDC nº 50/2002.” 
A Resolução CONAMA nº 430/2011, que dispõe sobre as condições e padrões 
de lançamento de efluentes, em seu art. 16, reforça a resolução nº 306/2004 da 
ANVISA, pois trata das condições necessárias para o lançamento do efluente no corpo 
receptor e que o mesmo deve atender aos padrões exigidos por este artigo, conforme 
transcrito abaixo: 
“Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados 
diretamente no corpo receptor desde que obedeçam as condições e padrões previstos 
neste artigo, resguardadas outras exigências cabíveis.” 
A Resolução estabelece ainda, em seu art. 18 que: 
“O efluente não deve causar ou possuir potencial para causar efeitos tóxicos 
aos organismos aquáticos no corpo receptor, de acordo com os critérios de 
ecotoxicidade estabelecidos pelo órgão competente.” 
 
3. MATERIAL E MÉTODOS 
 
3.1. Pontos de coleta 
 
O efluente foi coletado em um hospital que trata pacientes oncológicos 
localizado na cidade de Curitiba – PR, na rede de esgoto do mesmo, próximo ao 
estacionamento do hospital, de 80 a 100 metros antes da fossa séptica. 
 
3.2. Análises microbiológicas 
 
De acordo com os critérios apresentados na Seção 2.3, o microrganismo 
indicador utilizado foi a levedura Saccharomyces cerevisiae. O meio de cultura Ágar 
Sabouraud Dextrose foi utilizado como meio de cultura base e o efluente hospitalar foi 
incorporado ao meio de cultura, nas seguintes concentrações: 5%, 10%, 20%, 30%, 
40% e 50% em um volume final de 50 mL, conforme apresentado na Tabela 1. 
 
Diluição Quantidade de meio de efluente Quantidade de meio de cultura 
5% 2,5 ml 47,5 ml 
10% 5 ml 45 ml 
20% 10 ml 40 ml 
30% 15 ml 35 ml 
40% 20 ml 30 ml 
50% 25 ml 25 ml 
Controle - 50 ml 
Tabela 1: Tratamentos testados com efluente hospitalar no meio de cultura. 
 
As placas com os meios ficaram em estufa microbiológica, sob temperatura de 
25 ºC por 48 horas para solidificação dos mesmos. Após este período, foi semeado 1 
ml do microrganismo indicador, pela técnica de esgotamento de alça. Os meios foram 
mantidos em estufa por 7 dias para crescimento e proliferação dos microrganismos. 
 
3.3. Coloração com azul de metileno 
 
Após o crescimento das colônias, foi realizada a coloração com azul de metileno 
para identificação dos microrganismos existentes, em especial as leveduras 
Saccharomyces cerevisiae. Foi preparada uma lâmina para cada placa, e 
selecionadas as colônias mais representativas. Com lâminas esterilizadas, foi 
adicionada uma gota de água destilada para fixação do esfregaçoe seco em 
temperatura ambiente. Depois de seco, a alça de níquel-cromo foi flambada e então 
coletada a colônia desejada e espalhando em circulo na lâmina. Depois de seco e fixo, 
foi adicionada uma gota de azul de metileno sobre o esfregaço e aguardado 3 minutos. 
Depois desse tempo, a lâmina foi enxaguada com água destilada corrente até não 
haver mais remoção do corante. Depois de secas, as lâminas foram observadas em 
microscópio óptico, marca Opton. 
 
 
3.4. Coloração de Gram 
 
Foi realizada a coloração de Gram que tem por objetivo diferenciar os 
microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. 
Com as lâminas esterilizadas, foi adicionada uma gota de água destilada, e, com 
a alça de níquel-cromo flambada, foi transferida para a lâmina uma alçada da colônia 
mais significativa da placa com movimentos circulares. A seguir, a lâmina foi seca sob 
temperatura ambiente. A seguir, foi adicionada uma gota do corante violeta cristal 
sobre o esfregaço e aguardado 1 minuto. Após esse tempo, a lâmina foi enxaguada 
em água destilada corrente. Em seguida, foi adicionada uma gota de lugol e, após 30 
a lâmina novamente foi enxaguada em água corrente. Posteriormente, foi gotejado 
álcool absoluto sobre o esfregaço até não haver mais remoção do corante. Após este 
passo, novo enxágue em água corrente. Em seguida, foi adicionada uma gota de 
fucsina sobre o esfregaço e aguardado 5 minutos. Depois de decorrido esse tempo, a 
lâmina foi enxaguada em água destilada corrente e, depois de secas, as lâminas 
foram observadas em microscópio óptico. 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Foi possível a realização de apenas uma repetição, o que impossibilitou a 
análise estatística. Porém, com os resultados apresentados, foi possível verificar que 
houve crescimento do microrganismo indicador em todas as placas e, diante disso, 
percebe-se que o efluente hospitalar em questão não possui efeito inibitório para o 
crescimento das leveduras, portanto o efluente apresenta baixa toxicidade. 
Dentre os 7 tratamentos, aqueles de menores concentrações, figuras 1, 2 e 3, 
apresentaram grande quantidade de micro-organismos Gram negativos indicando a 
presença de bactérias que podem apresentar algum grau de patogenicidade. 
 
