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Historiografia da Europa (Grécia)

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1
Índice
1.Introdução	2
1.1.Objectivo geral	2
1.1.1.Objectivos específicos	2
1.2.Metodologia	2
2.Historiografia	3
2.1.Historiografia da Europa (Grécia)	3
2.1.1.Pré-história	4
2.1.2.Mundo Clássico	4
2.1.3.Grécia Antiga	5
2.1.4.Característica da historiografia Grega	7
2.1.5.Limitações da historiografia Grega	7
2.2.Períodos da história grega	7
2.3.Formação do povo grego	8
2.3.1.Cretenses	9
2.3.2.Micênicos	9
2.3.3.Desenvolvimento da pólis	10
2.4.Colonização grega	11
2.4.1.Atenas e Esparta	11
2.4.2.Declínio grego	13
3.Conclusão	14
Bibliografia	15
1.Introdução
A historiografia, ou escrita da história, portanto, permeia toda a história das civilizações desde suas primeiras manifestações. Tanto as civilizações do Médio Oriente, como as que se desenvolveram na Mesopotâmia, quanto as civilizações do Extremo Oriente, como a chinesa e a hindu, tiveram escribas (pessoas que dominavam a arte da escrita) que se encarregavam de escrever, além dos rituais religiosos e da contabilidade económica das antigas cidades, as memórias das tradições que fundaram aquela civilização específica. Nesse processo de escrita da história da Antiguidade, por diversas vezes a história esteve entrelaçada com os mitos ou com a narrativa mitológica. Só com os gregos, como Heródoto e Tucídides, que a história ganhou pela primeira vez uma organização mais sistemática.
Desta forma, o presente trabalho busca fazer uma abordagem Historiografia da Europa, com destaque com a Grécia, tendo como objectivos seguintes:
1.1.Objectivo geral
· Compreender a Historiografia da Europa (Grécia).
1.1.1.Objectivos específicos
· Definir o conceito de Historiografia; 
· Caracterizar a historiografia Grega e as suas limitações;
· Identificar os períodos da historiografia grega;
· Descrever a formação do povo grego.
1.2.Metodologia
Para se materializar o trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica, com este tipo de metodologia focou-se na leitura da documentação primária referente ao assunto em destaque.
2.Historiografia
De acordo com HEGEL (1837), o termo historiografia é composto a partir dos termos “história” (que vem do grego e significa pesquisa) e “grafia” (que também vem do grego e significa escrita). Sendo assim, o próprio nome já contém o sentido mais claro da expressão, isto é, “escrita de uma pesquisa” ou “pesquisa que precisa de uma forma escrita, de uma narrativa”. De forma sucinta: uma escrita da história.
Desta forma a historiografia, ou escrita da história, portanto, permeia toda a história das civilizações desde suas primeiras manifestações. Nesse processo de escrita da história da Antiguidade, por diversas vezes a história esteve entrelaçada com os mitos ou com a narrativa mitológica. Só com os gregos, como Heródoto e Tucídides, a história ganhou pela primeira vez uma organização mais sistemática.
Os autores da historiografia grega foram os primeiros a ter consciência de estarem produzindo uma pesquisa com a finalidade de “não deixar os fatos e feitos” de sua época perderem-se no tempo (como defendia Heródoto, considerado o “pai da história”).
2.1.Historiografia da Europa (Grécia)
De acordo com RANKE, (2014), a História da Europa descreve a passagem no tempo desde os primeiros humanos que habitaram o continente europeu até a actualidade. A primeira evidência do Homo sapiens na Europa data de 35 000 a.C. O relato mais antigo feito sobre o continente é a Ilíada, de Homero, da Grécia Antiga, que data de 700 a.C.
A Grécia Antiga foi uma civilização que se desenvolveu no sul da Europa, mais precisamente na Península Balcânica, estendendo-se pela Península do Peloponeso e por diversos locais ao longo da costa do Mar Mediterrâneo. Essa civilização começou a desenvolver-se a partir de 1100 a.C., e sua história deu-se até 146 a.C., quando foi dominada pelos romanos.
