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QUÍMICA F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Professor(a): Antonino Fontenelle assunto: termoquímicA frente: químicA ii 002.725 – 128885/18 AULAS 09 E 10 EAD – ITA/IME Fatores que influenciam no ∆H Quantidade de reagentes e produtos A quantidade de calor liberada ou absorvida em uma reação química ou fenômeno físico é proporcional à quantidade de reagentes (ou produtos) que são consumidos (ou formados) no processo. Veja o exemplo para a formação de 2 moles de amônia gasosa: N 2(g) + 3 H 2(g) → 2 NH 3(g) ∆H = – 92 kJ Essa notação indica que, para a formação de 2 moles de amônia (NH 3 ) na fase gasosa, são liberados 92 kJ de calor. Evidentemente, se ocorresse a formação de 4 moles de amônia gasosa, a quantidade de calor liberado seria também o dobro. Observe: 2 N 2(g) + 6 H 2(g) → 4 NH 3(g) ∆H = –184 kJ Estados físicos de reagentes e produtos O estado físico de certo reagente ou determinado produto, em uma reação química, pode alterar a variação de entalpia da reação. Sabe-se que uma substância em fase gasosa possui maior conteúdo energético que em fase líquida (devido à maior energia cinética das partículas no estado gasoso, que resulta em maior agitação molecular) e que uma substância em fase líquida possui maior conteúdo energético que em fase sólida: H gasoso > H líquido > H sólido Veja, a seguir, o gráfico de entalpia para a reação exotérmica de produção de monóxido de carbono gasoso e água (que pode ser gasosa, líquida ou sólida), a partir de gás carbônico e gás hidrogênio. CO 2(g) + H 2(g) → CO (g) + H 2 O Sabemos que as três reações se diferenciam, em relação ao calor liberado, pelo estado físico da água (um dos produtos da reação). Lembre-se que a água em fase gasosa é a de maior entalpia e situa-se acima das outras duas fases no gráfico. Esse fato é importante quando avaliamos a variação de entalpia. x y zCO (g) + H2O(g) CO 2(g) + H 2(g) CO (g) + H2O(�) CO (g) + H2O(s) H Note que x < y < z. Portanto, pode-se concluir que a reação estudada libera mais calor ao formar água sólida e libera menos calor ao formar água gasosa. Temperatura da reação Como reagentes e produtos são substâncias diferentes, com calores específicos diferentes, a mudança na temperatura provoca alteração no valor do ∆H de uma reação. Acompanhe o exemplo a seguir. • a 25 °C: N 2(g) + 3 H 2(g) → 2 NH 3(g) ∆H = – 92 kJ • a 450 °C: N 2(g) + 3 H 2(g) → 2 NH 3(g) ∆H = – 111 kJ Estado alotrópico dos componentes A mudança na forma alotrópica de uma substância altera a variação de entalpia (∆H) da reação que a substância toma parte, pois, afinal, são substâncias diferentes. Em termos termodinâmicos, a forma alotrópica mais estável de uma substância é a que admite a mais baixa entalpia. Nesse momento, é interessante que se recorde o que significa alotropia: é o fenômeno em que um mesmo elemento químico pode formar mais de uma substância simples diferente. Diversos elementos apresentam variedades alotrópicas, mas os mais importantes casos de alotropia estão resumidos na tabela a seguir. 2F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Módulo de estudo 002.725 – 128885/18 Elemento Alótropos Mais estável Carbono (C) Grafite (gr.) Diamante (d) Fulerenos (Ful.) Grafite (gr.) Oxigênio (O) Oxigênio (O 2 ) Ozônio (O 3 ) Oxigênio (O 2 ) Enxofre (S) Rômbico (r) Monoclínico (m) Rômbico (r) Fósforo (P) Vermelho (v) Branco (br.) Vermelho (v) Observações: 1. A variação do ∆H de uma reação, com a temperatura, pode ser estimada pela lei Kirchhoff R → P ∆H = C P · ∆T H 2 – H 1 = C P (T 2 – T 1 ) H 2 = H 1 + C P ∆T ∆H 2 = H 1 P – H 2 R = H 1 P + C PR · ∆T – H 1 R – C PR · ∆T = ∆H 1 = ∆C P ∆TReac. Reac. Logo: ∆H2 = ∆H1 + ∆CP · ∆T onde CP é considerada constante no intervalo de temperatura estudado. 