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Logística Reversa e Sustentável CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA CNI CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Conselho Nacional Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI Departamento Nacional José Manuel de Aguiar Martins Diretor Geral Regina Maria de Fátima Torres Diretora de Operações Confederação Nacional da Indústria Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Logística Reversa e Sustentável Brasília 2010 Renata Quemel Pires © 2010. SENAI – Departamento Nacional É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio consentimento do editor. Equipe técnica que participou da elaboração desta obra SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Setor Bancário Norte, Quadra 1, Bloco C Edifício Roberto Simonsen – 70040-903 – Brasília – DF Tel.:(61)3317-9000 – Fax:(61)3317-9190 http://www.senai.br Coordenador Projeto Estratégico 14 DRs Luciano Mattiazzi Baumgartner - Departamento Regional do SENAI/SC Coordenador de EaD - SENAI/PA Williams Pinheiro – SENAI/PA Coordenador de EaD – SENAI/SC em Florianópolis Diego de Castro Vieira - SENAI/SC em Florianópolis Design Educacional, Design Gráfico, Diagramação e Ilustrações Equipe de Desenvolvimento de Recursos Didáticos do SENAI/SC em Florianópolis Revisão Ortográfica e Normativa FabriCO Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937 – SENAI/SC Florianópolis P667l Pires, Renata Quemel Logística reversa e sustentável / Renata Quemel Pires. Brasília: SENAI/DN, 2010. 35 p. : il. color ; 30 cm. Inclui bibliografias. 1. Logística. 2. Logística empresarial. 3. Logística reversa. 4. Desenvolvimento sustentável. I. SENAI. Departamento Nacional. II. Título. CDU 658.786:504 Sumário Apresentação do curso ............................................................................... 09 Plano de estudos .......................................................................................... 11 Unidade 1: Logística Reversa ..................................................................... 13 Unidade 2: Logística Sustentável ............................................................. 25 Sobre a Conteudista ..................................................................................... 33 Referências ...................................................................................................... 35 9 Apresentação do Curso Seja bem-vindo ao curso Logística Reversa e Sus- tentável! A preocupação com o meio ambiente e o desen- volvimento sustentável é assunto cada vez mais importantes e mais discutido no nosso dia a dia. Ela faze parte, também, das novas tendências empresa- riais, especialmente em um âmbito que se ocupa do desenvolvimento de uma política sustentável para a empresa: a logística reversa e sustentável. Neste curso, você verá a importância da logística reversa como diferencial competitivo e como forma de redução do impacto ambiental a partir do rea- proveitamento para a reciclagem e a transformação de produtos em secundários. Conhecerá, também, a logística sustentável, que tem o objetivo de reduzir o impacto ambiental, mas difere da logística reversa porque preza a produção e a distribuição enxutas, ou seja, sem desperdícios. Ao final de cada unidade, você vai ver indicações de leituras complementares e poderá fazer as ativida- des de aprendizagem no ambiente virtual de apren- dizagem (AVA). Elas vão ajudá-lo a aprender mais e a fixar o que você estudou. E, no fim do curso, você vai ter um desafio para colocar em prática o conte- údo apreendido. A educação a distância é uma ótima experiência para aumentar o conhecimento e desenvolver a disciplina e a autonomia. Por isso, planeje seus es- tudos e aproveite todos os recursos oferecidos. Boa leitura! 11 Plano de Estudos Carga horária: 20h Ementa Definição da logística empresarial, áreas de atua- ção, conceito de logística sustentável, tendências de descartabilidade dos produtos, diferença entre logística reversa e sustentável. Objetivos de Aprendizagem Objetivo Geral Compreender a logística reversa como forma de redução do impacto ambiental. Objetivos Específicos: Compreender os conceitos e os objetivos das logísticas reversa e sustentável. Conhecer as áreas de atuação das logísticas reversa e sustentável. Analisar a importância da redução do desperdí- cio para a empresa, a sociedade e o meio am- biente. Analisar como as empresas podem reduzir seus custos utilizando matéria-prima secundária. 