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Demencia, alzheimer e depressao no idoso


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DEMÊNCIA 
A demência é uma síndrome caracterizada por declínio cognitivo progressivo em 2 ou mais domínios cognitivos ou 
modificações comportamentais (neuropsiquiátricas) em relação a um nível prévio de desempenho que causa perda 
da independência para as atividades diárias. 
É uma doença incurável mas é tratada, pois aumenta o tempo de independência dos pacientes. 
 1ª causa mais comum: D. Alzheimer 
 2ª causa: D. Vascular/ D. Corpúsculos de Lewy/ Demências Mistas (DA+DV) 
Domínios cognitivos (DSM 5): 
 Função executiva (capacidade de planejar, tomar decisões) 
 Perceptomotor (percepção visual e espacial, praxia, gnosia) 
 Memória (imediata, recente e a longo prazo) 
 Atenção (sustentada, dividida, seletiva, velocidade de processamento mental) 
 Cognição social (reconhecimento de emoções próprias e do outro) 
 Linguagem (capacidade do paciente de fazer nomeação, fluência verbal, gramática, sintaxe, interação 
de linguagem receptiva) 
OBS.: NÃO ADIANTA HAVER APENAS PROBLEMAS DE MEMÓRIA, PRECISA ACARRETAR PROBLEMAS 
DE FUNCIONALIDADE NA VIDA DO INDIVÍDUO PARA SER CONSIDERADO UM PROCESSO 
DEMENCIAL. 
CCL (COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE) = O déficit não pode ser considerado normal para o grau de 
escolaridade e idade do indivíduo mas não é severo o suficiente para se qualificar como demência. 
HISTÓRIA CLÍNICA: 
Deve ser obtida com o paciente e com a família ou cuidador. 
1. Início: abrupto ou insidioso? 
2. Duração 
3. Progressão: rápida/lenta/em degraus (esta última é marca de demência vascular – é acompanhada 
de estados depressivos de difícil tratamento) 
4. Dificuldades: linguagem, aprendizagem de novas tarefas, tarefas complexas, viso espaciais. 
5. Avaliação da funcionalidade - Áreas de prejuízo funcional e demanda constante de cuidado de terceiros: 
reconhecer atividades de vida diária que o paciente tenha deixado de fazer por causa do problema 
cognitivo (Ex.: telefone, cozinhar, lavar roupa, tomar conta da própria medicação, ir ao banco, escrever, 
interação social, entre outros). 
6. Alterações de comportamento/personalidade/sintomas neuropsiquiátricos 
7. Fatores de risco cardiovasculares (tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, diabetes, dislipidemia). 
8. AP: História de abuso de álcool ou drogas, medicamentos em uso com potencial indução de declínio 
cognitivo (benzodiazepínicos, anticolinérgicos). 
9. Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos ou outras doenças que cursam com declínio cognitivo (ex: 
Parkinson ou hipotireoidismo). 
ETIOLOGIA 
Com comprometimento estrutural do SNC: 
1. Demências primárias (neurodegenerativas) 
 Alzheimer 
 Corpúsculos de Lewy 
 Frontotemporal (DFT) 
 Parkinson 
 Huntington 
 PSP/DCB/MAS 
2. Demências secundárias 
 Doença cerebrovascular 
 Tumores 
 HPN (Hidrocefalia de pressão normal) 
 Infecções 
Sem comprometimento: causas tóxico-metabólicas (reversíveis = DEMENTIA) 
 Hipotireoidismo 
 Abuso de drogas 
 Insuficiência renal 
 Insuficiência hepática 
 Insuficiência cardíaca 
 Deficiência de vitamina B12 
DIAGNÓSTICO 
A) ALTERAÇÃO DA MEMÓRIA + 1 ou mais dos seguintes: 
 AFASIA 
 APRAXIA 
 AGNOSIA 
 ALTERAÇÃO DA FUNÇÃO EXECUTIVA (ex.: dirigir) 
B) OS DEFEITOS COGNITIVOS DE A SÃO SUFICIENTEMENTE GRAVES PARA PROVOCAR UM 
COMPROMETIMENTO SIGNIFICATIVO NA VIDA DO INDIVÍDUO. 