2. Nas condições de operação em que trabalhamos, a pressão não exerce influência sobre o ∆H. 3. Em determinados sistemas, algumas características também podem influenciar o ∆H do processo, como uma reação química realizada com um componente em maior ou menor grau de diluição. H 2 SO 4(concentrado) + ... → produtos H 2 SO 4(diluído) + ... → produtos 4. O que deve constar em uma equação termoquímica? – Equação termoquímica: • Estados físicos (e alotrópicos); • Temperatura (se nada for mencionado, usa-se 25 oC); • Variação de entalpia; • Coeficientes devem corresponder ao número de moles. O estado-padrão Estado-padrão de uma substância se refere ao estado físico mais comum da substância (e variedade alotrópica mais estável, se for o caso) em condições de 1 atm, sob temperatura de 25 °C. A definição de estado-padrão é importante para estabelecermos o zero de entalpia para cada elemento. Toda substância simples, no estado-padrão, possui entalpia igual a zero, como as substâncias H 2 , O 2 , C (grafite) e S (romb.) . Exceção: É atribuída ao fósforo branco (forma menos estável do elemento fósforo) a entalpia H = 0, por razões históricas. Logo, o fósforo vermelho, que é a variedade mais estável, terá entalpia menor e, portanto, H < 0. Observações: • As formas alotrópicas menos estáveis possuem entalpia maior que a das formas mais estáveis (H > 0). • Se nada for mencionado no problema, admite-se que a substância, ou todas as substâncias de uma reação, estejam no estado-padrão. Alguns ∆H’s importantes Calor, entalpia ou ∆H de formação É a quantidade de calor liberada ou absorvida para formar 1 mol de uma substância, a partir de seus elementos constituintes, na forma de substâncias simples, no estado-padrão, a 25 °C. Observe os três exemplos a seguir, em que o ∆H é denominado calor de formação: C (graf.) + O 2(g) → CO 2(g) ∆Hf = – 393,5 kJ/mol Na (s) + 1 2 Cl 2(g) → NaCl (s) ∆Hf = – 411,1 kJ/mol 3 C (graf.) + 6 H 2(g) + 3 O 2(g) → C 6 H 12 O 6(s) ∆Hf = – 1268 kJ/mol Observe agora dois exemplos em que o ∆H da reação não pode ser denominado calor de formação: C (diam.) + 2 H 2(g) → CH 4(g) ∆H = – 77,6 kJ/mol (nesse caso, a espécie C (diam.) não corresponde ao estado-padrão). N 2(g) + 3 H 2(g) → 2 NH 3(g) ∆H = – 92 kJ (nesse caso, foram formados 2 moles do produto). Os valores tabelados dos calores de formação das substâncias podem ser utilizados para calcularmos o ∆H de outras reações em que essas substâncias participem, de acordo com a seguinte relação: ∆H reação = Σ ∆Hf prod. – Σ ∆Hf reag. Calor, entalpia ou ∆H de combustão É a quantidade de calor liberada para queimar 1 mol de uma substância, estando todos os componentes da reação no estado- padrão, a 25 °C. Quando se afirmar que, para o gás metano, ∆Hc (calor de combustão) é igual a – 890 kJ/mol, entendemos que a reação de 1 mol de CH 4(g) com 2 moles de O 2(g) , produzindo 1 mol de CO 2(g) e 2 moles de H 2 O (l), libera 890 kJ a 25 °C. Veja a equação termoquímica correspondente: CH 4(g) + O 2(g) → CO 2(g) + 2 H 2 O (l) ∆Hc = – 890 kJ/mol 3 F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// 002.725 – 128885/18 