13 1Logística Reversa Objetivos do Curso Ao final desta unidade, você terá subsídios para: Compreender a logística reversa como forma de redução do impacto ambiental. Conhecer suas áreas de atuação. Analisar como as empresas podem reduzir seus custos utilizando matéria-prima secun- dária. Aulas Nesta unidade você acompanhará as seguintes aulas: Aula 1: Definição da logística empresarial Aula 2: Áreas de atuação 14 Logística Reversa e Sustentável Para Iniciar Nesta unidade, você vai estudar a definição e a missão da logística empresarial e, a partir delas, vai entender tanto a complexidade da Logística Reversa como a sua importância para a organização e, principalmente, para o meio ambiente. Aula 1: Definição da logística empresarial Antes de aprender sobre a logística reversa, é importante que você compreenda a definição de logística empresarial e sua missão. A logística é o gerenciamento integrado das atividades de armazenagem, movi- mentação, transporte, distribuição e gestão da informação, que são necessárias para facilitar o fluxo de matéria-prima e produtos desde o local de aquisição até o ponto de consumo final, de forma a atender o nível de serviço esperado pelos clientes a um custo razoável. Segundo Ballou (1993), a logística empresarial é um campo de estudo relativa- mente novo da gestão integrada em comparação com os campos tradicionais, como marketing, finanças, recursos humanos e produção. A sua missão é dispor a mercadoria ou serviço certo, no lugar certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à empresa. Com essas colocações sobre logística empresarial em mente, vamos ver agora o conceito da Logística Reversa, sua definição e os fatores que influenciam na organização da Cadeia Reversa. Segundo Leite (2003, p. 16-17), logística reversa é a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno de bens de pós-venda ao ciclo do negócio ou ao ciclo produtivo, por meios dos canais de distribuição reversos, agregando valores de natureza: econômica, ecológica, legal, logística e de imagem corporativa. 15Unidade 1 Logística Reversa e Sustentável Conforme retrata Leite (2003), a logística reversa pode ser definida como o pro- cesso de movimentação de produto da sua destinação final para o outro ponto, com o propósito de obter renda ou enviá-lo para um destino seguro. Sua tarefa inclui processar a mercadoria que retorna da pós-venda ou do pós- consumo em razão de danos, sazonalidade, recall, excesso deinventário ou para a reciclagem de materiais de embalagem, reciclagem de produtos para o mesmo fim ou transformação em outros produtos. Figura 1: Processo logístico Reverso Fonte: Leite (2003) Logística reversa, em seu sentido mais amplo, refere-se a todas as operações relacionadas à reutilização de materiais e produtos: o descarte, a captação, a desmontagem, a separação e a reciclagem, ou transformação. Dentro dela, existem fluxos, ou cadeias, que devem ser estruturados com base em diversos fatores relacionados à cultura da empresa e dos seus colaborado- res. Leite (2003) expõe alguns dos fatores que influenciam na organização da cadeia reversa. Veja-os! Fatores econômicos São entendidos como a possibilidade de revalorização financeira por meio de reaproveitamento de seus materiais constituintes e das economias advindas da sua utilização. Portanto, o objetivo, nesse caso, é reintegrar os materiais consti- tuintes dos bens de pós-consumo. As economias nos canais de reciclagem provêm da substituição das matérias- primas virgens por matérias-primas secundárias ou recicladas, que geralmente apresentam preços mais baixos e exigem menores quantidades de insumos energéticos para a sua produção. Fatores ecológicos A revalorização ecológica dos produtos de pós-consumo é entendida como uma maneira de a empresa recapturar valor minimizando o impacto de seus produtos no meio ambiente. 