Obs.: não se diagnostica demência se esses sintomas se apresentam durante um estado confusional agudo. 
EXAME FÍSICO 
 Cardiovascular, déficits visuais e auditivos, avaliação cognitiva, buscar sinais de negligência, abuso ou 
maus tratos, avaliar equilíbrio e marcha. 
 Testes de screening somente se houverem queixas de memória! 
 MMSE (escores devem ser ajustados pela idade e escolaridade) - 20 pontos para analfabetos; 25 
pontos para pessoas com escolaridade de 1 a 4 anos; 26,5 para 5 a 8 anos; 28 para aqueles com 9 
a 11 anos e 29 para mais de 11 anos, 
 Teste do relógio 
 Fluência verbal (semântica e/ou fonética) 
 Bateria breve de figuras (30 animais em 1 min = acertar menos que 13 é CCL) 
 Exame neurológico para avaliar déficits focais. 
 Pesquisar movimentos anormais. 
 Pesquisar sintomas parkinsonianos (lentificação dos movimentos, rigidez plástica, tremor de repouso 
e instabilidade postural). 
EXAMES COMPLEMENTARES (rastreio de causas reversíveis de demência) 
 TSH 
 Vitamina B12, Ácido fólico 
 Sorologia para HIV e sífilis (VDRL) 
 Hemograma com plaquetas 
 VHS – arterite temporal pode evoluir com alteração cognitiva, por exemplo. 
 Bioquímica (sódio, potássio, cálcio, glicose, ureia e creatinina) 
 Punção lombar em suspeita de meningoencefalite, marcadores de DA (proteína TAU, proteína beta- 
amiloide), Demência de Creutzfeldt Jakob (proteína 14-3-3). 
 TC ou RMN para descartar patologias estruturais (neoplasia, hematoma subdural, hidrocefalia e 
AVC); PET-SCAN. 
 Bateria neuropsicológica – avaliação por neuropsicólogo em que o paciente passa horas fazendo 
baterias de teste cognitivo 
 Marcadores genéticos = muito mais usados em pesquisas clínicas. 
DECLÍNIO COGNITIVO SUBJETIVO 
 Somente o paciente percebe uma diminuição cognitiva, sem alterações nos testes. 
 Alguns podem evoluir para comprometimento cognitivo leve. 
COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE 
 O paciente tem uma queixa de alteração cognitiva, frequentemente de memória. 
 Apresenta alterações leves nos testes neuropsicológicos, que não afetam sua funcionalidade. 
 Alguns evoluem para demência (alteração nos testes + funcionalidade afetada). 
SÍNDROME DEMENCIAL 
 Graduação pela funcionalidade: 
 Leve: pouca alteração funcional, atividades instrumentais; 
 Moderada: perde quase todas as atividades instrumentais e começa a afetar as atividades básicas; 
 Grave: perde todas as funções básicas. 
 Escalas (CDR, FAST, AIVD, ABVD) 
SÍNDROMES DEMENCIAIS 
Diversas formas de apresentação clínica, com comprometimento de múltiplos domínios cognitivos. 
Frequentemente acompanhada de alterações psicológicas, comportamentais e de personalidade. 
Tríade clássica: Alteração de memória recente (dificuldade de aprender novas informações ou recordá-las) + 
Dificuldades visuoespaciais + Comprometimento da linguagem e/ou função executiva: planejamento, insight, 
julgamento e crítica. 
+ DECLÌNIO OU COMPROMETIMENTO DA FUNCIONALIDADE (ocupacional, profissional, social) 
1) DEMÊNCIAS POTENCIALMENTE REVERSÍVEIS: Tratamento adequado pode reverter o declínio cognitivo 
ou retardar sua evolução 
HIDROCEFALIA DE PRESSãO INTERMITENTE/NORMAL DO ADULTO 
 Dilatação ventricular desproporcional ao grau de atrofia, sendo potencialmente reversível se o tratamento 
for precoce. 
