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Endereço da página: https://novaescola.org.br/conteudo/2941/pisa-uma-analise- comparativa Publicado em NOVA ESCOLA 01 de Dezembro | 2012 Avaliações externas Pisa: Uma análise comparativa Uma tabela com o desempenho de 6 países (incluindo o Brasil) na avaliação internacional e sete documentários da série Destino: Educação são a porta de entrada para uma comparação sobre qualidade da Educação pelo mundo Gabriela Portilho Vilmar Oliveira O Pisa é a principal avaliação global sobre qualidade da Educação. Organizada pela OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, reúne as 30 nações mais desenvolvidas do mundo e países parceiros, como o Brasil. Realizam o exame alunos de 15 anos de 54 nações. Seus resultados trazem um quadro geral da Educação pelo mundo - ainda que rankings devam sempre ser encarados com bastante cautela, já que o desempenho dos alunos não é o único indicativo de um ensino de qualidade. Nesta reportagem, você vai conhecer realidades bastante diferentes. Preparamos uma tabela comparativa entre seis países. Quatro deles têm ótimos resultados no PISA: Xangai (província da China), Canadá, Coreia do Sul e Finlândia. Outros dois - Chile e Brasil, ocupam posições ruins na lista. O que explica essas disparidades? A tabela traz alguns indícios, como tamanho da população, indicadores de desenvolvimento humano, total de alunos por professor e estatísticas de investimento em Educação. Mas é possível ir além. Quem quiser se aprofundar no estudo de caso de cada país pode assistir aos episódios da série Destino: Educação. São sete vídeos - um de resumo e os outros seis com o panorama educacional de cada nação - produzidos pelo canal Futura, em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi). Para ver mais programas do Destino Educação, confira o YouTube do Futura. https://novaescola.org.br/conteudo/2941/pisa-uma-analise-comparativa https://www.youtube.com/playlist?list=PLNM2T4DNzmq4hkSID2HNrUyYKfFLeI_o2 Xangai Primeira colocada no Pisa, a província chinesa investe muito em Educação. No entanto, as políticas educacionais não são generalizadas e os alunos se vêem diantes de um sistema educacional muito exigente e competitivo. Assim como no Japão, em Xangai, os pais são muito presentes e ligados à escola, o que fortalece as relações educacionais. Os professores também são muito respeitados, pelas famílias e pelo governo, que paga bons salários. No entanto, o sistema ainda exagera na disciplina exigida dos alunos, obrigando-os a estudarem até 12 horas diárias. Para evitar que os alunos se esforcem além da conta, o Estado teve que criar leis para limitar as horas de estudo em casa. Colocação no PISA 1º Índice de desenvolvimento humano (IDH) dados indisponíveis Número de habitantes 22 milhões Número de alunos 1,5 mil Número de professores 140 mil % do PIB dedicada à Educação dados indisponíveis PIB per capita destinado à Educação dados indisponíveis Finlândia Com um alunado bem reduzido, a Finlândia ainda é um dos países que oferece educação gratuita e de qualidade para todos. O sistema educativo é bastante flexível, não estabelecendo a obrigatoriedade da pré-escola, por exemplo. Além disso,100% dos professores são sindicalizados, formando uma classe forte e valorizada, que têm, no mínimo, um curso de mestrado como formação acadêmica, mesmo para os níveis mais fundamentais. Com uma população cada vez mais idosa, o sistema finlandês enfrenta o desafio de manter um sistema educacional público e de qualidade para todos, mas com menos população ativa. Colocação no PISA 3º Índice de desenvolvimento humano (IDH) 22º Número de habitantes 5,4 milhões Número de alunos 680 mil Número de professores 120 mil % do PIB dedicada à educação 6,43% PIB per capita destinado à educação 6347 dólares Coreia do Sul Nos anos 60, a Coreia tinha níveis de desenvolvimento econômicos semelhantes ao do Afeganistão. Hoje, está entre os países de maior IDH do mundo, o que afetou diretamente a Educação. Os coreanos investem pesado no setor contratando excelentes professores e oferecendo bons salários. Mas um lado negativo ainda impera. Mesmo hoje as pessoas enxergam a Educação como o único meio de ascensão social no país, o que gera uma grande pressão sobre os alunos, permitindo, inclusive, o uso de castigos físicos nas escolas. Os pais são fervorosos, a sociedade competitiva, e existe uma alta taxa de suicídio entre os alunos por não corresponderem às expectativas de suas famílias. Colocação no PISA 5º Índice de desenvolvimento humano (IDH) 15º Número de habitantes 50 milhões Número de alunos 8,4 milhões Número de professores 435 mil % do PIB dedicada à Educação 7,98% PIB per capita destinado à Educação 5845 dólares Canadá Com um dos melhores sistemas educacionais do mundo, no Canadá, todos, inclusive os filhos dos imigrantes, têm direito de frequentar gratuitamente escolas de qualidade. Prova disso são os 95% dos alunos estão matriculados na rede pública de ensino. Apesar de ganharem salários acima da média social, os professores enfrentam grandes dificuldades devido à diversidade social do país, mas dão a mesma atenção e exigem os mesmos níveis de esforços de todos. Colocação no PISA 6º Índice de desenvolvimento humano (IDH) 15º Número de habitantes 34 milhões Número de alunos 6,3 milhões Número de professores 550 mil % do PIB dedicada à Educação 7820 dólares PIB per capita destinado à Educação 6,08% Chile Desde os anos 90, o Chile tem passado por um conjunto de reformas educacionais que conferiu um grande salto à Educação. Hoje, o orçamento chileno dedicado ao setor é o primeiro do país, e sete vezes maior do que foi há duas décadas. Mesmo assim, 50% das escolas ainda são privadas, o que torna difícil a conciliação de interesses na discussão da política educacional no país. Colocação do PISA 44º Índice de desenvolvimento humano (IDH) 44º Número de habitantes 17 milhões Número de alunos 3,5 milhões Número de professores 120 mil % do PIB dedicada à Educação 6,83% PIB per capita destinado à Educação 2769 dólares Brasil Com um imenso alunado de cerca de 52 milhões, o Brasil ainda apresenta grandes problemas estruturais, Com a alta segregação de ensino em escolas públicas e particulares, permanece a política do "quem dá mais, tem mais, quem dá menos, tem menos". Somado a isso, os pais têm uma escolaridade ainda muito baixa, e apesar dos índices baixos, como os de Pisa e Ideb, as famílias ainda se dizem muito satisfeitas com a escola. Vale lembrar que o Brasil ainda conta com um grande atraso educacional, que só começou coma chegada da família Real ao Brasil, em 1808. Colocação no PISA 53º Índice de desenvolvimento humano (IDH) 84º Número de habitantes 190 milhões Número de alunos 52 milhões Número de professores 2 milhões % do PIB dedicada à Educação 5,54% PIB per capita destinado à Educação 2405 dólares
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