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Resumo - Transtornos Cognitivos e de Humor
FAMETRO
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Geriatria Júlia Araújo Medicina DEFINIÇÃO → Síndrome cerebral orgânica sem etiologia específica caracterizada pela presença simultânea de perturbações da consciência e da atenção, da percepção, do pensamento, da memória, do comportamento psicomotor, das emoções e do ritmo sono-vigília - Duração é variável e a gravidade varia de formas leves a formas muito graves - Urgência médica diagnóstico corretamente estabelecido e terapêutica rapidamente instituída EPIDEMIOLOGIA → Prevalência em idosos varia em torno de 1 a 2%, enquanto em idosos admitidos em unidades de urgência a taxa é de até 40% → Importante porque constitui-se na única ou principal forma de apresentação de doença física potencialmente grave e os pacientes podem cursar com pior prognóstico tanto na vigência da internação como após a alta hospitalar ETIOLOGIA → Multifatorial -> qualquer condição que comprometa a função cerebral pode causar delirium → Pode ser atribuída virtualmente a qualquer afecção médica, uso ou abstinência de drogas → CAUSAS MAIS COMUNS - Processos infecciosos -> pneumonia e infecção do trato urinário Afecções cardiovasculares, cerebrovasculares e pulmonares que causam hipóxia - Distúrbios metabólicos - Fármacos (12-29% dos casos) -> antidepressivos tricíclicos, antiparkinsonianos, neurolépticos e uso ou abstinência de hipnóticos e sedativos Substâncias - Álcool e hipnóticos/sedativos (intoxicação ou abstinência) - Anticonvulsivantes - Antidepressivos - Fármacos hipotensores - Fármacos antiparkinsonianos - Corticosteroides - Digitálicos - Bloqueadores H2 - Narcóticos - Fenotiazinas Infecções - Meningite - Pneumonia - Septicemia - Pielonefrite Doenças cardíacas - Arritmias - Insuficiência cardíaca congestiva - Infarto do miocárdio Distúrbios metabólicos - Distúrbio hidroeletrolítico - Hipercalemia - Hipoglicemia e hiperglicemia - Hipóxia - Insuficiência hepática - Insuficiência renal Transtornos do SNC - Epilepsia - Doença vascular Neoplasia - Metástases cerebrais - Tumores primários do cérebro Traumatismos - Anestesia - Queimaduras - Fraturas (especialmente de fêmur) - Cirurgia Mudança de ambiente - Hospitalização, especialmente em unidade de terapia intensiva Condições cirúrgicas - Fatores etiológicos podem estar presentes no pré- operatório (idade avançada e comorbidades), intraoperatório (anestesia, duração e tipo de cirurgia, hipotensão e hipóxia) e no pós-operatório (dor, infecção, analgesia, sedação e imobilização) FATORES DE RISCO → PACIENTE HOSPITALIZADO Fatores predisponentes (já presentes à admissão) - Idade maior do que 75 anos - Comorbidades - Polifarmácia - Comprometimento funcional - Déficit cognitivo prévio - Doença grave (Apache > 16) - Uremia - Déficit sensorial (auditivo e visual) - Doença hepática ou renal - Delirium prévio - Depressão - Alcoolismo - História de AVE - Desnutrição e desidratação Fatores precipitantes (outros que contribuem para o desenvolvimento) - Infecção - Distúrbios hidroeletrolíticos - Distúrbios metabólicos - Medicamentos - Hipo/hiperglicemia - Hipoxemia - Hipoperfusão - AVE - Encefalopatia hipertensiva - Doenças cardiovasculares - Doenças pulmonares - Abstinência a drogas/álcool - Intoxicação - Cirurgia - Dor - Admissão em UTI → Considerando-se a idade como fator de risco, entre as causas principais, incluem-se: - Menor reserva funcional hepática e renal, com comprometimento da farmacocinética e farmacodinâmica dos fármacos - Maior suscetibilidade a doenças sistêmicas, com uso comum de mais de um fármaco - Menor capacidade de resposta ao estresse - Decréscimo de células do córtex cerebral, da produção de acetilcolina e menor plasticidade de receptores muscarínicos, com aumento da