 Pode ser idiopática ou secundária a alguma condição. 
 Tríade clássica: demência + ataxia + incontinência urinária. 
 Tratamento: punção lombar para alívio + derivação ventricular (shunts)/acetazolamida (diurético). 
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 
 Disfunção cognitiva global, lentificação mental, perda de memória, dificuldade de concentração. 
 Manifestações psiquiátricas exuberantes. 
HIPOTIREOIDISMO 
 Lentificação mental, perda de memória, irritabilidade. 
PELAGRA (deficiência de niacina – VITAMINA B3) 
 Diarreia, glossite, anemia, lesões sistêmicas eritematosas. 
 Sintomas neuropsicológicos. 
 Muito mais rara atualmente. 
2) DEMÊNCIA PÓS-TCE 
 Variedade de manifestações comportamentais. 
 Comprometimento persistente da memória com ou sem déficits motores e sensoriais. 
3) DEMÊNCIAS DEGENERATIVAS 
DOENÇA DE ALZHEIMER 
 É a forma mais comum de demência no mundo. Terceira maior causa isolada de incapacidade e mortalidade. 
 Superprodução ou incapacidade de degradação da proteína beta-amiloide. 🡪 Formação de placas senis 
emaranhados neurofibrilares. 🡪 Morte neuronal. 
 Placas neuríticas de beta-amiloide e emaranhados neurofibrilares de proteína tau e atrofia cortical 
(especialmente lobos temporais). 
 Fatores de risco: idade, gênero feminino (após 80 anos de idade),síndrome de Down, história familiar positiva 
e gene de suscetibilidade (genótipo Apo ε4); dieta, medicamentos, exposição bioquímica, condições psicológicas, 
doenças preexistentes e estilo de vida. 
 Fatores protetores: gênero masculino, nível educacional elevado, vida ativa com estimulação cognitiva 
constante, engajamento em atividades de lazer, suporte e rede sociais disponíveis, atividade física regular, 
dieta mediterrânea, dieta rica em antioxidantes e vitaminas, ausência de traumas cranianos, presença do 
alelo ε2, níveis baixos de colesterol, consumo moderado de álcool (vinho tinto) e uso de medicamentos 
(estatinas, anti-hipertensivos, terapia de reposição estrogênica, AINEs, antioxidantes, agonistas de 
receptores histamínicos H2). 
 Início tipicamente insidioso e a queixa inicial é a perda de memória episódica e dificuldade de aprendizagem, 
com progressão lenta e perda de funcionalidade de AVDs. 
 Progride com prejuízo de outros domínios cognitivos: julgamento, cálculo, raciocínio abstrato. 
 Nas fases moderadas: apraxia, disfasias, anomias, dificuldades de expressar uma ideia. 
 Nas fases avançadas: alterações comportamentais e do ciclo sono-vigília, incapacidade para cuidados pessoais. 
 Diagnóstico clínico e exames podem ajudar: RNM mostra atrofia hipocampal. 
 Tratamento: anticolinesterásicos, memantina e estímulo cognitivo (TO, fisioterapia). 
DEMÊNCIA POR CORPÚSCULOS DE LEWY 
 20% das síndromes demenciais acima de 65 anos. 
 Corpúsculos no córtex com acúmulo de alfa-sinucleina intraneuronal. 
 Diagnóstico: demência de pelo menos 6 meses de duração com declínio cognitivo flutuante, acompanhada por 
períodos de confusão, alucinações que o paciente costuma reconhecer que não são reais + parkinsonismo (quedas 
frequentes, rigidez, bradicinesia). 
 Grande sensibilidade aos neuroepilépticos. 
 Exclui casos em que o parkinsonismo precede a síndrome demencial em mais de 12 meses. 