16 Logística Reversa e Sustentável O fator ecológico revela um posicionamento de responsabilidade empresarial relativo ao meio ambiente e demonstra o aumento da sensibilidade ecológica não somente por parte dos empresários como também do governo e da sociedade. Fatores legais Quando as condições naturais do mercado não propiciam eficiente equilíbrio entre os fluxos rever- sos e os fluxos naturais, faz-se necessária a inter- venção da legislação governamental. As intervenções legais agem sobre as condições de modo que elas sejam alteradas para permitir um melhor equacionamento do retorno dos bens de pós-consumo e de seus materiais constituintes. Elas podem acontecer por meio de regulamentos, promoção, educação e incentivos aos retornos de matérias, que podem ser motivados por redução de custos e pressões de grupos sociais, políticos e ambientais. Empresas e governos devem, tanto quanto possí- vel, trabalhar juntos na adoção de regulamenta- ções, evitando a criação de novas condições que alterem as condições de mercado de forma não isonômica. Fatores tecnológicos O uso de tecnologias adequadas nas diversas etapas dos canais reversos é um dos fatores de grande importância na implementação da logís- tica reversa, desde a coleta do pós-consumo até o reaproveitamento do produto ou material de interesse. O reaproveitamento promove o tratamento econô- mico de resíduos em todo o ciclo reverso e tam- bém auxilia na caracterização da reciclabilidade tecnológica em diversos aspectos. ISONÔMICA: 1. Ref. a, ou que apresen- ta isonomia. (iDicionário Aulete, 2010). ISONOMIA: 1. Jur. Princípio, assegurado pela Constituição, segun- do o qual todos são iguais perante a lei, não podendo haver nenhuma distinção em relação a pessoas que estejam na mesma situação; 2. A aplicação desta lei (iso- nomia salarial); 3. Condição ou estado daqueles que são governados pelas mesmas leis. (iDicionário Aulete, 2010). 17Unidade 1 Logística Reversa e Sustentável Atenção Alguns aspectos que caracterizam a reciclabilidade tecnológica são: facilidade de transporte, facilidade de desmontagem do produto durável, remanufatura, facilidade de separação do produto de pós-consumo, conservação das propriedades originais, número de reutilizações possíveis e níveis percentuais de substituição das matérias-primas novas. Fatores logísticos Os fatores logísticos aparecem no planejamento, na organização e no controle do fluxo entre os elos da cadeia, que são as fontes primárias, o processo inter- mediário, o controle de reciclagem e os usuários finais. Por meio da existência dessas condições de organização, localização e sistemas de transportes, descrevem-se: fontes primárias de captação, centros de consoli- dação e agravamento de cargas de materiais de pós-consumo, processamentos intermediários, centros de processamento de reciclagem e usuáriosfinais dos materiais reciclados. As características logísticas dos materiais de pós-consumo e, em particular, a transportabilidade deles, revelam-se de enorme importância para a estrutura- ção e a eficiência dos canais reversos. A produção de resíduos acompanha o aumento da população, o crescimento dos mercados globais e o desenvolvimento tecnológico. Assim, o descarte ade- quado dos resíduos torna-se, cada vez mais, um desafio às empresas e organi- zações. O impacto que os resíduos provocam no meio ambiente e na sociedade fazem da logística reversa um tema de grande relevância devido tanto ao seu aspecto ambiental com ao aspecto econômico. 18 Logística Reversa e Sustentável Aula 2: Áreas de atuação Leite (2003) divide os canais de distribuição reversa em duas áreas, que devem ser tratadas de formas independentes: a logística reversa de pós-venda e a lo- gística reversa de pós-consumo. Elas devem ser tratadas de modos diferentes, pois os produtos logísticos, os ca- nais pelos quais eles percorrem, as técnicas utilizadas e os objetivos de negócio utilizadas em cada área são diferentes. Logística reversa de pós-venda Ocupa-se de bens sem uso ou com pouco uso, devolvidos por razões comer- ciais como erros nos procedimentos de pedido, erros de expedição, mercadoria por consignação, recall, garantia de fabricação, defeitos de funcionamento, perdas ou avarias de transportes. Atenção O objetivo da logística reversa de pós-venda é agregar valor aos produtos que precisam ser devolvidos a diferentes pontos da cadeia de distribuição direta em razão dos problemas citados. Essa área representa custo para empresa, elevando o custo de devolução, representado na fórmula a seguir. Retorno e devoluções = número de produtos devolvidos e / ou retornados x 100% número total de produtos expedidos no período Para facilitar a compreensão, veja uma representação de logística reversa de pós-venda a seguir. 