Buscar

O TRABALHO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Deficiência e Trabalho 
 
O TRABALHO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA 
PERCEPÇÃO DE GESTORES DE EMPRESAS 
Autores: Mariana Akemi Toyota Garrido, Maria Candida 
Soares Del-Masso, Nilson Rogério da Silva 
Resumo: A presente pesquisa teve por objetivo identificar a visão de gestores sobre a 
inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho competitivo e possíveis impactos 
no processo de contratação desses trabalhadores. Participaram do estudo sete empresas de um 
município de médio porte no interior de São Paulo e região. Os resultados indicaram 
dificuldades no processo de contratação em função de uma visão centrada na deficiência, nas 
marcas da deficiência, em detrimento do olhar para as potencialidades dos sujeitos, sendo a 
Lei de Cotas o principal motivo para as contratações. 
 
Introdução 
Palavra deficiente = tem cunho pejorativo, o prefixo “de” significa derrota e perda, ou 
seja, o sentido de pessoa não eficiente. 
A educação especial = objetiva a formação do indivíduo para o exercício de sua cidadania 
de forma inclusiva, inclusive na área profissionalizante da pessoa com deficiência, 
designada a assegurar a inclusão desses indivíduos no mercado de trabalho. 
 
Principais dificuldades para entrar no mercado de trabalho: 
- Limitações impostas pela deficiência; 
- Falta de estrutura social que responda satisfatoriamente as suas necessidades de 
reabilitação; 
- Educação; 
- Profissionalização (baixa escolarização)- em função de aspectos familiares e da 
própria pessoa com deficiência. 
 
A visão das empresas sobre a deficiência e as capacidades das pessoas com deficiências 
ocupam papel determinante para a inclusão dos mesmos no mercado de trabalho. 
 
A visão negativa sobre a deficiência: leva em conta apenas as limitações impostas, não 
acreditando que essas pessoas possam ser inseridas no trabalho. Criam impedimentos para 
a inserção (determinar perfis de vagas, de salários e outras formas de reconhecimento). 
A visão positiva: olhar para além da deficiência, valoriza as potencialidades, criando 
possibilidades das pessoas com deficiência trabalharem. 
Na maioria dos casos a visão da empresa – foca apenas na limitação em detrimento das 
potencialidades (visão negativa). 
A deficiência deve ser discutida como sendo uma determinante social e não centrada no 
sujeito, cujo ambiente tem a responsabilidade de oferecer oportunidades de igualdade e 
equidade de direitos que permitam a inclusão de pessoas com deficiência. 
Deficiência e Trabalho 
 
Discussão e resultados 
A pesquisa realizada mostrou, muita dificuldade para encontrar gestores que colaborassem 
com a pesquisa, e os resultados obtidos apontaram para uma visão negativa e de descrédito 
em relação à deficiência. 
Os resultados obtidos ressaltam a dificuldade de possibilidade de trabalho às pessoas com 
deficiência. 
- Relacionam a imagem da pessoa com deficiência com a dependência, à necessidade de 
ajuda de terceiro e de cuidado especial; 
- Dúvida em relação as suas capacidades (justificativa de haver necessidade de 
capacidades técnicas específicas que não encontram nas pessoas com deficiências); 
- Usam como estratégia a ampliação de critérios, exigência de experiências, as quais têm 
por objetivo dificultar o preenchimento da vaga (falta de oportunidade); 
- Alegam que as pessoas com deficiência, usam sua condição para se aproveitar no 
trabalho, e acabam atrapalhando a produtividade da empresa e sobrecarregando outros 
funcionários. 
 Sendo que na maioria das vezes as pessoas com deficiência negam sua condição, 
utilizam de estratégias para ocultar e mascarar a deficiência, não medindo esforços para 
passar despercebida a sua desvantagem – em vista da visão pejorativa associada à 
deficiência. 
- Quanto + limitações = + custos para a empresa se adaptar (financeiramente muito gasto 
para poucos funcionários e pode não haver retorno produtivo ao empregador). 
 O olhar para a deficiência por meio das limitações e consequentemente considerando 
que quanto mais presentes estas representam maior custo (acessibilidade, adaptações), o 
mercado tem buscado deficientes considerados mais leves (busca pelo “menos deficiente” 
– com deficiência menos incapacitante para o trabalho e que não necessite de muitas 
adaptações). 
- Demanda quase nula na procura de vagas de emprego pelas pessoas com deficiência; 
- Falta de condições para que o funcionário continue na empresa (cria-se obstáculo ao 
desempenho efetivo e manutenção na empresa). 
 
 Outro ponto é que a Lei de Cotas exige que pessoas com deficiência sejam incluídas, 
porém não oferece subsídios necessários tanto ao empregador quanto aos deficientes, o 
que justifica a importância de um melhor planejamento e organização em nível 
governamental para que a pessoa com deficiência seja preparada para o trabalho e as 
empresas tenham as condições necessárias para recebê-las. 
 
 
Deficiência e Trabalho 
 
Conclusão 
O principal motivo para a contratação pelos gestores foi à obrigatoriedade da Lei de Cotas, 
mesmo com o direito conquistado, o cumprimento da lei de cotas não ocorre de forma 
automática, sendo fundamental a fiscalização e o aparato do Estado para sua efetivação. 
A maioria das empresas não realizou adaptações, isto sinaliza a pouca disposição do setor 
empresarial em abordar a inserção profissional de pessoas com deficiência. Havendo a 
necessidade de o sujeito se adaptar às características do ambiente de trabalho, 
concentrando a deficiência na pessoa. 
A falta do desejo e consciência de que tem condições de trabalhar (muitas pessoas com 
deficiência também não acreditam no próprio potencial para trabalhar, incorporando 
visões negativas associadas a eles). 
Importância do papel da família, que nem sempre acredita e incentiva para o trabalho 
(muitas famílias preferem receber o Benefício da Prestação Continuada — BPC). 
A dificuldade de inserção no trabalho, está associada à visão da empresa centrada na 
deficiência e na incapacidade. 
A contratação focada apenas no cumprimento da legislação, oferta de posto de trabalho 
pouco atraentes para as pessoas com deficiência; ausência e/ou insuficiência de serviços 
de capacitação profissional, inclusive com omissão do governo que obriga o cumprimento 
da Lei de Cotas, mas não cria centros de formação profissional, e, por fim, o 
desconhecimento e falta de formação dos profissionais para lidar com a inserção 
profissional de pessoas com deficiência, seja dos empregadores, dos profissionais da saúde 
e áreas afins, da sociedade em geral. 
 
Papel da TO em relação à visão das empresas 
- Mostrar que as pessoas com deficiência têm capacidades e potencialidades; 
- Sensibilização e desmistificação da deficiência; 
- Desenvolver e aprimorar as habilidades necessárias para que as pessoas com deficiência 
possam exercer sua função no trabalho.

Continue navegando