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Medicina e Animes Mushi-shi: O protagonista, é quem atrai o problema, mas também é a cura dele. É uma espécie de curandeiro que consegue ver os seres causadores das doenças, que seriam invisíveis para os demais. A anime é feito antes do conhecimento e certificação das bactérias, então esses seres seriam algo “anterior a bactéria”. Na medicina a concepção de que as doenças seriam de ordem microscópica, veio com a Teoria dos Germes em 1980, e levou um certo tempo (até o séc. 20) para que fosse totalmente aceita e se tornasse a principal teoria, como é o caso de hoje. Antes dela a teoria vigente, que esteve ao seu lado após o seu surgimento, é a Teoria do Miamas. Nessa teoria as doenças seriam decorrentes da poluição, fumaça, neblina ou mals cheiros, ou seja estava no ar. Visto que uma das doenças mais abaladoras, a tuberculose, era justamente respiratória, o que reforça a ideia. É possível perceber essa relação em algumas ilustrações publicadas em jornais do século 19. A primeira delas, se refere a cólera na guerra de Crimeia, em que “morte” pela doença está com a sua cabeça nas nuvens, está ligada ao ar sobre as pessoas. E a segunda ilustração é sobre as embarcações asiáticas que chegavam ao EUA, em que os “fantasmas” saem das embarcações, tem o nomes das doenças em seu corpo (cólera, lepra) e novamente as cabeças nas nuvens, isso mostra a concepção dos miasmas, mas também a culpabilização dos asiáticos pelas doenças no ocidente. Isso nos faz pensar na Revolução Bacteriológica (1860-1885), em que não se tinha o conhecimento da existências do vírus ainda, e cada bactéria era pensada como causadora de apenas uma doença. Dessa forma, antes das bactérias, os germes eram entendidos como insetos invisíveis. Como mostra imagem, em que uma mulher londrina com seu chá das 5h, observa uma gota do rio thames e vê pequenos monstros, sendo estes próximos aos presentes nas animações do studio ghibli. Em outra ilustração é possível notar também o “medo” da cólera, em que ela é representada com um “monstrinho” que consegue assustar os demais. Na caricatura do início do séc. 20 que traz Osvaldo Cruz, um dos pioneiros na revolta da vacina, na sede da fiocruz, com borrifadores, e alguns vetores de doenças. Curiosidade sobre a demonização de causadores de doenças. Em outra imagem temos o prefeito de Paris na espera da “morte”. A ilustração faz uma crítica a sujeira da cidade, real causadora das doenças. E também a ideia de a morte é uma viajante, que traz a doença na sua maleta escrita “cólera” e “ásia”, de novo culpabilizando a Ásia. Importante notar que a tuberculose não é associada a europa, ao contrário de doenças como a cólera vinculadas a Ásia. Na Rússia a Ásia retorna na imagem da morte (esqueleto) em cócoras, que é comum nesses países, além de estar em uma carruagem reforçando a ideia de que a doença vem de fora. *esqueci de printar Voltando ao anime, os chamados mushi são seres viajantes, meio médico, meio sobrenatural. Muitos com forma de fumaça, como os miasmas. O Genko-sam, protagonista, fuma o tempo todo para tentar afastá-los, como inseticida, já que de certa forma ele os atrai e que pode vê-los. A capa do anime tem um nevoeiro, que pode ser tanto a fumaça dos miasmas, como do fumo do Genko. Aquele que é nômade e está andando na capa, reforçando a mesma teoria. A história do anime ocorre entre 1860-1880 (entre o Edo e a era Meiji), e que está acontecendo a revolução bacteriológica. Isso é importante para compreender a separação dos papéis de Genko -farmacista, coletor- e o professor que lhe ajuda -pesquisador, cientista- assim como o cenário da revolução. Ao que diz respeito da escrita e fala: konchu= inseto (93%) hoje. mushi=inseto (7%) antigo. O ideograma do segundo está contida no primeiro. O livro publicado por Harvard, Monstrous Bodies, The Rise Of The Uncanny In Modern Japan - Miri Nakamura. Traz a ideia do discurso científico e sanitarista+folclore e tradição japonesa = o estranho, os monstros, o temor. indicação >livro-medicina dos horrores. Meu Amigo Totoro- A história do filme está voltada para a mudança da família em função da doença da mãe. A nova casa fica no campo o que faz pensar que a mãe tem alguma doença respiratória, possivelmente tuberculose (doença da época), que para ser curada precisa estar no hospital do campo que tem “ar puro”. Porém o foco do filme não está diretamente na doença. O filme tem a presença de pequenas bolinhas pretas com olhinhos, que somem quando entra luz ou ar puro e que as pessoas não conseguem ver. O que está correlato aos teoria do miasmas, visível, insetos e na fumaça. São chamados de .Susuwatari (mukoro kurosoke), significa fuligem errante, isto é, fumaça que viaja (miasmas). São bem parecidos com bacilos, na cor preta. Os quais não gostam de estar no campo com ar puro circulando, então fogem pelo ar quando a casa é efetivamente habitada. Uma apologia a tuberculose, que se dissemina a partir do