19Unidade 1 Logística Reversa e Sustentável Figura 2: Cadeia logística de pós-venda Fonte: Leite (2003, p. 209) Logística reversa de pós-consumo Trata de produtos em fim de vida útil, bens usados com possibilidade de reutili- zação e resíduos industriais em geral. Os produtos-alvo dessa área são constitu- ídos por materiais como ferro, aço, plástico, alumínio, óleos lubrificantes. Pode-se dizer um produto entrará no canal de distribuição de pós- consumo quando é descartado pela sociedade. O momento do descarte pode variar de alguns dias ou anos. As diferentes formas de processamento e comercialização, desde sua coleta até a integração ao ciclo produtivo como matéria-prima secundária, são chamadas de canais de distribuição reversa pós-consumo. (RESENDE, 2004, p. 23). 20 Logística Reversa e Sustentável Veja a representação da cadeia reversa de pós-consumo no fluxograma a se- guir: Figura 3: Cadeia logística reversa de pós-consumo Fonte: Leite (2003, p. 47) Repare que somos parte importante de todo o fluxo da logística reversa, pois todos nós somos consumidores. Pergunta E como consumidores, de que forma podemos colaborar com o desenvolvimento sustentável para diminuir o impacto ambiental? É necessário desenvolver a consciência ambiental e também consumir de modo consciente. Para entender melhor o consumo consciente, consulte o Saiba Mais, ao final desta unidade. 21Unidade 1 Logística Reversa e Sustentável Classificação de produtos e materiaispor tempo de vida útil O desenvolvimento tecnológico acelerado favore- ce o lançamento de novos produtos em um curto espaço de tempo e auxilia na produção de no- vos materiais, que substituem outros com maior eficiência e menor custo. Esse é um dos principais responsáveis, junto à globalização, que aumenta a competitividade, pelo aumento da obsolescência de produtos. Essa aceleração também implica em mudança de hábitos de consumo. Portanto, mudam os hábitos logísticos, que precisam se adequar ao fluxo acele- rado do mercado. Com a produção acelerada, aumentam os retornos de produtos nas cadeias reversas de pós-venda. E com a diminuição do ciclo de vida útil dos produ- tos, causada pela substituição de materiais com menor custo e tempo de vida útil, aumenta o número de produtos nas cadeias reversas de pós- consumo. Os produtos e materiais podem ser classificados quanto ao tempo de vida útil, ou seja, podem ser classificados em relação ao tempo decorrido des- de a produção até o momento em que o primeiro proprietário se desvencilha deles. Eles podem ser: Bens duráveis: a vida média útil é de alguns anos a década. Exemplo: automóveis, eletrodo- mésticos, eletrônicos, máquinas e equipamen- tos industriais etc. Bens semiduravéis: a vida média útil é de alguns meses. Raramente duram mais de dois anos. Exemplo: baterias de veículos e celulares, óleos lubrificantes, computadores etc. Bens descartáveis: a vida média útil é de al- gumas semanas. Raramente duram mais de seis meses. Exemplo: embalagens, material de escritório, jornais, revista, material de higiene pessoal etc. OBSOLESCÊNCIA: 1. Fato ou processo de (se) tornar obsoleto; 2. Qualidade ou estado de obsolescente; 3. Biol. Fim de um processo fisioló- gico; gradativa redução e desaparecimento final; 4. Econ. Redução da vida últil de um equipamento por se lhe seguirem mo- delos tecnologicamente superiores. (iDicionário Aulete, 2010). 22 Logística Reversa e Sustentável Reflita A grande produção de bens materiais que temos no mundo causa um forte impacto ambiental e desafia as empresas a achar um destino correto para os resíduos. Por isso, é preciso desenvolver a logística reversa para aliar o crescimento econômico ao impacto ambiental mínimo, ou seja, para alcançarmos o desenvolvimento sustentável. Atividades de aprendizagem Você chegou ao final da primeira unidade! Caso tenha ficado com dúvi- das, leia o conteúdo novamente e entre em contato com seu tutor para que ele ajude você. Agora, acesse o AVA e faça as atividades de apren- dizagem. Elas vão possibilitar que você compreenda os conhecimentos construídos. 