Módulo de estudo Observação: Na verdade, todo ∆H recebe a denominação da reação ou processo a que está associado. Em um processo como a fusão da água, H 2 O (s) → H 2 O (l), o ∆H recebe o nome de calor ou entalpia de fusão. Assim, teremos calor de neutralização (para reações de neutralização entre ácidos e bases), calor de dissolução (para a dissolução de substâncias em água, por exemplo) etc. Lei de Hess Também conhecida como lei da soma dos calores, a Lei de Hess é a base fundamental para a compreensão da Termoquímica. Ela se fundamenta no fato de que a entalpia (H) é uma função de estado, ou seja, o valor de ∆H para um processo depende apenas do estado atual do sistema, não importando como esse estado foi alcançado. Assim, podemos dizer, mais facilmente, que o valor de ∆H de um processo dependeapenas dos estados final e inicial, não importando as etapas intermediárias. Se um processo ocorreu em n etapas, então, teremos: ∆H global = ∆H 1 + ∆H 2 + … + ∆H n Alguns comentários são necessários para que se consiga utilizar, com critério, a Lei de Hess: 1. Se uma equação termoquímica é multiplicada por um número, o seu ∆H também será multiplicado pelo mesmo número (afinal, a variação de entalpia é uma propriedade extensiva do material reagente); 2. Ao se inverter uma equação termoquímica, o valor de seu ∆H também será invertido (muda de sinal). Observações: 1. Chama-se função de estado aquela que só depende dos estados final e inicial. A entalpia é uma função desse tipo, e aí está um bom motivo para podermos usar e entender a Lei de Hess. 2. Entalpia de dissolução de compostos iônicos (∆H sol. ). A dissolução de compostos iônicos pode ser interpretada, teoricamente, como a soma de duas etapas bem definidas: I. Entalpia reticular (∆H ret. ): é a energia necessária para a quebra do retículo iônico até que os íons sejam levados à fase gasosa. Como envolve o rompimento de ligações, é uma grandeza endotérmica; II. Entalpia de hidratação ou solvatação (∆H hid. ): envolve a energia liberada para que os íons gasosos sejam solvatados pelas moléculas do solvente, formando a camada de solvatação. Como se dá pela aproximação de espécies, cujos polos têm sinais contrários, é uma grandeza exotérmica. Pela Lei de Hess, podemos escrever: ∆H sol. = ∆H ret. + ∆H hid. . Se |∆H ret. | > |∆H hid. | então ∆H sol. > 0 (dissolução endotérmica). Se |∆H ret. | < |∆H hid. | então ∆H sol. < 0 (dissolução exotérmica). 3. Entalpia de formação de compostos iônicos a partir de determinadas entalpias (ciclo de Born-Haber). A entalpia de formação de um composto iônico pode ser obtida a partir de passos teóricos, ou podemos usá-los para determinar algum valor desconhecido. Veja o exemplo para o cloreto de cálcio: I. sublimação do Ca (s) : Ca (s) → Ca (g) ∆H 1 II. ionização do Ca (g) : Ca (g) → Ca2+ ( g) + 2e– ∆H 2 III. quebra da ligação do Cl 2(g) : Cl 2(g) → 2Cl (g) ∆H 3 IV. afinidade ao elétron do Cl : 2Cl (g) + 2e– → 2Cl– ( g) ∆H 4 V. formação do retículo iônico: Ca2+ ( g) + 2Cl– ( g) → CaCl 2(s) ∆H 5 A soma das cinco etapas propostas, que corresponde ao calor de formação, dá-nos: Ca (f) + Cl 2(g) → CaCl 2(s) H f . Veja que ∆H f = ∆H 1 + ∆H 2 + ∆H 3 + ∆H 4 + ∆H 5 . Observe ainda que ∆H 5 é igual a –∆H ret. (entalpia reticular com sinal trocado). Energia (ou entalpia) de ligação É a energia necessária para se quebrar 1 mol de ligações (sejam ligações simples, duplas ou triplas) no estado gasoso, sob temperatura de 25 °C