 Tratamento: anticolinesterásico, não se usa neuroléptico típico (acentua o parkinsonismo e pode levar 
rebaixamento de consciência por reação de hipersensibilidade), benzodiazepínicos em doses baixas caso o 
distúrbio de sono REM seja muito importante, levodopa para parkinsonismo. 
DEMÊNCIA VASCULAR – é uma demência secundária a uma injúria no snc 
 2ª maior causa de demência no mundo. 
 Início em geral mais precoce que DA. 
 Acomete mais homens. 
 Inicia-se de forma súbita seguida por um curso flutuante e gradativo caracterizado por rápidas variações 
na funcionalidade. 
 Os primeiros sintomas costumam ser relacionados a função executiva, variáveis de acordo com a topografia 
das lesões vasculares. 
 Relacionada com história prévia de HAS/ DM. 
 Relação temporal entre o evento isquêmico e o prejuízo cognitivo. 
 Déficits neurológicos focais 
DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL (Faz parte do complexo das demências de Pick) 
 Atrofia assimétrica dos lobos frontais e temporais anteriores. 
 Afasia progressiva primária. 
 Subtipo: Síndrome de degeneração corticobasal. 
 Caracterizada por mudanças precoces de personalidade e comportamento, poupando inicialmente a memória. 
 Início geralmente após os 50 anos. 
 25% das demências pré-senis. 
 Confunde-se frequentemente com diagnósticos psiquiátricos. 
 Sintomas são altamente sugestivos: hiperoralidade, mudanças precoces de comportamento nas fases iniciais 
da doença, desinibição social, comportamentos impulsivos ou repetitivos, redução precoce da fala, preservação 
das habilidades visuoespaciais, desenvolvimento de novos talentos artísticos previamente desconhecidos. 
 TNP revela com frequência déficits nas funções frontais: fluência verbal, abstração, funções executivas 
complexas. 
 Tratamento: IRSS, trazodona e antipsicóticos. Anticolinesterásicos não são eficazes. 
Outras demências 
 Demência de Creutzfeldt Jakob 
 Demência por alcoolismo 
 HIV 
 Demência associada à D. de Parkinson 
 Doença de Huntington 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
 Depressão 
- Coexiste com demência em 30 a 50% dos pacientes. 
- Deve ser excluída ou tratada antes de se firmar o diagnóstico de síndrome demencial. 
- Queixas de memória costumam ser desproporcionais ao déficit cognitivo. 
 Delirium 
- Causa comum de confusão mental no idoso. 
- Início agudo, com atenção flutuante e percepção sensorial alterada. 
- Se suspeita de Delirium: buscar causas!!! 
- DEMÊNCIA É UM DOS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA DELIRIUM. 
 Polifarmácia/ Déficits sensoriais 
 Abuso de álcool 
- Desorganização. 
- Acidentes e quedas frequentes. 
 Condições psiquiátricas 
- Esquizofrenia de início tardio. 
COMPLICAÇÕES 
 Delirium 
 BPSD- Sintomas comportamentais e psicológicos associados à demência 
- Afetam até 80% dos pacientes durante o curso da enfermidade 
- Associam-se à: institucionalização, altos custos, sobrecarga de cuidadores 
- Incluem: Agitação/ Agressões/ Vocalizações disruptivas, sintomas psicóticos/ depressivos/ Apatia, 
distúrbios de sono, perambulação, resistência ao cuidado pessoal, incontinência. 
 Estresse ao cuidador. 
TRATAMENTO 
OBJETIVOS: Preservar a funcionalidade e a autonomia, além de manter a qualidade de vida para pacientes e 
cuidadores. 
A) Inibidores da Acetilcolinesterase 
 Rivastigmina (6mg 12/12h) 
 Galantamina (até 24mg/dia) 
 Donepezila (10mg/dia) 
B) Memantina: Antagonista dos receptores NMDA 
C) Controle de comorbidades e Fatores de Risco 
D) Tratamento de BPSD 
- Não- farmacológico 
 - Farmacológico: 
o IAChes 
o Antidepressivos 
o Estabilizadores de humor 
o Antipsicóticos: tradicionais e atípicos 
o Evitar benzodiazepínicos! 