Tradicionalmente, os historiadores dividiram a história grega em cinco períodos, sendo que o arcaico e o clássico correspondem ao auge dessa civilização. A grande marca dos gregos foi o desenvolvimento da pólis, uma cidade-estado, sendo que as duas principais foram Atenas e Esparta, cada uma representando um modelo de actuação.
A República Romana foi estabelecida em 509 a.C., e transformada no Novo Império de Augusto na primeira metade do século I. A religião cristã foi adoptada no século IV. Confrontado com migrações bárbaras e a praga, o império foi dividido entre Leste e Oeste e a Idade Média se instalou no coração da Europa Ocidental. O Império Bizantino manteve a luz da civilização acesa no Leste. 
2.1.1.Pré-história
Os Homo erectus e os Neanderthalis habitavam a Europa bem antes do surgimento dos humanos modernos, os Homo sapiens.
Os ossos dos primeiros europeus foram achados em Dmanisi, Geórgia, e datados de 1,8 milhões de anos. O primeiro aparecimento do povo anatomicamente moderno na Europa é datado de 35 000 a.C. Evidências de assentamentos permanentes datam do VII milênio a.C. na Bulgária, Romênia e Grécia.
O período neolítico chegou na Europa central no VI milênio a.C. e em partes da Europa Setentrional no IV e V milênio a.C. A civilização Tripiliana (5508-2 750 a.C.) foi a primeira grande civilização da Europa e uma das primeiras do mundo; era localizada na Ucrânia moderna e também na Moldávia e Romênia. Foi provavelmente mais antiga que os Sumérios no Oriente Próximo, e tinha cidades com 15 000 habitantes que cobriam 450 hectares.
Começando no Neolítico, tem-se a civilização dos Camunos no Val Camonica, península Itálica, que deixou mais de 350 000 petróglifos, o maior sítio arqueológico da Europa. A primeira civilização bem conhecida da Europa foi as do Minoicos da ilha de Creta e depois os Micenas em adjacentes partes da Grécia, no começo do segundo milénio a.C.
Embora o uso do ferro fosse de conhecimento dos povos egeus por volta de 1 100 a.C., não chegou à Europa Central antes de 800 a.C., levando ao início da Cultura de Hallstatt, uma evolução da Idade do Ferro (que até então se encontrava na Cultura dos Campos de Urnas). Provavelmente como subproduto desta superioridade tecnológica, pouco depois os indo-europeus consolidam claramente suas posições na península Itálica e na Península Ibérica, penetrando profundamente naquelas penínsulas. (RANK, 2014)
2.1.2.Mundo Clássico
Os gregos deixaram um legado na Europa que é evidente nos pensamentos, leis, mentes e línguas actuais. A Grécia Antiga foi uma união de cidades-Estado, na qual uma primitiva forma de democracia se desenvolveu. Atenas foi sua cidade mais poderosa e desenvolvida, e um berço de ensinamento nos tempos de Péricles. Fóruns de cidadãos aconteciam e o policiamento do estado deu ordem ao aparecimento dos mais notáveis filósofos clássicos, como Sócrates, Platão e Aristóteles. Como rei do Reino Grego da Macedónia, as campanhas militares de Alexandre o Grande que espalharam a cultura helenística e os ensinamentos até as nascentes do rio Indo. 
2.1.3.Grécia Antiga
Na historiografia grega em geral superam-se os limites da história local e até mesmo Heródoto abarcou quase todo o mundo conhecido pelos gregos. O tema central foi a guerra, embora também houvesse história constitucional, trágica, biografias e até mesmo etnografia (CURTO, 2007). 
Os primeiros Gregos, se interessaram sobretudo sobre os mitos de criação (os logógrafos), já praticavam a recitação dos eventos. A sua narração podia apoiar-se em escritos, como foi o caso de Hecateu de Mileto, na segunda metade do século VI a.C.. No século V a.C. Heródoto de Halicarnasso diferenciou-se deles pela sua vontade de distinguir o verdadeiro do falso; por isso, realizou a sua "investigação" (etimologicamente "História"). Uma geração mais tarde, com Tucídides, esta preocupação tornou-se crítica, com base na confrontação de diferentes fontes orais e escritas. A sua "História da Guerra do Peloponeso" pode ser vista como a primeira obra verdadeiramente historiográfica.