23Unidade 1 Logística Reversa e Sustentável Relembrando Nesta unidade, você estudou o conceito de logística empresarial, que con- siste no gerenciamento integrado das atividades necessárias para facilitar o fluxo de matéria-prima e produtos de forma a atender o nível de serviço esperado pelos clientes a um custo razoável. A partir desse conceito, estudou a logística reversa. Em seu sentido mais amplo, a logística reversa refere-se a todas as operações relacionadas à reutilização de materiais e produtos. Dentro dela, existem fluxos, que de- vem ser estruturados com base em diversos fatores relacionados à cultura da empresa e dos seus colaboradores. Segundo Leite (2003), os fatores que influenciam na organização da cadeia reversa são: fatores econômi- cos, ecológicos, legais, tecnológicos e logísticos. Você viu que a logística reversa é dividida em duas áreas, que devem ser tratadas de formas diferentes: a logística reversa de pós-venda e a logísti- ca reversa de pós-consumo. A logística de pós-venda tem o objetivo de agregar valor aos produtos que precisam ser devolvidos a diferentes pontos da cadeia de distribuição direta por razões comerciais. Já a logística de pós-consumo trata de pro- dutos em fim de vida útil, bens usados com possibilidade de reutilização e resíduos industriais em geral. Depois, percebeu como o desenvolvimento acelerado e a crescente pro- dução de bens causam impacto no meio ambiente e desafiam as empre- sas a achar um destino correto para os descartes. Tudo isso envolve o tempo de vida útil dos produtos e materiais, que, por sua vez, podem ser classificados como bens duráveis, semiduráveis ou descartáveis. Com a diminuição do ciclo de vida útil dos produtos, aumenta o núme- ro de produtos nas cadeias reversas de pós-consumo. Por isso, é preciso desenvolver a logística reversa para aliar o crescimento econômico ao impacto ambiental mínimo, ou seja, para alcançarmos o desenvolvimento sustentável. Saiba mais Para compreender melhor o que é e como praticar o consumo cons- ciente, acesse o site < http://mais.uol.com.br/view/e8h4xmy8lnu8/guia- do-consumo-consciente-04023560DC894346?types=A&>. Alongue-se Que tal parar um pouco para relaxar? Faça alguns alongamentos, caminhe, beba água, converse com um amigo. Tome o tempo que for necessário para relaxar e, quando estiver preparado, volte aos estudos. Lembre-se de sentar corretamente: mantenha as costas retas, os om- bros relaxados e, se possível, use um descanso para os pés. Você pode fazer isso sempre que achar que seu estudo não está ren- dendo, assim, poderá aproveitar ao máximo o nosso curso! 2525 2Logística Sustentável Objetivos do Curso Ao final desta unidade, você terá subsídios para: Compreender o conceito e o objetivo da logística sustentável; Entender a importância da redução do des- perdício para a empresa, a sociedade e o meio ambiente; Compreender a diferença entre logística re- versa e logística sustentável. Aulas Aula 1: Conceito de logística sustentável Aula 2: Quais são as tendências de descartabili- dade dos produtos? Aula 3: A diferença entre logística reversa e sus- tentável. 26 Logística Reversa e Sustentável Para Iniciar Nesta unidade, você vai conhecer a logística sustentável, também chamada lo- gística verde, ou ecológica, entender o seu conceito e objetivo. Vai ver como ela se diferencia da logística reversa e compreender a importância da redução do desperdício de produtos e materiais. Procure fazer os exercícios, consultar o professor sempre que achar necessário e tirar um tempo para consultar o material complementar. Essas atitudes ajudarão você a desenvolver ainda mais o seu conhecimento. Aula 1: Conceito de logística sustentável Como retrata Resende (2004), por meio do pensamento enxuto, a logística sus- tentável, ou verde, visa à melhoria do processo por meio de constante elimina- ção do desperdício. Ela abrange princípios aplicáveis a qualquer ponto do processo de gestão e busca o meio de planejar e diminuir impactos ambientais da logística. Isso inclui, por exemplo, o estudo do impacto causado pela possível inserção de um novo meio de transporte na cidade; o desenvolvimento de projetos relaciona- dos à certificação da ISO 14001; a redução de energia nos processos logísticos e a redução de utilização de material ou insumo. Se fizermos uma análise da logística ao longo do tempo, veremos que, até al- guns anos atrás, ela estava associada ao domínio do homem sobre a natureza e à destruição dos bens renováveis, que garantiam o desenvolvimento econômi- co, mas de forma não sustentável. Com os problemas trazidos pela exploração da natureza cada vez mais visíveis, criou-se a logística sustentável, responsável pela análise dos produtos na ca- deia produtiva e na cadeia de distribuição. Foram criadas normas ambientais e ecológicas, como a ISO 14001, e passou-se a ter cuidado com o ecossistema, o manejo seguro de materiais não biodegradáveis e a reciclagem de produtos de pós-consumo. 