E) Diretivas antecipadas/ Questões relacionadas à segurança 
F) Cuidados ao cuidador 
 
 
 
 
ALZHEIMER 
A DA é a principal causa de demência e a causa líder de incapacitação entre as pessoas com mais de 60 anos, 
gerando altos custos diretos e indireto. 
DIAGNOSTICO 
Comprometimento da memoria associado a pelo menos uma das funções cognitivas (linguagem, gnosias, praxias 
ou funções executivas), e que interfere no desempenho social e/ou profissional do indivíduo e representa um declínio 
em relação ao nível de funcionamento anterior. Esse diagnostico deve se basear em uma anamnese bem colhida, 
com informante apropriado e depois desta avaliação, a DA poderá ser considerada provável, possível ou definitiva 
(biopsia ou necropsia). 
 Afasia - perturbação da linguagem; 
 Apraxia - capacidade prejudicada de executar atividades motoras, apesar de um funcionamento motor 
intacto; 
 Agnosia - incapacidade de reconhecer ou identificar objetos, apesar de um funcionamento sensorial intacto; 
 Perturbação do funcionamento executivo, isto é, planejamento, organização, sequenciamento e abstração. 
Na fase pré-clínica da DA, que pode se iniciar na quarta década de vida, ocorre o acúmulo progressivo de placas 
senis decorrentes do depósito de proteína ß-amiloide anormalmente produzida e de emaranhados neurofibrilares, 
fruto da hiperfosforilação da proteína tau. As áreas mais envolvidas nesse processo neurodegenerativo são o 
hipocampo e o córtex entorrinal, com perda de volume do hipocampo nas fases mais precoces da doença. 
O comprometimento cognitivo leve pode aumentar em até 15 vezes a chance de desenvolver demência, podendo 
ser um precursor de DA. 
Queixas subjetivas de problema memória em idosos são frequentes, mas têm baixa acurácia para diagnóstico de 
DA. Elas podem não estar correlacionadas com problemas de memória, mas com sintomas depressivos. 
O MEEM é uma boa ferramenta para esses pacientes , porem deve variar de acordo com a escolaridade de cada 
paciente, podendo dar muitos falsos positivos em pessoas de baixa escolaridade ou analfabetas ou aumento de 
falso negativo naquelas com alta escolaridade. 
Recomenda-se a utilização de testes cognitivos em combinação com testes funcionais para melhor diagnóstico de 
DA. Além das escalas de diagnóstico, estudosbrasileiros avaliam a intensidade e o estágio da demência, além de 
avaliação das alterações comportamentais. 
EVOLUÇÃO 
Nenhum exame de imagem pode identificar de forma precisa a possibilidade de evolução do comprometimento 
cognitivo leve (CCL) prédemencial para um quadro demencial ou para a própria DA. Alguns indivíduos com CCL 
podem evoluir em dois ou três anos para demência em fase inicial - com uma taxa de conversão de 12%. Na fase 
de demência inicial, além do comprometimento da memória a curto-prazo, pode aparecer a repetição de questões, 
a redução do interesse por atividades que anteriormente causavam prazer e o prejuízo nas atividades da vida 
diária. A evolução clínica da doença pode ser acompanhada pela piora dos déficits cognitivos e pelo agravamento 
das alterações comportamentais. 
DD: 
 Demência vascular: Inicia-se de forma súbita seguida por um curso flutuante e gradativo caracterizado 
por rápidas variações na funcionalidade. 
 Demência por corpos de Levy: tem sido caracterizada como um quadro de demência, com alterações de 
marcha/equilíbrio (parkinsonismo) e flutuações na cognição com variações na atenção e alerta, com relatos 
de alucinações e delírios bem estruturados. 