Foi na antiga Grécia onde nasceu o vocábulo História, que significa investigação. Isto deveu-se a civilização e pensamento grego a formação do espírito de historiador e a consequente construçãoracional da sabedoria.
Até ao século V aC, a historiografia Grega era cosmogónica e mítica. A história da humanidade estava dividida em cinco idades: Idade de Ouro, Idade de Prata, Idade de Bronze, Idade dos Heróis e Idade de Ferro.
Apesar de estar associada a mitologia religiosa, muitas das vezes politeístas (pela adoração de vários deuses) o mito grego das cinco idades mostra claramente a sua evolução tecnológica, visto que o desenvolvimento da humanidade está intimamente ligado ao uso de metais e a conquista do fogo. O mito das cinco idades constitui uma visão global da história da humanidade, marcada por um acontecimento central que é a conquista do fogo pelos homens, graças a ajuda de Prometeu.
A partir do século V a.C, operou-se profundas transformações na sociedade grega, pois a escrita e o saber passam a ser de domínio público, bem como o desenvolvimento das cidades-estado (polis) onde reinava o regime democrático, principalmente em Atenas, o que permitiu que houvesse debates, a argumentação e a liberdade de pensamento. Foi esta democracia que permitiu aos gregos a se entregarem na pesquisa e especulação do mundo. Aliado a isso, existia uma grande prosperidade económica derivada do trabalho dos escravos e do domínio do mar mediterrâneo como principal rota comercial.
Heródoto de Halicarnanço (484-420 aC), é considerado pai da História. Com ele a História dá os primeiros passos da cientificação, já que:
· A História passa a debruçar-se sobre o passado e o presente dos homens e não dos deuses;
· Inaugura uma história genética, no sentido de se perguntar não somente o que aconteceu, mas também porque aconteceu, tentando encontrar o fio condutor da causa e efeito;
· Introduziu no discurso histórico a noção de mudança, onde resulta o conceito de evolução inerente ao todo o acontecimento histórico;
· A história preocupa-se em perceber a dicotomia passado-presente;
· Heródoto não só fala e investiga a cerca dos gregos, mas também alarga a sua pesquisa ao povo Bárbaro, atingindo outras civilizações;
· Propõe não somente reconstituir os factos, mas sobretudo descobrir a razão porque se deram;
· Com Heródoto (que não se limitou a escrever sobre as guerras Pérsicas, mas foi também ao Egipto e a Mesopotâmia, sobre cuja história escreveu), há o reconhecimento do parentesco universal do Homem e se transforme num sentimento generalizado;
· Tanto Heródoto como Tucídides fazem história a partir dos testemunhos fidedignos das fontes orais espalhadas por várias divindades;
Sem ser ainda uma ciência, a história ensaia com Heródoto os seus primeiros passos na senda da cientificação. Será a História uma Ciência do geral ou do particular? Aristóteles entendia que a História era o conhecimento do particular.
Tucídides, continuador do pensamento de Heródoto, operou avanços significativos na História ao introduzir a análise e a explicação causal dos factos históricos, pois ele afastou-se das interpretações fabulosas que subsistiam em Heródoto e procurou uma inteligibilidade assente nas provas mediante uma investigação e crítica das fontes. Começa com Tucídides a História explicativa.
Na Grécia também surgiu Sócrates, considerado um dos fundadores da filosofia ocidental. Sócrates também criou o método socrático, um tipo de pedagogia usada até hoje no aprendizado filosófico, na qual uma série de questões é feita não apenas para obter respostas individuais, mas também para encorajar a compreensão fundamental dos problemas. Devido a essa filosofia, Sócrates foi condenado à morte por estar "corrompendo a juventude" ateniense com suas discussões que entravam em conflito com as crenças religiosas da época. Platão, um pupilo de Sócrates e fundador da Academia Platónica, escreveu sobre esse episódio em suas escrituras, e desenvolveu sua própria filosofia - o platonismo.