27Unidade 1 Logística Reversa e Sustentável Dica Para entender melhor a norma ambiental ISO 14001, quedefine como estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), e conhecer a nova norma de diretrizes de responsabilidade social, a ISO 26000, consulte os links do Saiba Mais, no final da unidade. Aula 2: Quais são as tendências de descartabilidade dos produtos? A globalização deu ao mundo a tendência à instantaneidade e à descartabili- dade. O constante lançamento de inovações, característica da competitividade entre as empresas, eleva o índice de obsolescência planejada e reduz o ciclo de vida dos produtos. O fator cultural do capitalismo, que gera competitividade entre as pessoas e aumenta o consumo, impulsiona a criação e a inovação de produtos. Acrescenta-se a isso o acelerado desenvolvimento tecnológico dos materiais, que além de favorecer a criação de novos produtos descartáveis, visa à substi- tuição de materiais geralmente mais duráveis por outros de menor durabilida- de. Conforme você estudou na unidade anterior, essa substituição reduz o custo de fabricação e, portanto, o preço final, tendo um desempenho similar ou melhor. As características de preço e desempenho constituem a base da diferenciação de empresas no mercado. Além disso, o fato de o valor residual de produtos de pós-consumo ser alto não estimula o comércio de segunda mão, o que contribui para os produtos e mate- riais se transformarem em lixo. Segundo Leite (2003), existem sinais dessa tendência, que demonstram a de- manda acelerada e a descartabilidade de produtos. Entre eles, estão o lança- mento de novos produtos, a grande quantidade de lixo urbano e a crescente produção de computadores, automóveis e materiais plásticos. 28 Logística Reversa e Sustentável A descartabilidade provoca impactos logísticos, como aumento do número de devoluções, menor tempo de descarte (itens que antes eram duráveis passam a ser semiduráveis e estes passam a ser descartáveis) e maior quantidade de itens de pós-venda e pós-consumo a ser manipulada. Cresceram os problemas e a preocupação com as questões sociais, econômicas e ambientais. Assim, aconteceram alguns avanços visando à sustentabilidade que chegaram também à logística por meio dos princípios da proteção ambien- tal e da legislação ecológica. Os princípios da proteção ambiental compreendem o incentivo ao uso de ma- teriais reciclados, a tributação especial para canais reversos, o equilíbrio entre produção e reciclagem e a responsabilidade estendida do produto (EPR). Esta diz respeito à criação de projetos para o reaproveitamento de componentes e à coleta de produto pós-consumo sem ônus. A legislação ambiental específica encarrega-se da regulamentação quanto a de- pósitos em aterros sanitários, uso de matéria-prima secundária etc. Além disso, permite às instituições serem reconhecidas ou terem uma linha ou produtos reconhecidos como “amigáveis” ao meio ambiente. Perante a sociedade, esse reconhecimento, que hoje pode ser um diferencial de mercado, acontece pelo uso do selo verde. Reflita Você já parou para pensar que, dando preferência aos produtos com selo verde, estará ajudando o desenvolvimento sustentável? Imagem corporativa empresarial A imagem corporativa se refere a como a empresa é vista, ou seja, como o público percebe a empresa. Ela está relacionada à identidade empresarial, que é elaborada a partir da cultura da empresa e do comportamento dos seus colabo- radores, e à reputação empresarial. Geralmente, a imagem é elaborada por profissionais das áreas de marketing, comunicação social e relações públicas, que utilizam meios de comunicação e campanhas publicitárias para desenhar uma imagem atraente tanto para o pú- blico externo como para o interno. É importante analisar o público-alvo – os interesses, entendimentos, compor- tamentos, influências que exerce e sofre – para que seja possível aperfeiçoar o entendimento de como esse público vê a empresa e, assim, saber trabalhar a imagem desta. 