e pressão de 1 atm. Observe a tabela a seguir, com o valor de algumas entalpias de ligação. Ligação Energia de Ligação (kcal/mol) (kJ/mol) C –– C 83,2 347,8 C == C 146,2 613,6 C ≡≡ C 200,6 838,5 H –– H 104,2 435,5 O == O 119,1 497,8 N ≡≡ N 225,8 943,8 F –– F 37,0 154,6 Cl –– Cl 57,9 242,0 Br –– Br 46,1 192,7 N –– H 92,0 384,6 I –– I 36,1 150,9 C –– H 98,8 412,9 C –– O 85,5 357,4 C == O 178,0 744,0 O –– H 110,6 462,3 H –– F 135,0 564,3 H –– Cl 103,1 430,9 H –– Br 87,4 365,3 H –– I 71,4 298,4 FELTRE, Ricardo. Química. Vol. 2, 4a ed. 1994. 4F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Módulo de estudo 002.725 – 128885/18 Veja, na tabela anterior, que a quebra de 1 mol de ligações C –– H em alguma molécula que contenha essa ligação (como CH 4(g) ) absorve 347,8 kJ de calor (o processo de quebra de ligação é endotérmico). Já a quebra de 1 mol de ligações C == O absorve 744 kJ de energia. Veja ainda que o valor para quebrar 1 mol de ligações C == O não é o dobro do valor para quebrar 1 mol de ligações C –– O, pois a ligação dupla consiste de uma ligação sigma e uma pi, enquanto a ligação simples é formada apenas por uma ligação do tipo sigma. A entalpia de ligação pode ser utilizada para calcularmos valores de ∆H de reações em que as moléculas sejam formadas pelas respectivas ligações. Lembre-se que: • Ligação rompida (nos reagentes) → ∆H > 0 (endotérmico). • Ligação formada (nos produtos) → ∆H < 0 (exotérmico). Exercícios 01. Assinale a opção errada que apresenta (em kJ/mol) a entalpia padrão de formação (∆H f ) da substância a 25 oC. A) ∆H f (C (grafite) ) = 0 B) ∆H f (I 2(S) ) = 0 C) ∆H f (S 8(romb) ) = 0 D) ∆H f (Br 2(l)) = 0 E) ∆H f ((P 4 ) n(vermelho) ) = 0 02. A reação 4 Fe (s) + 3 O 2(g) → 2 Fe 2 O 3(s) foi usada como parte de uma pesquisa para avaliar a influência da temperatura na oxidação do metal. Foi encontrado que a reação produziu 1680 kJ/mol de Fe 2 O 3(s) sob condições de pressão constante a 1000 K. Qual a variação de energia interna para a oxidação do ferro na proporção estequiométrica apresentada na reação balanceada acima? Se necessário, use R = 8,3 J · mol–1 · k–1. A) – 3335 kJ B) – 3385 kJ C) – 865 kJ D) – 815 kJ E) – 834 kJ 03. Os calores padrão de combustão do butano, C 4 H 10(g) , do propano, C 3 H 8(g) e do C (s) , são respectivamente, – 2880 kJ · mol–1, – 2222 kJ · mol–1 e – 394 kJ · mol–1. Sabendo que o calor de formação do butano é 22 kJ · mol–1 mais exotérmico que o do propano, determine o calor de formação do propano, em kJ · mol –1. A) – 104 B) – 122 C) – 126 D) – 216 E) – 286 04. Uma reação é dita autossustentável quando gera calor suficiente para levar os reagentes da temperatura ambiente (25 °C) até a temperatura necessária para a ocorrência da reação. A reação de ustulação da blenda (minério constituído de ZnS e impureza de sílica, SiO 2 ) ao ar é dada por: ZnS (s) + 3/2 O 2(g) + 6 N 2(g) → ZnO (g) + SO 2(g) + 6 N 2(g) ∆H0 1 298 k = – 460 kJ/mol de ZnS Observe que o nitrogênio do ar não participa da reação, mas precisa ser considerado, pois o oxigênio do ar é inserido no sistema junto ao nitrogênio. Determine, em mol de SiO 2 , por mol de ZnS, a quantidade de SiO 2 máxima para que a reação, que ocorre a 1298 K, seja autossustentável. Dados: capacidades caloríficas molares (consideradas constantes no intervalo de temperatura adotado), em J/mol – k: SiO 2(g) 80,0 ZnS (s) 60,0 O 2(g) 40,0 N 2(g) 30,0 A) 0,5 mol B) 1,0 mol C) 1,5 mol D) 2,0 mol E) 2,5 