ar. É notável a conexão com a natureza, as árvores, o ar puro, a chuva, os instrumento de sopro em todo filme. O que seria o exato oposto aos miasmas. Em todo filme se percebe referências a essa teoria. Um dos ponto de destaque é da árvore que cresce no quintal da casa no sonho das crianças, um canforeiro (cânfora), que associado a respiração, pois é utilizada para tratar de doenças respiratórias. A árvore titânica cresce a partir da cantoria de totoro e é o caminho para chegar até ele. Tal caminho e a própria árvore lembra a árvore brônquica. O último ponto de grande interesse relacionado a medicina é a crença na cura através dos vegetais, explicitada com a guria mais nova que vai levar um milho para a mãe, após a senhora lhe contar tal crença. Dessa forma mais uma vez a ênfase de que a natureza seria a salvadora. O filme é de 1988, de miyazaki. O estúdio ghibli e a doença da alma: Monster: Medicina para todos os lado. O protagonista é um neurocirurgião. Quem tem conflitos com quem ele ajuda e o que as pessoas fazer, as ações dele sobre as pessoas “ruins”. young black jack: cirurgião lutando contra o mal. O protagonista tem um passado meio dark. Evangelion: tem um carga religiosa muito grande, o títulojá remete a uma carga forte de religião, que vem do grego, no sentido de anjo, mensagem boa. Tem vários elementos médicos ou biomédicos. É muito complexo. As doenças não são epidemias fisiológicas, mas mais voltadas para a psiquiatria. Até o século 18 o médico é um charlatão nas representações. A partir do séc. 19 a medicina começa a ganhar espaço e os médicos ganham o papel principal. Cria-se o vício de representar o médico como o protagonista e herói. Importante relembrar o contexto da teoria de Miasmas e as representações dela nos filmes, animes, pinturas etc. E também a perseguição com os estrangeiros como culpados das doenças. Aqui está um exemplo claro em que a rainha dos mares impede que um fantasma de fumaça chamado cólera desce do barco e chegue na Inglaterra. As Memórias de Marie: Ana: desenho +asma +antissocial. Cena inicial, todas crianças estão brincando e Ana fica no banco sozinha desenhando, em seguida tosse e desmaia. Essa asma está aqui como forma fantasiada da tuberculose. Uma dica disso é que a forma de recuperação para “asma” é indo para o campo. Tem uma casa próxima a da tia (campo), muito linda, em que tem um pântano separando-as. Os miasmas, também vem do pântano. A guria que mora na casa, Marnie, que fica amiga e a leva para uma festa. O traje que Ana se veste é como menina das flores, (bom cheiro). Tem uma ideia de que Marnie seria um fruto da cabeça da Ana. Mesmo quando a Marnie não está na casa a Ana sonha com ela. Existe um momento em que a Marnie some, ao mesmo tempo que a Ana fica mal. Ana perdoa a Marnie enquanto convalescente de febre, e retorna a saúde. Existe uma conexão entre doença, identidade e vida social. Relação da Vida emocional da personagem com a doença. Vidas ao Vento: A história é baseada em uma pessoa que realmente existiu, a ordem dos aviões, as datas, os modelos de acontecimentos da profissão. Já na vida pessoal existem algumas mudanças, que são mais próximas da inspiração no outro livro. O começo é com a mudança de sonhos da criança que não pode ser piloto pela miopia e então se torna engenheiro de aviões. Em seus sonhos é possível ver uma leveza, clareza nos aviões, mesmo no cenário de guerra. Mas acontece um paralelo com os trens, que demonstra ideia de poluidora, doença, miasmas. Luz e ar nos aviões e chão e sombra nos trens. pausa para a pintura: Nessa cena tem uma relação dos velhos reis carvão e vapor olhando para a pequena criança eletricidade que está bebendo das forças. Naoko satomi, uma artista europeia. Personagem que ele se apaixona a primeira vista no trem. O filme todo tem um jogo de cena em que as diagonais tem uma representação dos miasmas nas fumaças e trens e as nuvens linda com os aviões. Esse paralelo tem está relacionado com os personagens, ela doente e ele criador. catástrofes na literatura japonesa: que traz a correlação de doença e desastres como terremotos várias outras obras. Existe um reencontro do casal em um hotel. No mesmo hotel ele conhece o Castrop (Thomas Mann), um alemão que critica muito hitler e que saiu da alemanha fugido, Características do autor do livro A Montanha Mágica, que trabalha apenas com a tuberculose. O nome Castrop é do personagem principal desta obra, fazendo com que no anime ele represente a mesma fundição que o anime tem com a vida do engenheiro e o livro de mesmo nome. Voltando a história, a guria vai para um sanatório no meio do nada. Os doentes se encontram na varanda pois na época acredita que isso curaria. Também se mantém na necessidade de ter as janelas abertas A personagem vai ficando cada mais etérea, mais angelical. A figura dele é associado a saúde e aviões e ela trens e doença, mas apenas um conseguindo alcançar seu sonho.
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