29Unidade 1 Logística Reversa e Sustentável Dessa forma, a imagem corporativa pode ser vista como um importante ele- mento estratégico, capaz de diferenciar a empresa e acirrar a competitividade. Ela depende de diversos fatores, desde a conduta social da empresa até a com- petência na área logística. Podemos dizer que a logística sustentável é parte da formação da imagem como elemento estratégico, pois integra os novos padrões de competitividade empresarial, que envolvem a visão estratégica, os princípios de qualidade total, a criação de um modelo sistêmico, o marketing social e ambiental e a responsa- bilidade ética empresarial. A visão estratégica da rede de distribuição permite analisar os fluxos logísticos para além da entrega do produto ao mercado ou consumidor, dando atenção aos fluxos reversos como forma de agregar valor aos produtos que retornam ao ciclo produtivo. A qualidade total foca nas relações entre cliente e fornecedor, formando uma “corrente virtual” no sentido do cliente final. O modelo sistêmico refere-se à transformação de atividades funcionais em processo integrado horizontal, ao processo de “adição de valor percebido” e à adequação de produtos e proces- sos às necessidades de valores do cliente. A responsabilidade ética e o marketing social e ambiental são os fatores mais diretamente ligados à formação da imagem corporativa relacionada à sustenta- bilidade, ou imagem corporativa verde. O crescente interesse por questões socioambientais aumenta o comprometi- mento com as questões de preservação do ambiente e do desenvolvimento da sociedade. Porém, para que as ações sejam vistas positivamente pelo público, elas devem ser feitas de modo ético. É a partir daí que será criada a reputação da empresa. O marketing é o maior responsável pelo posicionamento da imagem corporati- va. Ele deve ser elaborado e voltado tanto para o público externo (o mercado e os clientes finais) quanto para o público interno (colaboradores). Com a elaboração da identidade empresarial e o posicionamento da imagem verde, aliada a uma reputação positiva dirigida pela responsabilidade ética, a empresa poderá ter a sua imagem como diferencial. Desse modo, as empresas modernas, instaladas em um ambiente dinâmico e altamente competitivo, estão utilizando a logística sustentável para criação da imagem corporativa verde como forma de ganhar competitividade no mercado, conforme você pode ver na tabela a seguir. 30 Logística Reversa e Sustentável Quadro 1: Motivos estratégicos para as empresas operarem os canais reversos Motivo estratégico % de empresas respondentes Aumento de competitividade 65,20 Limpeza de canal – estoques 33,40 Respeito às legislações 28,90 Revalorização econômica 27,50 Recuperação de ativos 26,50 Fonte: Leite (2003) Aula 3: A diferença entre logística reversa e sustentável Segundo Resende (2004), o termo “logística sustentável” vem sendo utilizado pelos pesquisadores quando se referem à logística reversa, mas, apesar de esta- rem relacionadas, elas possuem características distintas. A logística sustentável tem o objetivo de atender o princípio da sustentabilida- de ambiental com a produção e a distribuição limpas, sendo responsável pelo produto do nascimento até a sua morte. Isso significa que as empresas são res- ponsáveis por dar um destino seguro aos produtos gerados, de forma a reduzir os impactos ambientais que eles causam. Reflita A logística reversa estuda a forma de inserir produtos descartados novamente no ciclo de negócio, agregando-lhes valor, enquanto a logística sustentável, ou verde, estuda formas de planejar e reduzir impactos ambientais da logística convencional. Tanto a logística sustentável como a reversa necessitam de processos gerenciais e também dependem da conscientização da empresa, do governo e da socieda- de. 31Unidade 1 Logística Reversa e Sustentável Atividadesde Aprendizagem Você chegou ao final da segunda unidade, a última deste curso. Para- béns! Agora, o que você acha de pôr