mol 05. Seja a reação genérica A (g) → B (g) ocorrendo sob pressão constante. Analise a figura a seguir, que mostra a variação da entalpia (H, em kJ/mol) de A e B com a temperatura (T, em Kelvin): H B A TT1 T2 Assinale a alternativa errada: A) Se as capacidades caloríficas de A e B forem constantes com a temperatura, as linhas correspondentes serão retas. B) Entre T 1 e T 2 a variação da entalpia aumenta. C) A capacidade calorífica molar de B é maior que a de A, no intervalo T 1 e T 2 . D) A aproximação que sugere que as capacidades caloríficas molares se mantenham constantes entre T 1 e T 2 sugere, também, que o valor de ∆H não se altere nesse intervalo de temperatura. E) Ocorre absorção de calor em qualquer transformação de A em B,entre as temperaturas T 1 e T 2 . 06. O carbono em forma de grafite pode ser utilizado para a redução de alguns óxidos metálicos, como o PbO 2(s) . A reação PbO 2(s) + C (s) → Pb (s) + CO 2(g) possui ∆H0 = – 120 kJ, a 25 °C. Conhecendo os dados a seguir, encontre, em kJ·mol–1, o calor de formação do PbO 2(s) sob temperatura de 125 °C. Admita que, para as substâncias em discussão nessa questão, não há possibilidade de mudança de fase. Dados: Substâncias PbO 2(s) Pb (s) C (s) O 2(g) CO 2(g) ∆Hf (kJ · mol–1) -------- -------- -------- -------- – 390 Cp (J·mol–1 · K–1) 800 500 -------- 200 ------- 5 F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// 002.725 – 128885/18 Módulo de estudo 07. Dados os seguintes calores padrão de reação a 27 °C: I. Calor de formação da água líquida = – 280 kJ · mol–1; II. Calor de combustão do acetileno gasoso = – 1300 kJ · mol–1;III. Calor de combustão do etileno gasoso = – 1420 kJ · mol–1. Calcule o calor para a reação de monohidrogenação do acetileno gasoso, a volume constante, sob temperatura de 27 °C. Use R = 8,0 J · mol–1 · K–1 = 0,08 L · atm · mol–1 · K–1. 08. Uma amostra de 1,22 g de ácido benzoico, C 7 H 6 O 2 , foi colocada em uma bomba calorimétrica. A bomba foi preenchida com um excesso de oxigênio a alta pressão, selada e imersa em um balde de água, que serviu como calorímetro. A capacidade calorífica do conjunto todo foi determinada como sendo 2400 cal/°C, incluindo a bomba, o balde, um termômetro e a água. A oxidação do ácido benzoico foi iniciada pela passagem de uma faísca elétrica através da amostra. Após a combustão completa da amostra, o termômetro imerso na água registrou uma temperatura de 3,25 °C maior que a temperatura antes da combustão. A) Qual o ∆H por mol de ácido benzoico queimado nesse calorímetro? Despreze a variação de volume entre reagentes e produtos na reação de combustão do ácido benzoico. B) Qual o calor de formação do ácido benzoico, conhecendo-se os calores de formação, em kcal · mol–1, do CO 2(g) , – 94, e da H 2 O (l), – 68? 9. (Unesp) Foram queimados 4,00 g de carvão até CO 2 , em um calorímetro. A temperatura inicial do sistema era de 20,0 °C e a final, após a combustão, 31,3 °C. Considere a capacidade calorífica do calorímetro igual a 21,4 kcal/oC e despreze a quantidade de calor armazenada na atmosfera dentro do calorímetro. A quantidade de calor, em kcal/g, liberada na queima do carvão, foi de A) 670 B) 62,0 C) 167 D) 242 E) 60,5 10. (FGV) Um experimento quantitativo foi feito empregando-se uma bomba calorimétrica, que é um dispositivo calibrado para medidas de calor de reação. Em seu interior, colocou-se uma certa quantidade de um alcano e sua reação de combustão completa liberou 555 