Figura 1. 5% 
Figura 2. 10% 
Figura 3. 20% 
 
Três Dos quatro tratamentos restantes, figuras 4, 5, e 6, aquelas com maiores 
concentrações de efluente, apresentaram coloração Gram positivos em grande parte. 
Isso pode ser explicado pela afirmação do químico Paracelsus, isto é, “a diferença 
entre o remédio e o veneno é a dose”. 
Figura 4. 30% 
Figura 5. 40% 
Figura 6. 50% 
A figura 7 abaixo, identificada como controle, foi elaborado para confirmar o 
crescimento do microrganismo indicador nas condições em que as placas foram 
expostas. Pode-se notar que as leveduras cresceram e apresentaram coloração roxa, 
que indica que são Gram positivas, devido a não presença de efluente hospitalar. 
Desta forma, nas baixas concentrações, há disponível a quantidade necessária 
e suficiente para o crescimento dos micro-organismos ambientais, enquanto nas altas 
concentrações, esses nutrientes passaram a apresentar-se em excesso, podendo 
inibir o crescimento de microrganismos ambientais. 
Figura 7. Controle 
 
É importante salientar que a baixa toxicidade do efluente hospitalar pode ser 
preocupante a longo prazo, pois os microrganismos nativos podem estar adaptados e 
assim estar sofrendo mutagênese. Essa baixa toxicidade também pode fazer com que 
o microrganismo indicador apresente tolerância ao efluente e também sofra mutação 
com o tempo. 
 
5. CONCLUSÕES 
 
O efluente hospitalar não apresenta toxicidade para a levedura testada, pois 
em todas as doses houve crescimento do microrganismo indicador. A baixa toxicidade 
do efluente a curto prazo, não apresenta problemas aos microrganismos, pois em 
pequenas concentrações fornece os nutrientes para o crescimento de bactérias 
patogênicas. Porém, a longo prazo, podem causar mutagênese nos microrganismos 
nativos. Diante disso, faz-se necessário o aprofundamento dos estudos dos efluentes 
hospitalares de forma a realizar a caracterização físico-química e a caracterização dos 
poluentes emergentes existentes no efluente. Também será de grande valia, em 
futuros estudos, acompanhar o potencial de mutagenicidade das cepas utilizadas 
como indicadores. 
 
REFERÊNCIAS 
 
Portal Educação. Microorganismos Indicadores. Disponível em: 
<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/microorganismos-
indicadores/22482>. Acesso em 07 de setembro de 2017. 
 
Brasil. Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010 – Política Nacional de 
Resíduos Sólidos. Disponível em: 
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=636>. Acesso em 17 de 
agosto de 2017. 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/microorganismos-indicadores/22482
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/microorganismos-indicadores/22482
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=636
 
Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 358, de 20 de abril de 2005. 
<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35805.pdf>. Acesso em 17de 
agosto de 2017. 
 
Ministério da Saúde. Resolução ANVISA RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004. 
Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html>. 
Acesso em 17de agosto de 2017. 
 
Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011. 
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646>. 
Acesso em 17de agosto de 2017. 
 
Portal Educação. Fármacos e Medicamentos – Conceitos Fundamentais. Disponível 
em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/farmacos-e-
medicamentos-conceitos-fundamentais/9759>. Acesso em 23 de outubro de 2017. 
 
Conselho Federal de Farmácia. Portaria nº 3.916, 30 de outubro de 1998 – Política 
Nacional dos Medicamentos. Disponível em: 
<http://www.cff.org.br/userfiles/file/portarias/3916_gm.pdf >. Acesso em 23 de outubro 
de 2017. 
 
UFRGS Ciência. Resíduos de medicamentos e hormônios na água preocupam 
cientistas. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/secom/ciencia/residuos-de-
medicamentos-e-hormonios-na-agua-preocupam-cientistas/>. Acesso em 23 de 
outubro de 2017. 
 