Os seguidores do novo género literário inaugurado por Heródoto e Tucídides foram muito numerosas na Grécia Antiga e, entre eles contam-se Xenofonte (autor do "Anábase"), Posidónio Ctésias, Apolodoro de Artémis, Apolodoro de Atenas e Aristóbulo de Cassandreia, entre outros. 
2.1.4.Característica da historiografia Grega
A historiografia Grega é humanista, científica e auto-reveladora, uma vez que procura não apenas a projecção do presente no futuro, mas principalmente ensinar com o presente a relação com o passado dos homens, objectivando mostrar o sentido dos factos humanos;
A historiografia grega é pragmática, pois procura obter do ocorrido uma lição proveitosa para o futuro.
2.1.5.Limitações da historiografia Grega
· Foi limitada no tempo: o recurso documental restrito a tradição oral e os testemunhos oculares limitou o âmbito cronológico da história grega;
· Foi limitada no espaço, uma vez que centrou o seu estudo às costas do mediterrâneo dando assim um carácter regional.
2.2.Períodos da história grega
A história do povo grego na Antiguidade é uma das mais longas e ricas que conhecemos. Se adicionarmos a ela o período de formação do seu povo, estaremos falando de cerca de dois mil anos de história. Naturalmente, toda essa trajetória foi marcada por avanços e recuos, e, por conta disso, ela foi dividida pelos historiadores em cinco períodos.
Esses períodos levam em consideração a formação do povo grego e as características básicas das suas civilizações. São divisões aproximadas e que não devem ser enxergadas de maneira engessada. A periodização da história grega é a seguinte:
· Período Pré-Homérico (2000-1100 a.C.): corresponde ao momento de formação do povo grego e nele se destaca a existência das civilizações minoica e micênica.
· Período Homérico (1100-800 a.C.): caracterizado por grandes lacunas no conhecimento histórico. Os historiadores sabem que se tratou de um momento de recuo civilizacional devido à destruição dos micênicos pelos dórios.
· Período Arcaico (800-500 a.C.): fase na qual surgiu a pólis, o modelo de cidade-estado dos gregos. A cultura grega expandiu-se pelo Mediterrâneo por conta da colonização, e avanços significativos — como a invenção do alfabeto fonético — aconteceram.
· Período Clássico (500-338 a.C.): corresponde ao auge da civilização grega, sobretudo pelo grande avanço que a arte e a cultura gregas alcançaram. Duas grandes guerras aconteceram na Grécia.
· Período Helenístico (338-136 a.C.): declínio da civilização grega, que passa a ser dominada pelos macedónicos, os responsáveis por difundirem a cultura grega para o Oriente. Ao final desse período, a Grécia foi convertida em um protectorado romano (CURTO, 2007).
2.3.Formação do povo grego
Segundo HEGEL, (1837), O período de formação do povo grego ficou conhecido como Pré-Homérico. Essa fase ocorreu durante quase todo o segundo milénio a.C. e ficou conhecida pela existência de duas grandes civilizações: a cretense (ou minoica) e a micénica. A formação do povo grego deu-se pela mistura da cultura cretense com a de povos indo-europeus que se estabeleceram na região da Grécia.
Os povos indo-europeus começaram a chegar à Grécia por volta de 2000 a.C. Eles eram formados por jónios, aqueus, eólios e dórios. Os primeiros povos indo-europeus a chegarem à Grécia depararam-se com uma grande civilização desenvolvida a partir de 2000 a.C. Estamos falando dos cretenses, também conhecidos como minoicos.
2.3.1.Cretenses
Os cretenses foram um povo que surgiu na Ásia Menor (actual Turquia) e migrou para as ilhas que existem no Mar Egeu, sendo Creta a principal delas. Em Creta, sobreviveram da agricultura e da criação de animais e desenvolveram laços comerciais que percorreram a região mediterrânica. A expansão dos cretenses é confirmada pelo fato de que sua forma de escrita (chamada de Linear A) foi encontrada em outros locais da Grécia, assim como na Ásia Menor e até na região de Israel.