kJ e 18,0 g de água. Sabendo-se que a entalpia de combustão desse hidrocarboneto é – 2220 kJ · mol–1, é correto afirmar que sua fórmula molecular é A) CH 4 B) C 2 H 4 C) C 2 H 6 D) C 3 H 6 E) C 3 H 8 11. (Fuvest) A partir de considerações teóricas, foi feita uma estimativa do poder calorífico (isto é, da quantidade de calor liberada na combustão completa de 1 kg de combustível) de grande número de hidrocarbonetos. Dessa maneira, foi obtido o seguinte gráfico de valores teóricos: Q ua nt id ad e de c al or li be ra da n a co m bu st ão c om pl et a (k ca l/k g) 13.000 12.000 11.000 10.000 4 85 96 7 121110 massa de carbono de carbono/massa de hidrogênio na composição do hidrocarboneto Com base no gráfico, um hidrocarboneto que libera 10700 kcal/kg, em sua combustão completa, pode ser representado pela fórmula: Dados: Massas molares (g/mol): C = 12,0; H = 1,00. A) CH 4 B) C 2 H 4 C) C 4 H 10 D) C 5 H 8 E) C 6 H 6 12. (Fuvest) Em uma reação de síntese, induzida por luz vermelha de frequência f igual a 4,3 × 1014 Hz, ocorreu a formação de 180 g de glicose. Determine A) o número N de mols de glicose produzido na reação; B) a energia E de um fóton de luz vermelha; C) o número mínimo n de fótons de luz vermelha necessário para a produção de 180 g de glicose; D) o volume V de oxigênio produzido na reação (CNTP). Note e adote: 6 H 2 O + 6 CO 2 + energia → C 6 H 12 O 6 + 6 O 2 : Massas molares: H (1 g/mol), C (12 g/mol), O (16 g/mol); Energia do fóton: E = hf; Constante de Planck: h = 6,6 × 10–34 J · s; Nessa reação, são necessários 2800 kJ de energia para a formação de um mol de glicose; 1 mol de gás ocupa 22,4 L (CNTP – Condições Normais de Temperatura e Pressão). 13. Observe as afirmações sobre as propriedades termodinâmicas das substâncias: I. A capacidade calorífica molar de O 2(g) é maior que a de O 3(g) ; II. A capacidade calorífica molar de uma substância em fase líquida é maior, em geral, que a da mesma substância em fase gasosa ou sólida; III. A entalpia de formação, no estado-padrão e a 25 °C, de I 2(s) é igual a zero, enquanto a do Br 2(s) é menor que zero; IV. A capacidade calorífica molar de P 4(g) é maior que a do PH 3(g) Estão corretas, apenas: A) I, II e III B) I e III C) II e IV D) III e IV E) II, III e IV 6F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Módulo de estudo 002.725 – 128885/18 14. Uma amostra de naftaleno, C 10 H 8(s) , de 0,96 g, um dos principais componentes das bolinhas de naftalina, é queimada em uma bomba calorimétrica, que tem capacidade calorífica de 9,4 kJ/°C. A temperatura do calorímetro aumenta de 25,0 °C para 29,0 °C. Calcule a entalpia padrão de formação (em kJ/mol) do naftaleno, desprezando o efeito do aumento da pressão no interior da bomba calorimétrica. Dados: entalpias de formação (em kJ/mol): CO 2 = – 394,0; H 2 O = – 286,0. A) – 17,4 B) – 22,5 C) – 70,7 D) – 93,2 E) – 141,4 15. (ITA) Assinale a opção errada, que apresenta (em kJ/mol) a entalpia padrão de formação (∆H f ) da substância a 25 °C. A) ∆H f (H 2(g) ) = 0 B) ∆H f (F 2(g) ) = 0 C) ∆H f (N 2(g) ) = 0 D) ∆H f (Br 2(g) ) = 0 E) ∆H f (Cl 2(g) ) = 0 Gabarito 01 02 03 04 05 E A A D D 06 07 08 09 10 – – – E E 11 12 13 14 15 B – E C D – Demonstração. Resolução 01. Sabemos que toda substância simples no estado-padrão, possui entalpia de formação igual a zero. O estado-padrão, por sua vez, refere-se ao estado físico mais comum da substância ou variação alotrópica mais estável, se for o caso. A