 Demência frototemporal: acomete uma faixa etária mais nova O quadro clínico é caracterizado por perda 
de crítica pessoal e social, hiperoralidade, comportamentos estereotipados e comportamento 
perseverativo 
 Doenças prionicas: características de Demência rapidamente progressiva. 
EXAMES A SEREM PEDIDOS: 
TC ou RNM: função principal de afastar causas potencialmente reversíveis, como hematomas, hidrocefalia e 
neoplasias. 
Funções hepática, renal e tireoidiana, dosagem de vitamina B12, sorologia para sífilis e HIV. 
PREVENÇÃO 
A prevenção da DA esta associada a melhora de estilo de vida ´para evitar morbidades que tenham relação com 
fato de risco, como DM e HAS. Atividades que aumentem a cognição podem reduzir o risco de desenvolver DA e 
também devem ser estimuladas. Atividade física retarda, de modo significante, a progressão da incapacidade 
física funcional de doentes com Alzheimer 
TRATAMENTO 
Os fármacos com efeitos no sistema nervoso central podem agravar o quadro confusional de pacientes com 
demência. Devem, portanto, ser utilizados com muita cautela e sob reavaliação clínica constante. 
A agitação psicomotora e os sintomas neuropsiquiátricos, em geral, são comuns na DA. O controle clínico desses 
sintomas comportamentais - inclusive irritabilidade, agressividade e perambulação - dependerá da atuação sobre 
estressores ambientais específicos e de medidas que forneçam conforto e orientação ao paciente. Pode ser usado 
risperidona, olanzapina. 
Recomenda-se tratar os pacientes com DA que apresentem sintomas depressivos, pois o tratamento diminuiu 
distúrbios de comportamento e melhora as atividades da vida diária, apesar de não evidenciar melhora cognitiva. 
Antidepressivos tricíclicos devem ser evitados e a prescrição de inibidores de recaptação de serotonina devem ser 
individualizada. 
As intervenções não-farmacológicas para a DA têm como objetivos ter impacto na qualidade de vida do paciente 
e família, não alterando a progressão da doença, por meio do enfrentamento da doença, elaboração do luto e das 
perdas funcionais; organização da rotina da família e adaptação do ambiente às necessidades do paciente. 
 
 
DEPRESSÃO NO IDOSO 
 Mesmo na ausência de todos os critérios do DSM- IV, até 27% dos idosos da comunidade vivenciam sintomas 
depressivos significativos e que melhoram com intervenção terapêutica. 
 Mulheres têm 2 vezes mais risco. 
 Associa-se à pior auto- cuidado, recuperação mais lenta após doenças agudas, acelera o declínio cognitivo e 
aumenta a busca e o custo com serviços de saúde. 
 Preditor independente de mortalidade e incapacidade. 
 Depressão de inicio tardio esta mais associada a alterações cognitivas e funcionais importantes. 
FATORES DE RISCO 
 História prévia de episódios depressivos 
 Antecedentes familiares 
 Falta de suporte social 
 Abuso de álcool e substâncias 
 Perda recente de alguém amado 
 Viuvez/ Separações conjugais 
 Comorbidades: Cardiopatias (IAM recente), AVC, D. Parkinson, quadros demenciais, neoplasias 
CLÍNICA E DIAGNÓSTICO 
A) Critérios diagnósticos para Depressão Maior = 1 dos maiores + pelo menos 4 dos menores: 
Maiores: Anedonia e/ou Humor deprimido 
Menores: 
 Insônia ou Hipersonia 
 Culpa/Sentimentos de menos valia 
 Fadiga ou perda de energia 
 Diminuição da capacidade de concentração 
 Mudanças significativas no apetite ou no peso 
 Agitação ou lentificação psicomotora 
 Ideação suicida ou pensamentos recorrentes de morte 
B) Características especiais da depressão no idoso: 
 Mais queixas somáticas 
 Menos queixas de humor 
 Nem sempre preenchem todos os critérios mas se beneficiam do tratamento 
 Não há exames diagnósticos: diagnóstico é clínico! 