Por volta de 1400 a.C., a civilização cretense deixou de existir, sendo substituída pelos micénicos. Acredita-se que o enfraquecimento dos cretenses tenha relação com o uso excessivo do solo somado a desastres naturais, como terremotos e erupções vulcânicas, que prejudicaram sua sobrevivência em Creta.
2.3.2.MicênicosOs micênicos chegaram à Grécia em 1600 a.C., e, por volta de 1400 a.C., assimilaram os cretenses. Eles eram um povo indo-europeu que migrou para a região, espalhando-se por todo o território grego e chegando às ilhas do Mar Egeu e à Ásia Menor. Sabemos que os micênicos chamavam a si mesmos de aqueus.
Os historiadores falam que a fusão da cultura micênica com a cretense teve grande influência na formação da cultura do povo grego. Os micênicos organizavam-se em cidades-estado, o poder era exercido por um rei que habitava um grande palácio (com os cretenses também era assim), e eles também tinham muitas relações comerciais.
Por conta do comércio, os micênicos desenvolveram uma escrita com algumas semelhanças com a desenvolvida pelos cretenses. Conhecida como Linear B, essa escrita já era realizada em um idioma parecido com o grego. Além disso, os micênicos dominavam técnicas de cerâmica e metalurgia, além de possuírem uma arquitectura imponente.
A invasão dórica, iniciada a partir de 1200 a.C., foi o factor que levou à decadência desse povo. Alguns historiadores e arqueólogos sugerem que outros factores, como insurreição da população, guerras civis e desastres naturais, foram motivos que explicam o declínio dos micênicos. A partir de então, deu-se início ao Período Homérico (idem).
2.3.3.Desenvolvimento da pólis
Com o fim dos micênicos, as grandes cidades foram reduzidas a pequenas vilas e parte dos grandes palácios foi destruída. A formação da pólis, o modelo clássico de cidade grega, não se deu repentinamente, mas aconteceu lentamente ao longo de séculos. No contexto do Período Homérico, houve um grande recuo civilizacional, mas os historiadores não sabem quase nada sobre essa fase da história grega.
Algo que se sabe é que nela surgiu o genos, uma comunidade agrícola pequena em que seus membros possuíam um grau de consanguinidade e acreditavam que descendiam de um herdeiro em comum (que, na sua crença, era uma figura mítica). O controle dessa comunidade era realizado por um patriarca conhecido como pater.
Originalmente, o genos era marcado por um forte laço de solidariedade e colectividade, pelo qual a terra e o que ela produzia eram compartilhados entre todos. No entanto, com o passar do tempo, a comunidade presenciou a formação de uma aristocracia que dominava as terras, deixando muitos sem acesso a elas. Formou-se, assim, uma aristocracia.
Por questão de sobrevivência, muitos dos genos juntaram-se com outros, formando fratrias. Essa união trazia problemas significativos porque ampliava a desigualdade e gerava disputa de poder e terras. À medida que essa organização não dava mais conta das necessidades governativas do povo grego, a cidade-estado foi surgindo. Esse processo também contou com o fortalecimento do comércio e mudanças sociais e políticas.
A pólis estabeleceu-se no Período Arcaico, isto é, a partir do século VIII a.C. Todo o território grego foi ocupado por centenas de pólis, destacando-se algumas, como Tebas, Atenas, Esparta e Corinto. A característica básica do modelo de cidade que se estabeleceu na Grécia foi sua autonomia.
Essa autonomia manifestava-se em todos os aspectos: jurídico, político, econômico, religioso etc. Isso significa que a Grécia nunca fui um império com território coeso e fronteiras definidas. Ela era basicamente uma região que aglomerava povos com cultura e idioma comuns.
Dois ambientes marcadamente importantes na cidade grega eram a acrópole e a Assembleia, a primeira centralizava os prédios mais importantes da cidade e a segunda era o local da tomada de decisões. No caso da acrópole, ela consistia em uma zona, preferencialmente construída em um local elevado, que reunia os prédios imprecindíveis para aquela sociedade, como os templos religiosos.