exceção mais famosa a essa regra é justamente o caso dos alótropos do fósforo, na qual a forma menos estável (fósforo branco) tem H = 0 e o fósforo vermelho, portanto, tem H < 0. Logo, esse é o item incorreto. Resposta: E 02. ∆H kJ Fe O kJs= − ⋅ = − 1680 2 33602 3 mol de Fe O mol 2 3(s) ( ) energia liberada Daí temos: ∆H = ∆U + ∆n · RT ∴ – 3360 – (– 3) · 8,3 · 1000 = ∆U ↓ ∆n = –3 ∆U = –3335 kJ Resposta: A 03. Temos as seguintes informações: I. C 4 H 10(g) + 13 2 O2(g) → 4 CO2(g) + 5 H2O(l) ∆H = –2880 kJ/mol II. C 3 H 8(g) + 5 O 2(g) → 3 CO 2(g) + 4 H 2 O (l) ∆H = –2222 kJ/mol III. C (s) + O 2(g) → CO 2(g) ∆H = –394 kJ/mol De I, temos: 5 · ∆H f (H 2 O (l)) + 4 · ∆Hf(CO2(g)) – ∆Hf(C4H10(g)) = – 2880 De II, temos: 4 · ∆H f (H 2 O (l)) + 3 · ∆Hf(CO2(g)) – ∆Hf(C3H8(g)) = – 2222 Subtraindo: ∆H f (H 2 O (l)) + ∆Hf(CO2(g)) – (∆Hf(C4H10(g)) – ∆Hf(C3H8(g)) = – 658 – 1444442444314243 De III: – 394 kJ – 22 kJ ∆H f (H 2 O (l)) = – 286 kJ/mol Substituindo os valores na equação II: 4(– 286) + 3 · (–394) – ∆H f (C 3 H 8(g) ) = – 2222 ∴ ∆H f (C 3 H 8(g) ) = – 104 kJ/mol Resposta: A 04. Para a reação ser autossustentável, devemos ter: n · Cm(SiO 2 ) · ∆T + n · Cm · (ZnS) · ∆T + n · Cm · (O 2 ) · ∆T + n · Cm · (N 2 ) · ∆T = = 460.000 J n · 80 · (1298 – 298) + 1 · 60 · (1298 – 298) + 3 2 · 40 · (1298 – 298) + + 6 · 30 · (1298 – 298) = 460.000 J 80 · n = 160 ∴ n = 2 Resposta: D 05. H B A TT1 T2 1 4 2 4 3 14 24 3 a b ∆H 1 ∆H 2 A (g) → B (g) Vamos analisar cada item: a) Verdadeiro. Sabemos que ∆H = Cp · ∆T, se a capacidade calorífica for constante com a temperatura. Para Cp constante, portanto, o gráfico de H × T é uma reta, cujo coeficiente angular é a própria capacidade calorífica. b) Verdadeiro. Basta verificar, no gráfico, que ∆H 2 > ∆H 1 . c) Verdadeiro. Veja que a > b , logo, tg a > tg b. Isso significa que a capacidade calorífica de B é maior do que a de A, nesse intervalo. d) Falso. O fato de as capacidades caloríficas molares serem constantes não implica que ∆H seja também constante, uma vez que este depende também da variação de temperatura ∆T. e) Verdadeiro. De T 1 a T 2 , todos os ∆H correspondentes são maiores do que 0, o que indica reações endotérmicas, que absorvem calor. Resposta: D 7F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Módulo de estudo 002.725 – 128885/18 06. Temos a reação: PbO 2(s) + C (s) → Pb (s) + CO 2(g) ∆Ho 2 5 = – 120 kJ I. Cálculo do ∆Cp: ∆Cp =∑Cp (produtos) – ∑Cp (reagentes) ∆Cp = (500 + 0) – (800 + 0) = – 300 J · mol–1 · k–1 II. Cálculo do ∆Hr a 125 oC: ∆H 125 o = ∆H 25 o C + ∆Cp · ∆T ⇒ ∆H 125 o = – 120 · 103 + (– 300) · 100 ∆H 125 o = – 150 kJ III. Cálculo do ∆Hf – (PbO 2 ) a 25 oC: – 120 = –390 – ∆Hf(PbO 2 ) ∴ ∆Hf(PbO 2 ) = – 270 kJ. IV. Cálculo do ∆Cp para a reação de formação do PbO 2 : Pb (s) + O 2(g) → PbO 2(s) ∆Cp = 800 – (500 + 200) = 100 J · mol–1 · k–1 V. Cálculo do ∆Hf(PbO 2 ) a 125 oC: ∆Hf 1 25 o = ∆Hf 25 o + ∆Cp · ∆T ∴ ∆Hf 1 25 o = –270 · 103 + 100 · 100 ∆HF 1 25 o = – 260 kJ Resposta: – 260 KJ. 07. A reação é a seguinte: C 2 H 2(g) + H 2(g) → C 2 H 4(g) ∆Hr = ? Temos os seguintes dados: I. H 2(g) + 1 2 O2(g) → H2O(l) ∆H f = – 280 kJ · mol–1 II. C 2 H 2(g) + 5 2 O2(g) → 2 CO2(g) + H2O(l) ∆H = – 1.300 kJ · mol –1 III. C 2 H 4(g) + 3 O 2(g) → 2 CO 2(g) + 2 H 2 O (l) ∆H = – 1.420 kJ · mol –1 Somando (I) + (II) + o inverso de (III), temos: C 2 H 2(g) + H 2(g) → C 2 H 4(g) ∆H = – 160 kJ · mol Entretanto, queremos encontrar o valor de ∆U, ou seja: ∆H = ∆U + ∆n · RT ∴–160 · 103 = ∆U + (–1) · 8 · 300 ∆U = –157,6 kJ/mol Resposta: – 157,6 KJ 08. a) Q = C · ∆T ∴ Q = 2.400 cal oC · 3,25 oC = 7.800 cal. n(C 7 H 6 O 2 ) = m M = 1,22 g (7 · 12 + 6 + 32)g · mol–1 = 0,01 mol Logo, ∆H = – 7.800 cal 0,01 mol = – 780 k cal mol b) Temos que: I. C (s) + O 2(g) → CO 2(g) → CO 2(g) ∆Hf = – 94 kcal · mol–1 II. H 2(g) + 1 2 O2(g) → H2O(l) ∆H f = – 68 kcal · mol–1 III. C 7 H 6 O 2(s) + 17 2 O2(g) → 7 CO2(g) +3 H2O(l) ∆H = – 780 kcal · mol –1 Fazendo 7 · (I) + 3 · (II) – (III): 7 C (s) + 3 H 2(g) + O 2(g) → C 7 H 6 O 2(s) ∆Hf = 7 · (– 94) + 3 · (– 68) – (– 780) ∆Hf = – 82 kcal · mol–1 Resposta: A) – 780 kcal/mol B) – 82 kcal · mol–1 09. Q = C · ∆T ∴ Q = 21,4 kcal oC · 11,3 oC = 241,82 Kcal Por massa: Q = 241,82 kcal 4 g = 60,46 kcal/g Resposta: E 10. 18 g de H 2 O → 1 mol de H 2 O Isso significa que nessa quantidade de hidrocarboneto há 2 mol de átomos de hidrogênio. Para descobrir o número de mols do hidrocarboneto, devemos fazer: 2220 kJ 1 mol X = 0,25 mol555 kJ X Logo, o alcano é da forma: 0,25 C x H 2x + 2 Mas: 0,25 · (2x + 2) = 2 ∴ X = 3 O alcano é, portanto, o propano C 3 H 8 . Resposta: E 11. Ao analisarmos o gráfico, temos que essa quantidade de calor liberada está relacionada a uma massa de carbono massa de hidrogênio = 6. Daí, podemos fazer: n C · N C n H · M H = n C · 12 n H · 1 = 6 ∴ nH = 2 · nC Logo, o hidrocarboneto pode ser representado pela fórmula C 2 H 4 . Resposta: B 12. a) A massa molar da glicose é 180 g · mol–1. Logo, foi formado 1 mol de glicose. b) E = nf ∴ E = 2,8 · 10–19 J c) São necessários 2.800 KJ de energia para a produção de 1 mol de glicose, ou seja: 2800 · 103 J = 2,8 · 10–19 J/fóton · n ∴ n = 1025 fótons d) 6 mols de oxigênio ocupam um volume de 6 · 22,4 L = 134,4 L Resposta: A) 1 mol B) 2,8 × 10–19 J C) 1025 fótons D) 134,4 L 13. Vamos analisar cada uma das alternativas: I. Falso. A molécula de O 3 tem 1 átomo a mais que a molécula de O 2 , possuindo mais níveis vibracionais e, portanto, maior capacidade de reter calor. II. Verdadeiro. Os líquidos, com os movimentos rotacional e vibracional, além das forças intermoleculares, possuem mais capacidade de reter energia do que as fases sólidas, somente com movimentos vibracionais e forças intermoleculares, e do que as fases gasosas, sem forças intermoleculares. III. Verdadeiro. I 2(s) é o estado-padrão para o iodo. Entretanto, Br 2(l) é o estado-padrão para o bromo e, portanto, Br2(s) tem entalpia menor do que 0. IV. Verdadeiro. P 4(g) tem massa molar bem maior do que PH 3(g) . Resposta: E 8F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Módulo de estudo 002.725 – 128885/18 14. Q = C · ∆T ∴ Q = 9,4 kJ oC · 4 oC = 37,6 kJ ∆H combustão = − ⋅ − 37 6 0 96 128 1 , , kJ g g mol = – 5013,3 kJ/mol I. C 10 H 8(s) + 12 O 2(g) → 10 CO 2(g) + 4 H 2 O (l) ∆H = – 5013,3 kJ/mol II. C (s) + O 2(g) → CO 2(g) ∆Hf = – 394 kJ/mol III. H 2(g) + 1 2 O2(g) → H2O(l) ∆H f = – 286 kJ/mol Daí, temos: 10 · (II) + 4 · (II) – (I): 10 C (s) + H 2(g) → C 10 H 8(s) ∆Hf = 10 · (–394) + 4 · (– 286) – (– 5013,3) ∆Hf = – 70,7 kJ/mol Resposta: C 15. A alternativa incorreta é o item D, que diz que ∆Hf(Br 2(g) ) = 0. Na realidade, o estado-padrão do Br 2 a 25 oC é Br 2(l). Portanto, ∆Hf(Br 2(l)) = 0 e não o contrário. Resposta: D Anotações SU PE RV IS O R/ D IR ET O R: M ar ce lo P en a – A U TO R: A nt on in o – D IG .: C l@ ud i@ : 0 4/ 07 /1 8 – RE V. : S ar ah
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