 Sintomas depressivos NÃO são parte do envelhecimento normal 
 O tratamento é tão eficaz quanto no jovem, mas as taxas de incapacidade e isolamento social são muito 
maiores 
 Pode ser PRODRÔMICA 
C) Avaliação Inicial: 
 Sintomas mais importantes no idoso: humor entristecido, choro fácil, pensamentos recorrentes de morte e 
suicídio, isolamento social, dificuldade de tomar decisões ou planejar atividades do cotidiano 
 Anamnese e Exame físico: diagnóstico de condições clínicas coexistentes 
 Avaliação cognitiva e funcional 
 Laboratório: hemograma, bioquímica, função renal, hormônios tireoideanos, ECG, urina I, dosagem de vitamina 
B12 e ácido fólico 
 Avaliação de uso de substâncias, história medicamentosa, abuso familiar/ maus tratos 
 
D) Ferramentas de Screening: 
 Não fazem diagnóstico e são menos sensíveis para pacientes com depressão menor, depressão associada 
à demência e síndromes depressivas que não preenchem todos os critérios diagnósticos 
 Úteis para uso em programas de suporte 
 Follow up 
 Monitorização da aderência ao tratamento 
 Geriatric Depression Scale (Yesavage) = GDS 
 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
 Outros transtornos de humor: ansiedade, transtorno afetivo bipolar 
 Transtornos esquizo- afetivos e de personalidade 
 Declínio cognitivo leve 
 Síndromes demenciais - Os pacientes deprimidos costumam lembrar dos primeiros e últimos itens de uma 
lista de palavras em testes de memória, melhorando com as repetições. Em contrapartida, os pacientes 
com demência geralmente lembram dos últimos itens e não se beneficiam das repetições. Pacientes 
deprimidos apresentam dificuldades em testes de memória mais complexos, pois estes demandam um 
esforço maior, mas não em tarefas de memorização mais automáticas, que não necessitam de uso de 
estratégia.Por outro lado, os pacientes com demência apresentam dificuldades em todos os tipos de testes 
de memória 
 Outras comorbidades: doença cerebrovascular, anemia, tireoidopatias, etc. 
TRATAMENTO 
A) Educação do Paciente e Família/ Cuidados de Suporte 
 Marco do sucesso do tratamento 
 Auxilia na compreensão dos sintomas físicos e distúrbios de sono 
 Encorajar a prática de atividade física, se possível com outro membro da família 
 Torna mais suportável a carga sobre os cuidadores 
 Aumenta a interação e diminui o isolamento social 
B) Farmacológico 
1) Seleção da droga 
- A maioria dos agentes disponíveis é igualmente eficaz nos idosos 
- Considerar perfil de segurança e de efeitos colaterais 
- A escolha depende do perfil de sintomas de cada paciente: ansiedade, insônia, dor, perda ponderal 
Pontuação > 5 para determinar a 
presença de sintomas depressivos 
nos idosos. 
- Considerar antes de escolher: função renal e hepática 
- Levar em conta doses iniciais e titulação da medicação, comodidade posológica, preço, interação medicamentosa 
Agentes disponíveis: 
 IMAO´s 
 Tricíclicos 
 Inibidores da receptação de serotonina (seguro: Escitalopram) Inibidores da receptação de serotonina e noradrenalina 
 Mecanismo de ação incerto: bupropiona, mirtazapina (tetracíclico), trazodona 
 Associações: estabilizadores de humor, neurolépticos 
C) Outras modalidades 
1) Eletroconvulsoterapia 
2) Psicoterapia 
- Técnicas cognitivo- comportamentais/ Terapia interpessoal 
-Considerações: em conjunto com agentes farmacológicos, dificuldades na implementação e manutenção, taxas de 
sucesso 
D) Manejo do LUTO 
E) Tempo de tratamento