A construção da acrópole em local elevado cumpria propósitos militares estratégicos, e essa zona geralmente era fortificada. A acrópole mais conhecida é a de Atenas, pois abrigava um dos prédios mais conhecidos da civilização grega: o Partenon. Já a Assembleia, chamada de ekklesia, era o local onde os cidadãos da cidade reuniam-se para a tomada de decisões. No caso de Atenas, esse prédio foi o grande símbolo da sua democracia.
Além da acrópole, toda a cidade desenvolvia-se no interior das muralhas (construídas para a segurança local), e as terras ao redor do núcleo urbano, ocupadas por camponeses que produziam os alimentos que sustentavam a pólis, também faziam parte dos seus domínios. A cidade de Esparta, por exemplo, tinha posses sobre terras que correspondiam a 8.500 km2. Era o maior território sob o domínio de uma pólis. (HEGEL, 1837)
2.4.Colonização grega
Para (Ranke, 2014) O estabelecimento da pólis foi marcado também pelo processo de concentração de renda, em que a população empobrecida começou a ter cada vez menos acesso às terras e estava cada vez mais endividada. Os que não conseguiam pagar suas dívidas, tornavam-se escravos.
Nesse momento, o comércio estava em expansão e as embarcações gregas iam para diferentes locais no Mediterrâneo. Parte da população, procurando melhores oportunidades, aproveitou-se dessas conexões com outras regiões para sair do território grego. Assim, um grande número de gregos estabeleceu-se em locais como o norte da África, a Sicília, sul da Espanha e da França etc.
Essa expansão e formação de outras pólis nesses locais ficou conhecida como colonização grega. Essas cidades formadas por gregos fora da Grécia estruturavam-se dentro dos mesmos padrões que as pólis que existiam naquele território. Claro que cada uma dessas colónias acabou incorporando elementos característicos da região em que se estabelecia (idem).
2.4.1.Atenas e Esparta
Os dois grandes exemplos de cidade-estado na Grécia foram Atenas e Esparta, pois foram as mais influentes e poderosas pólis. O modelo existente nelas foi adoptado por muitas outras, e uma intensa rivalidade existia entre ambas. Essa rivalidade resultou-se na Guerra do Peloponeso, que durou de 431-404 a.C.
Atenas representava o modelo democrático, mas é importante considerarmos que ele foi resultado de reformas políticas que visavam ao combate da forma aristocrática da cidade. No século VI a.C., uma série de mudanças foram realizadas em Atenas, promovendo a instauração desse modelo democrático.
Isso foi resultado de pressão social, pois uma pequena aristocracia mandava na cidade, mas havia uma demanda crescente por maior representatividade. No começo desse século, Sólon colocou fim na escravidão por dívidas e organizou a participação dos cidadãos atenienses na Assembleia por meio de uma divisão da cidade em quatro grupos definidos pela renda média.
Décadas depois, Clístenes aprofundou essas mudanças colocando fim no critério de renda e promoveu uma nova divisão que levava em consideração a localização da residência dos cidadãos. Isso garantiu um aumento na participação na Assembleia, mas, ainda assim, essa instituição manifestava apenas os interesses da aristocracia da cidade. Importante considerar que o cidadão, dentro da lógica ateniense, era o homem nascido na cidade, filho de atenienses e com mais de 18 anos.
Já a cidade de Esparta tinha um modelo oligárquico, no qual um grupo muito pequeno comandava-a. Esse controle dava-se por meio da força militar, pois os que controlavam Esparta eram guerreiros. Ser guerreiro era uma condição essencial para os que formavam a aristocracia espartana. Essa aristocracia possuía os direitos políticos, era dona das terras e explorava o trabalho da população.
Parte considerável do trabalho era realizada pelo hilotas, o grupo de escravos que formava a maior parte da população espartana. Como eles eram intensamente explorados, a aristocracia espartana mantinha-os sob controle por meio da violência. De tempos em tempos, guerreiros espartanos invadiam os locais habitados pelos hilotas para matá-los livremente. Era o controlo pelo medo.