Somensi, C. A. Tratamento de Efluentes Hospitalares: Uso de Parâmetros Físico-
químicos, Microbiológicos e Ecotoxicológicos na Avaliação da Eficiência da Ozonólise 
e da Associação Sonólise/Ozonólise; 2013. Disponível em: 
<https://siaiap39.univali.br/repositorio/handle/repositorio/1883>. Acesso em 25 de 
outubro de 2017 
 
Michelini, L. D. Avaliação Físico-Química, Microbiológica e Ecotoxicológica de 
Efluentes Ouriundos de Clínicas de Oncologia do Município de Goiânia; 2013. 
Disponível em: <http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/3837>. Acesso em 25 de 
outubro de 2017. 
 
InfoEscola. Farmacologia. Disponível em: 
<https://www.infoescola.com/ciencias/farmacologia/>. Acesso em 25 de outubro de 
2017. 
 
Abreu, E. T.; Pretto, J. A.; Caleare, A. O; Tavares, R. G.; Nakamura, C. V. Avaliação 
da resistência a antibióticos de bactérias isoladas de efluente hospitalar; Acta 
Scientiarium Technology; v. 32; n. 1; p. 1-5; 2010. 
 
ENGQUIMICASANTOSSP. Saccharomyces cerevisiae. Disponível em: 
<http://www.engquimicasantossp.com.br/2013/09/saccharomyces-cerevisiae.html>. 
acesso em 22 de novembro de 2017. 
 
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35805.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/farmacos-e-medicamentos-conceitos-fundamentais/9759
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/farmacos-e-medicamentos-conceitos-fundamentais/9759
http://www.cff.org.br/userfiles/file/portarias/3916_gm.pdf
http://www.ufrgs.br/secom/ciencia/residuos-de-medicamentos-e-hormonios-na-agua-preocupam-cientistas/
http://www.ufrgs.br/secom/ciencia/residuos-de-medicamentos-e-hormonios-na-agua-preocupam-cientistas/https://siaiap39.univali.br/repositorio/handle/repositorio/1883
http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/3837
https://www.infoescola.com/ciencias/farmacologia/
http://www.engquimicasantossp.com.br/2013/09/saccharomyces-cerevisiae.html
UFRGS. Reprodução das leveduras. Disponível em: 
<http://www.ufrgs.br/alimentus1/pao/fermentacao/reproducao.htm >. Acesso em 22 de 
novembro de 2017. 
 
InfoEscola. Leveduras. Disponível em: 
<https://www.infoescola.com/biologia/leveduras/>. Acesso em 22 de novembro de 
2017. 
 
Ferreira, H., Lima, H, Coelho, T. Microrganismos indicadores em alimentos de origem 
animal; 2014. Disponível em: 
<http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/126/Resumo%20MO%20indica
dores.%20Heider,%20Hiagos,%20Thiago.pdf>. Acesso em 22 de novembro de 2017. 
 
Portal Educação. Meios de cultura de microrganismos. Disponível em: 
<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/odontologia/meios-de-cultura-
de-microrganismos/57896>. Acesso em 22 de novembro de 2017. 
 
Kasvi. Ágar Sabouraud Dextrose. Disponível em: 
<http://www.kasvi.com.br/produtos/?ref=K25-610103&desc=agar-sabouraud-dextrose.-
frasco-500g>. Acesso em 22 de novembro de 2017. 
 
Acumedia. Àgar Sabouraud Dextrose. Disponível em: 
<http://foodsafety.neogen.com/pdf/acumedia_pi/7150_pt_pi.pdf>. Acesso em 22 de 
novembro de 2017. 
 
http://www.ufrgs.br/alimentus1/pao/fermentacao/reproducao.htm
https://www.infoescola.com/biologia/leveduras/
http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/126/Resumo%20MO%20indicadores.%20Heider,%20Hiagos,%20Thiago.pdf
http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/126/Resumo%20MO%20indicadores.%20Heider,%20Hiagos,%20Thiago.pdf
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/odontologia/meios-de-cultura-de-microrganismos/57896
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/odontologia/meios-de-cultura-de-microrganismos/57896
http://www.kasvi.com.br/produtos/?ref=K25-610103&desc=agar-sabouraud-dextrose.-frasco-500g
http://www.kasvi.com.br/produtos/?ref=K25-610103&desc=agar-sabouraud-dextrose.-frasco-500g
http://foodsafety.neogen.com/pdf/acumedia_pi/7150_pt_pi.pdf

Continue navegando