em prática o conteúdo que você estudou? Acesse o AVA para realizar as atividades de aprendizagem desta unidade. Se você estiver com dúvidas, pode saná-las com a ajuda do seu tutor. Relembrando Na segunda unidade, você estudou o conceito e o objetivo da logística sustentável, ou verde. Viu que ela busca a forma de melhorar o processo por meio da eliminação de desperdícios, planejamento e diminuição de impactos ambientais da logística, e que abrange princípios aplicáveis a qualquer ponto do processo de gestão. Além disso, você pôde compreender de que forma a globalização trouxe ao mundo a tendência à descartabilidade, quais são os sinais dessa ten- dência e os impactos logísticos e ambientais que ela provoca. Você estudou também que a imagem corporativa da empresa, ou seja, a forma como a empresa é vista pelo público, pode ser um elemento estra- tégico. As empresas modernas, instaladas em um ambiente dinâmico e altamente competitivo, estão utilizando a logística sustentável para criação da imagem corporativa verde como forma de ganhar competitividade no mercado. Na última aula, você compreendeu a diferença entre as logísticas estuda- das. A logística reversa busca as formas de inserir produtos descartados novamente no ciclo de negócio, agregando-lhes valor, enquanto a logísti- ca sustentável, ou verde, estuda formas de planejar e reduzir os impactos ambientais da logística convencional. 32 Logística Reversa e Sustentável Saiba mais Para entender o que é a norma ISO 14001, que define a forma de esta- belecer um Sistema de Gestão Ambiental efetivo, visite o site <http:// www.bsibrasil.com.br/certificacao/sistemas_gestao/normas/iso14001>. Para conhecer a nova norma ISO 26000, que estabelece o padrão in- ternacional diretrizes de responsabilidade social, acesse <http://www. institutoatkwhh.org.br/compendio/?q=node/104>. Conheça também a norma brasileira de responsabilidade so- cial acessando o endereço <http://www.institutoatkwhh.org.br/ compendio/?q=node/110>. Para se manter informado sobre a logística sustentável, acompanhe o blog Logística Sustentável, no endereço <http://logisticasustentavel. wordpress.com>. Alongue-se Agora que você terminou a segunda unidade do curso, relaxe um pouco antes de seguir para o desafio. Levante-se para fazer um alon- gamento, beba uma xícara de café, converse com um amigo, faça uma pequena caminhada. Quanto estiver preparado, volte para os estudos. Desafio Chegou a hora de realizar o desafio! São essas questões que vão garan- tir a sua certificação no curso Logística Reversa e Sustentável. Lembre- se de que você se dedicou ao estudo, acesse o AVA, analise a questão com calma e faça o que é pedido. 33 RENATA QUEMEL PIRES é bacharela em Adminis- tração de Empresas, pós-graduada em Logística Empresarial pela Universidade da Amazônia (UNA- MA) e mestranda em Logística pela Universidad Nacional del Cuyo, na Argentina. É consultora na área logística, em que possui projetos concluídos na Secretaria de Ciências e Tecnologia (SEDECT) e no Ministério da Saúde pelo PNUD, e professora da Faculdade da Amazônia (FAMA), da Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ), da Faculdade de tecno- logia da Amazônia (FAZ), SENAI e SEST SENAT. É também Coordenadora de Estágio Supervisionado na FAMA. Foi coordenadora do curso de Adminis- tração na FAMA, Diretora Pedagógica da Petcursos Profissionalizantes, Administradora Técnica da Saga Serviço de Vigilância e Transportes de valores LTDA. e encarregada da Estatística na Indaiá Brasil Águas Minerais LTDA. Sobre a Conteudista 35 Referências BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: trans- portes, administração de materiais e distribuição física. Tradução Hugo T. Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993. iDicionário Aulete. Disponível em <http://aulete.uol. com.br> Acesso em 15 out. 2010. LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: meio am- biente e competitividade / Paulo Roberto Leite. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2003. RESENDE, Eduardo L. Canal de distribuição rever- so na reciclagem de pneus: estudo de caso. 2004. Dissertação (Mestrado em engenharia industrial) – Programa de pós-graduação em engenharia indus- trial da PUC, Rio de Janeiro, 2004.
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