Essa aristocracia guerreira passava por formação nas artes militares desde a infância e dedicava sua vida a esse ofício, portanto, não trabalhava. Além disso, seus componentes eram os únicosque participavam da política. Apesar do modelo distinto e da grande rivalidade, o século V a.C. presenciou a união de Atenas e Esparta. O objectivo dessa união foi derrotar os invasores persas (ibid).
2.4.2.Declínio grego
O período clássico foi o de maior desenvolvimento intelectual e económico da Grécia, mas também foi o que marcou o início da decadência dos gregos. Dois grandes conflitos caracterizaram essa parte da história grega no final do seu período clássico. Por fim, os gregos foram derrotados pelos macedónicos e dominados por eles.
Os dois conflitos mencionados foram as Guerras Médicas, duas batalhas travadas entre gregos e persas, e a Guerra do Peloponeso, batalha travada entre atenienses e espartanos que arrastou toda a Grécia para uma guerra civil.
No caso das Guerras Médicas, elas aconteceram em dois momentos, nos quais os persas foram liderados primeiro por Dario e depois por Xerxes. O objectivo dos persas era conquistar a Grécia e anexá-la ao seu território, mas os gregos uniram-se e derrotaram-nos nas duas batalhas. Os dois momentos decisivos foram a Batalha de Maratona (490 a.C.) e a Batalha de Plateia (479 a.C.).
Depois desse conflito, os atenienses tiveram um período de supremacia na Grécia. Essa cidade viveu grande desenvolvimento cultural e económico, sobretudo pelo seu papel de líder da Liga de Delos. O crescimento da influência ateniense incomodava Esparta, e então uma guerra entre as duas cidades iniciou-se em 431 a.C. Essa foi a Guerra do Peloponeso, que aconteceu em três fases, entre 431 a.C. e 404 a.C.
Os espartanos venceram essa guerra e colocaram-se como a grande força na Grécia. O domínio espartano não agradava a todos, e, em 371 a.C., a cidade de Tebas conseguiu derrotá-los, tornando-se a principal. No entanto, essa sucessão de guerras enfraqueceu a Grécia e tornou-a susceptível a invasões.
Em 338 a.C., Filipe II da Macedónia, rei dos macedónicos, liderou as tropas de seu povo e conquistou a Grécia. Dois anos depois, seu filho, Alexandre, tornou-se rei e expandiu os domínios macedónicos pelo Oriente, derrotando os persas. Como os macedónicos eram um povo helenizado, a cultura grega foi difundida por essa região. Depois da morte de Alexandre, o império macedónico enfraqueceu-se, e, séculos depois, os romanos conquistaram a Grécia. (ibid)
3.Conclusão 
Com o trabalho concluiu-se que por historiografia grega entende-se aquela realizada na Grécia Antiga, do século V a.C. até o século IV d.C., de Heródoto até Zósimo, passando por Tucídides, Posidônio, Políbio, et cétera. Assim, mesmo de Heródoto os historiadores realizam um exame crítico do passado e dos factos supostamente acontecidos.
Assim, o termo historiografia é composto a partir dos termos “história” (que vem do grego e significa pesquisa) e “grafia” (que também vem do grego e significa escrita).
Vale salientar que a história da Grécia Antiga está dividida em quatro períodos:
· Pré-Homérico (séculos XX - XII a.C.);
· Homérico (séculos XII - VIII a.C.);
· Arcaico (séculos VIII - VI a.C.);
· Clássico (séculos V - IV a.C.).
Bibliografia 
 CURTO, D. R.; DOMINGOS, N.; JERÓNIMO, M. B. A Europa e a Ásia: histórias e historiografias comparadas. História da Historiografia. P. 105, 2007
RANKE, Leopold von. Heródoto e Tucídides. História da historiografia, n. 6, 2011, orig. 1881, p. 252-259. p. 148-167, 8 maio 2014.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Filosofia da História. Brasília: UnB, 2008, orig. 1837.

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