toxicidade, principalmente com o uso de fármacos com ação anticolinérgica Pacientes vulneráveis Têm fatores predisponentes, com fatores precipitantes leves Pacientes pouco vulneráveis São mais resistentes ao aparecimento de delirium mesmo na presença de fatores precipitantes importantes → Fatores de risco independentes para manutenção dos sintomas na vigência da alta: - Demência - Déficit visual - Alta comorbidade - Restrição física durante o delirium - Prejuízo funcional Geriatria Júlia Araújo Medicina Baixo risco (0 a 1 fator) Risco intermediário (2 a 3 fatores) Alto risco (4 a 5 fatores) FISIOPATOLOGIA → Ainda não é bem compreendida → Alguns fatores como toxicidade a fármacos e resposta a inflamação e estresse tem sido rotulados como responsáveis para o desenvolvimento da síndrome → Caracteristicamente é considerado como uma manifestação neuropsiquiátrica não específica de um distúrbio do metabolismo cerebral e da neurotransmissão CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 1- Distúrbio da atenção (redução da capacidade de dirigir o foco, manter e desviar a atenção) e da consciência 2- Mudança na cognição que não é melhor explicada por uma demência preexistente ou estabelecida 3- Distúrbio desenvolve-se após curto período de tempo (em geral horas ou dias) e tende a flutuar durante o dia 4- Evidência por meio da história, exame físico ou achados laboratoriais de que o distúrbio seja causado por consequências fisiológicas diretas de uma condição médica geral, uma substância intoxicante, uso de medicamentos ou mais de uma causa QUADRO CLÍNICO Disfunção global da cognição -> Manifestação essencial - Prejuízo do pensamento invariavelmente presente, tornando-se vago e fragmentado . Formas leves: lento ou acelerado . Formas graves: sem lógica ou coerência - Memória está comprometida, diretamente associada ao prejuízo da atenção e nível de consciência - Anormalidades da sensopercepção manifestam-se mais comumente por meio de ilusões e alucinações visuais - Orientação frequentemente comprometida na sua forma temporoespacial - Distúrbio de linguagem mais frequentes são disnomias e disgrafias Distúrbio da Atenção - Dificuldade em manter a atenção em um determinado estímulo e mudá-la para um estímulo novo, não se conseguindo manter o fluxo da conversação com o paciente Estado de alerta e vigilância - Pode estar reduzido ou aumentado - Desorganização do ritmo circadiano do sono é comum, com sonolência diurna e sono noturno reduzido e fragmentado Comportamento psicomotor - Encontra-se alterado, podendo ocorrer um estado de hiperatividade ou hipoatividade, podendo as duas formas estarem presentes alternadamente no mesmo paciente . Hiperatividade: mais fácil de ser reconhecida, sendo associada em geral a intoxicação ou abstinência de medicamentos ou álcool . Hipoatividade: reconhecimento mais difícil e associada a distúrbios metabólicos ou processos infecciosos Outros sintomas associados - Raiva - Medo - Ansiedade - Euforia - Manifestações autonômicas (rubor facial, taquicardia, sudorese e hipertensão arterial) → SINAIS E SINTOMAS - Início agudo e curso flutuante - No paciente idoso, o início dos sintomas pode ser relativamente insidioso, precedido de alguns dias por manifestações prodrômicas como diminuição na concentração, irritabilidade, insônia, pesadelos ou alucinação transitória - Instalação aguda e duração de dias a semanas - Curso flutuante - Distúrbios de atenção - Alteração do nível de consciência - Alteração cognitiva -> orientação, memória, linguagem - Alterações de comportamento, hiper/hipoatividade psicomotora, distúrbios sensoriais, alucinações, distúrbios do sono - Causa orgânica identificada → INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA - Exames Complementares: hemograma, eletrólitos, ureia, creatinina, glicose, enzimas hepáticas, enzimas cardíacas, ECG